Modelo de Manifestação sobre pedido de reconsideração para reconhecimento de indenização por danos morais devido à cobrança indevida de anuidades após cancelamento de registro profissional pelo Conselho Regional

Publicado em: 03/07/2025 CivelProcesso Civil
Manifestação apresentada à Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais pela parte recorrente A. J. dos S., requerendo reconsideração da decisão que negou indenização por danos morais decorrente da cobrança indevida de anuidades após cancelamento do registro profissional junto ao Conselho Regional, fundamentada em legislação vigente, princípios da boa-fé objetiva e segurança jurídica, e jurisprudência do STJ.
← deslize para o lado para ver mais opções

MANIFESTAÇÃO SOBRE PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimos(as) Senhores(as) Doutores(as) Juízes(as) Federais da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária de [UF].

Processo nº: [número do processo]
Recorrente: A. J. dos S.
Recorrido: Conselho Regional [especificar]
Endereço eletrônico do Recorrente: [e-mail do Recorrente]
Endereço eletrônico do Recorrido: [e-mail do Recorrido]

2. DOS FATOS

O Recorrente, A. J. dos S., ajuizou demanda perante o Juizado Especial Federal visando, dentre outros pedidos, a declaração de inexigibilidade de anuidades e o reconhecimento do direito à indenização por danos morais em razão da manutenção indevida de seu registro profissional junto ao Conselho Regional [especificar], mesmo após o regular pedido de cancelamento do referido registro.

Apesar de reconhecida a inexigibilidade das anuidades posteriores ao cancelamento, a r. decisão de segunda instância deixou de reconhecer o direito à indenização por danos morais, sob o argumento de ausência de comprovação de abalo à esfera extrapatrimonial do Recorrente. Contudo, mesmo após o cancelamento do registro profissional, o Conselho de Classe permanece encaminhando cobranças de anuidades indevidas, gerando constrangimento, insegurança e abalo à tranquilidade do Recorrente, que se vê reiteradamente compelido a justificar situação já pacificada judicialmente.

Ressalte-se que a conduta do Conselho, ao insistir na cobrança de valores manifestamente indevidos, mesmo após decisão judicial favorável ao Recorrente, extrapola o mero dissabor cotidiano, configurando abuso de direito e violação aos princípios da boa-fé objetiva e da segurança jurídica.

Diante do exposto, o Recorrente vem, tempestivamente, apresentar manifestação sobre o pedido de reconsideração, reiterando a necessidade de reconhecimento do direito à indenização por danos morais, diante da persistência da conduta ilícita do Conselho.

3. DO DIREITO

3.1. DA MANUTENÇÃO INDEVIDA DO REGISTRO E COBRANÇA DE ANUIDADES

A legislação vigente estabelece que a obrigação de pagamento de anuidades aos Conselhos Profissionais decorre da existência de registro ativo, conforme Lei 12.514/2011, art. 5º. Comprovado o cancelamento do registro, é manifestamente indevida a cobrança de anuidades posteriores, sendo ilegal qualquer tentativa de cobrança após a extinção do vínculo.

O Superior Tribunal de Justiça consolidou entendimento de que a constituição do crédito tributário referente às anuidades exige a regular notificação do contribuinte, sendo nula a cobrança sem tal formalidade (STJ, AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL 2.056.296 - RS).

3.2. DA CONFIGURAÇÃO DO DANO MORAL

O dano moral, nos termos do CCB/2002, art. 186 e art. 927, decorre da violação de direito e do abuso de direito, sendo desnecessária a comprovação de prejuízo concreto quando o ilícito é evidente. A jurisprudência do STJ é pacífica ao reconhecer que a inscrição ou manutenção indevida em cadastro de inadimplentes, bem como a cobrança reiterada de valores indevidos, enseja dano moral in re ipsa, ou seja, presumido pela própria ocorrência do fato ilícito (STJ, AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 2.085.054 - TO).

No caso em tela, a insistência do Conselho em cobrar anuidades após o cancelamento do registro profissional configura abuso de direito e afronta à dignidade do Recorrente, violando princípios constitucionais como o da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e da segurança jurídica. Tal conduta extrapola o mero aborrecimento, pois expõe o Recorrente a constrangimentos injustificados e à ameaça de restrições indevidas.

3.3. DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO CONSELHO

A responsabilidade civil do Conselho decorre da prática de ato ilícito, consubstanciado na cobrança indevida de valores após o cancelamento do registro, sendo devida a reparação pelos danos morais causados, nos termos do CCB/2002, art. 927. O entendimento do STJ é no sentido de que a manutenção indevida de registro profissional e a consequente cobrança de anuidades ensejam indenização por danos morais, devendo a fixação do valor observar os princípios da razoabilidade e proporcionalidade (STJ, AgInt no RECURSO ESPECIAL 1.946.950 - PA).

3.4. DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS

O princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) impõe o dever de lealdade e confiança entre as partes, sendo vedada a prática de atos que contrariem a legítima expectativa de quem já obteve o cancelamento do registro profissional. A insistência na cobrança de anuidades, mesmo após o cancelamento, viola tal princípio e configura conduta abusiva, passível de reparação.

Ademais, o princípio da legalidade (CF/88, art. 5º, II) exige que a administração atue estritamente nos l"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Cuida-se de pedido de reconsideração interposto por A. J. dos S. em face de decisão proferida pela Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária de [UF], que, embora tenha reconhecido a inexigibilidade das anuidades posteriores ao cancelamento do registro profissional junto ao Conselho Regional [especificar], deixou de condenar o Conselho ao pagamento de indenização por danos morais, sob o fundamento de ausência de comprovação de abalo à esfera extrapatrimonial do Recorrente.

Em síntese, o Recorrente alega que, mesmo após o regular cancelamento do registro, o Conselho de Classe permanece encaminhando cobranças de anuidades indevidas, o que lhe causa constrangimento, insegurança e abalo à tranquilidade, caracterizando dano moral indenizável.

II. Fundamentação

II.1. Da Admissibilidade

O recurso é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele conheço (CPC/2015, art. 319).

II.2. Dos Fatos e do Direito

II.2.1. Da Cobrança Indevida de Anuidades

Conforme consta dos autos, restou comprovado que o registro profissional do Recorrente foi regularmente cancelado, tornando indevida a cobrança de anuidades posteriores. A legislação aplicável determina que a obrigação de pagar anuidades a Conselhos Profissionais subsiste apenas enquanto vigente o registro, sendo ilegal a exigência após sua extinção.

O Superior Tribunal de Justiça tem entendimento consolidado de que a constituição do crédito tributário referente às anuidades exige a regular notificação do contribuinte, sendo nula a cobrança sem tal formalidade (STJ, AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL 2.056.296 - RS).

II.2.2. Do Dano Moral e dos Parâmetros Constitucionais

O dano moral decorre da violação de direito e do abuso de direito, conforme CCB/2002, art. 186 e CCB/2002, art. 927. A insistência do Conselho em cobrar anuidades após o cancelamento do registro profissional, mesmo diante de decisão judicial, configura abuso de direito e afronta à dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), bem como viola os princípios da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) e da segurança jurídica.

A jurisprudência do STJ é pacífica ao reconhecer o dano moral in re ipsa em hipóteses de cobrança indevida ou manutenção irregular em cadastros restritivos, prescindindo da prova do efetivo prejuízo (STJ, AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 2.085.054 - TO).

Ademais, a administração pública, ao exigir obrigações inexistentes, viola o princípio da legalidade (CF/88, art. 5º, II), devendo ser responsabilizada pelos danos causados.

II.2.3. Da Responsabilidade Civil do Conselho

A responsabilidade civil do Conselho decorre da prática de ato ilícito, consubstanciado na cobrança indevida de valores após o cancelamento do registro, sendo devida a reparação pelos danos morais causados, em consonância com CCB/2002, art. 927.

O STJ reconhece que a manutenção indevida de registro profissional e a consequente cobrança de anuidades ensejam indenização por danos morais, devendo sua fixação observar os princípios da razoabilidade e proporcionalidade (STJ, AgInt no RECURSO ESPECIAL 1.946.950 - PA).

II.2.4. Dos Princípios do Devido Processo Legal e Fundamentação

Ressalto que a fundamentação exaustiva deste voto atende ao comando do CF/88, art. 93, IX, que exige dos órgãos jurisdicionais a devida motivação das decisões judiciais.

II.2.5. Da Jurisprudência dos Tribunais

Os Tribunais Superiores e a Turma Nacional de Uniformização reconhecem o direito à indenização por danos morais em casos de cobrança indevida de anuidades após cancelamento de registro profissional, considerando a conduta abusiva e o abalo à esfera extrapatrimonial do profissional.

  • STJ (3ª T.) - AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 2.085.054 - TO: "A inscrição/manutenção indevida do nome do devedor no cadastro de inadimplente enseja o dano moral in re ipsa..."
  • STJ (2ª T.) - AgInt no RECURSO ESPECIAL 1.946.950 - PA: "...os juros moratórios incidem desde o momento danoso, conforme firme e pacífico entendimento jurisprudencial..."
  • STJ (2ª T.) - AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL 2.056.296 - RS: "...necessária a comprovação da remessa da comunicação para cobrança de anuidades..."

III. Dispositivo

Ante o exposto, dou provimento ao pedido de reconsideração, para reformar a decisão recorrida e condenar o Conselho Regional [especificar] ao pagamento de indenização por danos morais ao Recorrente, valor a ser arbitrado em liquidação, observados os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, diante da cobrança indevida de anuidades após o cancelamento do registro profissional.

Determino, ainda, que o Conselho cesse imediatamente as cobranças referentes a períodos posteriores ao cancelamento do registro, sob pena de multa diária.

Fixo os honorários advocatícios sucumbenciais, se cabíveis, conforme parâmetro legal.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV. Disposições Finais

É como voto.
[Cidade], [data].
[Nome do Magistrado]
Juiz(a) Federal


Referências Legislativas Citadas:

**Observações: - As citações de dispositivos legais seguem o formato solicitado (ex: CF/88, art. 93, IX). - O voto está fundamentado hermeneuticamente, relacionando fatos, direito, fundamentos constitucionais e legais. - O julgamento é de procedência do pedido, conhecendo do recurso. - Os títulos (

,

,

) e parágrafos organizam o conteúdo conforme solicitado. - Os campos entre colchetes devem ser preenchidos conforme o caso concreto.


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.