Modelo de Ação de despejo proposta por herdeira e proprietária contra locatário inadimplente para retomada de imóvel urbano, com pedido de liminar e base legal na Lei 8.245/1991 e Código Civil
Publicado em: 22/07/2025 Processo Civil Direito ImobiliárioPETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE DESPEJO
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [Cidade/UF]
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
A. J. dos S., brasileira, solteira, herdeira e proprietária, advogada, inscrita no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, portadora do RG nº X.XXX.XXX-XX, endereço eletrônico [email protected], residente e domiciliada na Rua X, nº Y, Bairro Z, CEP XXXXX-XXX, Cidade/UF, por intermédio de seu advogado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, propor a presente AÇÃO DE DESPEJO em face de M. F. de S. L., brasileiro, casado, comerciante, inscrito no CPF sob o nº YYY.YYY.YYY-YY, portador do RG nº Y.YYY.YYY-YY, endereço eletrônico [email protected], residente e domiciliado na Rua Y, nº Z, Bairro X, CEP YYYYY-YYY, Cidade/UF.
3. DOS FATOS
A autora, A. J. dos S., é legítima proprietária e herdeira do imóvel situado na Rua [endereço completo], conforme certidão de óbito e formal de partilha anexos. O imóvel foi objeto de contrato de locação firmado em [data], tendo como locatário M. F. de S. L., para fins residenciais/comerciais, pelo prazo de [X] meses, com início em [data] e término em [data], conforme instrumento contratual anexo.
Ocorre que, após o falecimento do antigo proprietário, a autora assumiu a condição de locadora, comunicando formalmente ao locatário a transferência da titularidade do imóvel, conforme prevê a legislação vigente. Desde então, o locatário permaneceu no imóvel, mantendo a relação locatícia com a autora.
Contudo, o locatário deixou de cumprir com suas obrigações contratuais, notadamente o pagamento dos aluguéis e encargos locatícios referentes aos meses de [listar meses], totalizando um débito de R$ [valor]. Apesar das tentativas de solução amigável, inclusive mediante notificação extrajudicial em [data], o locatário permaneceu inadimplente e não promoveu a desocupação voluntária do imóvel.
Diante do inadimplemento e da necessidade de retomada do imóvel, não restou alternativa à autora senão a propositura da presente ação de despejo, visando a rescisão contratual, a desocupação do imóvel e a cobrança dos valores devidos.
Ressalta-se que a autora opta, desde já, pela realização de audiência de conciliação/mediação, nos termos do CPC/2015, art. 319, VII.
Resumo: A narrativa dos fatos demonstra a existência de relação locatícia válida entre as partes, a sucessão da autora na condição de locadora, o inadimplemento do locatário e a necessidade de tutela jurisdicional para a retomada do imóvel.
4. DO DIREITO
A presente demanda encontra amparo na Lei 8.245/1991 (Lei do Inquilinato), que regula as locações de imóveis urbanos e os procedimentos a elas pertinentes. O contrato de locação celebrado entre as partes é válido e eficaz, sendo a autora legítima para figurar no polo ativo da presente ação, nos termos do CCB/2002, art. 1.196 e Lei 8.245/1991, art. 12.
O inadimplemento do locatário quanto ao pagamento dos aluguéis e encargos caracteriza infração contratual, autorizando o despejo, conforme Lei 8.245/1991, art. 9º, III e art. 59. A autora, na qualidade de herdeira e nova proprietária, assumiu todos os direitos e deveres do antigo locador, conforme entendimento consolidado pelo STJ (vide jurisprudência abaixo).
O contrato de locação é, por sua natureza, intuito personae, mas a sucessão causa mortis não extingue automaticamente a relação locatícia, transmitindo-se aos herdeiros os direitos e obrigações do locador, conforme CCB/2002, art. 1.784 e Lei 8.245/1991, art. 10.
O procedimento para a ação de despejo está disciplinado na Lei 8.245/1991, arts. 59 e seguintes, sendo cabível a concessão de liminar para desocupação do imóvel, desde que preenchidos os requisitos legais.
Ressalta-se, ainda, que a autora cumpriu o dever de notificar o locatário acerca da sucessão e da inadimplência, em observância ao princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422), não havendo qualquer irregularidade processual ou material que obste o prosseguimento da demanda.
Resumo: A fundamentação jurídica está amparada na legislação especial e geral, bem como nos princípios da continuidade das relações jurídicas, da boa-fé e da proteção ao direito de propriedade (CF/88, art. 5º, XXII), legitimando a autora a pleitear a retomada do imóvel e a cobrança dos valores inadimplidos.
5. JURISPRUDÊNCIAS
Locação. Legitimidade ativa. Relação jurídica. Locador e locatário.
«O contrato de locação gera relação jurídica entre locador e locatário. O primeiro pode ser usufrutuário. Em havendo o falecimento deste, os respectivos direitos transmitem-se aos sucessores. A morte não é fato desconstituído do referido vínculo, mas apenas modificativo.»
[STJ (6ª T.) - Rec. Esp. 77.455 - SP - Rel.: Min. Luiz Vicente Cernicchiaro - J. em 19/12/1995 - DJ 27/05/1996]
Locação comercial. Imóvel para fins residenciais. Falecimento do locador e do locatário. Contrato firmado em 1956. Permanência no imóvel dos descendentes do antigo locatário sem qualquer retribuição pelo uso. Imóvel mantido em comunhão pelos herdeiros do locador. Inadimplência afirmada pel"'>...
Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.