Modelo de Petição Inicial de Interdito Proibitório para Proteção de Posse Rural Face a Atos de Esbulho Praticados pelo Réu em Descumprimento de Decisão Judicial

Publicado em: 16/11/2024 AgrarioCivel Direito Imobiliário
Modelo completo de petição inicial de interdito proibitório, destinado à proteção da posse legítima de imóvel rural de 74 alqueires, em situação de litígio judicial quanto à titularidade. O documento visa resguardar o autor contra atos de turbação e esbulho praticados pelo réu, que, mesmo ciente de decisão judicial determinando que a discussão sobre o domínio do imóvel ocorra pelas vias ordinárias, insiste em invadir o imóvel, utilizar maquinário pesado e instalar cercas sem autorização. Fundamenta-se nos artigos 567 e 300 do CPC/2015, artigo 1.210 do Código Civil e princípios constitucionais da legalidade, segurança jurídica e função social da propriedade. O modelo inclui pedidos de tutela de urgência, citação do réu, confirmação da ordem de abstenção, condenação em custas e honorários, além de requerimento para produção de provas e designação de audiência de conciliação/mediação. Indicado para causas possessórias no âmbito agrário e cível.
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PETIÇÃO INICIAL DE INTERDITO PROIBITÓRIO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Cível da Comarca de [Cidade/UF]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, casado, agricultor, portador do CPF nº 000.000.000-00, RG nº 0.000.000-0, endereço eletrônico [email protected], residente e domiciliado na Estrada Municipal, nº 1000, Zona Rural, Município de [Cidade/UF], CEP 00000-000, por seu advogado que esta subscreve (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO DE INTERDITO PROIBITÓRIO em face de M. F. de S. L., brasileiro, solteiro, empresário, portador do CPF nº 111.111.111-11, RG nº 1.111.111-1, endereço eletrônico [email protected], residente e domiciliado na Avenida Central, nº 200, Bairro Centro, Município de [Cidade/UF], CEP 11111-111, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O autor, A. J. dos S., exerce a posse mansa e pacífica sobre o imóvel rural situado na Estrada Municipal, nº 1000, Zona Rural, com área de 74 (setenta e quatro) alqueires, conforme documentos em anexo. O referido imóvel encontra-se atualmente sob discussão judicial, em ação ordinária que tramita perante este juízo, na qual se discute a titularidade definitiva da propriedade.

Não obstante a existência de decisão judicial determinando que a posse e o domínio do imóvel sejam discutidos exclusivamente pelas vias ordinárias, a parte ré, M. F. de S. L., vem reiteradamente praticando atos que configuram esbulho processual, contrariando frontalmente as determinações judiciais. Em especial, o réu permanece adentrando o imóvel, utilizando trator e promovendo a instalação de cercas, sem qualquer autorização judicial ou anuência do autor, alterando o estado do bem e ameaçando a posse legítima do requerente.

Ressalte-se que tais condutas vêm se intensificando, mesmo após reiteradas advertências e ciência inequívoca da pendência judicial, demonstrando o justo receio de que a posse do autor seja turbada ou mesmo esbulhada, caso não haja pronta intervenção deste juízo.

O autor, portanto, busca a tutela jurisdicional para que seja assegurada sua posse, evitando-se a consumação do esbulho e garantindo-se a observância das decisões judiciais já proferidas, em respeito ao devido processo legal e à segurança jurídica.

Resumo: O autor exerce posse legítima sobre o imóvel de 74 alqueires, cuja titularidade está sub judice, e sofre ameaça concreta de esbulho por atos reiterados do réu, que insiste em contrariar decisões judiciais, justificando o ajuizamento do presente interdito proibitório.

4. DO DIREITO

O interdito proibitório é a ação possessória prevista para proteger aquele que, exercendo posse legítima sobre determinado bem, sofre ameaça de turbação ou esbulho, nos termos do CPC/2015, art. 567: “O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado na posse poderá requerer ao juízo que lhe assegure a manutenção ou reintegração, mediante ordem de abstenção dirigida ao réu”.

Para a concessão da tutela possessória, exige-se a demonstração da posse legítima e do justo receio de turbação ou esbulho iminente. No caso em tela, o autor comprova o exercício da posse sobre o imóvel, bem como a existência de ameaça concreta, consubstanciada nos atos do réu que, mesmo ciente da determinação judicial para que a controvérsia seja dirimida pelas vias ordinárias, insiste em adentrar o imóvel, utilizar maquinário pesado e instalar cercas, alterando o estado do bem.

Tais condutas caracterizam esbulho processual, pois afrontam decisão judicial e violam o princípio da legalidade (CF/88, art. 5º, II), além de comprometerem a segurança jurídica e o devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV). O direito à posse, enquanto expressão da função social da propriedade (CF/88, art. 5º, XXII e XXIII), deve ser protegido contra ameaças e atos de força, especialmente quando há determinação judicial expressa para manutenção do status quo até o deslinde da controvérsia principal.

O CPC/2015, art. 300 autoriza a concessão de tutela de urgência quando presentes elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. No presente caso, a continuidade dos atos praticados pelo réu pode resultar em perda irreparável ou de difícil reparação à posse do autor, sendo imprescindível a concessão de medida liminar para determinar a abstenção de novos atos de turbação ou esbulho.

Ademais, o CCB/2002, art. 1.210 assegura ao possuidor o direito de ser mantido ou reintegrado na posse, podendo utilizar-se das ações possessórias para defesa contra ameaças ou atos de terceiros.

Resumo: O direito do autor enco"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de ação de interdito proibitório ajuizada por A. J. dos S. em face de M. F. de S. L., visando à proteção de sua posse sobre imóvel rural de 74 (setenta e quatro) alqueires, situado na Estrada Municipal, nº 1000, Zona Rural, município de [Cidade/UF]. Alega o autor que, embora a titularidade do imóvel esteja sub judice em ação ordinária, exerce posse mansa e pacífica, a qual vem sendo ameaçada por atos reiterados do réu, como entrada não autorizada no imóvel, uso de tratores e instalação de cercas, mesmo diante de decisão judicial que determina que a controvérsia seja resolvida pelas vias ordinárias.

Requer, em síntese, tutela de urgência para que o réu se abstenha de qualquer ato de turbação ou esbulho, a citação do réu, a confirmação da tutela e a condenação do réu em custas e honorários.

II. Fundamentação

1. Preliminar de Admissibilidade

Os pressupostos processuais estão presentes; as partes são legítimas e estão devidamente representadas. O pedido é juridicamente possível e não há óbice ao conhecimento da demanda.

2. Dos Fatos e Prova

Dos autos, verifica-se que o autor exerce a posse do imóvel descrito, conforme documentação acostada, sendo certo que a titularidade definitiva está sendo discutida em ação própria. A documentação dos autos evidencia que o réu, mesmo ciente de decisão judicial que preconiza a manutenção do status quo até decisão da ação de domínio, vem praticando atos que ameaçam a posse do autor, como ingresso não autorizado na área, uso de maquinário e alteração do estado do bem.

3. Do Direito

O Código de Processo Civil (CPC/2015), art. 567, dispõe que o possuidor que tenha justo receio de ser molestado na posse pode requerer ao juízo ordem de abstenção ao réu. No caso, restou comprovada não só a posse pelo autor, como também a ameaça concreta de esbulho, diante da conduta reiterada do réu.

Ademais, o art. 1.210 do Código Civil assegura ao possuidor o direito de ser mantido ou reintegrado na posse, autorizando o manejo das ações possessórias.

A concessão de tutela de urgência, conforme CPC/2015, art. 300, exige a presença da probabilidade do direito e o perigo de dano. No presente caso, a continuidade dos atos do réu pode culminar em dano irreparável ao autor, tornando imperiosa a concessão da tutela liminar.

No plano constitucional, a função social da propriedade e a segurança jurídica (CF/88, art. 5º, XXII, XXIII e LIV), bem como o princípio da legalidade (art. 5º, II), impõem a proteção da posse contra atos de força, especialmente diante de ordem judicial que determina a observância do devido processo legal.

Assim, presentes os requisitos legais e constitucionais para concessão da tutela possessória, bem como a jurisprudência consolidada dos tribunais pátrios.

4. Jurisprudência

TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP: “Existência de prova de que a autora exerce a posse do imóvel litigioso de boa-fé e a justo título. [...] Comprovada a prática de atos pelo réu configuradores de ameaça à posse. Pressupostos do CPC, art. 567, reunidos. Mandado proibitório deferido.”
TJRJ, Agravo de Instrumento Acórdão/TJRJ: “Comprovada a posse sobre o imóvel e o justo receio que ela seja molestada, turbada ou esbulhada, impõe-se o deferimento da liminar de interdito proibitório.”

Essas decisões corroboram o entendimento de que, diante da posse legítima e do justo receio de turbação, é de rigor a concessão da tutela possessória.

III. Dispositivo

Ante o exposto, nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal, que exige fundamentação das decisões judiciais, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial para:

  • Confirmar a tutela de urgência já deferida, tornando definitiva a ordem para que o réu, M. F. de S. L., se abstenha de praticar qualquer ato que importe turbação ou esbulho da posse do autor sobre o imóvel descrito, especialmente a entrada, uso de tratores, instalação de cercas ou qualquer alteração no estado do bem, sob pena de multa diária, a ser fixada em liquidação, nos termos do CPC/2015, art. 297.
  • Assegurar ao autor a posse do imóvel até decisão final na ação ordinária de domínio.
  • Condenar o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor da causa, forte no CPC/2015, art. 85.
  • Determinar a produção de provas eventualmente requeridas pelas partes, caso não haja concordância expressa, e a designação de audiência de conciliação/mediação, nos termos do CPC/2015, art. 319, VII.

Fica mantida a liminar anteriormente deferida. Oficie-se ao Cartório de Registro de Imóveis, se necessário.

IV. Conclusão

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

[Cidade/UF], [data do julgamento].

Juiz de Direito

V. Observação sobre Recursos

Considerando que não há recurso interposto até o presente momento, dou por transitada em julgado a presente decisão, ressalvada a interposição dos recursos cabíveis na forma da lei.

Resumo: Voto pelo conhecimento do pedido e, no mérito, pela procedência, confirmando a tutela possessória em favor do autor, com fundamento no CPC/2015, art. 567, CCB/2002, art. 1.210, e preceitos constitucionais, em atendimento ao dever de fundamentação do art. 93, IX, da CF/88.


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