Modelo de Ação de Usucapião Extraordinária para Regularização de Imóvel Urbano em Favor da Requerente com Base no CCB/2002, art. 1.238 e Fundamentação no CPC/2015 e Constituição Federal

Publicado em: 05/08/2025 CivelProcesso Civil Direito Imobiliário
Modelo de petição inicial para ação de usucapião extraordinária ajuizada por M. F. de S. L., visando a declaração judicial da aquisição da propriedade de imóvel urbano, com posse mansa, pacífica e ininterrupta por mais de 15 anos, fundamentada no CCB/2002, art. 1.238, observando requisitos do CPC/2015 e princípios constitucionais da função social da propriedade e dignidade da pessoa humana. Inclui qualificação das partes, fatos, fundamentos jurídicos, jurisprudência, pedidos, provas e valor da causa.
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AÇÃO DE USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Cível da Comarca de [CIDADE/UF],

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Requerente: M. F. de S. L., brasileira, divorciada, [profissão], portadora do CPF nº [xxx.xxx.xxx-xx], RG nº [xx.xxx.xxx-x], residente e domiciliada na [endereço completo], endereço eletrônico: [e-mail].
Réus: Eventuais interessados, confrontantes e herdeiros desconhecidos, a serem citados por edital, bem como a Fazenda Pública Municipal, Estadual e Federal, nos termos do CPC/2015, art. 246, § 3º, e CPC/2015, art. 259, inciso II.

3. DOS FATOS

A Requerente, M. F. de S. L., adquiriu, por meio de contrato de compra e venda devidamente registrado no Cartório de Registro de Imóveis, um apartamento situado no litoral, integrante de condomínio adquirido ainda na época da construção. A aquisição se deu em procedimento de inventário, sendo a venda formalizada pela inventariante, que recebeu o valor e procedeu à partilha entre os herdeiros.

Destaca-se que, após a celebração do negócio, tanto os vendedores quanto a inventariante vieram a falecer, não havendo, desde então, qualquer oposição à posse da Requerente sobre o imóvel. A Requerente passou a exercer a posse direta, mansa, pacífica, ininterrupta e com animus domini, residindo no imóvel e arcando com todas as obrigações inerentes à propriedade, como pagamento de tributos e taxas condominiais.

Ocorre que, apesar da posse prolongada e incontestada, a Requerente não conseguiu regularizar a propriedade do imóvel perante o Cartório de Registro de Imóveis, em razão do falecimento dos vendedores e da inventariante, bem como da impossibilidade de obtenção de escritura definitiva. Diante desse cenário, busca-se a declaração judicial de usucapião extraordinária, como forma de regularizar a situação dominial do bem.

4. DO DIREITO

A presente demanda fundamenta-se no CCB/2002, art. 1.238, que prevê a aquisição da propriedade imóvel por meio da usucapião extraordinária, nos seguintes termos:
“Aquele que, por 15 (quinze) anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquirir-lhe-á a propriedade, independentemente de título e boa-fé, podendo esse prazo ser reduzido para 10 (dez) anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.”

No caso em tela, a Requerente exerce a posse direta sobre o imóvel há mais de 15 (quinze) anos, de forma mansa, pacífica, ininterrupta e com animus domini, requisitos essenciais para a configuração da usucapião extraordinária. Ressalta-se que a posse foi adquirida de boa-fé, mediante contrato de compra e venda, com registro no CRI, e desde então não houve qualquer oposição de terceiros, herdeiros ou confrontantes.

O CPC/2015, art. 319, exige que a petição inicial contenha a exposição dos fatos e fundamentos jurídicos do pedido, bem como a indicação das provas e o valor da causa, requisitos aqui devidamente observados.

Cumpre salientar que a usucapião é forma originária de aquisição da propriedade, não se subordinando à regularidade dos negócios jurídicos anteriores (TJSP, Apelação Cível 1001341-06.2019.8.26.0058). Ademais, a Requerente reside no imóvel, utiliza-o como moradia habitual e cumpre todas as obrigações de proprietário, o que reforça o animus domini.

O princípio da função social da propriedade, insculpido na CF/88, art. 5º, XXIII, e o princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), também fundamentam o pedido, pois a regularização dominial do imóvel propicia segurança jurídica, acesso à moradia e pleno exercício dos direitos fundamentais.

Por fim, a jurisprudência pátria reconhece a possibilidade de usucapião extraordinária mesmo em situações de aquisição derivada irregular ou ausência de escritura definitiva, desde que presentes os requisitos legais, como no presente caso.

5. JURISPRUDÊNCIAS

“Usucapião extraordinária. Imóvel urbano. Titularidade do domínio atribuída à Municipalidade, na matrícula do imóvel. Registro de loteamento, com a finalidade de alienação de lotes a particulares. E"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I – Relatório

Trata-se de ação de usucapião extraordinária ajuizada por M. F. de S. L., visando o reconhecimento da aquisição da propriedade de imóvel situado no litoral, ocupado de forma mansa, pacífica, ininterrupta e com animus domini há mais de 15 (quinze) anos. Alega a parte autora que, apesar de ter adquirido o bem por meio de contrato de compra e venda registrado no Cartório de Registro de Imóveis, restou impossibilitada de obter a escritura definitiva em razão do falecimento dos vendedores e da inventariante. Requereu, assim, a declaração judicial da propriedade pela via da usucapião.

II – Fundamentação

1. Do Conhecimento da Demanda

Presentes os requisitos de admissibilidade, conheço da ação, eis que a petição inicial atende ao disposto no CPC/2015, art. 319, expondo de forma clara os fatos, fundamentos jurídicos, provas e valor da causa.

2. Dos Fatos e dos Requisitos Legais

A controvérsia cinge-se à verificação dos requisitos legais para o reconhecimento da usucapião extraordinária, disciplinada pelo CCB/2002, art. 1.238. A norma prevê que adquire a propriedade o possuidor que, por 15 (quinze) anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu determinado imóvel, independentemente de título ou boa-fé, prazo este reduzido para 10 (dez) anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual.

Restou incontroverso nos autos que a autora exerce a posse direta, mansa, pacífica, ininterrupta e com animus domini sobre o imóvel há mais de 15 anos, residindo no local, arcando com tributos e taxas condominiais, sem qualquer oposição de terceiros. Tais circunstâncias foram comprovadas por documentos e depoimentos colacionados aos autos.

A posse prolongada e incontestada, assim como o animus domini da autora, satisfazem os requisitos previstos em lei para a aquisição originária da propriedade por usucapião extraordinária. A ausência de escritura definitiva ou de regularidade dos negócios jurídicos anteriores não obsta o reconhecimento da usucapião, conforme entendimento consolidado na jurisprudência, inclusive no âmbito do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

3. Dos Fundamentos Constitucionais

O direito à moradia, a função social da propriedade e a dignidade da pessoa humana, previstos respectivamente na CF/88, art. 6º, CF/88, art. 5º, XXIII, e CF/88, art. 1º, III, conferem respaldo constitucional à pretensão deduzida. A regularização dominial propiciada pela usucapião contribui para a efetivação desses valores fundamentais.

4. Da Jurisprudência

O entendimento jurisprudencial é pacífico quanto à possibilidade de reconhecimento da usucapião extraordinária, mesmo diante de aquisição derivada irregular ou ausência de escritura definitiva, desde que preenchidos os requisitos legais (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP).

5. Do Devido Processo Legal e Fundamentação

Ressalto que este voto atende ao comando da CF/88, art. 93, IX, que impõe ao magistrado o dever de fundamentar de forma clara e precisa todas as decisões judiciais, assegurando transparência, motivação e respeito ao contraditório e à ampla defesa.

6. Dos Pedidos e Providências

A autora requereu a citação dos interessados, herdeiros desconhecidos e das Fazendas Públicas, nos termos do CPC/2015, art. 259, II, bem como a intimação do Ministério Público, conforme CPC/2015, art. 178, II. Tais providências foram regularmente observadas, garantindo o contraditório e a ampla defesa.

III – Dispositivo

Diante de todo o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido, para declarar que M. F. de S. L. adquiriu, por usucapião extraordinária (CCB/2002, art. 1.238), a propriedade do imóvel objeto destes autos, devendo ser expedido o competente mandado para registro junto ao Cartório de Registro de Imóveis.

Em sendo a parte autora beneficiária da justiça gratuita (CPC/2015, art. 98), deixo de condená-la em custas e despesas processuais. Eventual resistência dos réus ensejará condenação nas verbas sucumbenciais.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV – Encerramento

[Cidade], [data].
Juiz(a) de Direito

**Observações: - Todas as citações em destaque estão no formato solicitado (por exemplo: CF/88, art. 93, IX). - Organizei o texto em seções típicas de votos judiciais: Relatório, Fundamentação, Dispositivo e Encerramento, utilizando as tags `

`, `

`, `

`, e `

`. - O voto é fundamentado nos fatos e direito, conforme o caso apresentado e a legislação/jurisprudência destacada no documento fornecido.


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