Modelo de Manifestação em Ação de Despejo: Contestação de Má-Fé Processual e Requisição de Sanções
Publicado em: 18/08/2024 Processo Civil Direito ImobiliárioEXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE __________
Processo nº: __________
REQUERENTE: A. J. dos S.
REQUERIDA: M. F. de S. L.
MANIFESTAÇÃO NOS AUTOS
M. F. de S. L., já qualificada nos autos da ação de despejo em epígrafe, que lhe move A. J. dos S., por intermédio de seu advogado devidamente constituído, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar a presente MANIFESTAÇÃO NOS AUTOS, em razão de atos de má-fé praticados pelo autor e seus parentes, nos termos a seguir expostos.
DOS FATOS
Conforme já relatado na contestação apresentada, o senhor meirinho declarou ao juízo que não conseguiu citar a requerida no local do imóvel objeto da lide. Tal informação foi devidamente refutada, uma vez que a requerida encontra-se em seu estabelecimento durante todos os dias da semana, exceto aos domingos, dia em que descansa.
Com base na informação equivocada do meirinho, Vossa Excelência proferiu despacho determinando a citação da requerida, concomitantemente à ciência da liminar concedida para desocupação do imóvel. Contudo, a requerida apresentou contestação, instruída com documentos que comprovam o cumprimento de todas as cláusulas contratuais, refutando qualquer alegação de descumprimento.
Ainda assim, antes mesmo do término do prazo para a citação e ciência da liminar, que expira em 22/08, o causídico do autor, acompanhado de parentes deste, imprimiu a liminar e compareceu ao local do imóvel, coagindo, pressionando e ameaçando a requerida para que desocupasse o imóvel. Informaram, de forma indevida, que a liminar deveria ser obedecida imediatamente, sob pena de perda de todos os bens do estabelecimento.
Em ato ainda mais grave, os parentes do autor trocaram as fechaduras do imóvel e passaram a oferecer o estabelecimento para locação a terceiros, por meio de anúncios na internet, mesmo com o processo ainda em tramitação e com pedido de suspensão da liminar pendente de apreciação.
DO DIREITO
A conduta do autor e de seus parentes caracteriza evidente má-fé processual, configurando abuso de direito e violação à dignidade da justiça, nos termos do CPC/2015, art. 139, III, que dispõe ser incumbência do juiz prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça.
Além disso, a troca das fechaduras e a oferta do imóvel para locação a terceiros violam o direito de posse da requerida, que se encontra amparada pelo contrato de locação vigente até o final de outubro. Tal conduta afronta o princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422), que deve nortear as relações contratuais.
A coação e as ameaças realizadas pelo autor e seus parentes configuram, ainda, abuso de direito, nos termos do CCB/2002, art. 187, sendo passíveis de sanções processuais e cíveis. Tais atos extrapolam os limites do exercício regular de um direito, causando danos à requerida e comprometendo a regularidade do processo.
JURISPRUDÊNCIAS
A jurisprudência pátria tem se posicionado de forma firme contra atos de má-fé processual e abuso de direito, conforme se verifica nos julgados abaixo:
A�"'>...
Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina: