Modelo de Ação de Anulação de Ato Administrativo de Aposentadoria por Invalidez com Pedido de Tutela Antecipada para Reintegração de Servidor Público Estadual por Vício de Consentimento e Capacidade Laboral Comprovada

Publicado em: 14/05/2025 Administrativo
Petição inicial de ação proposta por servidor público estadual visando anular ato administrativo de aposentadoria por invalidez, alegando vício de consentimento por coação moral e erro de avaliação, com pedido de tutela antecipada para suspensão imediata dos efeitos do ato e reintegração ao cargo, fundamentada em laudos médicos que comprovam capacidade laboral superveniente, princípios da legalidade, moralidade e dignidade da pessoa humana, além de jurisprudência consolidada do STJ.

PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE ANULAÇÃO DE ATO ADMINISTRATIVO C/C PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do Estado de __,
(CPC/2015, art. 319, I)

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, servidor público estadual, portador do CPF nº 000.000.000-00, RG nº 0.000.000 SSP/UF, profissão ____, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado à Rua ____, nº ____, Bairro ____, Cidade/UF, CEP ________, por seu advogado que esta subscreve (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE ATO ADMINISTRATIVO C/C PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA
em face de ESTADO DE __, pessoa jurídica de direito público interno, inscrito no CNPJ sob o nº ____, com endereço eletrônico: [email protected], com sede à Praça ____, nº ____, Bairro ____, Cidade/UF, CEP ________,
pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
(CPC/2015, art. 319, II)

3. DOS FATOS

O Autor, A. J. dos S., é servidor público estadual, exercendo suas funções de forma regular e com histórico funcional ilibado. Em determinado momento de sua trajetória, enfrentou dependência química, situação que, à época, motivou acompanhamento psicológico institucional.

Durante o acompanhamento, a psicóloga responsável, em conduta que se demonstrou persecutória e sem respaldo técnico suficiente, passou a pressionar o Autor para que requeresse aposentadoria por invalidez, alegando suposta incapacidade laboral. Ressalte-se que, já à época, o Autor encontrava-se lúcido, capaz, e em processo de recuperação, sem apresentar quadro de incapacidade permanente para o trabalho.

Sob intensa pressão psicológica e sem o devido esclarecimento de seus direitos, o Autor, em momento de fragilidade, assinou o pedido de aposentadoria por invalidez. Posteriormente, com o restabelecimento de sua saúde e plena capacidade laboral, buscou revogar o pedido, tendo em vista que o ato administrativo de aposentadoria não refletia sua real condição funcional e foi viciado por coação moral e erro substancial de avaliação.

A Administração, contudo, manteve o ato de aposentadoria, negando o pedido de reversão e reintegração ao cargo, mesmo diante de laudos médicos recentes que atestam a plena capacidade do Autor para o exercício de suas funções.

Diante da iminência de danos irreparáveis à sua carreira, à sua dignidade e à sua subsistência, o Autor busca a tutela jurisdicional para anular o ato administrativo de aposentadoria por invalidez, com pedido de tutela antecipada para suspensão imediata dos efeitos do ato, permitindo seu retorno ao cargo até o julgamento final da demanda.

(CPC/2015, art. 319, III)

4. DO DIREITO

4.1. DA ANULABILIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO POR VÍCIO DE CONSENTIMENTO

O ato administrativo de aposentadoria por invalidez, para ser válido, exige a manifestação livre e consciente do servidor, bem como a estrita observância dos princípios da legalidade, moralidade e finalidade (CF/88, art. 37, caput). No presente caso, restou evidente o vício de consentimento, pois o Autor foi induzido, por coação moral e pressão psicológica, a requerer aposentadoria quando já se encontrava em processo de recuperação e apto ao trabalho.

O CCB/2002, art. 171, II, a possibilidade de anulação dos atos jurídicos eivados de erro, dolo, coação, simulação ou fraude. No âmbito administrativo, tal entendimento é plenamente aplicável, sendo dever da Administração Pública rever seus próprios atos quando eivados de vícios (Lei 9.784/1999, art. 53).

4.2. DO DIREITO À REVISÃO E REINTEGRAÇÃO

A reversão do ato de aposentadoria por invalidez é medida que se impõe diante da demonstração de capacidade laboral superveniente, conforme atestado por laudos médicos recentes. A Administração Pública, ao se deparar com a superação do motivo ensejador da aposentadoria, deve promover a reintegração do servidor ao cargo, sob pena de violação ao princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e ao direito fundamental ao trabalho (CF/88, art. 6º).

O entendimento jurisprudencial é no sentido de que, comprovada a aptidão laboral, a reversão é direito do servidor, não podendo a Administração se furtar a tal providência sob pena de perpetuar injustiça e dano irreparável.

4.3. DA TUTELA ANTECIPADA

O CPC/2015, art. 300, autoriza a concessão de tutela provisória de urgência quando presentes a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. No caso, a probabilidade do direito decorre dos laudos médicos que atestam a capacidade do Autor, bem como do vício de consentimento no ato de aposentadoria. O perigo de dano é patente, pois a manutenção da aposentadoria indevida priva o Autor de sua remuneração integral, de sua carreira e de sua dignidade.

Impõe-se, assim, a concessão da tutela antecipada para suspender os efeitos do ato de aposentadoria, autor"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

I – Relatório

Trata-se de ação de anulação de ato administrativo c/c pedido de tutela antecipada, proposta por A. J. dos S., servidor público estadual, em face do Estado de __. O Autor relata que, em razão de dependência química e acompanhamento psicológico institucional, foi pressionado a requerer aposentadoria por invalidez, mesmo estando em processo de recuperação e sem incapacidade laboral permanente. Afirma que, posteriormente, restabeleceu sua saúde, mas teve o pedido de reversão e reintegração negado pela Administração, mesmo diante de laudos médicos que atestam sua aptidão. Pretende, assim, a anulação do ato de aposentadoria por vício de consentimento e a reintegração ao cargo, com tutela antecipada para suspensão imediata dos efeitos do ato.

II – Fundamentação

A) Da Regularidade Formal

Os pressupostos processuais encontram-se presentes. O recurso foi interposto tempestivamente e as partes estão devidamente representadas. Conheço do pedido.

B) Dos Fatos e da Prova

Do conjunto probatório, depreende-se que o Autor, embora tenha assinado o pedido de aposentadoria, estava sob pressão psicológica e em situação de vulnerabilidade. Laudos médicos posteriores atestam sua plena capacidade laboral. A Administração, entretanto, manteve o ato de inativação.

C) Do Direito

O ato administrativo deve observar os princípios constitucionais da legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade e eficiência (CF/88, art. 37, caput). No caso, há forte indício de que a manifestação de vontade do Autor foi viciada por coação moral, caracterizando vício de consentimento (CC/2002, art. 171, II), a ensejar a anulação do ato.

Em consonância com a Lei 9.784/1999, art. 53, a Administração deve anular seus próprios atos quando eivados de vícios que os tornem ilegais. Ademais, restando comprovada a aptidão laboral, é direito do servidor a reversão ou reintegração ao cargo, conforme já reconhecido em jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça:

\"Do conjunto probatório dos autos verifica-se que a autora juntou diversos documentos que atestam que não apresenta mais a doença que motivou sua aposentadoria e que possui condições de retornar às atividades laborativas. [...] Nessa vereda, atualmente estão insubsistentes os motivos que levaram a autora a ser aposentada, estando a mesma apta para exercer atividade laborativa.\" (AgInt no AREsp Acórdão/STJ)

O princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e o direito fundamental ao trabalho (CF/88, art. 6º) também impõem a revisão de atos administrativos que prejudiquem o servidor, sobretudo diante de laudo médico recente que atesta sua aptidão.

Quanto à tutela antecipada, o CPC/2015, art. 300 autoriza sua concessão quando verificada a probabilidade do direito e o perigo de dano, ambos presentes no caso concreto, haja vista o risco de dano irreparável à carreira e subsistência do Autor.

Por fim, observa-se que a motivação deste voto atende ao comando da CF/88, art. 93, IX, que exige fundamentação das decisões judiciais.

D) Dos Princípios Constitucionais e Legais

Ressalto que o processo obedeceu ao contraditório e à ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV), bem como aos princípios constitucionais aplicáveis ao caso, especialmente os previstos na CF/88, art. 1º, III; CF/88, art. 5º, LIV e LV; CF/88, art. 6º e CF/88, art. 37, caput.

III – Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial, para:

  • Anular o ato administrativo de aposentadoria por invalidez do Autor, reconhecendo o vício de consentimento;
  • Determinar a reintegração do Autor ao cargo público que ocupava, com o restabelecimento de sua remuneração integral;
  • Condenar o Réu ao pagamento das diferenças remuneratórias devidas desde a data do afastamento até a efetiva reintegração;
  • Conceder a tutela antecipada para suspender imediatamente os efeitos do ato de aposentadoria, autorizando o retorno do Autor ao exercício do cargo até o trânsito em julgado;
  • Condenar o Réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, a serem arbitrados na forma do CPC/2015, art. 85, § 2º.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Sentença fundamentada nos termos da CF/88, art. 93, IX.

IV – Considerações Finais

O presente voto reflete a interpretação hermenêutica entre os fatos e o direito, observando a necessidade de proteção da dignidade do servidor público e a revisão de atos administrativos viciados, em consonância com os fundamentos constitucionais e legais expostos.

Cidade/UF, ___ de ____________ de 2024.

___________________________________________
Magistrado(a)


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