Modelo de Pedido de Reconsideração de Despacho na Ação Revisional de Aposentadoria contra INSS para revogação da dilação de prazo e julgamento antecipado com base na preclusão e erro material na contag...

Publicado em: 23/04/2025 Processo Civil
Modelo de petição inicial de pedido de reconsideração de despacho em ação revisional previdenciária contra o INSS, fundamentado na preclusão processual, erro material na contagem do tempo de contribuição e princípios da celeridade e isonomia, requerendo revogação da dilação de prazo concedida ao INSS e julgamento antecipado da lide. Inclui qualificação das partes, síntese dos fatos, fundamentos jurídicos, jurisprudências aplicáveis e pedidos detalhados.

PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO DE DESPACHO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da 8ª Vara Federal de Londrina – Juizado Especial Cível – Seção Judiciária do Paraná.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Autor: L. B., brasileiro, casado, aposentado, portador do CPF nº 000.000.000-00, residente e domiciliado na Rua das Acácias, nº 100, Bairro Centro, Londrina/PR, CEP 00000-000, endereço eletrônico: [email protected].
Réu: Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, autarquia federal, inscrita no CNPJ sob o nº 00.000.000/0000-00, com sede na Rua X, nº Y, Centro, Londrina/PR, CEP 00000-000, endereço eletrônico: [email protected].
Processo: nº 5002667-28.2024.4.04.7001/PR

3. SÍNTESE DOS FATOS

O Autor ajuizou a presente Ação Revisional de Aposentadoria em face do INSS, visando a correção de erro material na contagem do tempo de contribuição, especificamente quanto ao vínculo empregatício junto à empresa Torino Diesel. Conforme demonstrado no CNIS, o Autor laborou de 01/09/1977 a 11/11/1988, porém, o INSS, ao realizar a contagem, desconsiderou o período de 01/09/1977 a 30/06/1980, computando apenas de 01/07/1980 a 30/05/1981 e de 01/03/1983 a 20/03/1987, sem justificativa plausível.

Em decorrência desse equívoco, o tempo total de contribuição foi contabilizado em 35 anos, 10 meses e 11 dias, quando o correto seria 38 anos, 08 meses e 10 dias, impactando diretamente no cálculo do fator previdenciário e, consequentemente, na Renda Mensal Inicial (RMI) do benefício, que foi fixada em 0,6749% do Salário de Benefício, ao passo que o correto seria 0,7294%.

O INSS apresentou contestação genérica (evento 16), não impugnando especificamente os fatos e documentos apresentados pelo Autor, configurando-se a preclusão quanto à matéria de fato. Posteriormente, o Juízo determinou, em 13/11/2024 (evento 18), a reabertura do processo administrativo para verificação do erro material, concedendo prazo de 30 dias ao INSS para manifestação, prazo este que transcorreu in albis, mesmo após dilação em razão do recesso forense.

Diante da inércia do INSS, o Autor requereu julgamento antecipado, por entender que não há mais controvérsia a ser dirimida. Contudo, surpreendentemente, o Juízo, no evento 23, concedeu nova dilação de prazo de 30 dias ao INSS para cumprimento da determinação anterior, o que, data venia, afronta os princípios da celeridade, isonomia e preclusão processual, além de conferir tratamento privilegiado à parte ré em detrimento do Autor.

4. DO DIREITO

4.1. DA PRECLUSÃO E DO DEVER DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA

O CPC/2015, art. 341, estabelece que incumbe ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados pelo autor, sob pena de presunção de veracidade quanto àqueles não impugnados. No presente caso, o INSS, em sua contestação, limitou-se a alegações genéricas, deixando de impugnar especificamente o erro material apontado pelo Autor, o que atrai a incidência da preclusão consumativa, conforme CPC/2015, art. 507.

O princípio da preclusão visa garantir a segurança jurídica, a estabilidade das decisões e a efetividade do processo, impedindo que a parte, por sua inércia, venha a tumultuar o regular andamento processual. Assim, não pode o INSS, após o transcurso do prazo legal, ser reiteradamente instado a se manifestar sobre matéria já preclusa.

4.2. DA CELERIDADE E ISONOMIA PROCESSUAL

A CF/88, art. 5º, LXXVIII, assegura a todos, no âmbito judicial e administrativo, a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. A concessão de sucessivas oportunidades ao INSS para manifestação, além de afrontar a isonomia processual, viola o direito do Autor à prestação jurisdicional célere e efetiva.

O princípio da isonomia, previsto na CF/88, art. 5º, caput, impõe tratamento igualitário às partes, vedando privilégios processuais injustificados. O excesso de oportunidades concedidas ao INSS caracteriza desequilíbrio processual, em prejuízo do Autor, que aguarda a solução definitiva de seu direito.

4.3. DO ERRO MATERIAL E DA POSSIBILIDADE DE REVISÃO

O erro material, nos termos da legislação e da jurisprudência, pode ser corrigido a qualquer tempo, desde que se trate de mero equívoco aritmético ou inexati"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

VOTO

Trata-se de Pedido de Reconsideração de Despacho formulado por L. B. em face do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, nos autos da Ação Revisional de Aposentadoria, processo nº 5002667-28.2024.4.04.7001/PR, objetivando a revogação da decisão que concedeu nova dilação de prazo ao INSS e o imediato julgamento antecipado da lide, com a revisão do benefício previdenciário.

I – RELATÓRIO

O Autor alegou erro material por parte do INSS na contagem do tempo de contribuição referente ao vínculo empregatício junto à empresa Torino Diesel, resultando em prejuízo no cálculo da renda mensal inicial do benefício. O INSS apresentou contestação genérica, deixando de impugnar especificamente os fatos e documentos trazidos pelo Autor, configurando preclusão quanto à matéria de fato. Após a reabertura do processo administrativo, o INSS permaneceu inerte dentro do prazo concedido. Mesmo assim, foi-lhe concedida nova dilação de prazo pelo Juízo, o que motivou o presente pedido.

II – FUNDAMENTAÇÃO

II.1 – Do Conhecimento do Pedido

O pedido de reconsideração é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, razão pela qual deve ser conhecido.

II.2 – Da Preclusão e do Dever de Impugnação Específica

Conforme dispõe o CPC/2015, art. 341, incumbe ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados pelo autor, sob pena de presunção de veracidade quanto àqueles não impugnados. No caso dos autos, o INSS, em sua contestação (evento 16), limitou-se a alegações genéricas, não impugnando especificamente o erro material apontado, atraindo a preclusão, nos termos do CPC/2015, art. 507.

A inércia do réu em manifestar-se sobre fatos essenciais, mesmo após nova oportunidade, não pode ser eternizada, sob pena de afronta à estabilidade e à segurança jurídica.

II.3 – Da Celeridade e Isonomia Processual

A CF/88, art. 5º, LXXVIII, assegura a todos razoável duração do processo e celeridade de sua tramitação. O tratamento isonômico entre as partes, previsto na CF/88, art. 5º, caput, também deve ser observado, sendo vedado ao Judiciário conceder privilégios processuais injustificados à Fazenda Pública, como já assentado nos precedentes dos Tribunais Superiores colacionados aos autos.

A concessão de sucessivas dilatações de prazo, sem justificativa plausível, viola referidos princípios constitucionais e processuais, em prejuízo do direito do Autor à obtenção de resposta jurisdicional célere e eficaz.

II.4 – Da (Des)necessidade de Nova Dilação de Prazo e do Julgamento Antecipado

Não subsiste motivo para nova dilação de prazo ao INSS, haja vista a preclusão já configurada e a ausência de controvérsia relevante a demandar produção de outras provas. O CPC/2015, art. 355, I, autoriza o julgamento antecipado da lide quando a questão for exclusivamente de direito ou não houver necessidade de outras provas, situação verificada nestes autos.

II.5 – Do Erro Material e do Direito do Autor

O erro material na contagem do tempo de contribuição foi devidamente comprovado pelo Autor, sem impugnação específica pelo INSS, o que impõe o reconhecimento do direito à revisão do benefício, com recálculo da RMI, conforme requerido.

Ressalte-se que a jurisprudência consolidada dos Tribunais Superiores veda a rediscussão de matéria preclusa e a concessão de privilégios processuais à Fazenda Pública, em respeito ao devido processo legal e à igualdade das partes.

II.6 – Da Fundamentação Constitucional

O presente voto está devidamente fundamentado, em observância a CF/88, art. 93, IX, que exige que todas as decisões judiciais sejam públicas e fundamentadas, sob pena de nulidade.

III – DISPOSITIVO

Ante o exposto, conheço do pedido de reconsideração e dou-lhe provimento para revogar o despacho do evento 23, determinando o imediato prosseguimento do feito, com julgamento antecipado da lide, nos termos do CPC/2015, art. 355, I.

JULGO PROCEDENTE O PEDIDO inicial para condenar o INSS à revisão do benefício do Autor, com recálculo da RMI considerando o tempo de contribuição correto (38 anos, 08 meses e 10 dias), bem como ao pagamento das diferenças devidas, acrescidas de correção monetária e juros legais, conforme critérios usualmente adotados.

Ficam prejudicados os demais pedidos.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se as partes.

IV – REFERÊNCIAS LEGAIS E JURISPRUDENCIAIS

V – CONCLUSÃO

É como voto.

 

Londrina/PR, 20 de junho de 2025.

Juiz Federal


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