Modelo de Ação Cautelar com Pedido de Liminar para Religação de Energia Elétrica em Unidade Consumidora

Publicado em: 05/04/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
O documento trata de uma Ação Cautelar proposta por um consumidor contra uma concessionária de energia elétrica, visando a concessão de tutela de urgência liminar para a imediata religação do serviço de energia elétrica em sua unidade consumidora. O pedido fundamenta-se no CPC/2015, art. 300 e no CDC, art. 6º e CDC, art. 22, destacando a essencialidade do serviço de energia elétrica e a impossibilidade de interrupção com base em débitos pretéritos. O autor alega ausência de notificação prévia, inexistência de débito atual e prejuízos à saúde e dignidade de sua família. O documento também apresenta jurisprudências relevantes que corroboram a tese de abuso de direito por parte da concessionária.
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AÇÃO CAUTELAR COM PEDIDO DE LIMINAR PARA RELIGAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE [CIDADE/UF]

[NOME COMPLETO DO AUTOR], [nacionalidade], [estado civil], [profissão], portador do CPF nº [XXX.XXX.XXX-XX] e do RG nº [XX.XXX.XXX-X], residente e domiciliado à [endereço completo], endereço eletrônico: [e-mail], por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional situado à [endereço do advogado], onde recebe intimações, vem, com fulcro no CPC/2015, art. 300 e seguintes, propor a presente:

AÇÃO CAUTELAR COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA LIMINAR

em face de [NOME DA CONCESSIONÁRIA DE ENERGIA ELÉTRICA], pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº [XX.XXX.XXX/0001-XX], com sede à [endereço completo], endereço eletrônico: [e-mail da empresa], pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor:

DOS FATOS

O Autor é consumidor regular do serviço de fornecimento de energia elétrica prestado pela Ré, sendo titular da unidade consumidora localizada à [endereço da unidade consumidora], onde reside com sua família.

Ocorre que, no dia [data], o fornecimento de energia elétrica foi abruptamente interrompido pela Ré, sob a alegação de existência de débitos pretéritos referentes aos anos de [anos], os quais sequer foram devidamente comprovados ou oportunizados meios de defesa ao Autor.

Importante destacar que tais débitos não se referem ao consumo atual da unidade, tampouco foram objeto de notificação prévia ou constituem dívida líquida e certa. A interrupção do fornecimento de energia elétrica, serviço essencial, vem causando sérios prejuízos à saúde, segurança e dignidade da família do Autor, que conta com crianças e idosos em sua residência.

O Autor tentou, por diversas vezes, resolver a situação administrativamente, inclusive protocolando reclamações junto à concessionária e à ANEEL, sem sucesso. Diante da urgência e da essencialidade do serviço, não restou alternativa senão buscar a tutela jurisdicional para ver restabelecido o fornecimento de energia elétrica.

DO DIREITO

A presente ação encontra amparo no CPC/2015, art. 300, que dispõe:

“A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.”

Estão presentes, de forma inequívoca, os requisitos legais para concessão da tutela de urgência:

  • Probabilidade do direito: o Autor é consumidor regular, titular da unidade consumidora, e não há débito atual vencido que justifique a interrupção do serviço. A jurisprudência consolidada do STJ e dos Tribunais Estaduais é pacífica no sentido de que é vedada a suspensão do fornecimento de energia elétrica por débitos pretéritos.
  • Perigo de dano: a ausência de fornecimento de energia elétrica compromete a saúde, segurança e dignidade da família do Autor, sendo serviço essencial à vida moderna, conforme reconhecido pelo CDC, art. 22.

Ademais, o CDC, art. 6º, inciso VIII, prevê a inversão do ônus da prova em favor do consumidor, especialmente quando este é hipossuficiente e não detém os meios técnicos para comprovar a inexistência dos débitos alegados pela Ré, cuja origem sequer foi demonstrada.

O fornecimento de energia elétrica é serviço público essencial, e sua interrupção, sem o devido processo legal e sem notificação prévia, configura abuso de direito e afronta aos princípi"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de Ação Cautelar com Pedido de Tutela de Urgência Liminar ajuizada por [NOME COMPLETO DO AUTOR] em face da [NOME DA CONCESSIONÁRIA DE ENERGIA ELÉTRICA], requerendo a imediata religação do serviço de fornecimento de energia elétrica, interrompido sob a alegação de existência de débitos pretéritos, bem como a aplicação de multa diária em caso de descumprimento.

O autor alega que a interrupção do fornecimento de energia elétrica, serviço essencial, vem causando sérios prejuízos à saúde, segurança e dignidade de sua família, composta por crianças e idosos. Argumenta que os débitos alegados pela ré não foram devidamente comprovados e que não houve qualquer notificação prévia.

Fundamentação

Nos termos da CF/88, art. 93, inciso IX, é dever do magistrado fundamentar todas as decisões judiciais, assegurando a transparência e a motivação do pronunciamento jurisdicional.

Da Tutela de Urgência (CPC/2015, art. 300)

A concessão da tutela de urgência exige a presença de dois requisitos: probabilidade do direito e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.

  • Probabilidade do direito: O autor demonstrou ser consumidor regular e titular da unidade consumidora, argumentando que a interrupção decorreu de débitos referentes a períodos pretéritos, o que encontra vedação na jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e dos Tribunais Estaduais. A interrupção do fornecimento de energia elétrica em razão de débitos antigos viola o princípio da continuidade do serviço público, previsto na CF/88, art. 175, parágrafo único, inciso IV.
  • Perigo de dano: A interrupção do serviço essencial compromete a saúde, segurança e dignidade da família do autor, em especial considerando a presença de crianças e idosos no núcleo familiar. Tal situação configura risco concreto e iminente.

Do Código de Defesa do Consumidor (CDC)

Nos termos do CDC, art. 6º, VIII, a inversão do ônus da prova é medida cabível, visto que o autor é parte hipossuficiente. Ademais, o CDC, art. 22 estabelece a obrigatoriedade de fornecimento contínuo de serviços essenciais, como energia elétrica, salvo por razões justificadas e mediante prévia notificação, o que não ocorreu no presente caso.

Da Dignidade da Pessoa Humana

A dignidade da pessoa humana, prevista na CF/88, art. 1º, inciso III, deve ser resguardada, especialmente em situações que envolvam acesso a serviços essenciais. A interrupção do fornecimento de energia elétrica, sem o devido processo legal, afronta esse princípio fundamental.

Jurisprudência Aplicável

Com base na jurisprudência consolidada, verifica-se entendimento pacífico quanto à impossibilidade de interrupção do fornecimento de energia elétrica por débitos pretéritos:

“A suspensão do fornecimento de energia elétrica com fundamento em débitos pretéritos é vedada, sendo possível apenas em caso de inadimplemento de faturas referentes ao consumo atual.”

TJSP, Agravo de Instrumento Acórdão/TJSP, Rel. Des. Anna Paula Dias da Costa, julgado em 24/06/2024.

Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento na CF/88, art. 93, IX, julgo procedente o pedido do autor e concedo a tutela de urgência para determinar que a [NOME DA CONCESSIONÁRIA DE ENERGIA ELÉTRICA] proceda à imediata religação do serviço de fornecimento de energia elétrica na unidade consumidora situada à [endereço], no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, sob pena de multa diária de R$ 500,00 (quinhentos reais), limitada a R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Condeno ainda a ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor da causa, nos termos do CPC/2015, art. 85, § 2º.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Conclusão

Assim, conheço do pedido e dou-lhe procedência para assegurar o direito fundamental à continuidade do serviço público essencial, nos termos da fundamentação acima.

[Cidade], [Data].

[NOME DO MAGISTRADO]
Juiz de Direito


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