Modelo de Ação de Cobrança e Indenização por Danos Morais contra Advogados por Apropriação Indevida de Valores de Cliente Idosa com Pedido de Providências Éticas e Criminais

Publicado em: 30/06/2025 CivelProcesso CivilÉtica
Modelo de petição inicial para ação de cobrança cumulada com indenização por danos morais proposta por cliente idosa contra advogados que se apropriaram indevidamente de valores provenientes de ação judicial, fundamentada na responsabilidade civil, infração ética da OAB e crime de apropriação indébita, com pedido de ressarcimento, reparação moral, expedição de ofícios à OAB e Ministério Público, e outras providências legais.
← deslize para o lado para ver mais opções

AÇÃO DE COBRANÇA C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca do Rio de Janeiro – RJ.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

M. de J. F., brasileira, viúva, aposentada, portadora do CPF nº 000.000.000-00, RG nº 0.000.000-0, residente e domiciliada na Rua das Flores, nº 100, Bairro Centro, Rio de Janeiro/RJ, CEP 00000-000, endereço eletrônico: [email protected], por intermédio de seu advogado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

em face de J. da S., brasileiro, advogado, inscrito na OAB/RJ sob o nº 00000, CPF nº 000.000.000-00, residente e domiciliado na Rua dos Advogados, nº 200, Bairro Centro, Rio de Janeiro/RJ, CEP 00000-000, endereço eletrônico: [email protected];

e P. da S., brasileiro, advogado, inscrito na OAB/RJ sob o nº 00001, CPF nº 000.000.000-01, residente e domiciliado na Rua dos Advogados, nº 201, Bairro Centro, Rio de Janeiro/RJ, CEP 00000-001, endereço eletrônico: [email protected],

pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

A Autora, M. de J. F., idosa de 79 anos, celebrou contrato de honorários advocatícios com os Réus, J. da S. e P. da S., para que patrocinassem ação de inexistência de débito em face do Banco Caixa Econômica Federal, em razão de descontos indevidos em seu benefício previdenciário, decorrentes de empréstimo consignado que jamais contratou.

O contrato de honorários previa remuneração de 30% sobre o valor obtido em eventual êxito, conforme documento anexo. Os Réus atuaram no processo, logrando êxito na demanda, que culminou na condenação do banco ao pagamento de R$ 110.000,00 (cento e dez mil reais), valor este que incluía indenização por danos morais.

Ocorre que, após levantamento do alvará judicial, os Réus repassaram à Autora apenas R$ 20.000,00 (vinte mil reais), apropriando-se indevidamente do restante do valor, em flagrante violação ao contrato e à ética profissional. A Autora, ao conversar com seu filho, estranhou a quantia recebida e buscou esclarecimentos, não obtendo resposta satisfatória dos advogados.

Ressalta-se que, embora a OAB não estipule prazo exato para o repasse de valores ao cliente, o Código de Ética e Disciplina da Advocacia determina que tal repasse seja feito imediatamente ou em prazo razoável, o que não ocorreu no caso em tela.

A conduta dos Réus, além de configurar infração ética e disciplinar, causou à Autora abalo moral, agravado por sua condição de idosa e portadora de gastrite, gerando-lhe sofrimento, decepção e desconforto íntimo, sentimentos incompatíveis com a confiança depositada em seus patronos.

Diante do exposto, não restou alternativa à Autora senão buscar a tutela jurisdicional para ver ressarcidos os valores indevidamente apropriados, bem como obter a devida reparação pelos danos morais sofridos e a adoção de providências administrativas e criminais cabíveis.

4. DOS PEDIDOS

Diante dos fatos narrados, requer:

  1. A citação dos Réus no endereço constante da qualificação, para que, querendo, apresentem defesa, sob pena de revelia e confissão;
  2. A condenação dos Réus ao pagamento do valor indevidamente retido, correspondente à diferença entre o valor total recebido (R$ 110.000,00) e o valor efetivamente repassado à Autora (R$ 20.000,00), descontados os honorários contratuais de 30%, acrescidos de correção monetária e juros legais;
  3. A condenação dos Réus ao pagamento de indenização por danos morais, em valor a ser arbitrado por Vossa Excelência, considerando a condição de idosa da Autora e o abalo psicológico sofrido;
  4. A condenação dos Réus ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios sucumbenciais, nos termos do CPC/2015, art. 85;
  5. A expedição de ofício à Ordem dos Advogados do Brasil – Seção RJ, para apuração de infração ética e disciplinar cometida pelos Réus;
  6. A comunicação ao Ministério Público para apuração de eventual crime de apropriação indébita (CP, art. 168), em razão da conduta dos Réus;
  7. Que seja determinado aos Réus que renunciem a qualquer outro processo em que patrocinem interesses da Autora, a fim de resguardar sua confiança e integridade patrimonial;
  8. A produção de todas as provas em direito admitidas, em especial documental, testemunhal e pericial, se necessário;
  9. A designação de audiência de conciliação/mediação, caso não haja manifestação expressa em sentido contrário.

5. DO DIREITO

5.1. DA RESPONSABILIDADE CIVIL DOS ADVOGADOS

Os Réus, na qualidade de advogados, assumiram obrigação de meio e de lealdade para com a Autora, devendo agir com diligência, transparência e boa-fé (CCB/2002, art. 422). A apropriação indevida de valores pertencentes à cliente configura ato ilícito, nos termos do CCB/2002, art. 186, e enseja o dever de indenizar (CCB/2002, art. 927).

O Código de Ética e Disciplina da OAB, em seu art. 35, determina que o advogado deve prestar contas ao cliente e repassar-lhe, imediatamente ou em prazo razoável, os valores recebidos em seu nome. O descumprimento dessa obrigação caracteriza infração ética e disciplinar, além de violar o princípio da confiança, basilar na relação advogado-cliente.

A conduta dos Réus, ao reterem valor superior ao contratado e não prestarem contas adequadamente, afronta ainda o princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), especialmente quando a vítima é pessoa idosa, hipervulnerável e dependente de seus proventos para subsistência.

5.2. DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA E INFRAÇÃO ÉTICA

A conduta dos Réus se amolda ao tipo penal previsto no CP, art. 168, pois receberam valores em nome da Autora e deles se apropriaram, em prejuízo da titular. Além disso, há infração ética, passível de apuração pela OAB, nos termos do Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/94, art. 34, XXI).

5.3. DOS DANOS MORAIS

O dano moral, no caso, decorre da violação à dignidade, à confiança e à integridade psíquica da Autora, a"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

I. RELATÓRIO

Trata-se de Ação de Cobrança cumulada com Indenização por Danos Morais e Pedido de Providências ajuizada por M. de J. F. em face de J. da S. e P. da S., advogados, na qual a autora alega que, após o êxito em ação judicial patrocinada pelos réus, estes teriam repassado apenas parte dos valores devidos, apropriando-se indevidamente do restante, em prejuízo da autora, pessoa idosa e hipervulnerável.

Os pedidos incluem a condenação dos réus ao pagamento da diferença indevidamente retida, indenização por danos morais, comunicação à OAB e ao Ministério Público, dentre outros requerimentos.

II. FUNDAMENTAÇÃO

II.1. Da Devida Fundamentação do Julgador

Cumpre ao magistrado fundamentar todas as decisões judiciais, sob pena de nulidade, conforme determinação expressa da CF/88, art. 93, IX, que exige fundamentação clara, precisa e congruente entre os fatos e o direito.

II.2. Da Responsabilidade Civil e Apropriação Indevida

Conforme consta dos autos, restou comprovado que os réus, na qualidade de advogados da autora, receberam valores oriundos de condenação judicial, repassando à parte autora quantia manifestamente inferior à devida, apropriando-se do saldo remanescente sem justificativa plausível.

A relação contratual entre cliente e advogado é pautada pela confiança e boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422). A retenção de valores sem respaldo contratual configura ato ilícito (CCB/2002, art. 186), gerando o dever de indenizar (CCB/2002, art. 927). Ademais, o advogado tem o dever de prestar contas e repassar imediatamente ao cliente os valores recebidos em seu nome, segundo o Código de Ética e Disciplina da OAB.

No caso em tela, a conduta dos réus revela não apenas infração ética, mas também possível cometimento do delito de apropriação indébita, cuja apuração compete à esfera penal (CP, art. 168).

II.3. Da Proteção à Pessoa Idosa e da Hipervulnerabilidade

Ressalte-se o agravamento do dano pela condição de idosa da autora, que demanda proteção especial do Estado e da sociedade, nos termos do Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003, art. 71). A conduta dos réus afronta diretamente a dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), além de comprometer a subsistência da autora, cuja renda tem natureza alimentar.

II.4. Dos Danos Morais

A retenção indevida de valores alimentares, aliada ao abalo psicológico decorrente da quebra de confiança e sofrimento experimentado, caracteriza dano moral indenizável. A jurisprudência dos Tribunais pátrios é pacífica no sentido de que tal dano é presumido (in re ipsa), não havendo necessidade de prova do abalo, bastando a demonstração do ilícito.

A fixação do quantum indenizatório deve observar os princípios da razoabilidade e proporcionalidade (CCB/2002, art. 944), levando-se em conta a extensão do dano, a capacidade econômica das partes e o caráter pedagógico da condenação.

II.5. Da Restituição dos Valores Apropriados

Considerando que a autora recebeu apenas R$ 20.000,00 de um total de R$ 110.000,00, sendo o contrato de honorários de 30%, impõe-se a condenação dos réus à restituição da diferença, descontados os honorários contratuais, acrescida de correção monetária e juros legais, conforme previsão legal.

II.6. Do Direito de Ação e Providências Administrativas

O direito de ação é plenamente exercitável, não sendo exigível a tentativa prévia de solução extrajudicial (CF/88, art. 5º, XXXV). Cabe ainda a comunicação à OAB/RJ para apuração de infração disciplinar e ao Ministério Público para averiguação de eventual ilícito penal.

II.7. Dos Recursos

Todos os requisitos de admissibilidade recursal foram devidamente observados, não havendo óbice ao conhecimento e julgamento do presente feito.

III. DISPOSITIVO

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial, para:

  1. Condenar os réus ao pagamento da diferença entre o valor total recebido (R$ 110.000,00) e o valor repassado à autora (R$ 20.000,00), descontados os honorários contratuais de 30%, acrescidos de correção monetária desde o recebimento e juros de mora a partir da citação;
  2. Condenar os réus ao pagamento de indenização por danos morais, que fixo em R$ 20.000,00 (vinte mil reais), observados os princípios da razoabilidade e proporcionalidade;
  3. Determinar a expedição de ofício à OAB/RJ para apuração de infração ética e disciplinar;
  4. Determinar a comunicação ao Ministério Público para apuração de eventual crime de apropriação indébita;
  5. Determinar que os réus renunciem ao patrocínio de quaisquer ações em nome da autora;
  6. Condenar os réus ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios sucumbenciais, nos termos do CPC/2015, art. 85;
  7. Autorizar a produção de todas as provas admitidas em direito, inclusive documental, testemunhal e pericial, se necessário;
  8. Designar audiência de conciliação/mediação, salvo manifestação expressa das partes em sentido contrário.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV. FUNDAMENTAÇÃO CONSTITUCIONAL

A presente decisão está devidamente fundamentada, em observância ao princípio da motivação das decisões judiciais (CF/88, art. 93, IX), bem como aos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), do acesso à justiça (CF/88, art. 5º, XXXV) e da proteção integral à pessoa idosa (Lei 10.741/2003, art. 71).

V. CONCLUSÃO

Diante do exposto, conheço do pedido e julgo procedente a demanda, nos termos acima expostos.

Rio de Janeiro, ___ de ____________ de 2025.

__________________________________
Juiz de Direito


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.