Modelo de Manifestação à contestação em ação de obrigação de fazer c/c indenização por danos morais e materiais contra Banco do Brasil S.A. por bloqueio indevido de conta bancária sem notificação prévia

Publicado em: 28/05/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Modelo de manifestação à contestação em ação judicial movida por correntista contra Banco do Brasil S.A., alegando bloqueio indevido da conta corrente sem notificação ou justificativa, com pedido de desbloqueio urgente, indenização por danos morais e materiais, inversão do ônus da prova e responsabilização do banco com base no Código de Defesa do Consumidor e jurisprudência aplicável.
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MANIFESTAÇÃO À CONTESTAÇÃO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara Cível da Comarca de [Cidade/UF].

2. IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES

A. E. dos S., brasileiro, comerciante, estado civil [informar], portador do CPF nº [informar], residente e domiciliado na [endereço completo], endereço eletrônico [informar], já devidamente qualificado nos autos da Ação de Obrigação de Fazer c/c Indenização por Danos Morais e Materiais que move em face do Banco do Brasil S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº [informar], com sede na [endereço completo], endereço eletrônico [informar], vem, por seu advogado infra-assinado, apresentar, tempestivamente, sua MANIFESTAÇÃO À CONTESTAÇÃO nos termos a seguir expostos.

3. SÍNTESE DA CONTESTAÇÃO APRESENTADA

O Banco do Brasil S.A. apresentou contestação alegando, em síntese, que não houve qualquer irregularidade ou ato ilícito de sua parte no bloqueio da conta do autor, sustentando a inexistência de provas do suposto bloqueio e afirmando que a conta já estaria desbloqueada, tornando o pedido de obrigação de fazer improcedente. O banco também requereu segredo de justiça para resguardar o sigilo bancário e pugnou pela total improcedência dos pedidos autorais, sob o argumento de ausência de responsabilidade e de provas.

4. DOS FATOS

O autor, A. E. dos S., é comerciante e correntista do Banco do Brasil S.A., instituição com a qual mantém relação de consumo, nos termos do CDC, art. 2º e CDC, art. 3º. Em [data], após o recebimento de um PIX contestado por terceiros, supostamente vítima de fraude, teve sua conta corrente bloqueada unilateralmente pelo banco, sem prévia notificação ou esclarecimento quanto aos motivos concretos do bloqueio.

Desde então, o autor permanece há mais de 20 dias sem acesso aos valores depositados, impossibilitado de realizar compras para seu comércio, pagar fornecedores, honrar compromissos pessoais e profissionais, bem como suprir necessidades básicas de sua família. Apesar das tentativas de solução administrativa junto ao banco, não obteve resposta eficaz, persistindo o bloqueio e agravando os prejuízos sofridos.

O bloqueio, portanto, não apenas comprometeu a atividade comercial do autor, mas também sua dignidade e subsistência, configurando falha grave na prestação do serviço bancário.

5. DA DEMONSTRAÇÃO DO BLOQUEIO DA CONTA BANCÁRIA

Ao contrário do alegado pelo réu, o bloqueio da conta corrente do autor está devidamente comprovado nos autos, por meio dos extratos bancários anexados à inicial, que evidenciam a ausência de movimentação e a restrição total de acesso aos valores depositados durante o período mencionado. Ademais, documentos comprobatórios das tentativas de contato e reclamações administrativas junto ao banco também foram apresentados, sem que o réu tenha logrado êxito em demonstrar a regularidade da medida ou a existência de justa causa para o bloqueio.

Ressalte-se que, nos termos do CDC, art. 6º, VIII, e do CPC/2015, art. 373, II, cabia ao banco demonstrar a legalidade do bloqueio e a adoção de providências para elucidar a suposta fraude, o que não ocorreu. A simples alegação de desbloqueio posterior não afasta o ilícito praticado, tampouco os danos já consumados pelo período de restrição indevida.

Destaca-se, ainda, que a jurisprudência é pacífica ao reconhecer que a apresentação de extratos bancários e de documentos que evidenciem a restrição de acesso são suficientes para comprovar o bloqueio, invertendo-se o ônus da prova em favor do consumidor.

6. DOS PREJUÍZOS E DANOS MORAIS SOFRIDOS

O bloqueio injustificado da conta corrente do autor causou-lhe graves prejuízos financeiros, impedindo-o de exercer sua atividade comercial, realizar pagamentos essenciais e garantir a subsistência própria e de sua família. A privação do acesso aos valores depositados, por período prolongado, ultrapassa o mero aborrecimento, configurando abalo moral indenizável, nos termos do CDC, art. 14, e da CF/88, art. 5º, X.

O autor ficou exposto a constrangimentos, necessidade de recorrer a empréstimos para suprir despesas básicas, perda de credibilidade junto a fornecedores e clientes, além de sofrimento psíquico decorrente da incerteza e da omissão do banco em solucionar o problema. A jurisprudência reconhece que o dano moral é in re ipsa nesses casos, prescindindo de prova do prejuízo concreto, bastando a demonstração do bloqueio e da privação indevida.

Assim, resta evidente o direito à indenização pelos danos morais sofridos, devendo o quantum ser fixado em observância aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, conforme reiteradas decisões dos Tribunais pátrios.

7. DO DIREITO

A relação entre as partes é regida pelo Código de Defesa do Consumidor, sendo o banco fornecedor de serviços e o autor destinatário final, nos termos do CDC, art. 2º e CDC, art. 3º. O bloqueio unilateral da conta corrente, sem prévia notificação e sem comprovação de fraude, configura falha na prestação do serviço, ensejando a responsabilidade objetiva do fornecedor, conforme CDC, art. 14.

O direito à informação clara e adequada é princípio fundamental nas relações de consumo (CDC, art. 6º, III), sendo vedado ao banco impor restrições sem comunicaç�"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

1. Relatório

Trata-se de Ação de Obrigação de Fazer cumulada com Indenização por Danos Morais e Materiais ajuizada por A. E. dos S. em face do Banco do Brasil S.A., alegando o bloqueio unilateral e injustificado de sua conta corrente, sem prévia notificação, em virtude de suspeita de fraude decorrente de recebimento de PIX contestado. Narra o autor que permaneceu mais de 20 dias sem acesso aos valores depositados, sofrendo prejuízos financeiros e morais. Requereu, ao final, o desbloqueio da conta e indenização por danos morais e materiais.

O réu apresentou contestação, aduzindo inexistência de irregularidade, ausência de provas do bloqueio e posterior regularização da conta, pugnando pela improcedência dos pedidos e pelo segredo de justiça.

2. Fundamentação

2.1. Da Admissibilidade

Presentes os pressupostos processuais e condições da ação, conheço do pedido principal e dos pedidos incidentais.

2.2. Dos Fatos e do Direito

A controvérsia gira em torno da legalidade do bloqueio da conta corrente do autor pelo banco réu e das consequências jurídicas daí advindas.

Conforme os documentos acostados aos autos, notadamente os extratos bancários e comprovantes das tentativas administrativas, restou demonstrado que a conta do autor permaneceu bloqueada por período superior a 20 dias, inviabilizando o exercício de sua atividade comercial e o cumprimento de obrigações básicas.

O Banco do Brasil S.A., por sua vez, limitou-se a alegar a regularidade do procedimento, não apresentando qualquer prova efetiva de que o bloqueio foi justificado, tampouco de que houve comunicação prévia ou fundamentação concreta da medida. De acordo com o CPC/2015, art. 373, II e o CDC, art. 6º, VIII, cabia ao fornecedor (banco) demonstrar a regularidade do serviço prestado, o que, no caso, não ocorreu.

A relação entre as partes é claramente de consumo (CDC, art. 2º e CDC, art. 3º), sendo o banco fornecedor de serviços e o autor consumidor. O bloqueio unilateral, sem prévia notificação e sem justificativa plausível, caracteriza falha na prestação do serviço, nos termos do CDC, art. 14.

Ressalto que o direito à informação clara e adequada é princípio fundamental nas relações de consumo (CDC, art. 6º, III), sendo vedado ao banco impor restrições sem comunicação prévia e sem justificativa plausível. A ausência de resposta eficaz às reclamações administrativas e a não apresentação de provas acerca da regularidade do bloqueio agravam a conduta ilícita do réu.

O bloqueio de valores essenciais à subsistência do consumidor, especialmente quando decorrente de suposta fraude não comprovada, viola direitos fundamentais da personalidade previstos na CF/88, art. 5º, X, e afronta a dignidade da pessoa humana.

A jurisprudência pátria, conforme precedentes dos Tribunais Superiores e Estaduais, é firme no sentido de reconhecer o dever de indenizar em casos de bloqueio indevido de conta bancária (REsp. 1.895.982; TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP, entre outros).

No tocante ao dano moral, este restou configurado in re ipsa, em razão da privação indevida do acesso aos valores depositados e do abalo psíquico e financeiro experimentado pelo autor, não se tratando de mero aborrecimento, mas de prejuízo relevante à sua subsistência e atividade comercial.

2.3. Da Fundamentação Constitucional

A CF/88, art. 93, IX, impõe ao magistrado o dever de fundamentar as decisões, o que se observa no presente voto, ao analisar, de forma hermenêutica, a correspondência entre os fatos apurados e os fundamentos legais e constitucionais incidentes na hipótese.

Além disso, a CF/88, art. 5º, X, tutela a honra, a imagem e a dignidade da pessoa, sendo devida a reparação moral nos casos de violação, como verificado nos autos.

2.4. Da Inversão do Ônus da Prova

Restou caracterizada a verossimilhança das alegações do autor e sua hipossuficiência técnica, de modo que é cabível a inversão do ônus da prova, nos termos do CDC, art. 6º, VIII.

2.5. Dos Danos Materiais

Eventuais danos materiais deverão ser apurados em liquidação, caso comprovados nos autos, observando-se o contraditório.

3. Dispositivo

Diante do exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial, para:

  • Confirmar a tutela de urgência, determinando ao réu o imediato desbloqueio da conta corrente do autor, caso ainda não tenha sido efetivado;
  • Condenar o réu ao pagamento de indenização por danos morais ao autor, que fixo em R$ 5.000,00 (cinco mil reais), observados os princípios da razoabilidade e proporcionalidade;
  • Condenar o réu ao pagamento de eventuais danos materiais, a serem apurados em liquidação, se comprovados;
  • Determinar a inversão do ônus da prova em favor do consumidor, nos termos do CDC, art. 6º, VIII;
  • Condenar o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do CPC/2015, art. 85.

Defiro o segredo de justiça para resguardar o sigilo bancário, conforme requerido.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

4. Conclusão

É como voto.

[Cidade], [data].
[Nome do Magistrado]
Juiz(a) de Direito


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