Modelo de Impugnação à contestação em ação de consumo contra MercadoLivre.com e Ebazar.com.br por não entrega de produto, com pedido de responsabilização solidária, danos morais e inversão do ônus da prova

Publicado em: 28/07/2025 Processo CivilConsumidor
Modelo de impugnação à contestação em ação ajuizada por consumidora contra plataformas de marketplace MercadoLivre.com Atividades de Internet Ltda. e Ebazar.com.br Ltda., que não entregaram produto adquirido. O documento aborda preliminares de ilegitimidade passiva e ausência de interesse processual, fundamenta a responsabilidade solidária dos réus conforme o Código de Defesa do Consumidor e jurisprudência do STJ, requer a procedência dos pedidos iniciais com restituição do valor pago, indenização por danos morais, inversão do ônus da prova e a vedação à condenação em honorários advocatícios nos termos da Lei 9.099/95. Inclui protesto por provas e requerimentos finais para intimações e designação de audiência de conciliação.
← deslize para o lado para ver mais opções

IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do Juizado Especial Cível da Comarca de [CIDADE/UF],

2. IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES E DOS AUTOS

Processo nº: [NÚMERO]
Autor(a): M. F. de S. L., brasileira, solteira, comerciária, portadora do CPF nº [XXX.XXX.XXX-XX], endereço eletrônico: [[email protected]], residente e domiciliada à [endereço completo].
Réus: MercadoLivre.com Atividades de Internet Ltda., inscrita no CNPJ sob o nº 03.361.252/0001-34, endereço eletrônico: [[email protected]], com sede à [endereço completo]; e Ebazar.com.br Ltda., inscrita no CNPJ sob o nº [XX.XXX.XXX/XXXX-XX], endereço eletrônico: [[email protected]], com sede à [endereço completo].

3. SÍNTESE DA CONTESTAÇÃO APRESENTADA

Os Réus, MercadoLivre.com Atividades de Internet Ltda. e Ebazar.com.br Ltda., apresentaram contestação alegando, em síntese, que atuam apenas como plataformas de marketplace, não sendo responsáveis pelos produtos ofertados por vendedores terceiros. Sustentam que a parte autora não utilizou adequadamente o Programa Compra Garantida, não acionando-o dentro do prazo estabelecido, razão pela qual o valor da transação foi liberado ao vendedor, que seria o único responsável por eventual devolução ou ressarcimento. Alegam, ainda, ilegitimidade passiva da MercadoLivre.com Atividades de Internet Ltda., requerendo a retificação do polo passivo para constar apenas Ebazar.com.br Ltda. Argumentam ausência de interesse processual por falta de tentativa prévia de solução administrativa, ausência de falha na prestação dos serviços e inexistência de dano moral indenizável, requerendo a improcedência dos pedidos e, subsidiariamente, a fixação de eventual indenização em valor razoável e proporcional.

4. PRELIMINARES (SE HOUVER)

I. Da Legitimidade Passiva dos Réus
Os Réus suscitam preliminar de ilegitimidade passiva da MercadoLivre.com Atividades de Internet Ltda., pretendendo sua exclusão do polo passivo. Contudo, conforme a teoria da asserção e entendimento consolidado na jurisprudência, é legítima para figurar no polo passivo a pessoa jurídica à qual se imputa a prática de lesão ou ameaça a direito, bastando a narrativa da inicial para configuração da legitimidade (CPC/2015, art. 17; CDC, arts. 7º, parágrafo único, 25, §1º, e 34). Ademais, ambas as empresas integram a cadeia de fornecimento, sendo solidariamente responsáveis pelos danos causados ao consumidor, conforme entendimento do STJ e da jurisprudência pátria.
II. Do Interesse Processual
Os Réus alegam ausência de interesse processual por suposta falta de tentativa prévia de solução administrativa. Todavia, o acesso à jurisdição é direito fundamental (CF/88, art. 5º, XXXV), não podendo ser condicionado ao exaurimento da via administrativa, conforme reiterada jurisprudência do STF e do STJ. A exigência de prévia reclamação administrativa não se aplica de forma absoluta às relações de consumo, notadamente quando demonstrada a ineficácia ou recusa do fornecedor em solucionar o conflito.
III. Da Ausência de Litisconsórcio Passivo Necessário
Não há obrigatoriedade de inclusão do vendedor como litisconsorte passivo necessário, pois a responsabilidade do marketplace é solidária (CDC, art. 7º, parágrafo único), podendo o consumidor demandar qualquer dos integrantes da cadeia de fornecimento, a seu critério.

5. DOS FATOS

A autora, M. F. de S. L., adquiriu, por meio da plataforma digital mantida pelos Réus, determinado produto, efetuando o pagamento integral através do sistema Mercado Pago. Não obstante o pagamento e o cumprimento de todas as obrigações contratuais por parte da autora, o produto não foi entregue, frustrando legítima expectativa de recebimento. A autora buscou solução administrativa junto à plataforma, sem êxito, sendo compelida a ajuizar a presente demanda para obter a restituição do valor pago e a devida reparação pelos danos sofridos.
Ressalte-se que a relação estabelecida é de consumo, estando a autora na condição de consumidora final (CDC, art. 2º), enquanto os Réus atuam como fornecedores (CDC, art. 3º), intermediando a transação e obtendo lucro com a operação. A ausência de entrega do produto caracteriza falha na prestação do serviço, ensejando a responsabilização objetiva dos Réus, independentemente de culpa.
O inadimplemento da obrigação de entrega do produto, somado à inércia dos Réus em solucionar o impasse, gerou à autora não apenas prejuízo material, mas também abalo moral, diante do tempo e esforço despendidos para tentar resolver a questão, privando-a de atividades mais produtivas e lesando sua dignidade.

6. DO DIREITO

I. Da Responsabilidade Solidária do Marketplace
O Código de Defesa do Consumidor estabelece a responsabilidade objetiva e solidária de todos os integrantes da cadeia de fornecimento de produtos e serviços (CDC, arts. 7º, parágrafo único, 25, §1º, e 34). Assim, ainda que os Réus atuem como intermediadores, integram a cadeia de fornecimento e respondem solidariamente por eventuais falhas na prestação do serviço, inclusive pela não entrega do produto adquirido na plataforma.
O STJ já consolidou o entendimento de que o marketplace responde solidariamente pelos danos decorrentes da não realização do estorno de pagamento ao consumidor, bem como pela não entrega do produto (STJ, REsp 1.634.851; REsp 1.737.412; TJMG, Apelação Cível 1.0000.25.019217-6/001).
II. Da Legitimidade Passiva
A teoria da asserção orienta que a legitimidade passiva se verifica a partir das alegações da petição inicial (TJMG, Apelação Cível 1.0000.25.019217-6/001). Sendo os Réus responsáveis pela plataforma e pela intermediação do pagamento, resta configurada sua legitimidade para figurar no polo passivo.
III. Da Falha na Prestação do Serviço
O CDC, art. 14, dispõe que o fornecedor de serviços res"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

I. RELATÓRIO

Trata-se de ação proposta por M. F. de S. L. em face de MercadoLivre.com Atividades de Internet Ltda. e Ebazar.com.br Ltda., na qual a autora alega ter adquirido produto por intermédio da plataforma dos réus, efetuado o devido pagamento, não tendo, entretanto, recebido o bem adquirido. Relata, ainda, que buscou, sem sucesso, solução administrativa, razão pela qual pleiteia a restituição do valor pago e indenização por danos morais.

Os réus apresentaram contestação, defendendo, em síntese, a ilegitimidade passiva de MercadoLivre.com Atividades de Internet Ltda., ausência de interesse processual e inexistência de falha na prestação do serviço, pugnando, ao final, pela improcedência do pedido.

II. FUNDAMENTAÇÃO

1. Preliminares

a) Da Legitimidade Passiva
Sustentam os réus a ilegitimidade passiva da MercadoLivre.com Atividades de Internet Ltda. No entanto, nos termos da teoria da asserção, a legitimidade deve ser aferida com base nas alegações da petição inicial. Ademais, verifica-se que ambas as empresas integram a cadeia de fornecimento e, portanto, respondem solidariamente pelos danos causados ao consumidor (CDC, art. 7º, parágrafo único e art. 25, §1º).

b) Do Interesse Processual
Argumentam os réus que a autora não teria exaurido as vias administrativas antes de recorrer ao Judiciário. Contudo, o acesso à justiça é direito fundamental, não podendo ser condicionado ao prévio esgotamento de instância administrativa (CF/88, art. 5º, XXXV).

c) Da Ausência de Litisconsórcio Passivo Necessário
Não prospera a alegação de necessidade de inclusão do vendedor como litisconsorte, uma vez que a responsabilidade do marketplace é solidária, podendo o consumidor demandar qualquer dos integrantes da cadeia de fornecimento (CDC, art. 7º, parágrafo único).

Diante do exposto, rejeito as preliminares suscitadas.

2. Mérito

a) Da Relação de Consumo e Responsabilidade dos Réus
Restou incontroverso que a autora, na condição de consumidora final (CDC, art. 2º), adquiriu produto por meio da plataforma mantida pelos réus, efetuando o pagamento e não recebendo o bem. Os réus atuam como fornecedores (CDC, art. 3º), sendo responsáveis pela intermediação da transação e recebimento do pagamento.

O Código de Defesa do Consumidor estabelece a responsabilidade objetiva e solidária dos fornecedores pelos danos causados ao consumidor (CDC, art. 14 c/c art. 7º, parágrafo único e art. 25, §1º), o que abrange as plataformas de marketplace. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça confirma tal entendimento (STJ, REsp 1.634.851; REsp 1.737.412).

b) Da Falha na Prestação do Serviço
A ausência de entrega do produto caracteriza falha na prestação do serviço, sendo irrelevante a discussão sobre eventual responsabilidade exclusiva do vendedor terceiro, diante da solidariedade prevista em lei.

c) Da Inversão do Ônus da Prova
Presentes os requisitos do CDC, art. 6º, VIII, é cabível a inversão do ônus da prova em favor da autora. No caso, a autora trouxe prova mínima da não entrega do produto, não tendo os réus demonstrado fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito alegado.

d) Do Dano Moral
O tempo e esforço despendidos pela autora para solucionar o impasse, aliado à frustração da legítima expectativa de recebimento do produto, caracterizam o chamado desvio produtivo do consumidor, ensejando a reparação por danos morais (STJ, REsp 1.634.851).

e) Do Quantum Indenizatório
O valor da indenização por danos morais deve ser fixado observando-se os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, vedado o enriquecimento sem causa (CCB/2002, art. 884).

f) Da Vedação à Condenação em Honorários Advocatícios
À luz da Lei 9.099/95, art. 55, não cabe condenação em honorários advocatícios na espécie, salvo comprovada litigância de má-fé, o que não se verifica nos autos.

III. DISPOSITIVO

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO, para:

  • Condenar, solidariamente, MercadoLivre.com Atividades de Internet Ltda. e Ebazar.com.br Ltda. à restituição do valor pago pela autora, devidamente corrigido;
  • Condenar, solidariamente, os réus ao pagamento de indenização por danos morais à autora, que fixo em R$ 2.000,00 (dois mil reais), com correção monetária a partir desta decisão e juros de mora desde o evento danoso, nos termos da Súmula 362 do STJ;
  • Determinar a inversão do ônus da prova em favor da autora, nos termos do CDC, art. 6º, VIII;
  • Isentar as partes do pagamento de honorários advocatícios, ressalvada a hipótese de litigância de má-fé, nos termos da Lei 9.099/95, art. 55.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV. FUNDAMENTAÇÃO CONSTITUCIONAL

Este voto observa o dever de fundamentação das decisões judiciais, nos termos da CF/88, art. 93, IX, e assegura à parte o direito fundamental de acesso à justiça (CF/88, art. 5º, XXXV).

V. CONCLUSÃO

Assim, conheço do pedido e julgo procedente a ação, conforme fundamentação supra.

[Cidade], [data].

_______________________________________
Dr. [Nome do Magistrado]
Juiz de Direito

**Observações:** - As citações legislativas estão no formato solicitado (ex.: CF/88, art. 93, IX). - O quantum dos danos morais é exemplificativo e pode ser ajustado conforme o entendimento. - O voto está fundamentado nas normas constitucionais, legais e na hermenêutica judicial, conforme pedido. - O texto está estruturado em títulos e parágrafos conforme orientação.

solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.