Modelo de Ação de obrigação de fazer contra CONAFER para cessar descontos indevidos em benefício previdenciário, com pedido de tutela de urgência, repetição de indébito em dobro e indenização por danos morais

Publicado em: 06/05/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Modelo de petição inicial para ação judicial em que a autora, aposentada, requer a imediata suspensão dos descontos indevidos realizados pela Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (CONAFER) em seu benefício previdenciário, a declaração de inexistência de relação jurídica, a restituição em dobro dos valores descontados, e o pagamento de indenização por danos morais, fundamentada no Código de Defesa do Consumidor, princípios constitucionais e normas do INSS, com pedido de tutela de urgência e produção de provas.
← deslize para o lado para ver mais opções

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, REPETIÇÃO DE INDÉBITO E PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 56ª Vara Cível da Comarca de Taboão da Serra – Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. T. R. T., brasileira, estado civil a ser informado, aposentada, portadora do CPF nº xxx.xxx.xxx-xx, RG nº x.xxx.xxx-x, e-mail: [inserir e-mail da autora], residente e domiciliada na Rua [endereço completo], CEP [xxxxx-xxx], Taboão da Serra/SP, por seu advogado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, REPETIÇÃO DE INDÉBITO E PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

em face de Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (CONAFER), pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº 00.000.000/0000-00, com sede no Setor Comercial Sul Q. 6 – Asa Sul, Brasília – DF, 00.000-000, Bloco A – Loja 226/234, e-mail: [email protected], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

A autora é beneficiária de aposentadoria concedida pelo INSS, percebendo valores de natureza alimentar, essenciais à sua subsistência.

Em junho de 2023, a autora passou a notar descontos mensais em seu benefício previdenciário, sob a rubrica “249 contribuição conafer 08009401285”, sem jamais ter autorizado ou firmado qualquer relação jurídica, associativa ou contratual com a requerida.

O desconto iniciou-se em 06/2023, no valor de R$ 26,40. Em 07/2023, o valor foi majorado para R$ 36,96, mantendo-se até 12/2023. A partir de 01/2024 até 12/2024, e posteriormente em 01/2025, o desconto passou a ser de R$ 42,50, permanecendo até a presente data.

A autora jamais foi informada, consultada ou autorizou qualquer desconto em seu benefício previdenciário em favor da CONAFER. Ressalte-se que a verba previdenciária possui natureza alimentar, sendo indispensável à manutenção da dignidade da autora, pessoa idosa e hipossuficiente.

A conduta da requerida, ao promover descontos indevidos e sem autorização, caracteriza manifesta ilicitude, afrontando princípios constitucionais, legais e consumeristas, além de causar abalo moral e prejuízo financeiro à autora.

Diante da continuidade dos descontos, a autora busca a tutela jurisdicional para cessar imediatamente a conduta lesiva, obter a restituição dos valores indevidamente descontados, em dobro, e a devida reparação pelos danos morais sofridos.

4. DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

4.1. Concessão de tutela de urgência, nos termos do CPC/2015, art. 300, para determinar ao INSS e à requerida que suspendam imediatamente os descontos realizados no benefício previdenciário da autora sob a rubrica “249 contribuição conafer 08009401285”, sob pena de multa diária a ser fixada por Vossa Excelência.

4.2. Citação da requerida, no endereço constante da qualificação, para, querendo, apresentar defesa, sob pena de revelia e confissão quanto à matéria de fato (CPC/2015, art. 344).

4.3. Declaração de inexistência de relação jurídica entre autora e requerida, reconhecendo a ilegalidade dos descontos efetuados.

4.4. Condenação da requerida à restituição em dobro de todos os valores descontados indevidamente do benefício previdenciário da autora, devidamente corrigidos e acrescidos de juros legais, nos termos do CDC, art. 42, parágrafo único.

4.5. Condenação da requerida ao pagamento de indenização por danos morais, em valor não inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais), ou outro valor que Vossa Excelência entender adequado, em razão do abalo sofrido pela autora.

4.6. Condenação da requerida ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos termos do CPC/2015, art. 85.

4.7. Protesta por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente documental, testemunhal e pericial, se necessário.

4.8. Requer a designação de audiência de conciliação/mediação, nos termos do CPC/2015, art. 319, VII.

5. DO DIREITO

5.1. DA TUTELA DE URGÊNCIA

O CPC/2015, art. 300, autoriza a concessão de tutela de urgência quando presentes elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.

No caso, a autora sofre descontos mensais indevidos em benefício de natureza alimentar, sem qualquer autorização, o que demonstra a probabilidade do direito e o perigo de dano irreparável ou de difícil reparação, justificando a concessão da medida liminar para cessar imediatamente os descontos.

5.2. DA INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA E ILICITUDE DOS DESCONTOS

A requerida não apresentou qualquer documento que comprove a adesão da autora à associação ou autorização para descontos em seu benefício, descumprindo o ônus da prova (CPC/2015, art. 373, II e CPC/2015, art. 429, II). 

A conduta viola o princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) e afronta a dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), pois retira valores essenciais à subsistência da autora, sem respaldo legal ou contratual.

Ademais, a Instrução Normativa PRES/INSS 162/2024, art. 4º, II, exige formalidades específicas para autorização de descontos, como biometria facial e assinatura eletrônica avançada, o que não foi observado pela requerida.

5.3. DA REPETIÇÃO DE INDÉBITO EM DOBRO

O CDC, art. 42, parágrafo único, prevê que o consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.

No presente caso, a cobrança indevida decorre de conduta contrária à boa-fé objetiva, sendo desnecessária a comprovação de má-fé, conforme entendimento consolidado pelo STJ (EREsp. 1.413.542/RS/STJ).

5.4. DOS DANOS MORAIS

O desconto indevido em benefício previdenciário de natureza alimentar, sem autorização, configura violação a direitos da personalidade e enseja dano moral, conforme entendimento pacífico dos Tribunais.

A conduta da requerida ultrapassa o mero aborrecimento, atingindo a dignidade e a tranquilidade da autora, que depende do benefício para sua subsistência, sendo devida a reparação pelos danos extrapatrimoniais sofr"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

I – Relatório

Tratam os autos de Ação de Obrigação de Fazer c/c Indenização por Danos Morais, Repetição de Indébito e Pedido de Tutela de Urgência, movida por A. J. T. R. T. em face da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (CONAFER).
Narra a autora, aposentada, que descontos mensais vêm sendo realizados em seu benefício previdenciário, sob a rubrica “249 contribuição conafer 08009401285”, sem que jamais tenha autorizado, firmado relação jurídica ou associativa com a requerida.
Pleiteia a autora a concessão de tutela de urgência para suspensão dos descontos, declaração de inexistência de relação jurídica, restituição em dobro dos valores descontados, indenização por danos morais e demais pedidos correlatos.
As partes foram regularmente citadas. A requerida, embora intimada, não apresentou defesa, atraindo os efeitos da revelia.

II – Fundamentação

1. Da Obrigação de Fundamentar e do Julgamento (CF/88, art. 93, IX)

Cumpre ao magistrado, nos termos da CF/88, art. 93, IX, fundamentar todas as decisões, expondo, de forma clara, os motivos do convencimento que conduziram à solução da controvérsia.

2. Dos Fatos e da Prova

Restou incontroverso nos autos que a autora teve descontos, sem autorização, em seu benefício previdenciário, a título de contribuição para a requerida. Não há nos autos comprovação de adesão associativa, autorização expressa ou qualquer documento que legitime tais descontos.
A requerida não se desincumbiu do ônus da prova (CPC/2015, art. 373, II), tampouco demonstrou a existência de relação jurídica que justificasse os débitos realizados.

3. Da Tutela de Urgência

O CPC/2015, art. 300 exige a presença da probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. No caso, o desconto indevido em benefício de natureza alimentar, essencial à subsistência da autora, configura risco de dano irreparável. Tais requisitos se encontram presentes, legitimando a concessão da tutela de urgência para imediata suspensão dos descontos.

4. Da Inexistência de Relação Jurídica e Ilicitude dos Descontos

A ausência de anuência da autora para os descontos, aliada à falta de comprovação de vínculo associativo, configura ilicitude da conduta da requerida. A verba previdenciária possui natureza alimentar e é protegida constitucionalmente (CF/88, art. 1º, III e CF/88, art. 6º), sendo inadmissível a subtração sem respaldo legal ou contratual.
A Instrução Normativa PRES/INSS 162/2024, art. 4º, II, reforça a necessidade de autorização formal (biometria facial e assinatura eletrônica), o que não foi observado.

5. Da Restituição em Dobro (Repetição de Indébito)

O CDC, art. 42, parágrafo único, assegura ao consumidor a devolução em dobro do valor cobrado indevidamente, salvo engano justificável, o que não se verifica no caso.
A jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça (EREsp Acórdão/STJ) respalda a devolução em dobro quando há conduta contrária à boa-fé objetiva, independentemente de má-fé.
Assim, é devida a restituição em dobro dos valores descontados.

6. Dos Danos Morais

A jurisprudência pátria reconhece que descontos indevidos em benefício previdenciário de natureza alimentar, sem autorização, configuram lesão à dignidade, ensejando indenização por danos morais.
O dano ultrapassa o mero aborrecimento, afetando a tranquilidade e subsistência da autora, pessoa idosa e hipossuficiente.

7. Da Aplicação do Código de Defesa do Consumidor

A relação jurídica entre as partes é de consumo, nos termos do CDC, art. 29, aplicando-se as normas protetivas, inclusive inversão do ônus da prova em favor da autora.
Reforçam a tese as decisões colacionadas nos autos (TJSP – Recurso Inominado Cível Acórdão/TJSP; Apelação Cível Acórdão/TJSP; Apelação Cível Acórdão/TJSP; Recurso Inominado Cível Acórdão/TJSP), que reconhecem a ilegitimidade dos descontos, a inexistência de relação jurídica, a devolução em dobro e o dano moral.

III – Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido, nos termos do CPC/2015, art. 487, I, para:

  • a) Confirmar a tutela de urgência e determinar a imediata suspensão dos descontos realizados no benefício previdenciário da autora sob a rubrica “249 contribuição conafer 08009401285”;
  • b) Declarar a inexistência de relação jurídica entre as partes quanto à cobrança efetuada;
  • c) Condenar a requerida à restituição em dobro dos valores descontados indevidamente, corrigidos e acrescidos de juros legais (CDC, art. 42, parágrafo único);
  • d) Condenar a requerida ao pagamento de indenização por danos morais, que fixo em R$ 5.000,00 (cinco mil reais), valor adequado às circunstâncias do caso, à luz dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade;
  • e) Condenar a requerida ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor da condenação (CPC/2015, art. 85).

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.
Taboão da Serra, [data].

___________________________________________
[Nome do Magistrado]
Juiz(a) de Direito

IV – Observação sobre o Conhecimento de Recursos

Considerando a regularidade formal dos recursos eventualmente interpostos, conheço dos mesmos, mas, no mérito, mantenho integralmente a presente decisão por seus próprios e jurídicos fundamentos.


Este voto é uma simulação acadêmica, fundamentada nos fatos, legislação, princípios constitucionais e jurisprudência apresentados no caso fictício.


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.