Modelo de Apelação Criminal contra condenação por violência doméstica em Atibaia/SP, com pedido de nulidade da sentença, reconhecimento de legítima defesa, revisão da dosimetria da pena e redução dos danos morais fundam...

Publicado em: 11/07/2025 Direito Penal Processo Penal
Modelo de apelação criminal interposta por A. de J. A. contra sentença condenatória por lesão corporal no âmbito da violência doméstica, com alegações de insuficiência probatória, nulidade por falta de fundamentação, pedido de absolvição com base no princípio in dubio pro reo e legítima defesa, além de pleitos subsidiários de revisão da pena e redução dos danos morais, fundamentados no Código Penal, Código de Processo Penal, Constituição Federal e Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha). Contém preliminares, exposição dos fatos, fundamentação jurídica, jurisprudência aplicável e pedidos finais.
← deslize para o lado para ver mais opções

APELAÇÃO CRIMINAL

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Apelante: A. de J. A.
Apelado: Ministério Público do Estado de São Paulo
Processo nº: [inserir número do processo]
Vara de origem: Vara Criminal da Comarca de Atibaia/SP

2. PRELIMINARES

2.1. Da Nulidade da Sentença por Ausência de Fundamentação (CPP, art. 381, III)
Caso Vossa Excelência entenda que a sentença condenatória não analisou de modo suficiente as teses defensivas, especialmente quanto à insuficiência de provas e à ausência de dolo específico, requer-se o reconhecimento da nulidade do decisum, em respeito ao princípio do contraditório e da ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV).

2.2. Da Inépcia da Denúncia (CPP, art. 41)
Alternativamente, caso se entenda que a denúncia não descreveu de forma clara e individualizada a conduta do acusado, requer-se o reconhecimento da inépcia da peça acusatória, por violação ao devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV).

Fechamento argumentativo: As preliminares ora suscitadas visam resguardar direitos fundamentais do acusado, sendo imprescindível sua apreciação antes do mérito, sob pena de nulidade do processo.

3. DOS FATOS

O Ministério Público do Estado de São Paulo ofereceu denúncia em face de A. de J. A., imputando-lhe a prática do crime previsto no CP, art. 129, § 9º, com incidência da Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), sob a alegação de que, em 3 de fevereiro de 2025, teria agredido fisicamente sua companheira, G. L. da S., após discussão iniciada em um ponto de ônibus e continuada na residência do casal.

Segundo a denúncia, as agressões teriam sido testemunhadas, em parte, pela irmã da vítima, L. da S.. O exame de corpo de delito atestou lesões leves em G. L. da S.. O Ministério Público requereu a condenação do acusado e a fixação de valor mínimo para reparação de danos morais.

Em audiência, a vítima e sua irmã prestaram depoimentos, e o réu apresentou sua versão dos fatos, negando a intenção de agredir e alegando que apenas tentou se defender de agressões mútuas.

Fechamento argumentativo: A narrativa dos autos revela controvérsia acerca da dinâmica dos fatos, especialmente quanto à existência de legítima defesa e à suficiência das provas para embasar o decreto condenatório.

4. DO DIREITO

4.1. Da Insuficiência Probatória e Princípio do In Dubio Pro Reo

O conjunto probatório dos autos não se mostra suficiente para sustentar a condenação do apelante. O princípio constitucional da presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LVII) impõe que a dúvida razoável quanto à autoria ou materialidade do delito deve beneficiar o réu (in dubio pro reo).

A palavra da vítima, embora relevante em casos de violência doméstica, não pode ser considerada isoladamente para fundamentar a condenação, devendo ser corroborada por outros elementos de prova (CPP, art. 155). No presente caso, os depoimentos apresentam contradições e não há elementos robustos que afastem a versão defensiva de legítima defesa ou agressões mútuas.

4.2. Da Legítima Defesa (CP, art. 25)

O apelante, em sua defesa, alegou ter agido para repelir agressão injusta, atual ou iminente, praticada pela vítima, o que caracteriza a excludente de ilicitude da legítima defesa (CP, art. 25). A prova dos autos não afasta essa hipótese, especialmente diante da ausência de testemunhas presenciais do início dos fatos e da existência de lesões em ambos os envolvidos.

4.3. Da Dosimetria da Pena e da Reparação de Danos Morais

Caso não seja acolhida a tese absolutória, requer-se, subsidiariamente, a readequação da dosimetria da pena, com aplicação da pena-base no mínimo legal (CP, art. 59), reconhecimento da atenuante da confissão espontânea (CP, art. 65, III, d), e redução do valor fixado a título de danos morais, observando-se o princípio da razoabilidade e a necessidade de pedido expresso do Ministério Público (CPP, art. 387, IV).

Fechamento argumentativo: A análise jurídica dos fatos demonstra a ausência de provas suficientes para a condenação, a possibilidade de legítima defesa e, subsidiariamente, a necessidade de ajuste da pena e do valor indenizatório.

5. JURISPRUDÊNCIAS

TJRS (Primeira Câmara Criminal) - Apelação Criminal 5000250-35.2018.8.21.0105 - Rel. Des. Karla Aveline De Oliveira - J. em 27/02/2025
“Em crimes de violência doméstica, a palavra da vítima, corroborada por outros elementos probatórios, é suficiente para sustentar a condenação, em especial quando amparada pelo Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero, que orienta a a"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

I – Relatório

Trata-se de apelação criminal interposta por A. de J. A. contra sentença proferida pelo Juízo da Vara Criminal da Comarca de Atibaia/SP, que o condenou pela prática do crime previsto no CP, art. 129, §9º, com incidência da Lei 11.340/2006, em virtude de agressões físicas perpetradas contra sua companheira G. L. da S., supostamente ocorridas em 03 de fevereiro de 2025.

O Ministério Público requereu a condenação do apelante e a fixação de valor mínimo para reparação de danos morais. O recorrente sustenta, em preliminar, nulidade da sentença por ausência de fundamentação (CF/88, art. 93, IX), além da inépcia da denúncia. No mérito, alega insuficiência probatória e legítima defesa, postulando absolvição, ou, subsidiariamente, readequação da dosimetria da pena, reconhecimento de atenuantes e redução da indenização.

II – Fundamentação

II.1 – Da Admissibilidade

Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso interposto.

II.2 – Da Preliminar de Nulidade por Ausência de Fundamentação

A sentença questionada apresenta fundamentação suficiente, ainda que sucinta, expondo as razões de convencimento do Juízo de origem acerca da autoria, materialidade e tipicidade da conduta, com base nas provas coligidas. Assim, não há violação ao dever constitucional de motivação das decisões judiciais (CF/88, art. 93, IX). Rejeito, portanto, a preliminar de nulidade.

II.3 – Da Preliminar de Inépcia da Denúncia

A denúncia descreveu de forma apta os fatos imputados, individualizando a conduta do acusado e permitindo o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV). Não há inépcia a ser reconhecida. Rejeito a preliminar.

II.4 – Do Mérito

II.4.1 – Da Insuficiência Probatória e Princípio do In Dubio Pro Reo

O conjunto probatório não se revela suficientemente robusto para ensejar o decreto condenatório. Embora a palavra da vítima possua especial relevo em crimes de violência doméstica, sua eficácia condenatória exige corroboração por outros elementos (CPP, art. 155), como reconhece a jurisprudência:

“Nos crimes de violência doméstica, a palavra da vítima tem especial relevância probatória, desde que corroborada por outros elementos de prova. A legítima defesa exige o uso moderado dos meios necessários para repelir agressão injusta, atual ou iminente, sendo afastada em caso de excesso.” (TJSP, Apelação Criminal Acórdão/TJSP)

Nos autos, os depoimentos das testemunhas não são uníssonos quanto à dinâmica dos fatos, havendo contradições e dúvida razoável quanto à existência de agressão unilateral ou de agressões recíprocas. Ademais, o exame de corpo de delito atestou lesões leves apenas, sem esclarecer sua autoria inequívoca.

Em se tratando de matéria penal, o princípio do in dubio pro reo, decorrente da presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LVII), impõe a absolvição quando a dúvida não puder ser afastada.

II.4.2 – Da Legítima Defesa

A versão defensiva aponta para possível legítima defesa (CP, art. 25), pois o recorrente afirma ter agido para repelir agressão injusta, atual ou iminente, advinda da vítima. Não há prova cabal nos autos capaz de desconstituir tal alegação.

Assim, subsiste dúvida razoável quanto à configuração de legítima defesa, hipótese que, por si só, impede o juízo condenatório.

II.4.3 – Da Dosimetria da Pena e Reparação de Danos Morais

Considerando o acolhimento da tese absolutória, resta prejudicada a análise subsidiária quanto à dosimetria da pena e à fixação do valor indenizatório (CPP, art. 387, IV).

III – Dispositivo

Ante o exposto, dou provimento ao recurso de apelação, para absolver o recorrente A. de J. A. da imputação que lhe foi feita, com fundamento na insuficiência de provas e no princípio do in dubio pro reo (CPP, art. 386, VII).

Determino a expedição de alvará de soltura, se por outro motivo não estiver o apelante preso.

IV – Fundamentação Constitucional

Ressalto que a presente decisão observa o dever de fundamentação expressa e adequada, em estrita observância ao que dispõe a CF/88, art. 93, IX:

“Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade...”

A motivação é requisito essencial à validade do ato jurisdicional, assegurando transparência e controle social sobre a atividade judicante.

V – Disposições Finais

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Atibaia/SP, [data a ser inserida].
[Nome do Magistrado]
Juiz de Direito

**Observações:** - As citações de legislação seguem o formato solicitado. - O voto está fundamentado na CF/88, art. 93, IX, e demais dispositivos pertinentes. - O voto conhece do recurso, rejeita as preliminares, acolhe o pedido principal, absolvendo o réu. - Caso deseje um voto julgando improcedente ou conhecendo parcialmente, informe para nova simulação.

solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.