Modelo de Alegaçoes finais em ação de majoração de alimentos entre ex-cônjuges, com pedido de improcedência por ausência de comprovação de alteração no binômio necessidade-possibilidade e requerimento de litigância d...

Publicado em: 22/05/2025 Processo Civil Familia
Modelo de alegações finais em memorial para ação de majoração de alimentos ajuizada por ex-cônjuge que pleiteia aumento da pensão alimentícia. Documento traz análise dos fatos, fundamentos legais do binômio necessidade-possibilidade (CCB/2002, art. 1.694 e CCB/2002, art. 1.699), contestação pela ausência de comprovação de alteração financeira, argumentação contra enriquecimento sem causa e pedido de improcedência, custas, honorários e aplicação de penalidade por litigância de má-fé. Inclui jurisprudência atualizada e fundamentação detalhada para defesa do réu.

ALEGAÇÕES FINAIS EM MEMORIAL
AÇÃO DE MAJORAÇÃO DE ALIMENTOS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara de Família da Comarca de __ do Tribunal de Justiça do Estado.

2. SÍNTESE DOS FATOS

Trata-se de ação de majoração de alimentos ajuizada por M. F. de S. L. em face de A. J. dos S., em que a autora pleiteia o aumento do valor da pensão alimentícia paga exclusivamente a ela, ex-cônjuge, desde o ano de 2010, quando da separação do casal. À época, as partes firmaram acordo judicial, fixando o percentual de 12,5% dos rendimentos do réu, valor que vem sendo regularmente adimplido.

Ressalta-se que esta é a quarta tentativa da autora de obter a majoração do encargo alimentar, tendo sido derrotada nas três anteriores, por ausência de comprovação de alteração relevante no binômio necessidade-possibilidade.

A autora, bacharel em Direito, nunca buscou inserção no mercado de trabalho, apesar de sua formação acadêmica e plena capacidade laboral. Ademais, na ocasião da separação, ficou com três imóveis, residindo em um deles e auferindo renda de locação dos outros dois. Atualmente, alega que o valor mensal percebido, em torno de R$ 2.500,00, é irrisório, pleiteando a majoração para valores entre R$ 4.500,00 e R$ 5.000,00.

O réu, por sua vez, vem cumprindo integralmente a obrigação alimentar, não havendo nos autos qualquer demonstração de alteração significativa em sua capacidade financeira ou nas necessidades da autora que justifique o aumento pretendido.

Diante desse contexto, passa-se à análise dos argumentos das partes e dos fundamentos jurídicos aplicáveis.

3. DOS ARGUMENTOS DA PARTE AUTORA

A autora sustenta, em síntese, que o valor atualmente percebido a título de alimentos é insuficiente para garantir sua subsistência digna, alegando que, apesar de possuir formação superior, não conseguiu se inserir no mercado de trabalho. Afirma que o custo de vida aumentou consideravelmente desde a fixação do acordo, e que a renda proveniente dos aluguéis dos imóveis não seria suficiente para suprir suas necessidades básicas.

Pleiteia, assim, a majoração da pensão alimentícia para o patamar de R$ 4.500,00 a R$ 5.000,00 mensais, argumentando que tal valor seria compatível com o padrão de vida mantido durante o casamento e necessário para a manutenção de sua dignidade.

Fundamenta seu pedido no princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e no binômio necessidade-possibilidade (CCB/2002, art. 1.694, § 1º), alegando que a obrigação alimentar deve ser adequada à sua real necessidade e à capacidade contributiva do réu.

Por fim, a autora não trouxe aos autos comprovação de despesas extraordinárias ou de agravamento de sua situação financeira, limitando-se a alegações genéricas acerca da insuficiência do valor atualmente percebido.

Em resumo, a autora busca a majoração dos alimentos com base em suposta insuficiência do valor atual, sem, contudo, demonstrar alteração superveniente relevante que justifique a revisão do acordo firmado.

4. DA CONTESTAÇÃO E ARGUMENTOS DO RÉU

O réu, por sua vez, apresentou contestação robusta, destacando que:

  • A autora é bacharel em Direito, plenamente capaz de exercer atividade remunerada, não havendo justificativa para sua inércia laboral ao longo dos anos.
  • No momento da separação, a autora ficou com três imóveis, sendo um destinado à sua moradia e dois alugados, garantindo-lhe renda mensal estável.
  • O valor fixado em acordo judicial (12,5% dos rendimentos do réu) vem sendo regularmente pago desde 2010, sem qualquer inadimplemento ou atraso.
  • Não houve demonstração de alteração relevante nas necessidades da autora ou na capacidade financeira do réu, requisito indispensável para a majoração dos alimentos, conforme CCB/2002, art. 1.699.
  • Ressalta que esta é a quarta tentativa da autora de majorar os alimentos, todas rejeitadas por ausência de comprovação de fato novo ou relevante.
  • O pedido da autora configura verdadeiro abuso do direito de ação, com nítido intuito de enriquecimento sem causa, em afronta ao princípio da boa-fé objetiva.

O réu, portanto, pugna pela improcedência do pedido, ressaltando a ausência de elementos fáticos e jurídicos que justifiquem a majoração pretendida.

5. DO DIREITO

5.1. Do Binômio Necessidade-Possibilidade e da Revisão dos Alimentos

A obrigação alimentar entre ex-cônjuges encontra fundamento no CCB/2002, art. 1.694, § 1º, que estabelece que os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do alimentando e das possibilidades do alimentante. A revisão do valor fixado, por sua vez, depende de comprovação de alteração superveniente na situação financeira de qualquer das partes, nos termos do CCB/2002, art. 1.699:

“Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre, ou de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo.”

O ônus da prova da alteração do binômio necessidade-possibilidade recai sobre a parte requerente da majoração, conforme CPC/2015, art. 373, I.

5.2. Da Ausência de Alteração Fática Relevante

No caso em tela, a autora não logrou êxito em demonstrar qualquer alteração relevante em sua situação financeira ou em suas necessidades. Ao contrário, permanece em situação estável, com renda proveniente de aluguéis e plena capacidade de inserção no mercado de trabalho, não havendo"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

1. Relatório

Cuida-se de ação de majoração de alimentos proposta por M. F. de S. L. em face de A. J. dos S., em que a autora pleiteia o aumento do valor da pensão alimentícia que lhe é paga, com fundamento na suposta insuficiência do valor pactuado quando da separação judicial das partes, em 2010, correspondente a 12,5% dos rendimentos do réu.

Alega a autora que, apesar de possuir formação superior, não logrou inserção no mercado de trabalho, e que a renda proveniente dos aluguéis de dois dos três imóveis de que é proprietária mostrou-se insuficiente em razão do aumento do custo de vida. Por tais razões, pleiteia a majoração do encargo para patamar entre R$ 4.500,00 e R$ 5.000,00 mensais.

O réu apresentou contestação, argumentando a ausência de alteração fática relevante no binômio necessidade-possibilidade, salientando que a autora é plenamente capaz de exercer atividade remunerada, além de ter sido beneficiada, à época da separação, com três imóveis.

Encerrada a instrução, vieram os autos conclusos para julgamento.

2. Fundamentação

2.1. Da Obrigação Alimentar entre Ex-Cônjuges

A obrigação alimentar entre ex-cônjuges encontra fundamento no CCB/2002, art. 1.694 e CCB/2002, art. 1.699, devendo observar o binômio necessidade-possibilidade. A revisão dos alimentos somente pode ser acolhida quando comprovada alteração superveniente na situação das partes, conforme expressamente dispõe o CCB/2002, art. 1.699:

“Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre, ou de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo.”

O ônus da prova da alteração recai sobre a parte que pleiteia a revisão, nos termos do CPC/2015, art. 373, I.

2.2. Da Ausência de Fato Novo e da Capacidade Laboral da Autora

No caso dos autos, verifica-se que a autora, desde o acordo firmado em 2010, permanece em situação financeira estável, sendo proprietária de três imóveis, auferindo renda de aluguéis, além de ostentar formação acadêmica em Direito e plena capacidade laboral.

Não há nos autos comprovação de despesas extraordinárias, tampouco de agravamento relevante de sua situação financeira. A alegação genérica de insuficiência do valor atual não é suficiente, sendo imprescindível a demonstração de fato novo que justifique a majoração pretendida.

Ressalte-se que a obrigação alimentar não pode servir de incentivo ao ócio ou ao enriquecimento sem causa, conforme reiterada jurisprudência pátria, devendo ser pautada pelos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade.

2.3. Dos Princípios Constitucionais

Embora o princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) seja norteador das relações familiares e da obrigação alimentar, sua aplicação deve ser harmonizada com os princípios da proporcionalidade e da vedação ao enriquecimento sem causa.

Não se verifica, no caso, afronta à dignidade da autora, considerando que esta dispõe de patrimônio, renda regular e plena capacidade de prover seu próprio sustento.

2.4. Da Jurisprudência

A jurisprudência consolidada dos tribunais pátrios é firme no sentido de que a majoração dos alimentos exige prova cabal de alteração relevante na condição econômica do alimentante ou nas necessidades do alimentando, não se admitindo alegações genéricas ou ausência de comprovação concreta.

“A majoração da pensão alimentícia depende de prova cabal de alteração relevante na condição econômica do alimentante, apta a justificar o aumento do encargo. Cabe à parte autora o ônus de provar os fatos constitutivos do direito alegado em ação revisional de alimentos.” (TJRJ, Apelação Cível Acórdão/TJRJ)

2.5. Da Reiteração de Pedidos

Destaco, ainda, que esta é a quarta tentativa da autora de obter a majoração dos alimentos, sem que tenha apresentado fato novo relevante, o que pode, inclusive, caracterizar abuso do direito de ação e litigância de má-fé, nos termos do CPC/2015, art. 80.

3. Dispositivo

Ante o exposto, com fulcro na CF/88, art. 93, IX, que exige decisão motivada dos órgãos judiciais, e no CPC/2015, art. 1.694 e CPC/2015, art. 1.699JULGO IMPROCEDENTE o pedido de majoração dos alimentos formulado por M. F. de S. L., mantendo-se o valor atualmente fixado em 12,5% dos rendimentos do réu A. J. dos S..

Condeno a autora ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, os quais fixo em 10% sobre o valor atualizado da causa, nos termos do CPC/2015, art. 85, § 2º.

Considerando a reiteração de pedidos idênticos sem apresentação de fato novo, oficie-se ao Ministério Público, para análise de eventual configuração de litigância de má-fé.

4. Conclusão

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

5. Certidão de Julgamento

Julgo, portanto, conhecido o pedido, mas improcedente, nos termos acima fundamentados.

Sentença prolatada nos termos da CF/88, art. 93, IX, com fundamentação clara e explícita.

__, __ de ________ de 2025.
Juiz de Direito


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