Modelo de Ação declaratória de inexistência de débito contra Banco X S.A. e Concessionária Y Veículos Ltda. com pedido de tutela de urgência e indenização por danos morais e materiais por fraude e negativação indevida

Publicado em: 21/07/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Petição inicial de ação declaratória visando reconhecer a inexistência de débito decorrente de fraude na contratação de financiamento de veículo, com pedido liminar para exclusão do nome da autora dos cadastros restritivos e indenização por danos morais e materiais contra Banco X S.A. e Concessionária Y Veículos Ltda., fundamentada no Código de Defesa do Consumidor e no Código Civil, destacando a responsabilidade objetiva dos fornecedores e a violação dos direitos da consumidora.
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PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de ____________ – Tribunal de Justiça do Estado de ____________.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. F. de S., brasileira, solteira, auxiliar administrativa, portadora do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, RG nº X.XXX.XXX-X, residente e domiciliada na Rua ____________, nº ___, Bairro ____________, CEP ______-___, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected], por seu advogado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS em face de BANCO X S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XX.XXX.XXX/0001-XX, com sede na Rua ____________, nº ___, Bairro ____________, CEP ______-___, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected], e CONCESSIONÁRIA Y VEÍCULOS LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XX.XXX.XXX/0001-XX, com sede na Rua ____________, nº ___, Bairro ____________, CEP ______-___, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

A autora, A. F. de S., foi vítima de uma fraude perpetrada por um suposto estelionatário, em conluio com um vendedor da Concessionária Y Veículos Ltda., que, sob a falsa promessa de emprego, obteve seus dados pessoais e realizou, sem seu consentimento, cadastro para financiamento de veículo junto ao Banco X S.A..

Inicialmente, o financiamento não foi aprovado. Contudo, passados aproximadamente dois anos, a autora foi surpreendida com uma notificação de cobrança financeira referente a um débito que jamais contraiu, sendo informada, ainda, da existência de restrição em seu nome junto aos órgãos de proteção ao crédito.

A autora jamais autorizou qualquer operação financeira ou aquisição de veículo, tampouco assinou contrato ou recebeu qualquer valor ou bem. Trata-se, portanto, de fraude, da qual foi vítima, resultando em grave abalo moral e material, uma vez que teve seu nome negativado e passou a sofrer cobranças indevidas.

Ressalte-se que a aprovação e liberação do financiamento ocorreram sem o conhecimento ou anuência da autora, evidenciando falha grave na prestação do serviço e ausência de diligência das rés na verificação da autenticidade da contratação.

Em razão dos fatos narrados, a autora busca a declaração de inexistência do débito, a imediata exclusão de seu nome dos cadastros restritivos, bem como a condenação das rés ao pagamento de indenização por danos morais e materiais.

4. DOS PEDIDOS DE TUTELA DE URGÊNCIA (LIMINAR)

A autora requer, com fulcro no CPC/2015, art. 300, a concessão de tutela de urgência para determinar:

  • a imediata suspensão da exigibilidade do débito objeto da presente demanda;
  • a exclusão do nome da autora dos cadastros de inadimplentes (SPC, SERASA, etc.), sob pena de multa diária, enquanto perdurar a discussão judicial;
  • que as rés se abstenham de realizar qualquer cobrança ou protesto referente ao débito discutido.

O perigo de dano é evidente, pois a manutenção do nome da autora em cadastros restritivos lhe causa prejuízos irreparáveis à honra, à imagem e à vida financeira, além de dificultar o acesso ao crédito e oportunidades profissionais. O fumus boni iuris está demonstrado na robusta narrativa dos fatos e nos documentos que comprovam a fraude e a ausência de relação jurídica entre as partes.

5. DO DIREITO

5.1. DA RELAÇÃO DE CONSUMO E DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA

A relação entre a autora e as rés é regida pelo CDC/1990, uma vez que se trata de prestação de serviços bancários e comerciais, enquadrando-se a autora como consumidora (CDC, art. 2º) e as rés como fornecedoras (CDC, art. 3º).

O Código de Defesa do Consumidor estabelece a responsabilidade objetiva do fornecedor pelos danos causados ao consumidor por defeitos relativos à prestação de serviços (CDC, art. 14). Assim, ainda que a fraude tenha sido praticada por terceiros, as rés respondem pelos prejuízos sofridos pela autora, pois não adotaram as cautelas necessárias para evitar a contratação fraudulenta.

5.2. DA INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA E DO DÉBITO

A autora jamais manifestou vontade de contratar financiamento, tampouco recebeu qualquer bem ou valor. A ausência de consentimento vicia o negócio jurídico, tornando-o inexistente (CCB/2002, art. 104 e art. 166, I).

A cobrança de débito inexistente e a inscrição indevida do nome da autora em cadastros restritivos configuram ato ilícito, nos termos do CCB/2002, art. 186, ensejando o dever de indenizar.

5.3. DOS DANOS MORAIS E MATERIAIS

A inscrição indevida do nome da autora em órgãos de proteção ao crédito, decorrente de fraude e ausência de relação jurídica, é causa presumida de dano moral, conforme entendimento consolidado dos tribunais superiores. O abalo à honra, à imagem e à credibilidade da autora é inegável, sendo desnecessária a demonstração do prejuízo concreto.

Ademais, a autora sofreu danos materiais, consistentes em despesas para tentar solucionar a situação, perda de oportunidades e eventuais prejuízos financeiros decorrentes da restrição indevida.

5.4. DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS

São aplicáveis ao caso os princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422), vulnerabilidade do consumidor e proteção à confiança, os quais impõem aos fornecedores o dever de diligência e respeito à integridade moral e patrimonial dos consumidores.

O CPC/2015, art. 319, exige que a petição inicial contenha a exposição dos fatos e fundamentos jurídicos do pedido, o que se encontra plenamente atendido nesta peça.

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Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS ajuizada por A. F. de S. em face de BANCO X S.A. e CONCESSIONÁRIA Y VEÍCULOS LTDA..

Narra a autora que teve seus dados utilizados, sem anuência, para celebração de contrato de financiamento de veículo, oriundo de fraude perpetrada por terceiro, com participação de funcionário da segunda ré. Após cerca de dois anos, foi surpreendida com cobrança financeira e inclusão de seu nome em cadastros restritivos de crédito, sem nunca ter recebido qualquer valor ou bem.

Requer a autora a concessão de tutela de urgência para exclusão de seu nome dos cadastros de inadimplentes, a declaração de inexistência do débito, bem como a condenação das rés ao pagamento de indenização por danos morais e materiais.

As rés contestam, alegando inexistência de falha na prestação do serviço e regularidade na contratação.

II. Fundamentação

1. Do Devido Processo Legal e Fundamentação Obrigatória

O presente voto é proferido em observância ao princípio da fundamentação das decisões judiciais, previsto no CF/88, art. 93, IX, segundo o qual "todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade".

2. Da Relação de Consumo e Responsabilidade Objetiva

Restou incontroversa a relação de consumo entre as partes, sendo a autora consumidora e as rés fornecedoras de produtos e serviços, nos termos do CDC, art. 2º e art. 3º. O CDC, art. 14 impõe responsabilidade objetiva ao fornecedor pelos danos decorrentes de defeitos na prestação do serviço.

A jurisprudência consolidada do STF reconhece a responsabilidade das instituições financeiras por danos decorrentes de fraudes, cabendo ao fornecedor adotar mecanismos eficazes de verificação da autenticidade das contratações.

3. Da Inexistência de Relação Jurídica e do Débito

A autora logrou demonstrar, por meio dos documentos juntados, que não anuiu com a contratação do financiamento, tampouco recebeu qualquer valor ou bem. A ausência de consentimento vicia o negócio jurídico, tornando-o inexistente, conforme dispõe o CCB/2002, art. 104 e art. 166, I.

A cobrança de débito inexistente e a inscrição indevida do nome da autora em cadastros restritivos configuram ato ilícito, nos termos do CCB/2002, art. 186, gerando o dever de indenizar.

4. Dos Danos Morais e Materiais

A jurisprudência é pacífica no sentido de que a inscrição indevida do nome do consumidor em órgãos de proteção ao crédito, decorrente de fraude, gera dano moral presumido. Não se exige a demonstração do prejuízo concreto, pois o abalo à honra e à imagem decorre da própria negativação, conforme reiteradas decisões do STF.

Ademais, comprovou a autora ter sofrido danos materiais, em razão das despesas e prejuízos decorrentes da restrição indevida.

5. Dos Princípios Constitucionais e da Boa-fé

São aplicáveis ao caso os princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), proteção do consumidor, boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) e proteção à confiança. O fornecedor deve adotar cautelas para evitar fraudes e proteger a integridade moral e patrimonial do consumidor.

O CPC/2015, art. 319 exige exposição clara dos fatos e fundamentos jurídicos do pedido, requisito plenamente atendido.

6. Da Tutela de Urgência

Presentes os requisitos para concessão da tutela de urgência, uma vez que o perigo de dano decorre da manutenção do nome da autora em cadastros restritivos e o fumus boni iuris está evidenciado pelos elementos probatórios e pela plausibilidade jurídica da tese sustentada (CPC/2015, art. 300).

7. Da Inversão do Ônus da Prova

Diante da hipossuficiência técnica da autora e da verossimilhança das alegações, defiro a inversão do ônus da prova, nos termos do CDC/1990, art. 6º, VIII.

8. Da Jurisprudência Aplicável

Os precedentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, mencionados nos autos, corroboram o entendimento ora adotado sobre responsabilidade objetiva das instituições financeiras em hipóteses de fraude e dano moral presumido.

III. Dispositivo

Diante do exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial, para:

  • Declarar a inexistência do débito objeto da presente demanda;
  • Determinar a exclusão definitiva do nome da autora dos cadastros de inadimplentes, proibindo-se nova inscrição referente ao débito discutido;
  • Condenar as rés ao pagamento de indenização por danos morais, cujo valor fixo em R$ 10.000,00 (dez mil reais), em atenção aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade;
  • Condenar as rés ao ressarcimento dos danos materiais comprovados nos autos;
  • Confirmar a tutela provisória deferida;
  • Condenar as rés ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 15% sobre o valor da condenação;
  • Defiro a inversão do ônus da prova, nos termos do CDC/1990, art. 6º, VIII;
  • Faculto às partes a produção de provas suplementares, caso necessário.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

É como voto.


Local, data.

____________________________
Juiz de Direito

Observações: - As referências legais estão em conformidade com o padrão solicitado (ex: CF/88, art. 93, IX, CPC/2015, art. 319). - A fundamentação dialoga entre os fatos e o direito, citando dispositivos constitucionais e infraconstitucionais, além de princípios e jurisprudência. - O voto é claro quanto ao conhecimento do mérito e julgamento de procedência, conforme as teses jurídicas. - O texto pode ser adaptado conforme o nome real das partes, valores ou outros detalhes do caso concreto.

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