Modelo de Ação de Repetição de Indébito e Indenização por Danos Morais contra Banco XYZ por Descontos Indevidos em Benefício Previdenciário de Aposentado sem Contratação de Cartão Consignado RMC
Publicado em: 11/06/2025 CivelProcesso CivilConsumidorPETIÇÃO INICIAL – AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [CIDADE/UF]
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
A. J. dos S., aposentado, brasileiro, estado civil [informar], profissão [informar], portador do CPF nº [informar], RG nº [informar], endereço eletrônico [informar], residente e domiciliado à [endereço completo], por seu advogado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS em face de BANCO XYZ S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº [informar], com sede na [endereço completo], endereço eletrônico [informar], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
3. DOS FATOS
O Autor é aposentado e percebe benefício previdenciário junto ao INSS. Em [mês/ano], passou a identificar descontos mensais sob a rubrica “RMC” (Reserva de Margem Consignável) em seu benefício, sem jamais ter contratado cartão de crédito consignado ou autorizado qualquer desconto dessa natureza.
Os descontos, no valor de R$ [informar], têm sido realizados de forma contínua e indevida, comprometendo verba de natureza alimentar fundamental para a subsistência do Autor. Ressalte-se que o Autor jamais recebeu cartão físico, tampouco utilizou qualquer linha de crédito vinculada à suposta contratação.
O Autor buscou esclarecimentos junto ao Réu e ao INSS, não obtendo êxito na solução administrativa da controvérsia. A instituição financeira não apresentou qualquer documento válido que comprove a contratação do cartão RMC ou a anuência do Autor quanto à abertura de crédito e descontos em seu benefício.
Diante da ausência de contratação e da continuidade dos descontos, não restou alternativa ao Autor senão recorrer ao Judiciário para ver cessada a conduta abusiva, obter a devolução dos valores descontados e a devida reparação pelos danos morais sofridos.
Resumo: O Autor, aposentado, está sendo vítima de descontos indevidos em seu benefício previdenciário, decorrentes de contratação não realizada de cartão de crédito consignado RMC, situação que lhe causa prejuízos materiais e morais, ensejando a presente demanda.
4. DO DIREITO
4.1 DA RELAÇÃO DE CONSUMO E INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
A relação entre as partes é de consumo, nos termos do CDC, art. 2º e art. 3º, sendo o Autor destinatário final dos serviços bancários. Diante da hipossuficiência do consumidor e da verossimilhança das alegações, é cabível a inversão do ônus da prova, nos termos do CDC, art. 6º, VIII, impondo-se ao Réu o dever de demonstrar a regularidade da contratação.
4.2 DA INEXISTÊNCIA DE CONTRATAÇÃO E DA ILEGALIDADE DOS DESCONTOS
O Réu não apresentou qualquer documento hábil a comprovar a anuência do Autor para a contratação do cartão de crédito consignado com RMC, tampouco a autorização para descontos em seu benefício previdenciário. A ausência de contratação válida configura prática abusiva, vedada pelo CDC, art. 39, IV, e afronta o princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422).
O desconto de valores sem autorização expressa do consumidor caracteriza enriquecimento ilícito (CCB/2002, art. 884) e violação ao direito de propriedade (CF/88, art. 5º, XXII), especialmente quando incide sobre verba alimentar, protegida constitucionalmente.
4.3 DA REPETIÇÃO DE INDÉBITO EM DOBRO
O CDC, art. 42, parágrafo único, determina que o consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, salvo engano justificável. No caso, a cobrança indevida decorre de conduta dolosa ou, no mínimo, culposa do Réu, que não comprovou a contratação, impondo-se a devolução em dobro dos valores descontados.
A jurisprudência do STJ, consolidada no Tema 1061, reconhece o direito à restituição dobrada quando demonstrada a má-fé do fornecedor, bem como a responsabilidade objetiva da instituição financeira pelos danos causados ao consumidor (CDC, art. 14).
4.4 DOS DANOS MORAIS
O desconto indevido de valores de natureza alimentar, sem autorização do titular, configura violação à dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e atinge direitos da personalidade, ensejando reparação por danos morais. O dano moral, nesse contexto, é presumido (dano in re ipsa), pois a privação de recursos essenciais compromete a subsistência do Autor e causa-lhe angústia, sofrimento e abalo psicológico.
O quantum indenizatório deve observar os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, bem como o caráter pedagógico e compensatório da indenização, conforme entendimento consolidado pelo STJ e Tribunais Estaduais.
4.5 DA TUTELA DE URGÊNCIA
Presentes os requisitos do CPC/2015, art. 300, requer-se a concessão de tutela de urgência para determinar a imediata suspensão dos descontos indevidos no benefício previdenciário do Autor, ante o perigo de dano irreparável ou de difícil reparação e a probabilidade do direito.
4.6 DA OPÇÃO POR AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO/MEDIAÇÃO
O Autor manifesta interesse na realização de audiência de conciliação/mediação, nos termos do CPC/2015, art. 319, VII.
Resumo: A conduta do Réu viola normas do CDC e do CCB/2002, ensejando a repetição em dobro dos valores descontados e a reparação por danos morais, sendo cabível a co"'>...
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