Modelo de Petição inicial de ação de obrigação de fazer cumulada com indenização por danos morais contra plano de saúde por negativa indevida de cobertura de tratamento médico urgente, com pedido de tutela de urgência
Publicado em: 08/06/2025 Processo CivilConsumidorPETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS CONTRA PLANO DE SAÚDE
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do Juizado Especial Cível da Comarca de [Cidade/UF]
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
A. J. dos S., brasileiro, solteiro, engenheiro civil, portador do CPF nº 123.456.789-00, RG nº 1.234.567 SSP/XX, endereço eletrônico [email protected], residente e domiciliado na Rua das Flores, nº 100, Bairro Centro, CEP 12345-678, [Cidade/UF], por seu advogado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
em face de Plano de Saúde Vida Plena S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº 12.345.678/0001-90, endereço eletrônico [email protected], com sede na Avenida Central, nº 2000, Bairro Centro, CEP 12345-000, [Cidade/UF], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
3. DOS FATOS
O Autor é beneficiário do plano de saúde administrado pela Ré, conforme contrato firmado em [data], mantendo-se adimplente com todas as obrigações contratuais.
Em [data do evento], o Autor foi acometido por grave enfermidade, sendo diagnosticado com [doença], conforme laudo médico anexo. O médico assistente, Dr. M. F. de S. L., prescreveu tratamento específico e urgente, indispensável à preservação da saúde e integridade física do Autor.
Contudo, ao buscar a autorização junto à Ré para realização do tratamento, o Autor foi surpreendido com a recusa injustificada, sob a alegação de exclusão contratual e/ou suposta ausência de cobertura para o procedimento indicado, mesmo diante da urgência e da expressa recomendação médica.
Tal negativa expôs o Autor a risco iminente de agravamento do quadro clínico, ocasionando-lhe angústia, sofrimento psíquico e abalo moral, que extrapolam o mero dissabor cotidiano, além de violar o direito fundamental à saúde.
Diante da recusa, não restou alternativa ao Autor senão buscar o Poder Judiciário para ver garantido seu direito ao tratamento prescrito e a devida reparação pelos danos morais sofridos.
4. DO DIREITO
4.1. DA RELAÇÃO DE CONSUMO E APLICABILIDADE DO CDC
A relação entre as partes é de consumo, nos termos do CDC, art. 2º e art. 3º, sendo o Autor consumidor e a Ré fornecedora de serviços de saúde. A jurisprudência consolidada do STJ, por meio da Súmula 608, reconhece a incidência do CDC nos contratos de plano de saúde.
4.2. DA OBRIGAÇÃO DE FAZER – COBERTURA DE TRATAMENTO MÉDICO
A Lei 9.656/1998, art. 35-C, impõe aos planos de saúde a obrigatoriedade de cobertura para casos de emergência ou urgência, sendo vedada a negativa de procedimentos prescritos por profissional habilitado, especialmente quando o quadro clínico do paciente demanda intervenção imediata.
O art. 12, V, “c”, da mesma lei, limita o prazo de carência para atendimento de emergência a 24 horas, não havendo respaldo legal para exclusão de cobertura em situações de risco à vida ou à saúde do beneficiário.
A recusa imotivada de cobertura, além de abusiva (CDC, art. 51, §1º, II), afronta o princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), o direito à saúde (CF/88, art. 6º e art. 196) e a função social do contrato (CCB/2002, art. 421).
4.3. DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA E DO DANO MORAL
A responsabilidade da Ré é objetiva, nos termos do CDC, art. 14, prescindindo da demonstração de culpa, bastando a comprovação do dano e do nexo causal. A negativa indevida de cobertura de tratamento médico essencial caracteriza violação aos direitos da personalidade, ensejando reparação por danos morais, conforme entendimento pacífico do STJ e dos Tribunais Estaduais.
O dano moral, neste contexto, decorre do sofrimento, angústia e insegurança vivenciados pelo Autor, que teve sua saúde e vida colocadas em risco, sendo a indenização devida para compensar o abalo experimentado e desestimular condutas semelhantes por parte das operadoras de saúde.
4.4. DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS
São aplicáveis ao caso os princípios da dignidade da pessoa humana, da boa-fé objetiva, da função social do contrato, da proteção do consumidor e da razoabilidade/proporcionalidade na fixação da indenização.
O fechamento lógico da argumentação evidencia que a conduta da Ré violou direitos fundamentais do Autor, impondo-se a concessão da tutela jurisdicional para garantir o tratamento médico e a reparação moral devida.
5. JURISPRUDÊNCIAS
TJSP (4ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível 1133336-74.2023.8.26.0100 - Rel.: Des. Marcia Dalla Déa Barone - J. em 09/09/2024
"Ação de obrigação de fazer, cumulada com indenização por danos morais - Plano de Saúde - Sentença de parcial procedência - Aplicação do CDC - Requerida que se recusou a fornecer o tratamento indicado pelo médico assistente da autora - Abusividade - Aplicação da Súmula 102/Tribunal de Justiça ao caso - Exclusão contratual que coloca em risco o objeto do contrato - Prevalência d"'>...
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