Modelo de Impugnação aos embargos à execução trabalhista com pedido de indeferimento por ausência de excesso de execução, reconhecimento da penhora regular e desnecessidade de perícia contábil, fundamentada no CPC/2015

Publicado em: 06/05/2025 Processo Civil Trabalhista
Modelo de petição de impugnação aos embargos à execução em ação trabalhista, na qual o exequente rebate alegações genéricas de excesso de execução e nulidade dos cálculos, requer o indeferimento dos embargos, confirma a regularidade da penhora e do procedimento executivo, e justifica a desnecessidade de perícia contábil, com base no Código de Processo Civil de 2015 e jurisprudência consolidada. Inclui pedidos de condenação em custas e honorários.

IMPUGNAÇÃO AOS EMBARGOS À EXECUÇÃO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara Cível da Comarca de __ do Tribunal de Justiça do Estado de __.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Exequente/Impugnante: J. N. S., brasileiro, estado civil __, profissão __, portador do CPF nº __, RG nº __, endereço eletrônico: __, residente e domiciliado à Rua __, nº __, Bairro __, Cidade/UF, CEP __.
Advogada: B. K. dos S., OAB/UF __, endereço eletrônico: __.
Executados/Embargantes: J. L. de M. R., brasileiro, estado civil __, profissão __, CPF nº __, endereço eletrônico: __, residente e domiciliado à Rua __, nº __, Bairro __, Cidade/UF, CEP __; e E. L. M., brasileiro, estado civil __, profissão __, CPF nº __, endereço eletrônico: __, residente e domiciliado à Rua __, nº __, Bairro __, Cidade/UF, CEP __.
Advogado: B. M., OAB/UF __, endereço eletrônico: __.

3. SÍNTESE DOS FATOS

Trata-se de ação de execução ajuizada por J. N. S. em face de J. L. de M. R. e E. L. M., nos autos do processo nº 0020403-56.2022.5.04.0721, com valor da causa de R$ 236.678,23, referente a crédito reconhecido em sentença trabalhista transitada em julgado. Após a efetivação da penhora sobre bens dos executados, estes opuseram embargos à execução, alegando, em síntese, excesso de execução e nulidade dos cálculos apresentados pelo exequente, requerendo, ainda, a realização de perícia contábil.

A impugnação ora apresentada visa rebater os argumentos dos embargantes, demonstrando a regularidade da execução e a ausência de excesso, bem como a desnecessidade de prova pericial, uma vez que os cálculos estão devidamente discriminados e em conformidade com o título executivo judicial.

4. DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO

Os embargos à execução opostos pelos executados sustentam, de forma genérica, a existência de excesso de execução, sem, contudo, apresentar planilha detalhada ou demonstrativo atualizado do valor que entendem devido, em afronta ao disposto no CPC/2015, art. 917, §3º.

Ademais, os embargantes requereram a realização de perícia contábil, alegando suposta complexidade dos cálculos, sem, contudo, indicar de forma específica quais seriam os pontos controvertidos que justificariam a medida.

Ressalta-se que a execução decorre de sentença trabalhista líquida, cujos valores foram apurados em regular liquidação e homologados judicialmente, conferindo ao título executivo judicial os requisitos de certeza, liquidez e exigibilidade (CPC/2015, art. 783).

5. DO DIREITO

5.1. DA AUSÊNCIA DE EXCESSO DE EXECUÇÃO

Nos termos do CPC/2015, art. 917, §3º, “quando alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à do título, incumbe ao embargante declarar na petição inicial o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo”.

No caso em tela, os embargantes não cumpriram tal exigência, limitando-se a alegações genéricas, sem qualquer planilha ou cálculo que demonstre o alegado excesso. A jurisprudência é pacífica no sentido de que a ausência de planilha detalhada inviabiliza o conhecimento da alegação de excesso de execução, conforme se extrai do entendimento do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) e do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP).

Ademais, os cálculos apresentados pelo exequente encontram-se em conformidade com o título executivo judicial, sendo possível sua conferência por simples operação aritmética, não havendo necessidade de perícia contábil, nos termos do CPC/2015, art. 370, caput.

5.2. DA DESNECESSIDADE DE PERÍCIA CONTÁBIL

O juiz é o destinatário das provas, cabendo-lhe indeferir aquelas que considerar desnecessárias ao deslinde da causa, desde que fundamente sua decisão (CPC/2015, art. 370, parágrafo único). No caso, a matéria é eminentemente de direito e os cálculos apresentados são claros, não havendo controvérsia técnica que justifique a produção de prova pericial.

Ressalta-se que a realização de perícia somente se justifica quando há dúvida fundada e relevante sobre os cálculos, o que não se verifica na hipótese, especialmente diante da ausência de impugnação específica e de planilha detalhada pelos embargantes.

5.3. DA REGULARIDADE DA PENHORA E DO PROCEDIMENTO EXECUTIVO

A penhora realizada observou os princípios da legalidade, do contraditório e da ampla defesa (CF/88, art. 5º, LIV e LV), tendo sido oportunizada manifestação dos executados em todas as fases do procedimento. Não há qualquer vício que macule a constrição judicial, tampouco nulidade a ser reconhecida.

5.4. DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS

O princípio da boa-fé processual (CPC/2015, art. 5º) impõe às partes o dever de colaborar para a rápida solução do litígio, não se admitindo a oposição de embargos meramente protelatórios ou destituídos de fundamentação concreta. O princípio da instrumentalidade das formas (CPC/2015, art. 277) também orienta que não se deve anular atos processuais quando não houver prejuízo às partes ou ao regular andamento do feito.

Por fim, o princípio da efetividade da execução (CPC/2015, art. 797) determina que o processo executivo deve propiciar ao credor a satisfação do seu crédito de forma célere e eficaz, não podendo ser obstaculizado por expedientes infundados.

6. JURISPRUDÊNCIAS

EMBARGOS À EXECUÇÃO. ALEGAÇÃO DE EXCESSO DE EXECUÇÃO. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA DOS EMBARGOS. IRRESIGNAÇÃO DA EMBARGANTE.
“O juiz é o destinatário das provas, cabendo a ele determina-las ex officio ou a requerimento, bem como indeferir, fundamentando, as que entender desnecessárias ao deslinde da causa, se achar que o feito se encontra suficientemente instruído, nos t"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de impugnação apresentada por J. N. S. em face de embargos à execução opostos por J. L. de M. R. e E. L. M., nos autos do processo nº 0020403-56.2022.5.04.0721, referente ao cumprimento de sentença trabalhista transitada em julgado, cujo valor exequendo é de R$ 236.678,23. Alegam os embargantes excesso de execução e nulidade dos cálculos, requerendo perícia contábil. O exequente, por sua vez, rebate as alegações, sustentando a regularidade da execução e dos cálculos.

Voto

I. Da fundamentação

Inicialmente, cabe ressaltar a necessidade de observância ao princípio da fundamentação das decisões judiciais, nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, que determina: “todas as decisões do Poder Judiciário serão motivadas, sob pena de nulidade”. Assim, passo à análise das questões suscitadas nos autos.

1. Do conhecimento dos embargos à execução

Os embargos à execução foram opostos tempestivamente e, em tese, atendem aos requisitos formais previstos nos arts. 914 e 917 do CPC/2015. Assim, conheço dos embargos opostos.

2. Da alegação de excesso de execução

Conforme dispõe o art. 917, §3º, do CPC/2015, incumbe ao embargante que alega excesso de execução apresentar, desde a petição inicial, o valor que entende correto, devidamente acompanhado de demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo. No caso concreto, os embargantes limitaram-se a alegações genéricas, sem apresentação de planilha ou cálculo individualizado, em afronta à exigência legal.

A jurisprudência consolidada do TJSP e do TJRJ é firme no sentido de que a ausência de planilha detalhada inviabiliza o conhecimento da alegação de excesso de execução, como se vê nos precedentes citados nos autos (v.g., Apelação Acórdão/TJRJ, TJRJ). Assim, não há como prosperar a alegação de excesso de execução.

3. Da necessidade de perícia contábil

O pedido de realização de perícia contábil também não merece acolhida. Os cálculos apresentados pelo exequente estão claros e em conformidade com o título executivo judicial, sendo passíveis de conferência por simples operação aritmética. Ademais, não houve impugnação específica ou indicação de pontos controvertidos que justificassem a medida, como exige o art. 370, caput e parágrafo único, do CPC/2015.

Ressalte-se que o magistrado é o destinatário da prova, podendo indeferir aquelas que considerar desnecessárias (art. 370, parágrafo único, do CPC/2015). No presente caso, não se vislumbra relevância ou necessidade da produção da prova pericial requerida.

4. Da regularidade da penhora e do procedimento executivo

A constrição judicial foi realizada de acordo com as normas legais e constitucionais, assegurando-se o contraditório e a ampla defesa (CF/88, art. 5º, LIV e LV). Os executados foram devidamente intimados e tiveram oportunidade de manifestação, não havendo vício que macule o procedimento.

5. Dos princípios processuais aplicáveis

Ressalto, ainda, o dever de observância à boa-fé processual (CPC/2015, art. 5º) e à efetividade da execução (CPC/2015, art. 797), não se admitindo embargos meramente protelatórios ou destituídos de fundamentação concreta.

II. Dispositivo

Diante do exposto, JULGO IMPROCEDENTES os embargos à execução opostos por J. L. de M. R. e E. L. M., mantendo a execução nos termos propostos pelo exequente, por ausência de demonstração de excesso de execução ou de vício nos cálculos, bem como pela desnecessidade de realização de perícia contábil.

Reconheço, ainda, a regularidade da penhora e de todo o procedimento executivo até aqui realizado.

Condeno os embargantes ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor atualizado da causa, nos termos do art. 85 do CPC/2015.

Conclusão

Em suma, conheço dos embargos à execução, mas nego-lhes provimento, nos termos acima fundamentados, em estrita observância ao art. 93, IX, da CF/88, e demais dispositivos legais pertinentes.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.


Cidade/UF, __ de ________ de 2025.

Juiz de Direito


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