Modelo de Manifestação do Réu Revel em Ação de Execução de Título Extrajudicial contra Banco XYZ S.A., impugnando planilha de débito por falta de discriminação e requerendo produção de provas e audiência de concilia...

Publicado em: 11/07/2025 CivelProcesso Civil
Documento apresenta a manifestação do réu revel em ação de execução de título extrajudicial ajuizada pelo Banco XYZ S.A., contestando a planilha de débito por ausência de detalhamento dos encargos, fundamentando-se no CPC/2015 e na teoria da imprevisão para justificar o inadimplemento decorrente da pandemia de COVID-19, requerendo a produção de provas e a designação de audiência de conciliação para solução consensual, além da revisão dos valores cobrados e reconhecimento do excesso de execução.
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MANIFESTAÇÃO DO RÉU REVEL EM AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de ___ do Tribunal de Justiça do Estado ___

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

RÉU: A. J. dos S., brasileiro, casado, empresário, inscrito no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, portador do RG nº X.XXX.XXX-X, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado à Rua X, nº Y, Bairro Z, Cidade/UF, CEP XXXXX-XXX.

EXEQUENTE: Banco XYZ S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XX.XXX.XXX/0001-XX, com sede à Avenida Y, nº Z, Bairro W, Cidade/UF, CEP XXXXX-XXX, endereço eletrônico: [email protected].

3. SÍNTESE DOS FATOS

O Exequente ajuizou Ação de Execução de Título Extrajudicial em face do Réu, tendo como fundamento cédula de crédito bancário, alegando inadimplemento da obrigação contratada. O Réu, ora manifestante, foi regularmente citado, mas, em razão das dificuldades financeiras advindas da pandemia de COVID-19, não apresentou contestação tempestiva, sendo declarado revel.

O Juízo determinou que o Réu se manifestasse acerca das provas que pretendia produzir. Ademais, a planilha de débito apresentada pelo Exequente não discrimina de forma clara os encargos incidentes sobre o débito, o que enseja impugnação. O Réu, por meio desta manifestação, busca exercer seu direito de defesa, impugnar a planilha de débito e requerer a designação de audiência de conciliação, a fim de buscar solução consensual para o litígio.

4. DA REVELIA E DIREITO DE MANIFESTAÇÃO

Apesar da decretação da revelia, o CPC/2015, art. 344, dispõe que os efeitos da revelia não implicam, necessariamente, confissão quanto à matéria de direito, tampouco impedem a participação do Réu nos demais atos processuais, inclusive a produção de provas e manifestação sobre questões supervenientes.

O princípio do contraditório (CF/88, art. 5º, LV) assegura ao Réu revel o direito de se manifestar ao longo do processo, especialmente quando intimado a indicar as provas que pretende produzir, como ocorreu no presente caso. Assim, a presente manifestação visa garantir o exercício pleno da ampla defesa, princípio basilar do devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV).

Ressalta-se que a ausência de contestação não exime o Juízo de analisar as questões de ordem pública e de permitir ao Réu a produção de provas, conforme entendimento consolidado do Superior Tribunal de Justiça.

5. DO DIREITO

5.1. DA PANDEMIA COMO CAUSA DO INADIMPLEMENTO

O inadimplemento do Réu decorreu de situação excepcional, notadamente a pandemia de COVID-19, que afetou gravemente sua atividade econômica e capacidade de adimplir as obrigações pactuadas. O princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) e a teoria da imprevisão (CCB/2002, art. 478) autorizam a revisão das obrigações em situações de onerosidade excessiva e imprevisibilidade, como reconhecido pela doutrina e pela jurisprudência.

Embora o STJ tenha decidido que a pandemia não afasta, por si só, a exigibilidade de obrigações anteriores ao seu início, é imprescindível a análise concreta das consequências econômicas e sociais para o devedor, especialmente diante da necessidade de preservação da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III).

5.2. DA IMPUGNAÇÃO À PLANILHA DE DÉBITO

O CPC/2015, art. 798, exige que a inicial da execução seja instruída com demonstrativo atualizado do débito, discriminando principal, juros, correção monetária e demais encargos. No caso em tela, a planilha apresentada pelo Exequente não detalha de forma clara e individualizada os encargos incidentes, impedindo o exercício do contraditório e da ampla defesa.

A ausência de discriminação dos encargos compromete a liquidez e certeza do título, podendo ensejar a revisão dos valores executados, conforme entendimento do STJ. O Réu, portanto, impugna a planilha de débito e requer a apresentação de demonstrativo detalhado, sob pena de reconhecimento do excesso de execução.

5.3. DA PRODUÇÃO DE PROVAS

O direito à produção de provas é corolário do contraditório e da ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV; CPC/2015, art. 369). O Réu pretende produzir prova documental complementar, testemunhal e, se necessário, pericial, para demonstrar a ocorrência de onerosidade excessiva, a ausência de clareza na planilha de débito e a necessidade de revisão dos encargos cobrados.

5.4. DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO

O CPC/2015, art. 334, estimula a autocomposição e prevê a designação de audiência de conciliação, inclusive em fase de execução, sempre que possível. O Réu manifesta expressamente seu interesse na realização de audiência de conciliação, visando buscar solução consensual, em consonância com os princípios da celeridade, economia processual e pacificação social.

6. JURISPRUDÊNCIAS

Sobre a necessidade de discriminação clara do débito e planilha:
“A jurisprudência do STJ preleciona que a cédula de crédito bancário é título executivo, apto a instruir a ação de cobrança ou de execução,"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de Ação de Execução de Título Extrajudicial proposta por Banco XYZ S.A. em face de A. J. dos S., fundada em cédula de crédito bancário, alegando inadimplemento da obrigação contratada pelo executado. O Réu foi regularmente citado, mas não apresentou contestação tempestiva, sendo declarado revel.

Posteriormente, foi-lhe oportunizada manifestação acerca das provas que pretendia produzir e impugnação à planilha de débito apresentada pelo Exequente, a qual, segundo alegação do Réu, carece de discriminação clara dos encargos incidentes sobre o débito. O Réu, em sua manifestação, além de impugnar a planilha, requer a designação de audiência de conciliação e a produção de provas para demonstrar a ocorrência de onerosidade excessiva em razão da pandemia de COVID-19.

II. Fundamentação

1. Da Revelia e do Contraditório

A revelia, nos termos do CPC/2015, art. 344, não implica confissão quanto à matéria de direito, tampouco impede a participação do Réu nos demais atos processuais, inclusive a produção de provas e manifestação sobre questões supervenientes.

Ressalte-se que o direito ao contraditório e à ampla defesa, assegurados pelo CF/88, art. 5º, LV, são garantias constitucionais que não podem ser afastadas, ainda que o Réu se encontre em situação de revelia. Ademais, o próprio CF/88, art. 5º, LIV consagra o devido processo legal como princípio basilar do processo civil.

Assim, entendo regular a manifestação do Réu, inclusive quanto à impugnação da planilha de débito e ao pedido de produção de provas.

2. Da Planilha de Débito e do Demonstrativo do Valor Executado

O CPC/2015, art. 798, exige que a inicial da execução seja instruída com demonstrativo atualizado do débito, discriminando principal, juros, correção monetária e demais encargos. No caso em apreço, a planilha apresentada não detalha de forma clara e individualizada os encargos incidentes sobre o valor principal, o que compromete a liquidez e certeza do título.

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é clara ao afirmar que a ausência de discriminação do débito pode ensejar a revisão dos valores executados e o reconhecimento de excesso de execução, sem que isso implique extinção do processo executivo.

Portanto, mostra-se pertinente a impugnação do Réu, devendo o Exequente ser intimado a apresentar planilha detalhada, sob pena de reconhecimento do excesso de execução.

3. Da Pandemia de COVID-19 e a Teoria da Imprevisão

O inadimplemento do Réu é justificado, segundo alega, pela ocorrência de situação extraordinária e imprevisível, qual seja, a pandemia de COVID-19, que afetou gravemente sua atividade econômica. A revisão contratual em situações excepcionais encontra fundamento na teoria da imprevisão (CCB/2002, art. 478) e no princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422).

Contudo, conforme entendimento consolidado do STJ, a mera existência da pandemia não afasta, por si só, a exigibilidade das obrigações assumidas em momento anterior. Exige-se análise concreta dos impactos na capacidade financeira do devedor, sendo necessária a produção de provas para aferição da ocorrência de onerosidade excessiva, em respeito à dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III).

4. Do Pedido de Produção de Provas

O direito à produção de provas é consectário do contraditório e da ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV; CPC/2015, art. 369). Considerando que a análise da planilha de débito e a verificação de eventual onerosidade excessiva demandam dilação probatória, entendo ser cabível o deferimento da produção de provas documental complementar, testemunhal e, se necessário, pericial.

5. Da Audiência de Conciliação

O CPC/2015, art. 334, estimula a autocomposição e prevê a designação de audiência de conciliação, inclusive em fase de execução, sempre que possível. O Réu manifesta expressamente interesse na realização do referido ato, em consonância com os princípios da celeridade, economia processual e pacificação social.

6. Da Observância à Fundamentação Obrigatória

Ressalto que a presente decisão observa o dever constitucional de fundamentação das decisões judiciais (CF/88, art. 93, IX), expondo de modo claro as razões de convencimento, em respeito à transparência e à segurança jurídica.

III. Dispositivo

Ante o exposto, acolho parcialmente a manifestação do Réu, nos seguintes termos:

  1. Determino a intimação do Exequente para, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentar planilha de débito detalhada, discriminando principal, juros, correção monetária e demais encargos incidentes, nos termos do CPC/2015, art. 798, sob pena de reconhecimento do excesso de execução.

  2. Defiro ao Réu a produção de provas documental complementar, testemunhal e, se necessário, pericial, para comprovar a alegada onerosidade excessiva e a insuficiência da planilha de débito.

  3. Designo audiência de conciliação, nos termos do CPC/2015, art. 334, a ser realizada após a juntada da nova planilha e manifestação das partes, caso haja interesse mútuo.

  4. Rejeito, por ora, o pedido de reconhecimento imediato da onerosidade excessiva e revisão dos encargos incidentes sobre o débito, por demandar dilação probatória.

  5. Rejeito o pedido de condenação do Exequente ao pagamento de custas e honorários advocatícios neste momento, por ausência de reconhecimento de excesso de execução nesta fase.

Publique-se. Intimem-se as partes.

IV. Conclusão

Este é o voto que submeto à apreciação.

Cidade/UF, ___ de ____________ de 2024.

____________________________________
Juiz de Direito


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