Modelo de Contestação em ação de reconhecimento e dissolução de união estável com pedido de alimentos, guarda e partilha de bens, defendendo exclusão do terreno da partilha e fixação proporcional dos direitos sobre a re...

Publicado em: 28/07/2025 Processo Civil Familia
Modelo de contestação em ação de reconhecimento e dissolução de união estável cumulada com alimentos, guarda e partilha de bens, onde a requerida reconhece a união e dissolução, concorda com a guarda e alimentos em percentual específico, mas impugna a partilha igualitária do imóvel, pleiteando exclusão do terreno da partilha por ser bem particular e propondo divisão proporcional dos valores investidos na construção da residência, além da partilha dos móveis e divisão proporcional das dívidas, fundamentada nos artigos do Código Civil e jurisprudência consolidada.
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CONTESTAÇÃO EM AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL, ALIMENTOS, GUARDA E PARTILHA DE BENS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara de Família da Comarca de [cidade/UF] do Tribunal de Justiça do Estado

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

N. C. R., brasileira, solteira, empresária, portadora do RG nº [xxx], inscrita no CPF sob o nº [xxx], endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliada na [endereço completo], por intermédio de seu advogado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional na [endereço do advogado], endereço eletrônico: [email protected], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar CONTESTAÇÃO à ação movida por J. G. R., brasileiro, solteiro, profissão, portador do RG nº [xxx], inscrito no CPF sob o nº [xxx], endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado na [endereço completo], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. SÍNTESE DOS FATOS

O autor ajuizou a presente ação de reconhecimento e dissolução de união estável, cumulada com alimentos, guarda e partilha de bens, alegando que manteve relacionamento com a requerida sob o regime da comunhão parcial de bens, do qual nasceram os filhos menores É. L. R., nascido em 04/10/2012, CPF 040.506.160-92, e H. L. R., nascida em 16/06/2017, CPF 054.644.890-96. Sustenta que, durante a constância da união, o casal adquiriu casa de moradia avaliada em R$ 1.250.000,00, embora o terreno esteja formalmente em nome de familiares da requerida. Afirma que a casa foi construída com valores provenientes da venda de imóveis particulares da requerida, tratando-se de sub-rogação. O autor pleiteia a partilha igualitária do imóvel e dos móveis, bem como a divisão proporcional das dívidas contraídas, além da fixação de alimentos e definição da guarda dos filhos.

A requerida, por sua vez, reconhece a existência da união estável e a necessidade de dissolução, concorda com a partilha dos móveis e com a apuração das dívidas, mas discorda da partilha igualitária do imóvel, por entender que o terreno é bem particular, não comunicável, e que a casa foi construída com recursos próprios, admitindo, contudo, a partilha em 30% ao autor e 70% à requerida. Quanto à guarda e visitas, concorda com o proposto pelo autor, e quanto aos alimentos, requer a fixação em 30% da renda líquida do autor, mais 50% das despesas com plano de saúde e despesas extraordinárias.

4. PRELIMINARES

Inexistem preliminares processuais a serem arguidas neste momento, uma vez que a petição inicial preenche os requisitos do CPC/2015, art. 319, não havendo inépcia, ilegitimidade ou ausência de interesse processual.

5. DA CONTESTAÇÃO AOS PEDIDOS DO AUTOR

5.1. Da União Estável e Dissolução

A requerida não se opõe ao reconhecimento da união estável havida entre as partes, nem à sua dissolução, reconhecendo o término do relacionamento em 2025, conforme alegado pelo autor.

5.2. Da Guarda e Visitas

A requerida concorda integralmente com o regime de guarda e visitas proposto pelo autor, priorizando o melhor interesse de É. L. R. e H. L. R., em consonância com o princípio da proteção integral da criança e do adolescente (CF/88, art. 227; ECA, art. 4º).

5.3. Dos Alimentos

A requerida requer a fixação de alimentos em favor dos filhos menores no patamar de 30% da renda líquida do autor, acrescido de 50% das despesas com plano de saúde e despesas extraordinárias (condução, materiais escolares, atividades extracurriculares), em observância ao binômio necessidade/possibilidade (CCB/2002, art. 1.694, §1º).

5.4. Da Partilha de Bens

A requerida não concorda com a partilha igualitária do imóvel, pois o terreno onde está edificada a residência é bem particular, pertencente à família da requerida, não integrando o patrimônio comum do casal. A casa foi construída com recursos provenientes da venda de bens particulares da requerida, configurando sub-rogação (CCB/2002, art. 1.659, I). Assim, admite a partilha do valor investido na construção da casa, na proporção de 30% ao autor e 70% à requerida, por equidade e considerando eventual esforço comum na edificação, mas não admite a inclusão do terreno na partilha. Concorda com a partilha dos móveis e com a apuração e divisão proporcional das dívidas contraídas durante a união.

6. DO DIREITO

6.1. Do Regime de Bens e Sub-rogação

A união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, rege-se pelo regime da comunhão parcial de bens (CCB/2002, art. 1.725). Contudo, não se comunicam os bens adquiridos por sub-rogação de bens particulares (CCB/2002, art. 1.659, I). No caso, a requerida comprova que o terreno é bem particular, pertencente a familiares, e que a construção da casa foi realizada com valores provenientes da venda de imóvel particular, o que afasta a comunicabilidade do terreno e autoriza a partilha apenas dos valores investidos na construção, em proporção que reflita o esforço comum efetivamente demonstrado.

A jurisprudência é pacífica ao reconhecer que, em situações análogas, a partilha deve recair sobre os direitos e ações relativos aos valores investidos na construção, e não sobre o terreno, quando este pertence a terceiro ou é bem particular de um dos conviventes.

6.2. Da Partilha dos Móveis e Dívidas

Os bens móveis adquiridos na constância da união estável "'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de ação de reconhecimento e dissolução de união estável, cumulada com pedidos de alimentos, guarda de filhos menores e partilha de bens, ajuizada por J. G. R. em face de N. C. R.. O autor alega ter mantido união estável sob o regime da comunhão parcial de bens, da qual advieram os filhos menores É. L. R. e H. L. R., e pleiteia a partilha igualitária da casa de moradia e móveis, bem como a divisão proporcional das dívidas, além da fixação de alimentos e definição da guarda.

A requerida reconhece a existência da união estável e a necessidade de sua dissolução, concorda com a partilha dos móveis e apuração das dívidas, mas discorda da partilha igualitária do imóvel, sustentando que o terreno é bem particular, não comunicável. Admite a partilha em proporção diversa (30% ao autor e 70% à requerida) apenas quanto à construção da casa, por equidade e esforço comum. Concorda com o regime de guarda e visitas proposto, requerendo alimentos em 30% da renda líquida do autor, acrescidos de 50% das despesas com plano de saúde e extraordinárias.

II. Fundamentação

1. Da Motivação e Fundamentação Obrigatória

Inicialmente, cumpre destacar que, nos termos da CF/88, art. 93, IX, todos os julgamentos do Poder Judiciário devem ser fundamentados, sob pena de nulidade. Assim, passo à análise dos pedidos e das questões controvertidas, interpretando hermeneuticamente os fatos e o direito aplicável.

2. Do Conhecimento dos Pedidos e Regularidade Processual

Verifico que a inicial preenche os requisitos do CPC/2015, art. 319, estando presentes as condições da ação e pressupostos processuais. Não há preliminares processuais a serem conhecidas.

3. Da União Estável, Dissolução e Regime de Bens

As partes reconhecem a existência da união estável, não havendo controvérsia quanto ao seu término. Nos termos do CCB/2002, art. 1.725, incide o regime da comunhão parcial de bens, salvo contrato escrito em sentido diverso, o que não restou demonstrado nos autos.

4. Da Partilha de Bens: Imóvel e Móveis

Em relação ao imóvel, restou incontroverso que o terreno está formalmente em nome de familiares da requerida, sendo, portanto, bem particular, não integrando o patrimônio comum, conforme dispõe o CCB/2002, art. 1.659, I. Ademais, a construção da casa restou financiada, em sua maior parte, com valores provenientes da venda de bens particulares da requerida, configurando hipótese de sub-rogação, cuja prova cabe a quem alega (CCB/2002, art. 1.659, I).

A jurisprudência é pacífica ao reconhecer que, nessas situações, a partilha recai somente sobre os valores investidos na construção, e não sobre o terreno, quando este pertence a terceiro ou é bem particular (TJRS, Apelação Cível Acórdão/TJRS).

Assim, entendo adequada a partilha dos valores investidos na construção da casa, na proporção de 30% ao autor e 70% à requerida, conforme consenso e elementos dos autos, não se incluindo o terreno na partilha.

Quanto aos bens móveis, estes, adquiridos na constância da união, são comunicáveis e devem ser partilhados de forma igualitária (CCB/2002, art. 1.725), não havendo prova em sentido diverso.

5. Da Partilha de Dívidas

As dívidas contraídas em benefício do casal durante a união estável devem ser apuradas e partilhadas proporcionalmente, de acordo com sua destinação e benefício ao núcleo familiar, nos termos da jurisprudência.

6. Da Guarda e Visitas

As partes estão de acordo quanto ao regime de guarda e visitas, priorizando o melhor interesse dos filhos menores, em consonância com o CF/88, art. 227 e o ECA, art. 4º.

7. Dos Alimentos

O dever de prestar alimentos decorre do poder familiar (CCB/2002, art. 1.694 e 1.696), devendo o valor ser fixado segundo o binômio necessidade/possibilidade. O pedido de fixação dos alimentos em 30% da renda líquida do autor, acrescidos de 50% das despesas com plano de saúde e despesas extraordinárias, revela-se adequado e proporcional, ante as condições das partes.

8. Da Justiça Gratuita

O benefício da justiça gratuita poderá ser concedido à parte que comprovar os requisitos legais (CPC/2015, art. 98), devendo tal questão ser apreciada em decisão própria, caso preenchidos os requisitos.

III. Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no CF/88, art. 93, IX, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTES os pedidos para:

  • a) Reconhecer a existência da união estável entre as partes e decretar sua dissolução;
  • b) Homologar o acordo quanto à guarda e visitas dos menores, nos termos propostos, priorizando o melhor interesse das crianças (CF/88, art. 227);
  • c) Fixar alimentos em favor dos filhos menores no valor de 30% da renda líquida do autor, acrescido de 50% das despesas com plano de saúde e despesas extraordinárias, conforme pactuado;
  • d) Excluir o terreno da partilha, reconhecendo sua natureza particular, e determinar a partilha dos valores investidos na construção da casa na proporção de 30% ao autor e 70% à requerida;
  • e) Determinar a partilha igualitária dos bens móveis adquiridos na constância da união;
  • f) Determinar a apuração e divisão proporcional das dívidas contraídas durante a união, em benefício comum;
  • g) Facultar às partes a produção de provas suplementares, caso necessário, nos termos do CPC/2015, art. 369;
  • h) Condenar as partes ao pagamento das custas e honorários proporcionalmente à sucumbência, a ser apurada na liquidação;
  • i) Deferir, se preenchidos os requisitos legais, o benefício da justiça gratuita à parte que demonstrar a necessidade, nos termos do CPC/2015, art. 98.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV. Fundamentação Final

Ressalto que a presente decisão está devidamente fundamentada, em observância ao CF/88, art. 93, IX, analisando todos os pontos controvertidos e aplicando a legislação e jurisprudência pertinentes ao caso concreto, com interpretação hermenêutica adequada aos fatos dos autos.

Assim, conheço do pedido e julgo-o parcialmente procedente, nos termos acima.

[Cidade], [data].

[Nome do Magistrado]
Juiz(a) de Direito


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