Modelo de Impugnação à contestação da CEMIG Distribuição S/A em ação de responsabilidade objetiva por danos materiais e morais decorrentes de interrupção indevida do fornecimento de energia elétrica, com fundamentaçã...

Publicado em: 31/05/2025 Processo CivilConsumidor
Modelo de impugnação à contestação apresentada pela concessionária de energia CEMIG em ação judicial que pleiteia indenização por danos materiais e morais causados pela interrupção injustificada do fornecimento de energia elétrica. O documento contesta os argumentos da defesa relativos à presunção de legitimidade dos atos da Administração Pública Indireta, ausência de nexo causal e alegação de causas externas, reforçando a responsabilidade objetiva da concessionária prevista no Código de Defesa do Consumidor e na Constituição Federal. Requer a inversão do ônus da prova, desconsideração dos documentos unilaterais apresentados pela requerida e a procedência dos pedidos iniciais, incluindo a condenação em danos e honorários. Apresenta fundamentação jurídica e jurisprudencial relevante para a matéria.
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IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO E AOS DOCUMENTOS INSERIDOS NO CORPO DA DEFESA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do Juizado Especial Cível da Comarca de [CIDADE] – Estado de Minas Gerais.

2. IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES E DOS AUTOS

Processo nº: [NÚMERO]
Requerente: S. C. D. L. – Estado civil: [ESTADO CIVIL], profissão: [PROFISSÃO], CPF: [CPF], endereço eletrônico: [E-MAIL], residente e domiciliada à [ENDEREÇO COMPLETO].
Requerida: CEMIG Distribuição S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº [CNPJ], endereço eletrônico: [E-MAIL], com sede à [ENDEREÇO COMPLETO].

3. SÍNTESE DA CONTESTAÇÃO APRESENTADA

A requerida CEMIG Distribuição S/A apresentou contestação à presente demanda, na qual alega, em síntese, que os fatos narrados pela autora não correspondem à realidade e não encontram respaldo na legislação ou jurisprudência. Sustenta que, por ser integrante da Administração Pública Indireta, seus atos gozam de presunção de veracidade e legitimidade, cabendo à autora o ônus da prova de eventual erro. Informa que a interrupção de energia na unidade consumidora da autora foi emergencial, podendo decorrer de fenômenos naturais, problemas ambientais ou falhas em equipamentos, e que não há comprovação do nexo causal entre a interrupção e os danos alegados. Por fim, ressalta os limites de sua responsabilidade, conforme a regulação da ANEEL, e requer a improcedência dos pedidos.

4. IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DOS ARGUMENTOS DA CONTESTAÇÃO (PARÁGRAFO POR PARÁGRAFO)

4.1. Da suposta ausência de respaldo fático e jurídico

A requerida alega genericamente que os fatos narrados pela autora não refletem a realidade e não encontram respaldo legal. Contudo, a inicial descreve de forma clara e cronológica a ocorrência da interrupção do fornecimento de energia elétrica, bem como os prejuízos materiais (perda de alimentos perecíveis) e morais sofridos, estando tais alegações amparadas pelo CDC, art. 6º, VI, e CF/88, art. 5º, X. Ademais, a relação de consumo está devidamente comprovada, sendo a responsabilidade da concessionária objetiva, conforme CF/88, art. 37, §6º, e CDC, art. 14.

4.2. Da presunção de veracidade dos atos da Administração Pública Indireta

A requerida invoca a presunção de legitimidade de seus atos, por integrar a Administração Pública Indireta. No entanto, tal presunção é relativa e pode ser afastada por prova em contrário, sobretudo em se tratando de relação de consumo, na qual vigora a hipossuficiência do consumidor (CDC, art. 6º, VIII). A jurisprudência tem reconhecido que a concessionária responde objetivamente pelos danos causados aos consumidores, independentemente de culpa, bastando a comprovação do dano e do nexo causal (TJMG, Apelação Cível 1.0000.24.514201-3/001).

4.3. Da alegação de interrupção emergencial e causas externas

A CEMIG sustenta que a interrupção foi emergencial, decorrente de fenômenos naturais, ambientais ou falhas em equipamentos. Contudo, não apresentou documentação idônea que comprove a ocorrência de tais eventos na data e local indicados, tampouco demonstrou que a interrupção foi comunicada previamente à consumidora, conforme exigido pela Resolução ANEEL 414/2010, art. 140. A mera alegação de causas externas não afasta a responsabilidade objetiva da concessionária, que deve garantir a regularidade e continuidade do serviço público essencial (Lei 8.987/1995, art. 6º).

4.4. Da inexistência de nexo causal e ausência de comprovação dos danos

A requerida afirma não haver nexo causal entre a interrupção do serviço e os danos alegados. Todavia, a autora apresentou prova documental (faturas, fotos dos alimentos deteriorados, eventual boletim de ocorrência) e testemunhal que evidenciam a perda de alimentos perecíveis em decorrência da falta de energia. O nexo causal entre a interrupção e o dano material é presumido, dada a natureza do serviço e a essencialidade do fornecimento de energia elétrica para a conservação de alimentos. A jurisprudência do TJMG e do STJ é pacífica quanto à possibilidade de indenização nesses casos, desde que demonstrado o prejuízo (TJMG, Apelação Cível 1.0000.24.518018-7/001).

4.5. Dos limites da responsabilidade da concessionária

A CEMIG tenta restringir sua responsabilidade às hipóteses previstas na regulação da ANEEL, olvidando-se de que a responsabilidade objetiva prevista no CDC e na CF/88, art. 37, §6º, é ampla e abrange todos os danos decorrentes da má prestação do serviço público, salvo excludente de responsabilidade devidamente comprovada, o que não ocorreu no caso concreto. A ausência de comunicação prévia e a não comprovação de evento externo imprevisível reforçam a obrigação de indenizar.

5. IMPUGNAÇÃO DOS DOCUMENTOS INSERIDOS NO CORPO DA CONTESTAÇÃO

Os documentos apresentados pela requerida, consistentes em relatórios genéricos de manutenção, registros internos e eventuais comunicados, não comprovam de forma específica e individualizada a ocorrência de evento externo ou força maior na unidade consumidora da autora na data dos fatos. Tais documentos são produzidos unilateralmente e não foram submetidos ao contraditório, carecendo de fé pública ou chancela de órgão independente, razão pela qual devem ser desconsiderados como prova suficiente para "'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de demanda ajuizada por S. C. D. L. em face de CEMIG Distribuição S/A, na qual a autora sustenta ter sofrido prejuízos materiais e morais em decorrência de interrupção no fornecimento de energia elétrica em sua unidade consumidora. A requerida, em sua contestação, defende a ausência de responsabilidade, alegando presunção de legitimidade de seus atos como integrante da Administração Pública Indireta e ausência de comprovação do nexo causal entre a interrupção e os danos relatados, requerendo, ao final, a improcedência dos pedidos.

II. Fundamentação

1. Da Análise dos Fatos e Provas

Conforme restou incontroverso nos autos, houve interrupção no fornecimento de energia elétrica à residência da autora, fato este comprovado por documentação, fotos dos alimentos perecíveis deteriorados e eventual boletim de ocorrência, além de prova testemunhal. A requerida, por sua vez, limitou-se a apresentar relatórios genéricos e documentos unilaterais, sem demonstrar de maneira específica a ocorrência de evento externo, caso fortuito ou força maior, tampouco comprovou a comunicação prévia à consumidora, conforme exigido pela Resolução ANEEL 414/2010, art. 140.

2. Do Direito Aplicável

A relação entre as partes é de consumo, nos termos dos arts. 2º e 3º do Código de Defesa do Consumidor (CDC), aplicando-se, portanto, a responsabilidade objetiva prevista no art. 14 do CDC e no art. 37, §6º, da Constituição Federal de 1988 (CF/88).

O fornecimento de energia elétrica é serviço público essencial (Lei 8.987/1995, art. 6º), devendo ser prestado de forma regular e contínua. A interrupção injustificada caracteriza falha na prestação do serviço, ensejando o dever de reparação dos danos materiais e morais (CDC, art. 22; CF/88, art. 5º, X).

Ressalta-se que a presunção de legitimidade dos atos administrativos é relativa, podendo ser elidida por prova em contrário, sobretudo nas relações de consumo, onde incide a hipossuficiência do consumidor e a possibilidade de inversão do ônus da prova (CDC, art. 6º, VIII).

Os documentos apresentados pela requerida não comprovam de maneira individualizada e suficiente a ocorrência de evento externo excludente de responsabilidade, conforme já consolidado na jurisprudência do TJMG, Apelação Cível 1.0000.24.514201-3/001 e do STJ.

Ademais, o contraditório e a ampla defesa são garantias constitucionais (CF/88, art. 5º, LV), que devem ser observadas inclusive no âmbito administrativo, sob pena de nulidade do procedimento e reforço da obrigação de indenizar.

3. Da Responsabilidade da Concessionária

Restaram comprovados o dano material (perda de alimentos perecíveis) e o nexo causal entre a interrupção do serviço e o prejuízo sofrido pela autora. A responsabilidade da concessionária é objetiva, nos termos do CDC e da CF/88, art. 37, §6º, afastando-se apenas em caso de comprovação de culpa exclusiva da vítima, caso fortuito externo ou força maior, o que não foi demonstrado nos autos.

O dano moral, por sua vez, decorre da privação de serviço público essencial e dos transtornos experimentados pela parte autora, sendo presumido nas hipóteses de interrupção injustificada do fornecimento de energia elétrica, conforme entendimento pacífico do TJMG e do STJ.

4. Da Observância ao Art. 93, IX, da CF/88

Cumpre destacar que, nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal, as decisões judiciais devem ser fundamentadas, demonstrando-se, no presente voto, a análise detalhada dos fatos, das provas produzidas e do direito aplicável, bem como a razão do convencimento deste magistrado.

III. Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial, nos termos do art. 487, I, do CPC/2015, para:

  • Condenar a requerida CEMIG Distribuição S/A ao pagamento de indenização pelos danos materiais sofridos pela parte autora, valor a ser apurado conforme documentos apresentados nos autos;
  • Condenar a requerida ao pagamento de indenização por danos morais, em valor a ser fixado por este juízo, observando-se os princípios da razoabilidade e proporcionalidade;
  • Inverter o ônus da prova, nos termos do art. 6º, VIII, do CDC;
  • Condenar a requerida ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, se cabíveis;
  • Determinar a realização de audiência de conciliação/mediação, caso as partes manifestem interesse, nos termos do art. 319, VII, do CPC/2015.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV. Fundamentação Final

A presente decisão se pauta nos princípios da dignidade da pessoa humana, proteção do consumidor, reparação integral do dano, continuidade do serviço público e boa-fé objetiva, em respeito aos fundamentos constitucionais e legais aplicáveis.

Cumpra-se, observando-se, ainda, o disposto no art. 93, IX, da CF/88, quanto à devida fundamentação das decisões judiciais.

[CIDADE], [DATA].

Juiz de Direito


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