Modelo de Alegações finais por memoriais em defesa criminal de M. S. por tráfico de drogas, destacando cerceamento de defesa, ausência de provas da autoria, ilegalidade do ingresso policial e pedido de absolvição conforme CP...

Publicado em: 10/06/2025 Direito Penal Processo Penal
Modelo de alegações finais por memoriais na defesa criminal de acusado por tráfico de drogas, abordando preliminares de cerceamento de defesa pelo indeferimento de prova pericial e ausência de gravação policial, fundamentando-se na presunção de inocência e no princípio do in dubio pro reo, com pedido de absolvição ou, subsidiariamente, aplicação de atenuantes e benefícios legais. Inclui jurisprudências relevantes e requerimentos específicos para garantir ampla defesa e contraditório.
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ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS – DEFESA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ª Vara Criminal da Comarca de Guaianases – Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

2. IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES E DO PROCESSO

Processo nº 1509716-98.2025.8.26.0228
Acusado: M. S.
Advogado: OAB/SP nº ________
Endereço eletrônico do advogado: [email protected]

3. SÍNTESE DOS FATOS

O acusado M. S., primário, universitário e profissional gráfico, responde à presente ação penal por suposta prática do crime previsto na Lei 11.343/2006, art. 33, caput, em razão de apreensão de substâncias entorpecentes em apartamento onde residia seu irmão, J. S.. No momento da diligência policial, M. S. não se encontrava no local, sendo seu irmão J. S. o único presente, o qual confessou a posse das drogas e afirmou estar sozinho.

A operação policial foi realizada sem o uso de câmeras corporais (bodycams), conforme admitido pelo policial militar responsável pelo pelotão, o que compromete a transparência da ação. Ademais, a defesa requereu a juntada do laudo pericial do local, tendo o pedido sido indeferido por decisão judicial, conforme termo nos autos.

Importante salientar que a porta do apartamento não permite visualização do interior, impossibilitando aos policiais, do lado de fora, aferirem quantas pessoas estavam no local ou se alguém teria pulado ou fugido, conforme sugerido na acusação.

FOTOS JUNTADAS:
Foto da porta do apartamento
Comentário: A imagem acima demonstra que a porta do apartamento não possui visor ou qualquer abertura que permita a visualização do interior, reforçando a tese de que não era possível aos policiais saber quantas pessoas estavam dentro do imóvel no momento da abordagem.

4. PRELIMINARES

4.1. Cerceamento de Defesa – Indeferimento de Produção de Prova Pericial
A defesa requereu, tempestivamente, a realização de perícia no local dos fatos, a fim de esclarecer circunstâncias relevantes à elucidação da verdade real, especialmente quanto à dinâmica do ingresso policial e à possibilidade de visualização do interior do imóvel. O indeferimento do pedido, sem fundamentação suficiente, caracteriza cerceamento de defesa, afrontando o contraditório e a ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV).

4.2. Ausência de Gravação por Câmeras Corporais (Bodycams)
A ausência de gravação audiovisual da operação policial, em descumprimento a protocolos de transparência e controle externo da atividade policial, compromete a credibilidade da prova testemunhal e a regularidade da diligência, especialmente em contexto de suposta flagrância em ambiente residencial (CF/88, art. 5º, XI; CPP, art. 157, caput).

Assim, requer-se o reconhecimento do cerceamento de defesa e, subsidiariamente, a valoração negativa da prova policial produzida sem o devido registro audiovisual.

5. DO DIREITO

5.1. Ausência de Prova da Autoria – Princípio do In Dubio Pro Reo
O conjunto probatório não demonstra, de forma inequívoca, a participação de M. S. no delito de tráfico de drogas. O acusado não foi flagrado no local, tampouco há elementos que o vinculem à posse ou à guarda dos entorpecentes apreendidos. O único presente era seu irmão, J. S., que assumiu integralmente a responsabilidade pelo material ilícito.

O direito penal brasileiro adota o princípio da presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LVII), impondo à acusação o ônus de demonstrar, de forma cabal, a autoria e a materialidade do delito. A dúvida razoável quanto à participação do acusado impõe sua absolvição (CPP, art. 386, VII).

5.2. Ingresso Policial em Domicílio e Garantia da Inviolabilidade
O ingresso em domicílio, sem mandado judicial, somente se legitima em situações excepcionais de flagrante delito ou fundadas razões, devidamente justificadas (CF/88, art. 5º, XI; CPP, art. 240, §2º). No caso em tela, não há elementos que comprovem a existência de flagr"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Processo

Número: 1509716-98.2025.8.26.0228
Acusado: M. S.
Vara: __ª Vara Criminal da Comarca de Guaianases – TJSP

Ementa

PENAL E PROCESSO PENAL. TRÁFICO DE DROGAS (LEI 11.343/2006, ART. 33, CAPUT). AUSÊNCIA DE PROVA DE AUTORIA. CERCEAMENTO DE DEFESA PELO INDEFERIMENTO DE PERÍCIA E AUSÊNCIA DE BODYCAM. PROVA TESTEMUNHAL POLICIAL ISOLADA. PRINCÍPIO DO IN DUBIO PRO REO. ABSOLVIÇÃO.

Relatório

Trata-se de ação penal em que o acusado M. S. responde pela suposta prática do crime previsto no art. 33, caput, da Lei 11.343/2006, em razão de apreensão de substâncias entorpecentes em apartamento onde residia seu irmão, J. S.. O acusado não se encontrava no local no momento da diligência policial, sendo seu irmão o único presente, o qual confessou a posse das drogas.

A operação policial foi realizada sem gravação por câmeras corporais (bodycams), tendo a defesa requerido, sem êxito, a realização de perícia no local dos fatos. A porta do imóvel não permite visualização do interior, não havendo elementos objetivos que vinculem o acusado à posse ou guarda dos entorpecentes.

Voto

1. Preliminares

Analisando as preliminares suscitadas, verifico que a defesa requereu a produção de prova pericial acerca do local dos fatos, a fim de demonstrar a impossibilidade de visualização do interior do imóvel pela porta, elemento relevante para elucidação da dinâmica da diligência policial. O indeferimento do pedido, sem motivação suficiente, configura cerceamento de defesa, em afronta aos princípios do contraditório e da ampla defesa, previstos no art. 5º, LV, da CF/88, e art. 400 do CPP.

Ademais, a ausência de gravação audiovisual da diligência policial, sobretudo diante da crescente adoção de bodycams como mecanismo de controle e transparência, enfraquece a credibilidade da prova testemunhal produzida exclusivamente por agentes estatais.

2. Mérito

No mérito, observo que não há prova segura da autoria atribuída a M. S.. O acusado não foi flagrado na posse dos entorpecentes, não havendo qualquer elemento nos autos que comprove sua participação no delito. O único indivíduo presente no imóvel, seu irmão J. S., assumiu integralmente a responsabilidade pela posse do material ilícito.

O direito penal brasileiro adota o princípio da presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LVII), impondo à acusação o ônus de comprovação inequívoca da autoria e materialidade delitivas. Provas produzidas exclusivamente por policiais, desacompanhadas de registros audiovisuais e outros elementos objetivos, não são aptas a ensejar um decreto condenatório.

A ausência de elementos que vinculem o acusado ao crime, somada ao indeferimento injustificado de diligências probatórias requeridas pela defesa, impõe a aplicação do princípio do in dubio pro reo.

3. Fundamentos Constitucionais e Legais

O presente voto fundamenta-se nos princípios constitucionais da legalidade, devido processo legal, contraditório, ampla defesa e presunção de inocência (CF/88, art. 1º, III; art. 5º, II, LIV, LV e LVII), bem como no art. 386, VII, do CPP. Ressalte-se a necessidade de fundamentação das decisões judiciais, em obediência ao art. 93, IX, da Constituição Federal.

Dispositivo

Diante do exposto, acolho as preliminares de cerceamento de defesa e, no mérito, JULGO IMPROCEDENTE a pretensão punitiva estatal, para absolver o acusado M. S. da imputação do art. 33, caput, da Lei 11.343/2006, com fundamento no art. 386, VII, do Código de Processo Penal, pela ausência de prova suficiente de autoria.

Recomendo a expedição de alvará de soltura, caso haja prisão cautelar, e determino a liberação de bens eventualmente apreendidos, salvo se houver outro motivo para manutenção da restrição.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se as partes.

Jurisprudência Aplicada

  • STJ, HC Acórdão/STJ, Rel. Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, j. 6/10/2020: “A ausência de elementos seguros quanto à autoria impõe a absolvição do acusado, em respeito ao princípio do in dubio pro reo.”
  • TJSP, Apelação Criminal Acórdão/TJSP, Rel. Des. Marcos Zilli: “A absolvição por insuficiência de provas é medida de rigor quando não demonstrada, de forma inequívoca, a autoria do delito, especialmente quando a confissão do corréu isola a responsabilidade pelo crime.”

São Paulo, ____ de ___________ de 2025.

_______________________________________
Juiz de Direito

Observação

Este voto é mera simulação acadêmica, destinada ao estudo do processo penal e da fundamentação judicial, nos termos do art. 93, IX, da CF/88.


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