Modelo de Pedido de revogação de prisão preventiva de M. A. S. P. com substituição por medidas cautelares diversas fundamentado no CPP arts. 312, 315 e 319, em ação criminal por violência doméstica

Publicado em: 07/08/2025 Direito Penal Processo Penal
Modelo de petição para requerer a revogação da prisão preventiva de réu acusado de violência doméstica, com pedido subsidiário de substituição por medidas cautelares diversas previstas no CPP, fundamentado na ausência de risco concreto e na insuficiência de fundamentação da prisão, observando princípios constitucionais e jurisprudência consolidada. Inclui qualificação das partes, exposição dos fatos, fundamentos legais, teses doutrinárias e pedidos específicos.
← deslize para o lado para ver mais opções

PEDIDO DE REVOGAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA, COM EVENTUAL SUBSTITUIÇÃO POR MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de Caanema – Estado de ___.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Requerente: M. A. S. P., brasileiro, convivente, empregado, portador do CPF nº 123.456.789-00, RG nº 12.345.678-9, residente e domiciliado na Rua Mato Grosso, nº 1338, Bairro ___, Caanema/SP, endereço eletrônico: [email protected].
Advogado: O. A. de S., inscrito na OAB/SP sob o nº 123.456, endereço profissional na Rua das Flores, nº 100, Centro, Caanema/SP, endereço eletrônico: [email protected].
Requerida: Justiça Pública.

3. DOS FATOS

No dia 02 de agosto de 2025, por volta das 17h20min, na residência situada à Rua Mato Grosso, nº 1338, nesta cidade, o Requerente, M. A. S. P., foi autuado em flagrante por suposta agressão física e ameaça à convivente D. B., fatos que ensejaram a lavratura do auto de prisão em flagrante e, posteriormente, a conversão da custódia em prisão preventiva, com fulcro no CPP, art. 322.

O Requerente foi denunciado pela suposta prática dos crimes previstos no CP, art. 147, §1º (ameaça) e CP, art. 129, §13 (lesão corporal no âmbito de violência doméstica), ambos em contexto de violência doméstica e familiar.

Ressalte-se que, no momento da prisão, a vítima requereu medidas protetivas de urgência, mas, no dia seguinte, solicitou a revogação dessas medidas, demonstrando não mais temer pela sua integridade física.

O Requerente possui residência fixa, vínculo empregatício formal há mais de cinco anos junto à empresa Betel de Caanema, que forneceu carta de conduta social atestando comportamento exemplar, assiduidade, pontualidade e responsabilidade. Ademais, o casal possui duas crianças menores, e os pais do Requerente, residentes nesta cidade, já se prontificaram a recebê-lo em sua residência, caso necessário.

A decisão que converteu a prisão em flagrante em preventiva fundamentou-se na suposta inadequação ou insuficiência das medidas cautelares previstas no CPP, art. 319, sem, contudo, individualizar as razões concretas para tal conclusão.

Diante desse contexto, busca-se a revogação da prisão preventiva, com eventual substituição por medidas cautelares diversas, em respeito aos princípios constitucionais e legais aplicáveis.

4. DO DIREITO

A prisão preventiva, por sua natureza excepcional, somente se legitima quando demonstrada sua imprescindibilidade para a garantia da ordem pública, da instrução criminal ou da aplicação da lei penal, nos termos do CPP, art. 312. O CPP, art. 282, §6º reforça que a prisão preventiva “somente será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar, observado o art. 319 deste Código, e o não cabimento da substituição por outra medida cautelar deverá ser justificado de forma fundamentada nos elementos presentes do caso concreto, de forma individualizada”.

O CPP, art. 319 elenca diversas medidas cautelares alternativas à prisão, as quais devem ser preferencialmente aplicadas, em observância ao princípio da proporcionalidade e à excepcionalidade da prisão processual (CF/88, art. 5º, LXVI).

No caso em tela, não há elementos concretos que demonstrem a necessidade da segregação cautelar do Requerente. A vítima, após o episódio, solicitou a revogação das medidas protetivas, não havendo notícia de reiteração delitiva ou descumprimento de ordens judiciais. O Requerente possui condições pessoais favoráveis, como residência fixa, emprego formal e laços familiares sólidos, fatores que, segundo a jurisprudência, devem ser considerados na análise da necessidade da prisão preventiva.

Ademais, a decisão que converteu a prisão em flagrante em preventiva carece de fundamentação concreta e individualizada quanto à insuficiência das medidas cautelares diversas, limitando-se a reproduzir argumentos genéricos, em afronta ao CF/88, art. 93, IX e ao CPP, art. 315.

Ressalte-se que a gravidade abstrata do delito não é suficiente para justificar a prisão preventiva, sendo imprescindível a demonstração de risco concreto à ordem pública ou à vítima, o que não se verifica no presente caso.

Por fim, a manutenção da prisão preventiva, diante das circunstâncias expostas, configura medida desproporcional e desnecessária, sendo plenamente cabível a substituição por medidas cautelares diversas, conforme previsão legal e entendimento consolidado dos Tribunais Superiores.

Fechamento argumentativo: Assim, diante da ausência de fundamentos concretos que justifiquem a manutenção da prisão preventiva e da suficiência das medidas cautelares diversas, impõe-se a revogação da custódia cautelar do Requerente, em respeito aos princípios da dignidade da pessoa humana, da presunção de inocência e da proporcionalidade.

TESES DOUTRINÁRIAS EXTRAÍDAS DE ACÓRDÃOS

A prisão preventiva, por sua natureza excepcional e restritiva de direitos fundamentais, somente se legitima quando demonstrada sua imprescindibilidade para a preservação dos valores jurídicos tutelados pela lei penal, nos termos do CPP, art. 312. Se presentes fundamentos idênticos para a decretação da prisão preventiva e para a imposição de medidas cautelares alternativas, deve-se concluir pela suficiência da providência menos gravosa ao réu, primando-se pela substituição da prisão por cautelares diversas, quando estas se mostrarem adequadas e suficientes à proteção dos bens jurídicos em questão. Link para a tese doutrinária

A prisão preventiva é medida de natureza excepcional e somente se legitima quando demonstrada, de forma concreta e atual, sua imprescindibil"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de pedido de revogação de prisão preventiva, com eventual substituição por medidas cautelares diversas, formulado por M. A. S. P., acusado da suposta prática dos crimes previstos no CP, art. 147, §1º (ameaça) e CP, art. 129, §13 (lesão corporal no âmbito de violência doméstica), ambos em contexto de violência doméstica e familiar.

Narra a defesa que a prisão preventiva foi decretada com fundamento no CPP, art. 322, sob alegação genérica de inadequação das medidas cautelares alternativas previstas no CPP, art. 319. Ressalta-se, ainda, que a vítima solicitou a revogação das medidas protetivas, não havendo notícia de reiteração delitiva ou descumprimento de determinações judiciais por parte do Requerente, o qual possui residência fixa, emprego formal e laços familiares sólidos.

Requer-se a revogação da prisão preventiva e, subsidiariamente, a substituição por medidas cautelares diversas.

II. Fundamentação

1. Do Devido Processo Legal e da Fundamentação

O princípio constitucional da fundamentação das decisões judiciais, previsto no CF/88, art. 93, IX, exige que todas as decisões sejam devidamente motivadas, com indicação dos fundamentos de fato e de direito que as embasam, especialmente quando se trata de medida extremamente gravosa, como a restrição da liberdade.

2. Da Excepcionalidade da Prisão Preventiva

Nos termos do CPP, art. 312, a prisão preventiva somente poderá ser decretada quando presentes elementos concretos que demonstrem sua imprescindibilidade para a garantia da ordem pública, da instrução criminal ou da aplicação da lei penal. O CPP, art. 282, §6º, dispõe que a prisão preventiva “somente será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar, observado o CPP, art. 319”.

O contexto dos autos revela que a decisão que converteu a prisão em flagrante em preventiva carece de fundamentação concreta e individualizada, limitando-se a reproduzir argumentos genéricos acerca da insuficiência das medidas cautelares alternativas, em afronta ao CF/88, art. 93, IX.

A jurisprudência do TJSP, em casos análogos (v.g., Habeas Corpus Criminal Acórdão/TJSP), reconhece que a ausência de fundamentação suficiente e a inexistência de gravidade concreta dos fatos autorizam a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares alternativas, em respeito aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade.

3. Da Possibilidade de Substituição por Medidas Cautelares Diversas

O CPP, art. 319, estabelece rol de medidas cautelares diversas da prisão, cuja aplicação deve ser preferida diante da excepcionalidade da segregação cautelar, conforme preconiza o CF/88, art. 5º, LXVI.

No caso, verifica-se a presença de condições pessoais favoráveis ao Requerente: residência fixa, emprego formal, ausência de reincidência e manifestação da vítima no sentido de não mais temer pela sua integridade física. Não há elementos concretos que indiquem risco de reiteração delitiva, ameaça à instrução criminal, à ordem pública ou à aplicação da lei penal.

Ressalte-se, ainda, que, conforme consolidado nos tribunais superiores, a gravidade abstrata do delito, por si só, não autoriza a manutenção da prisão preventiva, sendo imprescindível a demonstração de risco concreto, o que não se verifica nos autos.

Destaca-se o entendimento doutrinário: “A prisão preventiva, por sua natureza excepcional e restritiva de direitos fundamentais, somente se legitima quando demonstrada sua imprescindibilidade para a preservação dos valores jurídicos tutelados pela lei penal, nos termos do CPP, art. 312. Se presentes fundamentos idênticos para a decretação da prisão preventiva e para a imposição de medidas cautelares alternativas, deve-se concluir pela suficiência da providência menos gravosa ao réu...” (Link para a tese doutrinária).

Assim, em consonância com o disposto no CPP, art. 319, e à luz do princípio da proporcionalidade, entendo ser possível e suficiente a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares alternativas, a serem fixadas de acordo com a realidade dos autos.

4. Da Manifestação do Ministério Público e do Contraditório

O contraditório e a ampla defesa, balizados pelo CF/88, art. 5º, LV, foram devidamente observados, tendo o Ministério Público se manifestado nos autos.

5. Da Conciliação e Mediação

Considerando que se trata de matéria penal, inaplicável a audiência de conciliação ou mediação, conforme informado pela defesa.

III. Dispositivo

Ante o exposto, julgo procedente o pedido para revogar a prisão preventiva de M. A. S. P., substituindo-a por medidas cautelares alternativas previstas no CPP, art. 319, a serem especificadas em decisão própria, devendo o Requerente:

  • Proibição de contato com a vítima;
  • Proibição de frequentar determinados lugares;
  • Comparecimento periódico em juízo para informar e justificar atividades;
  • Quaisquer outras medidas que se mostrem adequadas ao caso concreto.
Intime-se o Ministério Público para ciência. Dê-se vista à Defesa e à Vítima.

Cumpra-se.

IV. Fundamentação Final

Esta decisão encontra respaldo nos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, do contraditório, da ampla defesa e da excepcionalidade da prisão cautelar, sendo vedada a restrição da liberdade sem a devida fundamentação individualizada e concreta (CF/88, art. 93, IX; CPP, art. 315).

Publique-se. Registre-se. Intime-se.

V. Local, Data e Assinatura

Caanema/SP, 12 de agosto de 2025.

___________________________________
Juiz de Direito


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.