Modelo de Contrarrazões ao Recurso em Sentido Estrito: Defesa de Decisão que Relaxou Prisão em Flagrante por Suposta Ilegalidade em Busca Pessoal e Domiciliar em Caso de Tráfico de Drogas

Publicado em: 31/10/2024 Direito Penal Processo Penal
Modelo de contrarrazões apresentado pela defesa de D. P. de L. contra recurso em sentido estrito interposto pelo Ministério Público do Estado de Pernambuco. O documento visa manter a decisão do juízo de origem que relaxou a prisão em flagrante, sob alegação de ilegalidade na busca pessoal e domiciliar realizada por policiais militares, com fundamento na ausência de fundadas razões conforme art. 244 do CPP e inviolabilidade de domicílio (art. 5º, XI, da CF/88). As contrarrazões abordam a legalidade das diligências policiais, a configuração do crime permanente (tráfico de drogas), o respeito aos princípios constitucionais e processuais, e apresentam jurisprudências pertinentes, requerendo a manutenção da decisão recorrida.

CONTRARRAZÕES AO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco
Egrégia Câmara Criminal

Processo nº: [inserir número do processo]
Recorrente: Ministério Público do Estado de Pernambuco
Recorrido: D. P. de L.

2. SÍNTESE DO CASO

Trata-se de recurso em sentido estrito interposto pelo Ministério Público do Estado de Pernambuco contra decisão do Juízo do Polo de Audiências de Custódia de Palmares/PE, que relaxou a prisão em flagrante de D. P. de L., sob o fundamento de suposta ilegalidade na busca pessoal e domiciliar realizada por policiais militares, com alegada afronta ao art. 244 do CPP e à inviolabilidade de domicílio (CF/88, art. 5º, XI). O Ministério Público, ora recorrido, sustenta a legalidade da prisão e das diligências policiais, requerendo a cassação da decisão e a homologação do flagrante, com decretação da prisão cautelar.

3. DOS FATOS

No dia 04 de abril de 2024, na Rua Pedro Duca, nº 134, bairro Centro, Catende-PE, policiais militares, em rondas, receberam denúncia de popular indicando que um homem estaria traficando entorpecentes. Dirigindo-se ao local, localizaram D. P. de L., que portava 04 (quatro) pedras de crack em seu bolso. Em diligência à sua residência, foram encontrados mais 34 (trinta e quatro) pedras de crack e 17 (dezessete) "big bigs" de maconha.

O conduzido negou a traficância em interrogatório policial e, em audiência de custódia, afirmou não ter sofrido agressões. O Ministério Público manifestou-se pela legalidade do flagrante e pela decretação da prisão preventiva, ao passo que a Defensoria Pública pleiteou o relaxamento da prisão, alegando ilicitude da busca pessoal e domiciliar, ou, subsidiariamente, a concessão de liberdade provisória.

O Juízo de origem, entendendo pela ausência de fundadas razões para a busca, relaxou a prisão, fundamentando-se na violação do art. 244 do CPP e do art. 5º, XI, da CF/88. O Ministério Público, inconformado, interpôs recurso em sentido estrito, ora contrarrazoado.

4. DO DIREITO

4.1. DA LEGALIDADE DA BUSCA PESSOAL E DOMICILIAR

O art. 244 do CPP dispõe que "a busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito". No caso, a abordagem foi precedida de denúncia específica, indicando local, características do suspeito e conduta típica, o que configura fundadas razões para a diligência, conforme exige a legislação processual penal.

Ademais, a entrada em domicílio, sem mandado, é admitida em casos de flagrante delito, nos termos do art. 5º, XI, da CF/88, desde que amparada em elementos objetivos que indiquem a ocorrência do crime permanente, como é o caso do tráfico de drogas (Lei 11.343/2006, art. 33), cuja consumação se protrai no tempo.

4.2. DO CRIME PERMANENTE E DA SITUAÇÃO DE FLAGRÂNCIA

O tráfico de drogas é crime permanente, de modo que a situação de flagrância se mantém enquanto houver a posse ou depósito da substância ilícita (CPP, art. 302, I e III). No caso, o recorrido foi surpreendido na posse de entorpecentes, tanto pessoalmente quanto em sua residência, evidenciando a situação de flagrante delito e legitimando as diligências policiais.

4.3. DA JUSTA CAUSA E DA INEXISTÊNCIA DE ILEGALIDADE

A atuação policial foi motivada por denúncia concreta e confirmada pela apreensão dos entorpecentes. Não há notícia de abuso ou excesso, tampouco de violação de direitos fundamentais do recorrido, que, inclusive, confirmou não ter sido agredido. Assim, resta configurada a justa causa para a busca e para a prisão em flagrante, inexistindo nulidade a ser reconhecida.

4.4. DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS E PROCESSUAIS

O princípio da legalidade (CF/88, art. 5º, II), aliado à proteção da ordem pública e à repressão ao tráfico de drogas, impõe a observância dos procedimentos legais, mas não pode ser interpretado de modo a inviabilizar a atuação policial em situações de flagrância. O princípio da proporcionalidade também recomenda que a restrição de direitos seja justificada diante da gravidade da conduta e da necessidade de repressão ao crime.

Por fim, a decisão recorrida contraria a orientação consolidada do Supremo Tribunal Federal quanto à possibilidade de ingresso em domicílio em situações de flagrante delito, desde que presentes fundadas razões, devidamente justificadas a posteriori.

4.5. DO PREQUESTIONAMENTO

Fica desde já prequestionada a matéria constitucional relativa ao art. 5º, XI, da CF/88, bem como os arts. 240, 244, 311, 312, 313 e 581, V, do CPP, para fins de eventual interposição de recursos excepcionais.

Em síntese, a decisão que relaxou a prisão em flagrante carece de respaldo legal e jurisprudencial, devendo ser reformada para reconhecer a legalidade da prisão e das diligências polic"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

1. Relatório

Trata-se de recurso em sentido estrito interposto pelo Ministério Público do Estado de Pernambuco contra decisão do Juízo do Polo de Audiências de Custódia de Palmares/PE, que relaxou a prisão em flagrante de D. P. de L., sob o fundamento de suposta ilegalidade da busca pessoal e domiciliar, alegadamente realizada em afronta ao art. 244 do CPP e à inviolabilidade de domicílio (art. 5º, XI, CF/88). O Ministério Público requer a reforma da decisão, com homologação do flagrante e decretação da prisão cautelar.

Narra-se que, após denúncia anônima, policiais militares abordaram o recorrido portando entorpecentes e, em diligência em sua residência, encontraram mais substâncias ilícitas. O juízo de origem entendeu pela ausência de fundadas razões para a busca, relaxando a prisão. O Ministério Público interpôs o presente recurso.

2. Fundamentação

2.1. Da Obrigatoriedade de Fundamentação (CF/88, art. 93, IX)

Nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal, todas as decisões judiciais devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade. A análise ora empreendida observa tal comando constitucional, de modo a garantir a transparência e o controle jurisdicional dos atos judiciais.

2.2. Da Legalidade da Busca Pessoal e Domiciliar

O art. 244 do Código de Processo Penal autoriza a busca pessoal sem mandado nos casos de fundadas suspeitas de posse de objetos ilícitos. No caso, a abordagem policial foi precedida de denúncia detalhada, quanto ao local e à conduta do recorrido, e resultou na apreensão de drogas tanto em poder do agente quanto em sua residência. Tais elementos configuram fundadas razões para a diligência.

Ademais, a entrada em domicílio sem mandado é admitida em flagrante delito, conforme art. 5º, XI, da CF/88, e entendimento consolidado dos tribunais superiores, especialmente quando se trata de crime permanente, como o tráfico de drogas (Lei 11.343/2006, art. 33).

2.3. Do Crime Permanente e Situação de Flagrância

O tráfico de entorpecentes é crime permanente, mantendo-se a situação de flagrância enquanto durar a posse ou depósito da substância ilícita (art. 302, I e III, CPP). A apreensão dos entorpecentes em poder do recorrido e em sua residência, após denúncia e pronta resposta policial, evidencia a flagrância e legitima as diligências.

2.4. Da Justa Causa e Ausência de Nulidade

A atuação policial foi motivada por denúncia concreta, confirmada pelo resultado da diligência, não havendo notícia de abuso, excesso ou violação de direitos fundamentais. Assim, resta demonstrada a justa causa para a busca e prisão em flagrante, inexistindo nulidade a ser reconhecida.

2.5. Dos Princípios Constitucionais e Processuais

O princípio da legalidade (CF/88, art. 5º, II) e a proteção da ordem pública impõem a observância dos procedimentos legais, mas não podem inviabilizar a atuação policial em situações de flagrância. O princípio da proporcionalidade recomenda que restrições de direitos sejam justificadas pela gravidade da conduta e pela necessidade de repressão ao crime.

Ressalte-se que a orientação do Supremo Tribunal Federal admite o ingresso em domicílio em hipóteses de flagrante delito, desde que presentes fundadas razões e posterior justificação, o que se verifica no presente caso.

2.6. Da Jurisprudência

A jurisprudência dos tribunais estaduais e superiores tem admitido a busca e apreensão em domicílio nas hipóteses de flagrante delito, notadamente em crimes permanentes, como o tráfico de drogas, desde que a diligência seja motivada e devidamente justificada, inclusive a posteriori.

  • TJRJ, Recurso em Sentido Estrito Acórdão/TJRJ - Admite o poder-dever do Ministério Público na persecução penal e a atuação judicial restrita à homologação, desde que presentes os requisitos legais.
  • TJRJ, Recurso em Sentido Estrito Acórdão/TJRJ - Ressalta a plenitude da defesa e a necessidade de observância do devido processo legal.
  • TJRJ, Recurso em Sentido Estrito Acórdão/TJRJ - Mantém decisão de revogação de prisão preventiva, ausentes requisitos legais.

3. Dispositivo

Ante o exposto, conheço do recurso em sentido estrito, por presentes seus requisitos de admissibilidade, e, no mérito, dou-lhe provimento para reformar a decisão de primeiro grau, reconhecendo a legalidade da busca pessoal e domiciliar e a regularidade da prisão em flagrante de D. P. de L., nos termos da fundamentação.

Determino o prosseguimento do feito, com a apreciação dos demais pedidos cautelares e das medidas eventualmente aplicáveis, observando-se rigorosamente as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV).

Publique-se. Intimem-se. Cumpra-se.

4. Prequestionamento

Fica prequestionada a matéria constitucional relativa ao art. 5º, XI, da CF/88, bem como os arts. 240, 244, 311, 312, 313 e 581, V, do CPP, para fins de eventual interposição de recursos excepcionais.

5. Certidão

Pernambuco, [data a ser inserida].

[Nome do Magistrado]
Juiz Relator

--- **Notas para personalização**: - Substitua [data a ser inserida] e [Nome do Magistrado] conforme o contexto da simulação. - O voto foi estruturado conforme modelo judicial, com fundamentação constitucional e legal, e conhecimento e provimento do recurso, como solicitado. - Se desejar julgar improcedente, basta adaptar a parte do "Dispositivo" para negar provimento ao recurso e manter a decisão de primeiro grau.

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