Modelo de Réplica em Ação de Inexigibilidade de Débitos por Contrato Consignado Não Autorizado contra Banco S/A

Publicado em: 16/02/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Trata-se de uma réplica apresentada em ação cível, na qual o autor refuta a contestação de Banco S/A, demonstrando a ausência de comprovação da autorização válida para contrato de empréstimo consignado. A peça argumenta que os documentos apresentados pelo réu são insuficientes e desatualizados, apontando a violação ao Código de Defesa do Consumidor e a prática abusiva. Requer a declaração de inexigibilidade dos débitos, devolução em dobro dos valores descontados indevidamente, indenização por danos morais, produção de provas periciais e a condenação do réu nas custas e honorários.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE __________

Processo nº __________

RÉPLICA

A. J. dos S., já devidamente qualificado nos autos em epígrafe, por intermédio de seu advogado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar a presente RÉPLICA à contestação apresentada por BANCO S/A, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

DOS FATOS

Em sua contestação, o réu tenta justificar a legitimidade de um suposto contrato de empréstimo consignado realizado com o autor, alegando que houve autorização e ciência do consumidor. Contudo, os documentos apresentados pelo banco são antigos, desatualizados e não possuem relação com a situação atual, conforme será demonstrado.

O banco confunde o empréstimo anterior, no valor de R$ 3.291,86, quitado em 05 de dezembro de 2024, conforme ID ________, com o crédito realizado em 20 de janeiro de 2025, que é objeto da presente demanda. O réu não explica a origem do novo crédito, tampouco demonstra qualquer autorização válida para a operação.

Ademais, os documentos apresentados pelo banco, como a CNH, estão vencidos, e não há registro de reconhecimento de biometria facial recente para o depósito ocorrido em 20 de janeiro de 2025. A fraude está justamente na tentativa de fazer o juízo entender que o depósito atual foi originado de autorização anterior, o que não corresponde à realidade.

DO DIREITO

Inicialmente, destaca-se que a relação entre as partes é regida pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC), nos termos dos arts. 2º e 3º, sendo aplicáveis os princípios da boa-fé objetiva e da transparência (CDC, art. 6º, III).

O réu não conseguiu demonstrar a regularidade da contratação do crédito realizado em 20 de janeiro de 2025. A ausência de prova da anuência do autor viola o princípio da boa-fé objetiva e configura prática abusiva, nos termos do CDC, art. 39, III e IV.

Além disso, os documentos apresentados pelo banco são insuficientes para comprovar a contratação. A CNH vencida e a ausência de biometria facial recente reforçam a inexistência de autorização válida para o depósito realizado. Nos termos do CPC/2015, art. 373, II, cabia ao réu o ônus de comprovar a regularidade do contrato, o que não foi feito.

Quanto à alegação de decadência, o prazo previsto no CDC, art. 26, não se aplica ao caso, pois trata-se de relação jurídica continuada, com descontos mensais no benefício previdenciário do autor. Assim, o prazo para questionamento é o prescricional, conforme entendimento consolidado do STJ.

...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação ordinária proposta por A. J. dos S. em face de BANCO S/A, objetivando a declaração de inexigibilidade de débitos decorrentes de suposto contrato de empréstimo consignado, bem como a devolução em dobro dos valores descontados indevidamente, além da condenação do réu ao pagamento de indenização por danos morais. O autor alega que o contrato que fundamentou os descontos é inválido e que os documentos apresentados pelo réu são antigos e insuficientes para comprovar a regularidade da contratação. O réu, por sua vez, defende a legitimidade do contrato e a inexistência de irregularidades.

Voto

Da análise dos fatos

Os fatos narrados evidenciam que o réu não se desincumbiu do ônus da prova quanto à regularidade do contrato de empréstimo consignado realizado em 20 de janeiro de 2025. Os documentos apresentados, como a CNH vencida e a ausência de biometria facial recente, não demonstram a autorização válida do autor para a operação financeira.

Além disso, resta claro que os descontos realizados no benefício previdenciário do autor decorrem de relação jurídica não comprovada pelo réu, o que caracteriza violação ao princípio da boa-fé objetiva e prática abusiva, nos termos do Código de Defesa do Consumidor (CDC), art. 39, incisos III e IV.

Dos fundamentos legais

Nos termos da Constituição Federal de 1988, art. 93, inciso IX, \"todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade\". Assim, a presente decisão fundamenta-se nos seguintes dispositivos legais:

  • CDC, art. 6º, III: Direitos básicos do consumidor, incluindo a informação clara e adequada sobre os serviços contratados.
  • CDC, art. 39, III e IV: Veda práticas abusivas, como condicionar o fornecimento de produto ou serviço à anuência do consumidor e prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor.
  • CPC/2015, art. 373, inciso II: Cabe ao réu o ônus de comprovar a regularidade do contrato, o que não foi realizado no presente caso.

Da jurisprudência

A jurisprudência é pacífica ao reconhecer a responsabilidade das instituições financeiras em casos de descontos indevidos quando não demonstrada a contratação válida. Destaco as seguintes decisões:

  • TJSP (18ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP: \"Descontos indevidos de aposentadoria. Requerido que não coligiu aos autos os contratos supostamente subscritos pela autora ou quaisquer outros documentos que permitissem aferir a regularidade da relação jurídica que embasa a cobrança. Pertinente a declaração de inexigibilidade dos débitos.\"
  • TJSP (24ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP: \"Ausência de prova da contratação válida. Instituição financeira não se desincumbiu do ônus probatório.\"

Conclusão

Diante do exposto, voto pela procedência do pedido do autor para:

  1. Declarar a inexigibilidade dos débitos decorrentes do suposto contrato de empréstimo consignado;
  2. Condenar o réu à devolução em dobro dos valores descontados indevidamente, nos termos do CDC, art. 42, parágrafo único;
  3. Condenar o réu ao pagamento de indenização por danos morais, cujo valor deverá ser arbitrado por este juízo;
  4. Manter o benefício da justiça gratuita ao autor, considerando sua hipossuficiência;
  5. Condenar o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do art. 85, §2º, do CPC/2015.

Dispositivo

Por todo o exposto, julgo procedente a ação, nos termos do voto acima fundamentado.

Local e data

__________________________
Magistrado


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