Modelo de Petição Inicial de Ação de Reintegração de Posse com Pedido de Liminar contra Réus que Esbulharam Imóvel em São Luís/MA, fundamentada no CPC/2015 e CCB/2002

Publicado em: 06/06/2025 CivelProcesso Civil Direito Imobiliário
Petição inicial para Ação de Reintegração de Posse com pedido de liminar, ajuizada por proprietária contra réus que usurparam posse de imóvel adquirido em leilão, vendendo-o ilegalmente e praticando esbulho possessório, com base no Código Civil, Código de Processo Civil e princípios constitucionais, requerendo tutela de urgência para reintegração e indenização por danos.
← deslize para o lado para ver mais opções

PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE COM PEDIDO DE LIMINAR

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de São Luís/MA,

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

L. S. da S., brasileira, viúva, aposentada, portadora do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, RG nº X.XXX.XXX-XX, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliada na Rua X, nº Y, Bairro Z, São Luís/MA, CEP XXXXX-XXX, por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE COM PEDIDO DE LIMINAR em face de K. dos S., K. dos S. e K. dos S., todos brasileiros, filhos de Maria da Luz Silva Sena, residentes e domiciliados na Rua Q, nº W, Bairro E, São Luís/MA, CEP XXXXX-XXX, endereços eletrônicos: [email protected], [email protected], [email protected], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

A autora L. S. da S. adquiriu, em leilão realizado pela Caixa Econômica Federal, o imóvel situado na Rua Q, nº W, Bairro E, nesta cidade. Após a aquisição, cedeu o imóvel, a título gratuito e precário, à sua irmã, M. da L. S. S., que vivia de aluguel, sendo este custeado pela própria autora. A cessão não se deu por doação, mas por mera liberalidade e solidariedade familiar, em razão da situação de vulnerabilidade da irmã, mãe de três filhos menores, desempregada e dependente do marido, que posteriormente a abandonou.

Durante todo o período em que M. da L. S. S. residiu no imóvel, a autora jamais deixou de prestar auxílio material e afetivo, inclusive após a saída dos filhos da irmã, que atingiram a maioridade e constituíram suas próprias famílias. Com o falecimento de M. da L. S. S., em março de 2024, a autora arcou com a maior parte das despesas do funeral e do jazigo, sendo que os filhos da falecida, ora réus, não cumpriram integralmente o acordo de pagamento das parcelas do jazigo.

Após o óbito, os réus passaram a tratar o imóvel como herança, mesmo cientes de que a propriedade permanece em nome da autora, e sem qualquer autorização para ali permanecerem ou disporem do bem. Não obstante, os réus venderam, de forma ilícita, o imóvel a terceiro, sem anuência da proprietária, e recusaram-se a devolver as chaves à autora, mantendo o imóvel fechado e em estado de abandono.

Diante da recusa, a autora ingressou no imóvel com auxílio de chaveiro, trocando as fechaduras para iniciar reformas necessárias. Entretanto, os réus, especialmente K. dos S., arrombaram a porta, trocaram novamente o cadeado e passaram a ameaçar a autora e sua filha, inclusive com envio de áudios intimidatórios, fatos estes registrados em boletins de ocorrência e ensejadores de medida protetiva.

Recentemente, K. dos S. convenceu o irmão K. dos S. a ocupar o imóvel, iniciando reformas destrutivas sem autorização da proprietária, que, ao tentar dialogar, foi recebida com ameaças e ofensas. O esbulho possessório é patente, pois os réus, sem qualquer título ou autorização, subtraíram a posse da autora, impedindo-a de exercer seu direito de proprietária e possuidora do bem.

Assim, não restou alternativa à autora senão buscar a tutela jurisdicional para ver-se reintegrada na posse do imóvel de sua propriedade, cessando o esbulho praticado pelos réus.

4. DO DIREITO

4.1. DA LEGITIMIDADE E DA POSSE

Nos termos do CCB/2002, art. 1.196, "considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade". A autora, na qualidade de proprietária e possuidora do imóvel, cedeu a posse precária à irmã, mediante comodato verbal, não havendo qualquer transmissão de domínio ou doação.

Com o falecimento da comodatária, a posse do imóvel deveria retornar à autora, não havendo direito sucessório sobre bem alheio, conforme CCB/2002, art. 1.228 e CCB/2002, art. 1.225. Os réus, ao se recusarem a devolver o imóvel e praticarem atos de esbulho, violaram o direito possessório da autora.

4.2. DOS REQUISITOS DA REINTEGRAÇÃO DE POSSE

O CPC/2015, art. 561 estabelece que incumbe ao autor da ação de reintegração de posse provar: (I) a sua posse; (II) a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; (III) a data do esbulho; e (IV) a perda da posse. Todos esses requisitos encontram-se presentes:

  • Posse: a autora é proprietária e possuidora do imóvel, exercendo poderes inerentes à propriedade até o esbulho.
  • Esbulho: os réus, sem qualquer título, arrombaram o imóvel, trocaram fechaduras, impediram o acesso da autora e passaram a realizar reformas não autorizadas, configurando esbulho possessório.
  • Data do esbulho: o esbulho iniciou-se logo após o falecimento de M. da L. S. S., em março de 2024, com a recusa dos réus em devolver as chaves e posterior ocupação indevida do imóvel.
  • Perda da posse: a autora foi privada do exercício da posse, sendo impedida de acessar e reformar o imóvel de sua propriedade.

 

4.3. DA LIMINAR POSSESSÓRIA

O CPC/2015, art. 562 autoriza o deferimento de liminar para reintegração de posse, caso o esbulho tenha ocorrido há menos de ano e dia, como no presente caso. A concessão da liminar é medida de urgência para evitar maiores danos à autora, que se vê privada do uso e fruição de seu bem.

Ainda, o CPC/2015, art. 300 prevê a tutela de urgência quando presentes a probabilidade do direito e o perigo de dano, ambos evidenciados nos autos.

4.4. DA NATUREZA DA POSSE DOS RÉUS

Os réus jamais foram proprietários ou possuidores legítimos do imóvel, tendo residido no local apenas enquanto menores, sob a guarda da mãe comodatária. Após o falecimento desta, passaram a deter a posse injustamente, sem qualquer autorização da autora, caracterizando-se como meros detentores ou invasores, sem animus domini.

O comodato se extingue com a morte do comodatário, devendo o bem ser restituído ao comodante, não havendo direito de retenção ou transmissão possessória aos herdeiros do comodatário (CCB/2002, art. 581).

4.5. DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS

O princípio da legalidade (CF/88, art. 5º, II) e o direito de propriedade (CF/88, art. 5º, XXII) asseguram à autora a proteção de seu patrimônio e a possibilidade de reaver a posse do imóvel esbul"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

Vistos etc.

I. Relatório

Trata-se de Ação de Reintegração de Posse ajuizada por L. S. da S. em face de K. dos S., K. dos S. e K. dos S., todos qualificados nos autos, na qual a autora afirma ter adquirido, por leilão, o imóvel situado na Rua Q, nº W, Bairro E, São Luís/MA, posteriormente cedido a título precário à sua irmã, M. da L. S. S., mediante comodato verbal.

Com o falecimento da comodatária, os réus, filhos da falecida, passaram a tratar o imóvel como herança, recusando-se a restituí-lo à autora e praticando atos de esbulho, como a ocupação indevida, arrombamentos, troca de fechaduras e ameaças. A autora pleiteia liminar de reintegração de posse e, ao final, a procedência do pedido, dentre outros requerimentos.

II. Fundamentação

1. Do conhecimento

Inicialmente, verifico que a petição inicial preenche os requisitos do art. 319 do CPC e que não há óbices processuais ao regular processamento da demanda, razão pela qual conheço do pedido.

2. Dos fatos e do direito

A controvérsia central reside em saber se a autora faz jus à reintegração de posse do imóvel objeto da lide, diante do alegado esbulho praticado pelos réus.

A autora comprovou a aquisição do imóvel por meio de leilão e a concessão da posse à irmã, mediante comodato verbal, cuja natureza precária se extinguiu com o falecimento da comodatária (CCB/2002, art. 581).

Com o falecimento de M. da L. S. S., a posse deveria retornar à autora, não havendo direito sucessório sobre bem alheio (CCB/2002, art. 1.225 e 1.228). Os réus, ao permanecerem no imóvel sem autorização, venderem-no a terceiros e impedirem o acesso da autora, configuraram o esbulho possessório conforme dispõe o CPC/2015, art. 561, que exige: (i) posse da autora, (ii) esbulho cometido pelos réus, (iii) data do esbulho e (iv) perda da posse. Tais requisitos restaram comprovados pelos documentos acostados aos autos e pelos relatos constantes na inicial.

A jurisprudência é uníssona quanto à possibilidade de concessão de liminar em ações possessórias quando demonstrados os requisitos legais (TJRJ, AI Acórdão/TJRJ; TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP), o que se verifica no presente caso.

Ressalte-se que, consoante o CF/88, art. 5º, XXII, é garantido o direito de propriedade e, nos termos do art. 5º, II, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei. Ademais, o art. 93, IX, da Constituição Federal impõe ao magistrado o dever de fundamentar suas decisões, o que ora se observa.

No tocante à liminar possessória, o CPC/2015, art. 562 autoriza seu deferimento se o esbulho é recente (menos de ano e dia), situação evidenciada na hipótese (março de 2024). Os elementos constantes nos autos demonstram a probabilidade do direito e o perigo de dano na manutenção do esbulho (CPC/2015, art. 300).

Por fim, não há prova nos autos de que os réus detenham qualquer título legítimo sobre o imóvel, sendo incontroverso que sua posse se deu por mera tolerância familiar, não gerando direitos possessórios ou sucessórios.

3. Da justiça gratuita

Considerando a idade e a situação econômica da autora, defiro os benefícios da justiça gratuita, nos termos do CPC/2015, art. 98.

III. Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no CPC/2015, art. 561 e 562, CCB/2002, art. 581 e CF/88, art. 5º, XXII, JULGO PROCEDENTE o pedido para:

  1. RATIFICAR a liminar concedida e determinar a reintegração da autora na posse do imóvel situado na Rua Q, nº W, Bairro E, São Luís/MA, devendo os réus e eventuais ocupantes serem retirados do local, expedindo-se mandado para tal fim, com acompanhamento policial, se necessário.
  2. CONDENAR os réus ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% (dez por cento) do valor da causa, nos termos do CPC/2015, art. 85.
  3. DETERMINAR que eventual indenização por danos ao imóvel seja apurada em liquidação de sentença, caso comprovados nos autos.
  4. FIXAR multa diária de R$ 500,00 (quinhentos reais) em caso de descumprimento da ordem de desocupação.

Fica mantida a concessão da justiça gratuita em favor da autora. Oficie-se à autoridade policial para acompanhamento do cumprimento da ordem, se necessário.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

São Luís/MA, ___ de ____________ de 2024.

_______________________________________
Magistrado(a)

IV. Observação

Este voto está devidamente fundamentado, em obediência ao art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, que exige motivação explícita, clara e congruente das decisões judiciais.


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.