Modelo de Manifestação judicial requerendo impugnação e complementação do laudo pericial do INSS por falhas e omissões, com pedido de reconhecimento da incapacidade total e permanente para aposentadoria por invalidez

Publicado em: 07/08/2025 Processo Civil
Documento de manifestação dirigido à Vara Federal do Juizado Especial Previdenciário, impugnando o laudo pericial apresentado pelo INSS, apontando falhas como ausência de respostas a quesitos, análise genérica e equívocos sobre reabilitação, e requerendo complementação ou nova perícia para reconhecer a incapacidade total e permanente do autor para o trabalho, pleiteando a concessão da aposentadoria por invalidez e pagamento das parcelas vencidas. Fundamenta-se na Lei 8.213/1991, CPC/2015 e princípios constitucionais do contraditório e ampla defesa.
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MANIFESTAÇÃO SOBRE O LAUDO PERICIAL

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) Federal da __ª Vara Federal do Juizado Especial Federal Previdenciário da Subseção Judiciária de __/ES

2. IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES E DO PROCESSO

Processo nº: __________
Autor: A. J. dos S., brasileiro, solteiro, ajudante de serviço de carregamento e descarregamento, analfabeto, portador do CPF nº __________, residente e domiciliado na Rua __________, nº __, Bairro __, Cidade __/ES, endereço eletrônico: __________.
Réu: Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, CNPJ nº 29.979.036/0001-40, com sede na Rua __________, nº __, Bairro __, Cidade __/ES, endereço eletrônico: __________.

3. SÍNTESE DOS FATOS

O autor, A. J. dos S., é trabalhador braçal, exercendo a função de ajudante de serviço de carregamento e descarregamento de materiais de construção. Em razão de enfermidade cardíaca grave, posteriormente agravada por acidente vascular cerebral (AVC), ficou totalmente incapacitado para o exercício de qualquer atividade laboral, conforme atestados médicos e histórico clínico acostados aos autos.

Diante da incapacidade, requereu administrativamente o benefício previdenciário de aposentadoria por invalidez, indeferido pelo INSS sob o fundamento de ausência de incapacidade total e permanente. Em juízo, foi determinada a realização de perícia médica, cujo laudo, elaborado por perita do INSS, concluiu genericamente pela ausência de incapacidade total e definitiva, sem, contudo, responder aos quesitos formulados pela parte autora e apresentando equívocos relevantes, especialmente quanto à alegação de ausência de reabilitação, quando comprovado nos autos que o autor se submeteu a reabilitação por anos, sem qualquer melhora.

Assim, a presente manifestação visa impugnar o laudo pericial, apontando suas falhas e omissões, bem como requerendo as providências cabíveis para a adequada apreciação do direito do autor.

4. DA ANÁLISE DO LAUDO PERICIAL

O laudo pericial apresentado pela perita do INSS limita-se a responder de forma genérica aos quesitos do juízo, sem qualquer aprofundamento técnico ou análise individualizada do caso concreto, especialmente quanto à condição de analfabetismo do autor, sua atividade habitual de esforço físico intenso e a gravidade das doenças incapacitantes.

Ressalte-se que a perícia não considerou o histórico clínico detalhado do autor, tampouco analisou os documentos médicos acostados aos autos, restringindo-se a afirmar, sem fundamentação adequada, que o autor não estaria incapacitado de forma total e definitiva para o trabalho. Ademais, a perita afirmou equivocadamente que o autor não teria realizado reabilitação necessária, ignorando os comprovantes de reabilitação apresentados, os quais demonstram que o autor se submeteu a tratamentos e acompanhamentos médicos por anos, sem qualquer evolução que permitisse o retorno às atividades laborativas.

Importante destacar que a perícia judicial, nos termos do CPC/2015, art. 473, deve ser clara, objetiva e fundamentada, respondendo a todos os quesitos formulados pelas partes e pelo juízo, o que não ocorreu no presente caso.

5. DAS FALHAS E OMISSÕES DO LAUDO

O laudo pericial apresenta graves falhas e omissões, que comprometem sua validade e a formação do convencimento do juízo:

  • Ausência de resposta aos quesitos da parte autora: a perita deixou de responder integralmente aos quesitos apresentados pela parte autora, em afronta ao contraditório e à ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV).
  • Análise genérica e superficial: o laudo limita-se a reproduzir respostas padronizadas, sem examinar as peculiaridades do caso, como o analfabetismo do autor, sua idade, a natureza da atividade exercida e o contexto socioeconômico.
  • Equívoco quanto à reabilitação: a perita afirmou que o autor não teria realizado reabilitação, quando há nos autos diversos comprovantes de que o autor se submeteu a tratamentos e programas de reabilitação por anos, sem qualquer melhora significativa.
  • Desconsideração da incapacidade multifatorial: o laudo não considerou o conjunto de fatores que, somados, tornam o autor absolutamente incapaz para o trabalho, especialmente em razão da baixa escolaridade, da natureza braçal da atividade e das limitações físicas decorrentes das doenças cardíacas e do AVC.

Tais omissões e falhas violam o dever de fundamentação do laudo pericial (CPC/2015, art. 473, §2º), bem como os princípios do contraditório, da ampla defesa e da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III e art. 5º, LV).

6. DO DIREITO

A concessão de benefício por incapacidade, seja auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez, exig"'>...

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Informações complementares

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VOTO

Cuida-se de ação previdenciária proposta por A. J. dos S. em face do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, objetivando a concessão de aposentadoria por invalidez, sob fundamento de incapacidade total e permanente para o exercício de atividade laboral, em razão de enfermidade cardíaca grave, agravada por acidente vascular cerebral (AVC).

I. RELATÓRIO

O autor afirma ser trabalhador braçal, analfabeto, tendo exercido a função de ajudante de serviço de carregamento e descarregamento de materiais de construção. Alega que, por conta das doenças que lhe acometeram, encontra-se incapacitado para qualquer atividade laboral, tendo seu pedido administrativo de benefício indeferido pelo INSS sob a alegação de ausência de incapacidade total e permanente.

Em juízo, foi determinada a realização de perícia médica, cujo laudo, elaborado por perita do INSS, concluiu genericamente pela ausência de incapacidade total e definitiva, sem responder adequadamente aos quesitos da parte autora, e apresentando falhas, especialmente quanto à alegação de ausência de reabilitação, apesar de comprovada nos autos a submissão do autor a diversos tratamentos sem evolução significativa.

A parte autora impugnou o laudo pericial, apontando suas falhas e omissões, e requereu a complementação da prova pericial ou a realização de nova perícia.

II. FUNDAMENTAÇÃO

a) Da admissibilidade

Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso interposto, uma vez que a matéria foi regularmente devolvida à cognição deste juízo.

b) Da análise do laudo pericial

O laudo pericial apresentado não atende ao disposto no CPC/2015, art. 473, pois se restringe a respostas genéricas, sem análise individualizada do caso concreto. A perita deixou de responder de modo específico aos quesitos formulados pela parte autora, em afronta ao contraditório e à ampla defesa, garantias estas asseguradas pela CF/88, art. 5º, LV.

Ademais, a conclusão da perícia quanto à ausência de reabilitação não corresponde ao conjunto probatório dos autos, nos quais há comprovantes de que o autor se submeteu a tratamentos e programas de reabilitação por anos, sem evolução que permitisse o retorno ao trabalho.

Ressalte-se que, conforme o CPC/2015, art. 371, o juiz apreciará livremente a prova, não estando adstrito ao laudo pericial, podendo fundamentar sua decisão em outros elementos constantes dos autos, especialmente quando o parecer técnico se mostra incompleto ou dissociado do conjunto probatório.

c) Da incapacidade e da análise do contexto pessoal e social

O autor é pessoa de baixa escolaridade, analfabeto, de idade avançada, cuja vida laboral sempre se desenvolveu em atividades braçais. Está acometido por enfermidade cardíaca grave, agravada por AVC, tendo ficado impossibilitado de exercer suas atividades profissionais, conforme demonstram os atestados e laudos médicos constantes dos autos.

A incapacidade deve ser analisada de forma global, considerando não apenas o diagnóstico médico, mas também as condições pessoais, sociais e culturais do segurado, em atenção ao princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), não podendo ser exigida a reabilitação quando esta se demonstra inviável pelas condições do caso concreto.

A jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça é firme no sentido de que o juiz, com base no livre convencimento motivado, pode afastar as conclusões do laudo pericial quando o conjunto probatório evidencia situação diversa (STJ, REsp Acórdão/STJ; REsp Acórdão/STJ).

d) Da violação ao contraditório e à ampla defesa

A ausência de resposta aos quesitos da parte autora configura cerceamento de defesa, afrontando o direito ao contraditório e à ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV), bem como o dever de fundamentação das decisões judiciais, em especial no tocante à apreciação da prova técnica (CF/88, art. 93, IX).

Diante das falhas e omissões do laudo pericial, faz-se necessária a complementação da prova pericial, a fim de assegurar a plena instrução do feito e o respeito às garantias processuais constitucionais.

III. DISPOSITIVO

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO, para:

  1. Reconhecer as falhas e omissões do laudo pericial, especialmente a ausência de resposta aos quesitos da parte autora e o equívoco quanto à reabilitação profissional;
  2. Reconhecer, com base no conjunto probatório dos autos e na análise das condições pessoais, profissionais e sociais do autor, a incapacidade total e permanente do autor para o exercício de atividade laborativa;
  3. Condenar o INSS a conceder ao autor o benefício de aposentadoria por invalidez, nos termos do Lei 8.213/1991, art. 42;
  4. Condenar o INSS ao pagamento das parcelas vencidas, devidamente corrigidas e acrescidas de juros legais;
  5. Determinar a expedição de ofício ao INSS para a imediata implantação do benefício, com comunicação ao juízo sobre o cumprimento;
  6. Condenar o INSS ao pagamento de honorários advocatícios, nos termos da legislação aplicável.

Fica facultado às partes a produção de outras provas, caso necessário, visando à efetividade da prestação jurisdicional (CPC/2015, art. 319).

IV. CONCLUSÃO

Esta decisão fundamenta-se nos princípios constitucionais do contraditório, da ampla defesa, da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III e art. 5º, LV), bem como no dever de motivação das decisões judiciais (CF/88, art. 93, IX), reconhecendo o direito do autor à aposentadoria por invalidez diante da incapacidade total e permanente devidamente comprovada nos autos.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Cidade/ES, __ de __________ de 20__.

_____________________________________
Magistrado(a)

**Obs.: Todas as citações de legislação seguem o formato solicitado. O voto está fundamentado na CF/88, art. 93, IX, e nos dispositivos relevantes, com análise hermenêutica dos fatos e do direito, julgamento do mérito e conhecimento do recurso.

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