Modelo de Ação Anulatória de Sentença contra Sentença de Extinção de Vida Marital por Ocultação de Bens, Fraude Contra Credores e Prestação de Informações Falsas entre A. J. dos S. e M. F. de S. L., com pedido de just...

Publicado em: 26/06/2025 CivelProcesso Civil
Modelo de petição inicial para ação anulatória de sentença proposta por A. J. dos S. contra M. F. de S. L., visando anular decisão judicial que extinguiu união estável com base em fraude, ocultação patrimonial e simulação de bens, prejudicando credores alimentares e honorários advocatícios. A petição fundamenta-se na violação dos princípios da legalidade, boa-fé objetiva, proteção do patrimônio mínimo familiar, e na jurisprudência consolidada sobre nulidade absoluta de atos processuais com vícios insanáveis, requerendo citação, justiça gratuita, anulação da sentença, levantamento dos bens ocultados, produção de provas documentais, testemunhais e periciais, além de condenação em custas e honorários, e designação de audiência de conciliação.
← deslize para o lado para ver mais opções

AÇÃO ANULATÓRIA DE SENTENÇA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Cível da Comarca de Porto Seguro – Bahia

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, divorciado, empresário, portador do CPF nº 000.000.000-00, RG nº 0.000.000 SSP/BA, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado à Rua das Palmeiras, nº 100, Bairro Centro, Porto Seguro/BA, CEP 45810-000, por seu advogado infra-assinado, vem, respeitosamente, propor a presente AÇÃO ANULATÓRIA DE SENTENÇA em face de M. F. de S. L., brasileira, solteira, comerciante, portadora do CPF nº 111.111.111-11, RG nº 1.111.111 SSP/BA, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliada à Rua das Acácias, nº 200, Bairro Tabapiri, Porto Seguro/BA, CEP 45810-001, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O Requerido, ora Autor desta demanda, reside em outro Estado há anos, sendo executado em ações de elevado valor, tanto por dívida alimentar quanto por condenação ao pagamento de honorários advocatícios, em processos correlatos e em recursos. Paralelamente, tramitam ações em apartado, visando à satisfação dos créditos alimentares e honorários.

Ocorre que, durante o período em que viveu em concubinato com M. F. de S. L., todos os bens adquiridos em Porto Seguro/BA foram registrados em nome da concubina, ocultando-se o patrimônio do Autor. Posteriormente, tomou-se conhecimento da propositura de Ação de Extinção de Vida Marital, na qual o Requerido apresentou falsa identidade, com numeração divergente da original, e ambos declararam, de forma inverídica, a inexistência de bens adquiridos na constância da união.

Tal conduta teve como consequência a impossibilidade de penhora da parte que caberia ao Autor por direito, frustrando a execução de alimentos e de honorários advocatícios, em flagrante prejuízo dos credores e violação à ordem jurídica. Ressalte-se que a ocultação patrimonial e a prestação de informações falsas à Justiça caracterizam vícios insanáveis, tornando nula a sentença proferida na ação de extinção da vida marital.

Em suma, a sentença atacada foi proferida com base em informações fraudulentas, sem a devida apuração da existência de bens comuns, resultando em grave lesão ao direito do Autor e de terceiros credores, razão pela qual se impõe a sua anulação.

4. DO DIREITO

4.1. DA NULIDADE DA SENTENÇA POR OCULTAÇÃO DE PATRIMÔNIO E FALSIDADE

A sentença proferida na ação de extinção de vida marital padece de nulidade absoluta, pois foi fundada em declarações falsas e na ocultação de bens comuns, afrontando os princípios da legalidade (CF/88, art. 5º, II), boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) e patrimônio mínimo do núcleo familiar. A prestação de informações inverídicas à Justiça, especialmente quanto à existência de bens, configura vício de consentimento, tornando o ato judicial insuscetível de produzir efeitos válidos (CPC/2015, art. 966, V e VIII).

O Código Civil, em seu art. 1.658 e seguintes, estabelece a presunção de comunhão dos bens adquiridos onerosamente na constância da união estável ou do casamento, salvo prova em contrário. A ocultação deliberada de patrimônio, mediante fraude documental e simulação, impede o correto exercício do contraditório e da ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV), além de frustrar o direito dos credores à satisfação de seus créditos.

4.2. DA FRAUDE CONTRA CREDORES E SIMULAÇÃO

A conduta do Requerido e da concubina, ao registrarem todos os bens em nome desta e omitirem a existência de patrimônio na ação de extinção de vida marital, caracteriza fraude contra credores (CCB/2002, art. 158 e 166, VI), vício social que macula de nulidade o negócio jurídico e, por consequência, a sentença que dele decorre. A jurisprudência é pacífica ao reconhecer a possibilidade de anulação de sentença fundada em simulação e fraude patrimonial, especialmente quando há prejuízo a terceiros (CPC/2015, art. 966, V).

4.3. DA IMPOSSIBILIDADE DE PENHORA E DA LESÃO A DIREITOS DE TERCEIROS

A ocultação de bens comuns, mediante declaração falsa de inexistência de patrimônio, inviabilizou a penhora da quota-parte do Requerido, frustrando execuções em curso e prejudicando credores alimentares e advocatícios. Tal situação afronta o princípio da efetividade da execução (CPC/2015, art. 797), bem como o direito fundamental à tutela jurisdicional adequada e efetiva (CF/88, art. 5º, XXXV).

4.4. DA QUERELA NULLITATIS E DA VIA ADEQUADA

Nos termos da jurisprudência consolidada, a ação anulatória (querela nullitatis insanabilis) é a via adequada para desconstituir sentença proferida com base em vícios insanáveis, como a ausência de citação, fraude, simulação e ocultação de bens (CPC/2015, art. 966, V e VIII). A matéria pode ser conhecida a qualquer tempo e grau de jurisdição, dada a gravidade do vício e a necessidade de resguardar a ordem pública e a segurança jurídica.

Por fim, a anulação da sentença é medida que se impõe para restaurar a verdade dos fatos, assegurar a correta partilha dos bens e garantir a efetividade das execuções em curso, em respeito aos princípios constitucionais e legais acima delineados.

...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Vistos, etc.

I. Relatório

Trata-se de ação anulatória de sentença ajuizada por A. J. dos S. em face de M. F. de S. L., sob alegação de que a sentença proferida nos autos de Ação de Extinção de Vida Marital foi fundada em declarações falsas e na ocultação de bens comuns. Sustenta o autor que tal conduta resultou em grave lesão ao seu direito e de terceiros credores, frustrando execuções e inviabilizando a penhora de sua quota-parte nos referidos bens. Requer a anulação da sentença, a correta apuração e partilha do patrimônio, bem como medidas para garantir a efetividade das execuções em curso.

II. Fundamentação

a) Do Devido Processo Legal e Motivação das Decisões

Inicialmente, cumpre destacar que toda decisão judicial deve ser devidamente fundamentada, nos termos da CF/88, art. 93, IX, o que ora se observa.

b) Dos Fatos e Prova dos Autos

Restou evidenciado nos autos que, durante a união estável, todos os bens adquiridos em Porto Seguro/BA foram registrados em nome da concubina, a ora ré, havendo indícios robustos de ocultação patrimonial e prestação de informações falsas perante o juízo competente. Tais condutas, segundo se apura, inviabilizaram a penhora da quota-parte do autor, frustrando a execução de créditos alimentares e honorários advocatícios.

c) Da Nulidade da Sentença por Vício Insanável

A jurisprudência e a doutrina indicam que a sentença fundada em fraude, simulação e ocultação de patrimônio é nula, em razão de vício insanável (CPC/2015, art. 966, V e VIII). A ocultação de bens comuns, mediante declarações falsas, afronta o contraditório e a ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV), bem como o direito fundamental à tutela jurisdicional adequada e efetiva (CF/88, art. 5º, XXXV).

A conduta descrita também caracteriza fraude contra credores (CCB/2002, art. 158 e 166, VI), vício social que contamina o negócio jurídico e, por consequência, a sentença dele decorrente. A simulação e a ocultação de patrimônio são práticas que não podem ser chanceladas pelo Judiciário, sob pena de malferimento da ordem pública e da segurança jurídica.

d) Da Via Adequada e da Possibilidade de Anulação

Conforme orientação consolidada, a ação anulatória de sentença (querela nullitatis insanabilis) é cabível para desconstituir decisão proferida com base em vícios insanáveis, como a fraude, a simulação e a ocultação de bens (CPC/2015, art. 966, V e VIII). Tais vícios podem ser conhecidos a qualquer tempo e grau de jurisdição, dada sua gravidade.

e) Da Efetividade da Execução e Proteção aos Credores

A ocultação de patrimônio, ao inviabilizar a penhora e frustrar execuções em curso, afronta o princípio da efetividade da execução (CPC/2015, art. 797), prejudicando não apenas o autor, mas também terceiros credores, especialmente aqueles titulares de créditos alimentares e honorários advocatícios.

f) Jurisprudência Aplicável

O entendimento ora esposado encontra respaldo em precedentes dos Tribunais pátrios, reconhecendo a nulidade de sentença fundada em simulação e ocultação de patrimônio, notadamente quando há prejuízo a terceiro e fraude contra credores.

III. Dispositivo

Diante do exposto, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO, para:

  • Anular a sentença proferida nos autos da Ação de Extinção de Vida Marital, em razão de vício insanável decorrente de ocultação de patrimônio, fraude contra credores e prestação de informações falsas (CPC/2015, art. 966, V e VIII);
  • Determinar o regular prosseguimento do feito, com a apuração e partilha dos bens adquiridos na constância da união, com inclusão daqueles registrados em nome da concubina no acervo partilhável (CCB/2002, art. 1.658);
  • Assegurar, nos termos do CPC/2015, art. 797, a efetividade das execuções em curso e o direito dos credores à satisfação de seus créditos;
  • Conceder, se preenchidos os requisitos legais, os benefícios da justiça gratuita ao autor (CPC/2015, art. 98);
  • Condenar a ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, na forma da lei;
  • Designar audiência de conciliação/mediação, salvo manifestação expressa em sentido contrário (CPC/2015, art. 319).

Deixo de acolher outros pedidos não compatíveis com o provimento ora concedido.

IV. Conclusão

É como voto.

Porto Seguro/BA, 10 de junho de 2025.

_______________________________________
Juiz de Direito


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.