Modelo de Pedido de revogação da prisão preventiva de policial militar no Amazonas por ausência de fundamentação concreta, excesso de prazo e aplicação subsidiária de medidas cautelares diversas, fundamentado em CPP, CPPM...
Publicado em: 30/07/2025 Mp Militar Direito Penal Processo PenalPEDIDO DE REVOGAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara da Auditoria Militar do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas.
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
Requerente: F. A. N., brasileiro, solteiro, policial militar, portador do CPF nº 000.000.000-00, RG nº 0000000, residente e domiciliado na Rua Exemplo, nº 123, Bairro Centro, Manaus/AM, endereço eletrônico: [email protected].
Réu: F. A. N., já qualificado, atualmente recolhido no Núcleo Prisional da Polícia Militar do Estado do Amazonas.
Requerido: Ministério Público do Estado do Amazonas, por meio da 61ª Promotoria de Justiça Especializada no Controle Externo da Atividade Policial e Segurança Pública, com endereço na Av. Exemplo, nº 456, Bairro Centro, Manaus/AM, endereço eletrônico: [email protected].
Valor da causa: R$ 1.000,00 (mil reais), para efeitos meramente fiscais.
3. SÍNTESE FÁTICA
O Ministério Público do Estado do Amazonas ofereceu denúncia em face de oito policiais militares, entre eles o Requerente, F. A. N., imputando-lhes a prática de infrações penais relacionadas ao tráfico de drogas (Lei 11.343/2006, art. 33), falsificação de documentos (CP, art. 299), além de infrações previstas no Código Penal Militar. Todos os acusados encontram-se presos preventivamente no Núcleo Prisional da Polícia Militar do Estado do Amazonas há 1 (um) ano, 1 (um) mês e 17 (dezessete) dias, totalizando 412 dias de segregação cautelar.
A denúncia já foi recebida e a instrução processual encontra-se em andamento. Não obstante a gravidade dos fatos imputados, a manutenção da prisão preventiva por período tão dilatado revela-se desproporcional diante das circunstâncias do caso concreto, especialmente diante da ausência de fundamentos concretos e da inexistência de risco atual à ordem pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal.
Ressalte-se que o Requerente é primário, possui bons antecedentes, residência fixa e ocupação lícita, não havendo elementos que indiquem risco de fuga ou de reiteração delitiva.
4. DOS FUNDAMENTOS DO PEDIDO
A prisão preventiva, nos termos do CPPM, art. 254 e CPPM, art. 255, assim como do CPP, art. 312, constitui medida de natureza excepcional, devendo ser decretada ou mantida apenas quando presentes os requisitos legais e demonstrada sua real necessidade para a garantia da ordem pública, da instrução criminal, da aplicação da lei penal ou da manutenção da disciplina militar.
No presente caso, a manutenção da custódia cautelar por mais de 1 (um) ano e 1 (um) mês, sem que haja demonstração concreta de risco à ordem pública ou à instrução criminal, configura constrangimento ilegal, especialmente diante da ausência de qualquer notícia de ameaça a testemunhas, tentativa de fuga, reiteração delitiva ou qualquer outro fato novo que justifique a segregação.
O princípio da presunção de inocência, previsto na CF/88, art. 5º, LVII, impõe que a prisão antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória seja exceção, e não regra. Ademais, a razoável duração do processo (CF/88, art. 5º, LXXVIII) deve ser observada, sendo inadmissível que o acusado permaneça indefinidamente privado de sua liberdade sem sentença definitiva.
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é firme no sentido de que a análise do excesso de prazo deve ser feita à luz do princípio da razoabilidade, considerando a complexidade do feito, a pluralidade de réus e a ausência de desídia do Judiciário. No caso em tela, a instrução processual não apresenta complexidade extraordinária, tampouco há notícia de atos procrastinatórios atribuíveis à defesa.
Ademais, a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, previstas no CPP, art. 319, mostra-se suficiente e adequada para resguardar os fins do processo, não havendo justificativa para a manutenção da medida extrema.
Por fim, a manutenção da prisão preventiva por prazo excessivo, sem fundamentação concreta e atual, afronta os princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da legalidade (CF/88, art. 5º, II) e da proporcionalidade, devendo ser revogada em favor da liberdade provisória, com ou sem medidas cautelares alternativas.
5. DO DIREITO
A decretação e manutenção da prisão preventiva encontram fundamento nos dispositivos do CPPM, art. 254 e CPPM, art. 255, bem como do CPP, art. 312, que exigem, para sua legalidade, a demonstração concreta da necessidade da medida para a garant"'>...
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