Modelo de Reclamação Trabalhista com Pedido de Indenização por Danos Morais por Uso Indevido de Dados Pessoais, Desvio de Auxílio Alimentação, Diferenças de Salário-Família e Irregularidade na Baixa Contratual contra Partido Político
Publicado em: 07/11/2024 Trabalhista Processo do TrabalhoRECLAMAÇÃO TRABALHISTA COM PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz da __ Vara do Trabalho da Comarca de __
(Competência: Tribunal Regional do Trabalho)
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
D. T., brasileira, solteira, auxiliar administrativa, portadora do CPF nº __, RG nº __, endereço eletrônico [email protected], residente e domiciliada à Rua __, nº __, Bairro __, CEP __, Cidade/UF, por seu advogado infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
em face de PODEMOS - Partido Político, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº __, endereço eletrônico [email protected], com sede à Rua __, nº __, Bairro __, CEP __, Cidade/UF, na pessoa de seu representante legal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
3. DOS FATOS
A Reclamante laborou por vários anos junto ao Partido Social Cristão (PSC), posteriormente incorporado pelo atual partido político PODEMOS. Durante todo o pacto laboral, foi-lhe reiteradamente informado que não havia concessão de auxílio alimentação aos empregados.
Contudo, para sua surpresa, a Reclamante descobriu que seu CPF estava sendo utilizado, de forma fraudulenta, para o pagamento de auxílio alimentação a terceiro, mediante cartão alimentação, que jamais lhe foi entregue. O benefício, ao qual teria direito, foi desviado para pessoa estranha ao vínculo empregatício, sendo utilizado em estado diverso daquele de sua residência.
Ao tomar conhecimento do uso indevido de seus dados, a Reclamante passou a sofrer abalos psicológicos, manifestados por palpitações e problemas cardíacos, necessitando de acompanhamento médico e uso de betabloqueadores, conforme prescrição médica.
Ademais, a Reclamante possui filha menor, atualmente com 9 anos de idade e portadora de necessidades especiais, tendo recebido salário-família apenas nos meses de fevereiro e março de 2024, apesar de preencher todos os requisitos para a percepção do benefício nos demais meses.
Por fim, destaca-se que a data da baixa contratual não foi corretamente lançada, pois não houve a devida projeção do aviso prévio. A Reclamante não foi informada sobre a possibilidade de redução da jornada durante o aviso prévio, tampouco foi oportunizada tal escolha, razão pela qual não cumpriu o referido período.
Tais fatos demonstram não apenas o descaso da Reclamada com os direitos da Reclamante, mas também a ocorrência de dano moral, dada a utilização indevida de seus dados pessoais e a privação de benefícios legalmente devidos.
4. DO DIREITO
4.1. DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO
A competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar a presente demanda decorre do disposto na CF/88, art. 114, que atribui à Justiça Especializada a apreciação das controvérsias oriundas da relação de trabalho, inclusive quanto a pedidos de indenização por danos morais decorrentes do vínculo empregatício.
4.2. DO AUXÍLIO ALIMENTAÇÃO E USO INDEVIDO DE DADOS PESSOAIS
O direito ao auxílio alimentação, quando previsto em norma interna, acordo, convenção coletiva ou concedido de forma habitual, integra o contrato de trabalho, nos termos da CLT, art. 457. O desvio do benefício para terceiro, mediante uso indevido do CPF da Reclamante, configura grave violação à boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) e à dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III).
O uso ilícito de dados pessoais, além de privar a Reclamante de verba alimentar, expôs sua integridade e segurança, caracterizando dano moral indenizável, conforme entendimento consolidado do TST e dos Tribunais Estaduais.
4.3. DO DANO MORAL
O dano moral, nos termos da CF/88, art. 5º, X, é aquele que atinge a esfera íntima, a honra, a imagem e a dignidade do trabalhador. A conduta da Reclamada, ao permitir o uso criminoso do CPF da Reclamante para desvio de benefício alimentar, ultrapassa o mero aborrecimento cotidiano, causando sofrimento psíquico e prejuízo à saúde da autora, que necessitou de tratamento médico.
A responsabilidade civil do empregador decorre da culpa ou dolo na conduta lesiva, do dano e do nexo causal, nos termos do CCB/2002, art. 186 e CLT, art. 223-B. No presente caso, todos os elementos estão presentes, sendo inequívoco o dever de indenizar.
Ademais, a privação de verba alimentar e o uso indevido de dados pessoais são situações que, por si só, ensejam reparação, conforme entendimento do TJSP e do TST, especialmente quando há repercussão sobre a saúde do trabalhador.
4.4. DO SALÁRIO-FAMÍLIA
O salário-família é devido ao empregado que possui filhos menores de 14 anos ou portadores de deficiência, conforme CLT, art. 65 e Lei 8.213/91, art. 66. A Reclamante, mãe de criança com necessidades especiais, faz jus à percepção do benefício durante todo o período contratual, não podendo ser restringido a apenas dois meses sem justificativa legal.
4.5. DA BAIXA CONTRATUAL E AVISO PRÉVIO
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