Modelo de Ação de obrigação de fazer com pedido de tutela de urgência para fornecimento integral de medicamento Teriflunomida ao paciente com esclerose múltipla contra o Estado de [UF], fundamentada no direito à saúde
Publicado em: 04/08/2025 AdministrativoCivelConsumidorAÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara da Fazenda Pública da Comarca de [CIDADE/UF]
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
A. J. dos S., brasileiro, solteiro, portador do CPF nº [XXX.XXX.XXX-XX], RG nº [XX.XXX.XXX-X], profissão [profissão], residente e domiciliado à [endereço completo], endereço eletrônico: [e-mail], por meio de seu advogado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA em face do ESTADO DE [UF], pessoa jurídica de direito público interno, com endereço na [endereço da Procuradoria do Estado], endereço eletrônico: [e-mail institucional], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
3. DOS FATOS
O Autor é portador de Esclerose Múltipla (CID G35), doença autoimune crônica e degenerativa que afeta o sistema nervoso central, causando inflamação e danos à bainha de mielina, responsável pela proteção dos nervos. Ressalte-se que a Esclerose Múltipla não possui cura, sendo imprescindível o tratamento medicamentoso contínuo para o controle dos sintomas, prevenção de surtos e retardamento da progressão da doença.
O Autor faz uso do medicamento Teriflunomida, prescrito por seu médico assistente como parte essencial de seu tratamento. Inicialmente, recebia do Estado apenas 30 comprimidos mensais, conforme a posologia padrão. Contudo, após reavaliação médica, houve aumento da dose para 60 comprimidos mensais, em razão da evolução do quadro clínico e da necessidade de maior controle da doença.
Apesar da nova prescrição, o Estado de [UF] continua fornecendo apenas 30 comprimidos por mês, deixando o Autor desassistido em relação à metade da medicação necessária para o tratamento adequado. Ressalte-se que a ausência da dose completa coloca o Autor em risco iminente de surto da doença, podendo inclusive resultar em óbito, dada a gravidade da patologia e a imprevisibilidade de sua evolução.
O Autor não possui condições financeiras para arcar com a complementação do medicamento, sendo pessoa hipossuficiente, conforme comprovam os documentos anexos. Destaca-se que o formulário do Sistema Único de Saúde (SUS) para solicitação e avaliação de medicamentos foi devidamente preenchido pelo médico assistente, atestando a imprescindibilidade da Teriflunomida na quantidade prescrita.
Diante da omissão do Estado em fornecer a totalidade da medicação indispensável à manutenção da saúde e da vida do Autor, não restou alternativa senão buscar a tutela jurisdicional para garantir o direito fundamental à saúde.
Resumo lógico: O Autor, portador de doença grave e incurável, depende do fornecimento integral da Teriflunomida para evitar agravamento irreversível de seu quadro clínico, sendo a omissão estatal causa direta de risco à sua vida e dignidade.
4. DO DIREITO
4.1. DO DIREITO FUNDAMENTAL À SAÚDE E À VIDA
A Constituição Federal de 1988 assegura, em seu art. 6º, o direito à saúde como direito social fundamental, e em seu art. 196, estabelece que “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação” (CF/88, art. 196).
O dever estatal de fornecer medicamentos necessários ao tratamento de doenças graves encontra respaldo também na Lei 8.080/1990, que regula as ações e serviços de saúde no âmbito do SUS, especialmente em seu art. 6º, que inclui a assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica, como campo de atuação do Sistema Único de Saúde.
4.2. DA OBRIGAÇÃO DE FORNECIMENTO DO MEDICAMENTO PRESCRITO
O fornecimento do medicamento prescrito por profissional habilitado é medida que se impõe diante da demonstração da imprescindibilidade do tratamento, da hipossuficiência do paciente e da ausência de alternativa terapêutica eficaz no SUS, conforme entendimento consolidado pelo Superior Tribunal de Justiça no Tema 106 dos Recursos Repetitivos.
A Teriflunomida é medicamento registrado na ANVISA, amplamente reconhecido como eficaz para o tratamento da Esclerose Múltipla, não se tratando de fármaco experimental. O laudo médico circunstanciado, anexado aos autos, comprova a necessidade da dose aumentada (60 comprimidos/mês), sendo insuficiente o fornecimento parcial realizado pelo Estado.
A recusa administrativa em fornecer a totalidade do medicamento viola os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da proteção à vida (CF/88, art. 5º, caput) e do direito à saúde (CF/88, art. 196), bem como afronta o dever de prestação integral da assistência farmacêutica.
4.3. DA TUTELA DE URGÊNCIA
O art. 300 do CPC/2015 autoriza a concessão de tutela de urgência quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. No caso em tela, a probabilidade do direito decorre do laudo médico e da documentação acostada, enquanto o perigo de da"'>...
Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.