Modelo de Ação de Obrigação de Fazer para Fornecimento Urgente de Medicamento de Alto Custo Negado por Plano de Saúde com Base no CDC, Constituição Federal e Lei dos Planos de Saúde

Publicado em: 29/05/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Petição inicial para compelir plano de saúde a fornecer medicamento de alto custo prescrito para tratamento de doença grave, diante da negativa abusiva fundamentada na exclusão do rol da ANS, com pedido de tutela de urgência e aplicação de multa diária para garantia do direito à saúde e dignidade do beneficiário, amparada no Código de Defesa do Consumidor, Constituição Federal e jurisprudência consolidada.
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PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER
(FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO DE ALTO CUSTO POR PLANO DE SAÚDE)

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [Cidade/UF]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, engenheiro civil, portador do CPF nº 123.456.789-00, RG nº 12.345.678-9, endereço eletrônico [email protected], residente e domiciliado à Rua das Flores, nº 100, Bairro Jardim, CEP 12345-678, Cidade/UF,
por seu advogado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER

em face de CONVÊNIO MÉDICO SAÚDE VIDA LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº 12.345.678/0001-99, com sede à Avenida Central, nº 2000, Bairro Centro, CEP 12345-000, Cidade/UF, endereço eletrônico [email protected], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O Autor é beneficiário do plano de saúde administrado pela Ré, conforme contrato nº 123456, vigente desde 01/01/2020, estando adimplente com todas as obrigações contratuais.

Em [data], o Autor foi diagnosticado com [doença grave, ex: neoplasia maligna do pulmão], conforme laudo médico anexo, sendo-lhe prescrito pelo médico assistente o medicamento de alto custo [nome do medicamento], registrado na ANVISA, como indispensável para o tratamento e controle da enfermidade.

Ocorre que, ao solicitar à Ré o fornecimento do referido medicamento, o Autor teve seu pedido indeferido sob a alegação de que o medicamento não consta do rol da ANS e de que não haveria cobertura contratual para tal procedimento.

Ressalte-se que a negativa da Ré coloca em risco a saúde e a própria vida do Autor, que não possui condições financeiras de arcar com o custo do tratamento, sendo o medicamento prescrito a única alternativa terapêutica eficaz, segundo o relatório médico.

Diante da recusa injustificada e do iminente risco de agravamento do quadro clínico, não restou alternativa ao Autor senão buscar a tutela jurisdicional para compelir a Ré ao fornecimento do medicamento prescrito.

Resumo: O Autor, portador de doença grave, teve prescrito medicamento de alto custo, cuja cobertura foi negada pelo plano de saúde sob justificativa de ausência no rol da ANS, colocando em risco sua saúde e vida.

4. DO DIREITO

4.1. DA OBRIGAÇÃO DO PLANO DE SAÚDE DE FORNECER O MEDICAMENTO PRESCRITO

A relação entre as partes é regida pelo Código de Defesa do Consumidor, nos termos do CDC, art. 51, IV e § 1º, II, por se tratar de contrato de adesão, em que o consumidor é a parte vulnerável.

O contrato de plano de saúde deve garantir o tratamento das doenças cobertas, não podendo a operadora limitar o fornecimento de medicamentos essenciais à saúde do beneficiário, especialmente quando prescritos por médico assistente, sob pena de afronta à dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e ao direito fundamental à saúde (CF/88, art. 6º e CF/88, art. 196).

O rol de procedimentos da ANS possui caráter meramente exemplificativo, conforme a Lei 14.454/2022, não podendo ser utilizado como justificativa para negar o fornecimento de medicamento prescrito por profissional habilitado.

A negativa de cobertura, quando há indicação médica expressa e registro do medicamento na ANVISA, configura prática abusiva, vedada pelo CDC, art. 51, IV, e pela jurisprudência consolidada.

4.2. DA TUTELA DE URGÊNCIA

O perigo de dano é manifesto, pois a postergação do tratamento pode acarretar agravamento irreversível da doença e risco à vida do Autor. A probabilidade do direito está evidenciada pelos documentos médicos e pela abusividade da negativa.

Assim, presentes os requisitos do CPC/2015, art. 300, faz-se necessária a concessão de tutela de urgência para determinar o imediato fornecimento do medicamento, sob pena de multa diária.

4.3. DA POSSIBILIDADE DE IMPOSIÇÃO DE ASTREINTES

O descumprimento da ordem judicial autoriza a fixação de multa diária (astreintes), conforme o CPC/2015, art. 497, para garantir a efetividade da tutela jurisdicional.

4.4. DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS

A presente demanda encontra respaldo nos princípios da dignidade da pessoa humana, da boa-fé objetiva, da proteção do consumidor e da preservação da vida, que devem prevalecer sobre interesses meramente econômicos da operadora.

Resumo: O direito do Autor ao fornecimento do medicamento decorre da legislação consumerista, da Constituiç"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER – FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO DE ALTO CUSTO – PLANO DE SAÚDE – DOENÇA GRAVE – PRESCRIÇÃO MÉDICA – NEGATIVA DE COBERTURA SOB ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA NO ROL DA ANS – ABUSIVIDADE – DIREITO FUNDAMENTAL À SAÚDE – PROCEDÊNCIA DO PEDIDO.

Relatório

Trata-se de ação de obrigação de fazer ajuizada por A. J. dos S. em face de Convênio Médico Saúde Vida Ltda., visando ao fornecimento de medicamento de alto custo prescrito para tratamento de doença grave, cuja cobertura foi negada sob o fundamento de ausência do medicamento no rol da ANS e suposta inexistência de previsão contratual.

O autor, portador de enfermidade grave, encontra-se em situação de risco à saúde e à vida, conforme documentação médica apresentada, sendo o medicamento pleiteado considerado indispensável ao tratamento.

É o relatório. Decido.

Fundamentação

1. Conhecimento do Recurso

Presentes os pressupostos processuais e de admissibilidade, conheço do pedido.

2. Dos Fatos e do Direito

O cerne da controvérsia consiste em verificar a obrigação da operadora de plano de saúde em fornecer medicamento de alto custo, prescrito por profissional habilitado, ainda que não constante do rol de procedimentos da ANS.

Nos termos da CF/88, art. 196, “a saúde é direito de todos e dever do Estado”, sendo a iniciativa privada, por meio dos planos de saúde, também responsável pela efetividade desse direito. A CF/88, art. 6º elenca a saúde como direito social fundamental.

O CDC, art. 51, IV e § 1º, II, veda cláusulas abusivas e limitativas em contratos de adesão, como é o caso dos planos de saúde, sendo o consumidor parte vulnerável dessa relação.

A negativa de cobertura com base exclusivamente na ausência do medicamento no rol da ANS é considerada abusiva, conforme reiterada jurisprudência:

  • Súmula 102/TJSP: “Havendo expressa indicação médica, é abusiva a negativa de cobertura de custeio de tratamento ou fornecimento de medicamento, ainda que fora do rol da ANS.”
  • AgRg no AREsp Acórdão/STJ: “A jurisprudência do STJ reconhece a obrigatoriedade do fornecimento de medicamentos antineoplásicos, mesmo de uso domiciliar, pelo plano de saúde.”

 

Ressalte-se que Lei 14.454/2022 conferiu ao rol da ANS caráter exemplificativo, e não taxativo, de modo que não pode ser utilizado, por si só, para afastar a obrigação da operadora no fornecimento de tratamentos prescritos por médico assistente, especialmente quando indispensáveis à preservação da vida e da saúde do paciente.

A recusa da ré, além de abusiva, afronta os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e da proteção à vida. A proteção do consumidor e a boa-fé objetiva devem nortear toda relação contratual, especialmente nos contratos de saúde.

3. Da Tutela de Urgência

Os requisitos do CPC/2015, art. 300 estão presentes, uma vez que a probabilidade do direito é evidenciada pela prescrição médica e documentação acostada, e o perigo de dano é manifesto, diante do risco de agravamento da doença e da possibilidade de dano irreparável à saúde do autor.

4. Da Fixação de Astreintes

O descumprimento da ordem judicial enseja a aplicação de multa diária, nos termos do CPC/2015, art. 497, para garantir a efetividade da tutela jurisdicional.

5. Da Fundamentação Constitucional e Legal do Julgamento

Em observância a CF/88, art. 93, IX, que exige que todas as decisões judiciais sejam fundamentadas, apresento os fundamentos acima expostos, que sustentam a procedência do pedido, garantido ao autor o acesso ao tratamento de saúde prescrito.

Dispositivo

Diante do exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial, para determinar que a ré forneça imediatamente ao autor o medicamento [nome do medicamento], conforme prescrição médica, sob pena de multa diária a ser fixada em caso de descumprimento.

Confirmo a tutela de urgência concedida, tornando-a definitiva.

Condeno a ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor da causa.

Defiro ao autor os benefícios da justiça gratuita.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Referências Constitucionais e Legais

[Cidade], [data].
[Nome do Magistrado]
Juiz(a) de Direito

--- Observações: - Os campos entre colchetes (`[Nome do Magistrado]`, `[Cidade]`, `[data]`, `[nome do medicamento]`) devem ser preenchidos conforme o caso concreto. - O voto está fundamentado conforme exigência da CF/88, art. 93, IX, abordando os fatos, o direito, a interpretação hermenêutica e a resposta aos pedidos. - O voto dá procedência ao pedido, conhecendo da demanda e deferindo a tutela, conforme a jurisprudência e legislação aplicáveis. - A estrutura atende à organização solicitada, utilizando títulos e parágrafos adequados em HTML.


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