Modelo de Ação de Indenização por Danos Materiais e Morais decorrentes de Queda de Árvore em Imóvel Vizinhança, com fundamento na Responsabilidade Civil Objetiva e Direito de Vizinhança (CCB/2002, arts. 1.277, 186 e 927)

Publicado em: 30/06/2025 CivelProcesso Civil
Petição inicial propondo ação de indenização por danos materiais e morais contra proprietário vizinho, em razão da queda de árvore de sua propriedade que causou danos à residência da autora, fundamentada na responsabilidade civil objetiva prevista no Código Civil e no direito de vizinhança, com pedidos de citação, condenação ao pagamento dos valores correspondentes, custas processuais e honorários, além da produção de provas e designação de audiência de conciliação.
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PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível do Foro da Comarca de [Cidade/UF]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

M. F. de S. L., brasileira, solteira, professora, inscrita no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, portadora do RG nº XX.XXX.XXX-X, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliada na Rua das Flores, nº 123, Bairro Jardim, CEP 12.345-678, [Cidade/UF], vem, por seu advogado infra-assinado, propor a presente AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS em face de A. J. dos S., brasileiro, casado, engenheiro, inscrito no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado na Rua das Palmeiras, nº 125, Bairro Jardim, CEP 12.345-678, [Cidade/UF], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

A autora é proprietária do imóvel situado na Rua das Flores, nº 123, onde reside há mais de 10 anos. O réu é proprietário do imóvel vizinho, localizado na Rua das Palmeiras, nº 125.

No dia [data do evento], durante uma forte chuva, uma árvore de grande porte, situada no terreno do réu, caiu sobre o telhado da residência da autora. A queda da árvore ocasionou danos expressivos à estrutura do telhado, calhas, pintura externa e, em razão da abertura causada, permitiu a entrada de água da chuva, resultando na deterioração de móveis, eletrodomésticos e outros bens pertencentes à autora.

Ressalte-se que a autora já havia alertado o réu, por diversas vezes, acerca do risco de queda da referida árvore, tendo em vista seu estado visivelmente comprometido, sem que qualquer providência tenha sido tomada pelo requerido para a devida manutenção ou remoção da mesma.

Diante da omissão do réu e do evento danoso, a autora viu-se obrigada a arcar com despesas emergenciais para reparo do telhado, pintura e substituição de móveis, além de ter suportado abalo emocional relevante, em virtude do risco à sua integridade e da perda de parte de seu patrimônio.

Assim, resta caracterizada a conduta omissiva do réu, o nexo causal e os danos materiais e morais sofridos pela autora, ensejando a presente demanda.

4. DOS DANOS

4.1 DANOS MATERIAIS

A queda da árvore provocou a destruição parcial do telhado, danificando as telhas, calhas e a pintura da residência. Em decorrência da entrada de água, móveis, eletrodomésticos e pertences pessoais da autora foram irremediavelmente danificados. Os orçamentos anexos comprovam os valores despendidos com os reparos e a substituição dos bens, totalizando R$ XX.XXX,XX.

4.2 DANOS MORAIS

Além dos prejuízos materiais, a autora sofreu intenso abalo emocional, decorrente do temor pela própria segurança e de sua família, da frustração e do sofrimento pela perda de bens de estima, bem como dos transtornos advindos da necessidade de realizar reparos urgentes e de conviver com a insegurança e insalubridade do imóvel.

O dano moral, neste caso, ultrapassa o mero aborrecimento cotidiano, atingindo a dignidade da autora, que se viu privada do sossego e da segurança de seu lar, em razão de conduta omissiva do réu.

Assim, é devida a reparação pelos danos morais sofridos, em valor a ser arbitrado por Vossa Excelência, observados os princípios da razoabilidade e proporcionalidade.

5. DO DIREITO

A responsabilidade civil do réu decorre do direito de vizinhança, previsto no CCB/2002, art. 1.277, que dispõe ser o proprietário obrigado a abster-se de atos que possam prejudicar a segurança, o sossego e a saúde dos vizinhos.

O CCB/2002, art. 186, estabelece que "aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito". Já o CCB/2002, art. 927, impõe o dever de reparar o dano.

No caso em tela, restou demonstrada a omissão do réu em promover a manutenção da árvore, mesmo após alertas da autora, configurando negligência. O nexo causal entre a omissão e os danos sofridos é evidente, sendo devida a reparação integral.

A responsabilidade do réu é objetiva, conforme entendimento consolidado em casos de direito de vizinhança, bastando a demonstração do dano e do nexo causal, independentemente de culpa, conforme CCB/2002, art. 1.311.

Ademais, a Constituição Federal assegura, em seu CF/88, art. 5º, X, a inviolabilidade da intimidade, vida privada e do domicílio, sendo assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

O Código de Processo Civil, em seu CPC/2015, art. 319, estabelece os requisitos da petição inicial, todos aqui observados.

Por fim, o princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) fundamenta o direito à reparação"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de ação de indenização por danos materiais e morais proposta por M. F. de S. L. em face de A. J. dos S., na qual a autora alega que, em razão de omissão do réu quanto à manutenção de árvore situada em seu imóvel, houve a queda desta sobre a residência da autora, causando-lhe prejuízos patrimoniais e abalo moral. Requer a condenação do réu ao pagamento de indenização pelos danos experimentados.

II. Fundamentação

II.1. Da Admissibilidade

Inicialmente, verifico que a petição inicial preenche os requisitos legais previstos no CPC/2015, art. 319, estando presentes a exposição dos fatos e fundamentos jurídicos do pedido, o pedido e as provas que o instruem. Assim, conheço da ação.

II.2. Dos Fatos e do Direito

Conforme narrado e comprovado nos autos, restou incontroverso que uma árvore localizada no imóvel do réu caiu sobre a residência da autora, provocando danos materiais e acarretando sofrimento à parte autora. Consta nos autos, inclusive, a comprovação dos gastos realizados para reparo do telhado, móveis e eletrodomésticos, bem como laudos e orçamentos que demonstram a extensão do dano.

Ressalte-se que a autora havia comunicado previamente o réu acerca do risco de queda da árvore, não tendo este adotado qualquer medida para evitar o evento lesivo.

O direito de vizinhança, estabelecido no CCB/2002, art. 1.277, impõe ao proprietário o dever de não prejudicar a segurança dos vizinhos. Ademais, o CCB/2002, art. 186, reconhece como ato ilícito a ação ou omissão que cause dano, ainda que exclusivamente moral, impondo o dever de reparação (CCB/2002, art. 927).

No caso, restou caracterizada a omissão do réu, o dano e o nexo causal, preenchendo-se os requisitos da responsabilidade civil. Destaca-se que, no âmbito do direito de vizinhança, a jurisprudência tem admitido a responsabilidade objetiva, conforme entendimento pacificado, bastando a demonstração do dano e do nexo causal, nos termos do CCB/2002, art. 1.311.

No tocante aos danos morais, restou demonstrado que a autora, além dos prejuízos materiais, sofreu abalo emocional relevante, decorrente do risco à sua integridade física, da necessidade de reparos urgentes e da perda de bens de estima. O dano moral, in casu, não se confunde com mero aborrecimento, pois atingiu a dignidade, o sossego e a segurança da autora, em afronta ao princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e à proteção constitucional da vida privada e do domicílio (CF/88, art. 5º, X).

Ressalto, ainda, que a decisão judicial deve ser fundamentada, nos termos do CF/88, art. 93, IX, o que ora se observa.

A jurisprudência corrobora tal entendimento, reconhecendo a responsabilidade do proprietário em situações análogas, conforme reiterados julgados apresentados nos autos.

III. Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido para condenar o réu, A. J. dos S., ao pagamento:

  • de indenização pelos danos materiais sofridos pela autora, no valor de R$ XX.XXX,XX, devidamente corrigido e acrescido de juros legais a partir do evento danoso;
  • de indenização por danos morais, a ser arbitrado em liquidação de sentença, considerando-se os princípios da razoabilidade e proporcionalidade;
  • ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do CPC/2015, art. 85.

Fica deferida a produção de provas, caso haja recurso e reabertura da instrução, bem como a intimação das partes para ciência deste decisum.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV. Conclusão

Assim, com fundamento no CF/88, art. 93, IX, e demais dispositivos legais aplicáveis, julgo procedente a presente ação.

[Cidade/UF], [data].
_______________________________________
Magistrado(a)


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