Modelo de Ação de Investigação de Paternidade Post Mortem para Reconhecimento Judicial da Filiação e Retificação do Registro Civil da Autora contra o Espólio e Herdeiros do Falecido com Exame de DNA como Prova Principal

Publicado em: 04/07/2025 Processo Civil Familia
Modelo de petição inicial para ação de investigação de paternidade post mortem ajuizada por autora contra o espólio e demais herdeiros do falecido, com base em exame de DNA que comprova vínculo genético, visando o reconhecimento judicial da filiação, retificação do registro civil e reconhecimento dos direitos sucessórios, fundamentada nos direitos à identidade genética, dignidade da pessoa humana e princípios constitucionais, com pedido de citação, produção de provas e gratuidade da justiça.
← deslize para o lado para ver mais opções

AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE POST MORTEM

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara de Família e Sucessões da Comarca de ___/UF.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Autor: M. F. de S. L., brasileira, solteira, estudante, inscrita no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, portadora do RG nº XX.XXX.XXX-X, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliada na Rua das Flores, nº 123, Bairro Centro, Cidade/UF, CEP XXXXX-XXX.

Réus:
1. Espólio de J. A. dos S., representado por seu inventariante, C. E. da S., brasileiro, casado, engenheiro, inscrito no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado na Rua das Palmeiras, nº 456, Bairro Jardim, Cidade/UF, CEP XXXXX-XXX.
2. Demais herdeiros necessários de J. A. dos S. (se houver), qualificados nos autos do inventário nº XXXXXXX-XX.XXXX.X.XX.XXXX, com endereço eletrônico e domicílio conforme registro processual.

3. DOS FATOS

A autora, M. F. de S. L., nasceu em ___/___/____, sendo filha de M. J. de S. L.. Desde sua infância, sempre ouviu de sua genitora e de pessoas próximas que seu pai biológico seria J. A. dos S., falecido em ___/___/____. Contudo, nunca houve o reconhecimento formal da paternidade em seu registro civil.

Após o falecimento de J. A. dos S., a autora buscou, por meios próprios, a confirmação de seu vínculo biológico com o de cujus. Para tanto, realizou exame de DNA, com material genético coletado de parentes consanguíneos do falecido, em laboratório de reconhecida idoneidade, cujo laudo atestou, com grau de certeza superior a 99,9%, a existência de vínculo genético entre a autora e o falecido.

O resultado do exame de DNA foi anexado a esta inicial e demonstra, de forma inequívoca, a paternidade biológica de J. A. dos S. em relação à autora, restando preenchidos todos os requisitos para o reconhecimento judicial da filiação.

Diante da recusa dos herdeiros em reconhecer espontaneamente a paternidade e promover a retificação do registro civil da autora, não restou alternativa senão o ajuizamento da presente ação, visando à tutela do direito fundamental à identidade, à dignidade da pessoa humana e à verdade biológica.

Ressalta-se que a autora não busca apenas a satisfação de interesses patrimoniais, mas, sobretudo, o reconhecimento de sua origem e de sua condição de filha, direito este imprescritível e indisponível (CCB/2002, art. 1.606).

4. DO DIREITO

4.1. DO DIREITO À FILIAÇÃO E À IDENTIDADE GENÉTICA

O direito à filiação é assegurado pela Constituição Federal, que estabelece, em seu art. 227, § 6º, que "os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação". O reconhecimento da paternidade é, portanto, direito fundamental, vinculado à dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III).

O Código Civil, em seu art. 1.593, dispõe que "o parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou outra origem". Já o art. 1.606 do CCB/2002 consagra que "o reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e pode ser feito pelos pais, conjunta ou separadamente, em qualquer tempo, ainda que já casados".

O direito à busca da ancestralidade e à identidade genética integra os direitos da personalidade, sendo elemento indissociável da dignidade da pessoa humana, conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça (REsp 1.632.750/SP/STJ).

4.2. DA INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE POST MORTEM

A investigação de paternidade post mortem é plenamente admitida pelo ordenamento jurídico brasileiro, não havendo qualquer óbice à sua propositura após o falecimento do suposto pai. O direito à filiação é imprescritível e irrenunciável (CCB/2002, art. 1.606).

O exame de DNA, realizado com material genético de parentes consanguíneos do falecido, é considerado prova robusta e suficiente para o reconhecimento do vínculo biológico, desde que realizado por laboratório idôneo e sem indícios de irregularidade (CPC/2015, art. 464; TJMG, Apelação Cível 1.0000.25.059691-3/001).

A jurisprudência consolidada do STJ e dos Tribunais Estaduais reconhece que, havendo laudo pericial conclusivo, não se justifica a realização de novo exame, salvo se houver elementos concretos que infirmem a idoneidade da perícia (STJ, REsp 1.340.606/SP; TJMG, Apelação Cível 1.0000.23.256685-1/002).

4.3. DOS PRINCÍPIOS DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E DA VERDADE REAL

O princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) orienta a atuação do Estado na proteção dos direitos da personalidade, dentre eles o direito à identidade e à origem genética. O princípio da busca da verdade real, especialmente nas ações de estado, impõe ao magistrado o dever de esgotar todos os meios de prova para a correta solução da controvérsia (CPC/2015, art. 370).

No caso em tela, a existência de laudo pericial conclusivo, atestando o vínculo genético entre a autora e o falecido, impõe o reconhecimento da paternidade, em consonância com os princípios constitucionais e"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de ação de investigação de paternidade post mortem ajuizada por M. F. de S. L. em face do espólio de J. A. dos S. e demais herdeiros necessários, visando ao reconhecimento judicial de vínculo biológico com o falecido e à consequente retificação de seu registro civil, bem como à habilitação nos direitos sucessórios.

Alega a autora que, após o falecimento do suposto pai, realizou exame de DNA com parentes consanguíneos do de cujus, cujo laudo atestou compatibilidade genética superior a 99,9%. Diante da recusa dos herdeiros em reconhecer o vínculo, ajuizou a presente ação.

Os réus foram devidamente citados e apresentaram resposta, contestando o pedido. Não foram produzidas provas que infirmassem a idoneidade do laudo pericial apresentado pela autora.

II. Fundamentação

II.1. Do Direito à Filiação e à Identidade Genética

O direito ao reconhecimento da filiação está assegurado pela Constituição Federal, que em seu CF/88, art. 227, § 6º veda qualquer discriminação entre filhos, sejam havidos dentro ou fora do casamento. Ademais, o princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) impõe ao Estado o dever de proteger os direitos da personalidade, entre eles o direito à identidade genética.

Ressalte-se que, nos termos do CCB/2002, art. 1.606, o direito ao reconhecimento da filiação é imprescritível e irrenunciável, podendo ser exercido a qualquer tempo, inclusive após o falecimento do suposto pai.

O direito à ancestralidade, à busca da identidade genética e à verdade biológica é reconhecido como essencial à dignidade da pessoa humana, sendo indissociável do conceito de personalidade e plenamente tutelado pelo ordenamento jurídico, conforme reiteradas decisões do Superior Tribunal de Justiça.

II.2. Da Prova Pericial e da Investigação de Paternidade Post Mortem

O exame de DNA constitui prova científica de elevada precisão, sendo admitido como robusto e suficiente para o reconhecimento da paternidade, desde que realizado em laboratório idôneo e em condições técnicas regulares (CPC/2015, art. 464).

No presente caso, o laudo anexado aos autos atesta vínculo genético entre a autora e familiares consanguíneos do falecido, com índice de certeza superior a 99,9%. Não se vislumbra qualquer elemento capaz de infirmar a idoneidade da perícia, tampouco foi apresentada impugnação técnica ou indício de irregularidade.

A jurisprudência é pacífica no sentido de que o laudo pericial conclusivo, nestas condições, é suficiente para o reconhecimento do vínculo parental, dispensando a realização de novo exame (TJMG, Apelação Cível 1.0000.25.059691-3/001; STJ, REsp 1. Acórdão/STJ).

O direito à filiação, por sua natureza de direito fundamental, não se submete a restrições formais ou patrimoniais, devendo prevalecer a verdade biológica, em consonância com o princípio da dignidade da pessoa humana.

II.3. Dos Princípios Constitucionais e Processuais Aplicáveis

O presente julgamento observou o dever de fundamentação previsto no CF/88, art. 93, IX, que exige do magistrado a explicitação dos motivos jurídicos e fáticos que embasam sua decisão.

Ademais, foram esgotados todos os meios de prova necessários à elucidação da controvérsia, em respeito ao princípio da busca da verdade real (CPC/2015, art. 370).

Ressalta-se, por oportuno, que não há óbice à investigação de paternidade após o falecimento do suposto pai, sendo legítima a utilização de material genético de parentes consanguíneos para a produção da prova pericial.

II.4. Do Conhecimento do Pedido e dos Recursos

Presentes os pressupostos processuais e condições da ação, conheço do pedido. Não há impugnação idônea à prova pericial, tampouco recursos pendentes de julgamento que obstem a apreciação do mérito.

III. Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido para:
a) Reconhecer a paternidade de J. A. dos S. em relação à autora M. F. de S. L.;
b) Determinar a retificação do registro civil de nascimento da autora, para inclusão do nome do falecido como pai, bem como dos avós paternos, se possível;
c) Reconhecer os direitos sucessórios decorrentes da filiação, inclusive para fins de habilitação em inventário, partilha e demais efeitos legais;
d) Autorizar a expedição de mandado ao Cartório de Registro Civil competente para a devida averbação.

Condeno os réus ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, se houver resistência, nos termos do CPC/2015, art. 85.

Defiro à autora os benefícios da gratuidade da justiça, caso comprovados os requisitos legais (CPC/2015, art. 98).

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Sentença fundamentada nos termos do CF/88, art. 93, IX.

IV. Considerações Finais

O presente voto reflete a necessária harmonização entre os fatos e o direito, promovendo a tutela da dignidade da pessoa humana e a efetivação dos direitos fundamentais à filiação e à verdade biológica.

Assim decido.


Cidade/UF, ___ de ___________ de 2025.

_______________________________________
Magistrado(a)


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.