Modelo de Petição inicial de ação de atentado processual contra réus por descumprimento de acordo homologado e reconstrução irregular de muro, com pedido de demolição, sanções do CPC/2015 art. 77 e produção de provas
Publicado em: 08/07/2025 CivelProcesso CivilPETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE ATENTADO
(CPC/2015, ART. 77, VI E §§2º A 7º)
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Cível da Comarca de [Cidade/UF]
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
O. da S. C., brasileira, viúva, aposentada, portadora do CPF nº [informar], RG nº [informar], residente e domiciliada na [endereço completo], endereço eletrônico: [email], por sua advogada infra-assinada, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO DE ATENTADO em face de [Nomes dos Réus abreviados conforme regras], brasileiros, [estado civil], [profissão], portadores do CPF nº [informar], RG nº [informar], residentes e domiciliados na [endereço completo], endereço eletrônico: [email], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
3. DOS FATOS
A presente demanda decorre de grave violação ao acordo homologado judicialmente nos autos do processo nº [informar], em que as partes ajustaram a reconstrução do muro limítrofe entre os imóveis, destruído anteriormente pelos próprios Réus, condicionando a obra à apresentação prévia das medições necessárias, conforme pactuado.
Contudo, os Réus, em flagrante descumprimento do acordo e desrespeito ao comando judicial, promoveram a reconstrução do muro sem a apresentação das medições técnicas exigidas, modificando substancialmente o estado da coisa litigiosa. O novo muro foi erguido de forma irregular, avançando quase um metro ou mais dentro do terreno da Autora, O. da S. C., restringindo a largura do portão de acesso à sua propriedade e alterando, ainda, a testada do imóvel das Rés.
Além disso, a demolição da frente da casa de D. E. S. foi realizada sem qualquer respaldo técnico ou autorização judicial, agravando o quadro de insegurança jurídica e material da Autora. As calçadas também foram demolidas sem observância das medições acordadas, o que evidencia a intenção dos Réus de inovar o estado do imóvel em prejuízo da parte adversa.
Ressalte-se que a conduta dos Réus caracteriza, de forma inequívoca, atentado processual, nos termos do CPC/2015, art. 77, VI, pois alteraram o estado do bem litigioso, em afronta ao dever de lealdade e boa-fé processual, além de violarem decisão judicial e acordo homologado.
Diante desse cenário, faz-se imprescindível a intervenção judicial para restaurar o status quo ante, determinar a demolição imediata dos acréscimos irregulares e aplicar as sanções previstas nos §§2º a 7º do art. 77 do CPC/2015.
4. DO DIREITO
4.1. Do Atentado Processual e do Dever de Lealdade
O art. 77, VI, do CPC/2015 impõe às partes o dever de não inovar ilegalmente no estado de fato de bem ou direito litigioso. A conduta dos Réus, ao reconstruírem o muro e alterarem a testada do imóvel sem observância das medições e do acordo homologado, configura inovação ilícita e atentado processual, sujeitando-os às sanções legais.
O instituto do atentado visa coibir atos que comprometam a efetividade da tutela jurisdicional e a boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422), protegendo a parte contra modificações unilaterais do objeto litigioso. O descumprimento do acordo homologado e a alteração do imóvel sem autorização judicial afrontam o princípio da legalidade (CF/88, art. 5º, II) e da cooperação processual (CPC/2015, art. 6º).
4.2. Da Obrigação de Cumprimento de Decisão Judicial
O CPC/2015, art. 77, IV, determina que é dever da parte cumprir com exatidão as decisões judiciais e não criar embaraços à sua efetivação. A violação desse dever enseja aplicação das penalidades previstas nos §§2º a 7º do mesmo artigo, incluindo multa, indenização, perda de atos processuais e até mesmo a prisão do responsável, em casos extremos.
4.3. Da Necessidade de Restabelecimento do Status Quo Ante
A jurisprudência é pacífica no sentido de que, havendo inovação ilegal no estado do imóvel litigioso, impõe-se a demolição das obras irregulares e o retorno ao estado anterior, sob pena de esvaziamento da tutela jurisdicional e afronta ao direito de propriedade (CF/88, art. 5º, XXII; CCB/2002, art. 1.228).
4.4. Da Prova Pericial e Ônus da Prova
A produção de prova pericial é essencial para aferir a extensão da invasão e das alterações promovidas pelos Réus, conforme entendimento consolidado do STJ e dos Tribunais Estaduais. O ônus da prova, nos termos do CPC/2015, art. 373, incumbe à parte que alega o fato constitutivo de seu direito, cabendo à Autora demonstrar a inovação e aos Réus, eventual excludente de ilicitude.
4.5. Da Aplicação das Sanções Processuais
O CPC/2015, art. 77, §§2º a 7º, prevê expressamente as consequências do atentado processual, autorizando o juiz a determinar a restauração do estado anterior, a aplicação de multa, a indenização por perdas e danos, bem como outras medidas necessárias à garantia da efetividade da jurisdição.
Em síntese, a conduta dos Réus viol"'>...
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