Modelo de Recurso Especial Cível interposto pelo agente público F.O. Pereira contra condenação por ato de improbidade administrativa em ação civil pública do Ministério Público de MG, com fundamento na ausência de dolo e...

Publicado em: 09/07/2025 AdvogadoAdministrativoProcesso Civil
Modelo de Recurso Especial Cível apresentado ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais, com remessa ao Superior Tribunal de Justiça, visando reformar acórdão que condenou o recorrente por ato de improbidade administrativa, alegando ausência de dolo, violação à legislação federal, e requerendo afastamento da condenação ou redução das sanções aplicadas, com base na jurisprudência e princípios constitucionais.
← deslize para o lado para ver mais opções

RECURSO ESPECIAL CÍVEL

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais
(Com posterior remessa ao Superior Tribunal de Justiça)

2. TEMPESTIVIDADE E PREPARO

O presente Recurso Especial é interposto tempestivamente, nos termos do CPC/2015, art. 1.003, §5º, considerando-se a publicação do acórdão recorrido em __/__/____ e a interposição dentro do prazo legal. O preparo recursal foi devidamente efetuado, conforme guia de recolhimento anexa, atendendo ao disposto no CPC/2015, art. 1.007.

3. SÍNTESE DO PROCESSO

Trata-se de Ação Civil Pública por Ato de Improbidade Administrativa ajuizada pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais em face de F. O. Pereira, acusado de utilizar servidores e maquinário público para serviços em imóvel particular, ensejando suposto enriquecimento ilícito e dano ao erário. O Juízo de primeiro grau julgou procedente o pedido, condenando o réu ao ressarcimento dos danos ao Município de Cipotânea/MG e à aplicação das sanções previstas na Lei 8.429/1992. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais manteve a sentença, fundamentando-se na confissão do apelante e em provas que teriam demonstrado o dolo específico na conduta. O presente recurso visa à reforma do acórdão, especialmente quanto à configuração do elemento subjetivo (dolo) e à correta aplicação da legislação federal.

4. DOS FATOS

O recorrente, F. O. Pereira, então agente público do Município de Cipotânea/MG, foi acusado de utilizar servidores e maquinário público para a realização de serviços em imóvel particular, o que teria resultado em enriquecimento ilícito e dano ao erário. A condenação se baseou, principalmente, em suposta confissão do recorrente e em provas documentais e testemunhais. Contudo, a análise do conjunto probatório revela ausência de dolo específico, elemento indispensável para a configuração dos atos de improbidade previstos nos Lei 8.429/1992, art. 9º (enriquecimento ilícito) e Lei 8.429/1992, art. 10 (dano ao erário). O Tribunal de Justiça de Minas Gerais manteve a condenação, sem, contudo, demonstrar de forma inequívoca a presença do elemento subjetivo exigido pela legislação de regência.

5. DO CABIMENTO DO RECURSO ESPECIAL

O presente recurso é cabível com fundamento no CF/88, art. 105, III, "a", por violação à legislação federal, notadamente à Lei 8.429/1992, e ao CPC/2015. O acórdão recorrido contrariou entendimento consolidado do Superior Tribunal de Justiça quanto à imprescindibilidade do dolo para configuração dos atos de improbidade administrativa previstos nos arts. 9º e 11 da Lei 8.429/1992, bem como deixou de observar a correta valoração do elemento subjetivo, incorrendo em violação à legislação federal. O recurso não demanda reexame de provas, mas sim a correta subsunção dos fatos reconhecidos pelo acórdão recorrido à legislação federal, o que se amolda à via especial.

6. DO DIREITO

6.1. DA NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DO DOLO PARA CONFIGURAÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

A Lei 8.429/1992 disciplina os atos de improbidade administrativa, exigindo, para a configuração das condutas previstas nos arts. 9º e 11, a presença do elemento subjetivo do dolo. O STJ é pacífico ao afirmar que, para o enquadramento nas hipóteses de enriquecimento ilícito (art. 9º) e violação a princípios da administração pública (art. 11), exige-se o dolo, não bastando a mera culpa (STJ, Rec. Esp. 1.653.638/RS).

O dolo, nesse contexto, consiste na vontade consciente de praticar o ato vedado pela norma, sendo necessária a demonstração de que o agente público agiu com intenção de violar os deveres inerentes à função pública. A ausência de comprovação do dolo afasta a tipificação do ato como improbidade administrativa, conforme entendimento reiterado do Superior Tribunal de Justiça.

6.2. DA AUSÊNCIA DE DOLO NO CASO CONCRETO

No caso em tela, o acórdão recorrido não demonstrou, de forma inequívoca, a existência de dolo por parte do recorrente. A mera utilização de bens públicos, sem comp"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

1. Relatório

Trata-se de Recurso Especial Cível interposto por F. O. Pereira, agente público do Município de Cipotânea/MG, condenado em ação civil pública por ato de improbidade administrativa, sob a acusação de utilização de servidores e maquinário público para realização de serviços em imóvel particular, resultando em suposto enriquecimento ilícito e dano ao erário. O juízo de origem julgou procedente o pedido, decisão mantida pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, sob fundamento de confissão do recorrente e provas da existência de dolo específico. O recurso especial busca a reforma do acórdão, alegando ausência de dolo e aplicação inadequada da legislação federal.

2. Fundamentação

2.1. Da Admissibilidade

Inicialmente, observo que o recurso preenche os requisitos de admissibilidade, sendo tempestivo e devidamente preparado, conforme comprovam os autos, nos termos do CPC/2015, art. 1.003, §5º e CPC/2015, art. 1.007.

O recurso especial é cabível, uma vez que versa sobre violação à legislação federal e controvérsia interpretativa acerca dos dispositivos da Lei 8.429/1992, em consonância com o CF/88, art. 105, III, "a".

2.2. Da Configuração do Ato de Improbidade Administrativa e do Elemento Subjetivo

A Lei 8.429/1992 exige, para a configuração dos atos de improbidade administrativa previstos em seus arts. 9º e 11, a demonstração do elemento subjetivo do dolo, conforme reiteradamente decidido pelo Superior Tribunal de Justiça. Não é suficiente a mera culpa para a configuração do ilícito em tais hipóteses.

A jurisprudência do STJ é firme nesse sentido:

"O entendimento do STJ é no sentido de que, para que seja reconhecida a tipificação da conduta do réu como incurso nas previsões da Lei de Improbidade Administrativa, é necessária a demonstração do elemento subjetivo, consubstanciado pelo dolo para os tipos previstos nos artigos 9º e 11 e, ao menos, pela culpa, nas hipóteses do artigo 10. É pacífico o entendimento do STJ no sentido de que o ato de improbidade administrativa previsto no Lei 8.429/1992, art. 11 exige a demonstração de dolo, o qual, contudo, não necessita ser específico, sendo suficiente o dolo genérico." (STJ, Rec. Esp. Acórdão/STJ)

Ressalte-se que o princípio da legalidade (CF/88, art. 37, caput) e o princípio da presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LVII) impõem que a responsabilização do agente público por improbidade administrativa somente ocorra quando comprovada, de forma cabal, a intenção dolosa de praticar o ato ímprobo.

No caso dos autos, a análise do conjunto probatório revela que a mera utilização de bens públicos não restou acompanhada de demonstração inequívoca de intenção deliberada de violar princípios administrativos ou de obter vantagem indevida. A confissão atribuída ao recorrente não evidencia, por si só, a existência de dolo, sendo imprescindível a análise do contexto e da finalidade da conduta.

2.3. Da Interpretação Restritiva das Sanções de Improbidade

As sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa possuem natureza sancionatória e restritiva de direitos, devendo ser interpretadas restritivamente, em consonância com os princípios constitucionais da legalidade, proporcionalidade e razoabilidade (CF/88, art. 5º, II e LIV). A aplicação de penalidades sem a devida comprovação do dolo viola o devido processo legal e o direito de defesa do agente público.

2.4. Da Obrigatoriedade de Fundamentação

O dever de fundamentação das decisões judiciais é imperativo constitucional (CF/88, art. 93, IX), impondo ao magistrado o exame das questões relevantes ao deslinde da controvérsia, sob pena de nulidade.

3. Dispositivo

Diante do exposto, conheço do recurso especial e, no mérito, dou-lhe provimento para afastar a condenação de F. O. Pereira por ato de improbidade administrativa, reconhecendo a ausência de dolo na conduta apurada, com fulcro nos princípios constitucionais da legalidade (CF/88, art. 5º, II), do devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV) e da obrigatoriedade de fundamentação das decisões judiciais (CF/88, art. 93, IX).

Determino, por conseguinte, a reforma do acórdão recorrido, julgando improcedente o pedido de condenação por ato de improbidade administrativa, com a respectiva revogação das sanções impostas.

Prejudicados os demais pedidos.

Publique-se. Intimem-se.

4. Certidão

Cipotânea/MG, ___ de ___________ de 20__.

Juiz(a) de Direito


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.