Modelo de Petição de juntada de jurisprudência ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região para garantir afastamento remunerado de servidor público com deficiência para doutorado no exterior, fundamentada em direitos constitu...

Publicado em: 03/07/2025 AdministrativoProcesso Civil Advogado
Petição dirigida ao TRF1 requer a juntada de jurisprudência para fortalecer recurso que busca afastamento remunerado de servidor público federal com deficiência para cursar doutorado no exterior, com base nos princípios da dignidade, igualdade, inclusão e adaptação razoável, e na vedação da discricionariedade administrativa desproporcional, conforme a Lei 8.112/1990, Estatuto da Pessoa com Deficiência e Convenção Internacional ratificada pelo Brasil.
← deslize para o lado para ver mais opções

PETIÇÃO DE JUNTADA DE JURISPRUDÊNCIA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região – TRF1.

Processo nº: 0000000-00.2024.4.01.0000

Agravante: A. J. dos S.
Agravado: Universidade Federal da Bahia – UFBA

2. DOS FATOS

A. J. dos S., servidor público federal, portador de deficiência, requereu administrativamente o afastamento remunerado para cursar doutorado no exterior, tendo em vista a necessidade de aprimoramento acadêmico e científico, bem como a promoção da inclusão e valorização da pessoa com deficiência no ambiente universitário. O pedido, contudo, foi indeferido pela Administração sob o argumento de ausência de interesse público e de conveniência administrativa, mesmo diante do preenchimento dos requisitos legais e da relevância do curso para a carreira do servidor.

Ressalte-se que o indeferimento não considerou as especificidades da condição de pessoa com deficiência do requerente, tampouco fundamentou de forma suficiente a negativa, limitando-se a invocar genericamente a discricionariedade administrativa. Diante disso, foi ajuizada ação judicial visando à concessão do afastamento, com fundamento no direito à igualdade, à inclusão e à razoável adaptação das condições de trabalho, nos termos da legislação vigente.

Em sede de recurso, busca-se demonstrar, por meio da juntada de jurisprudência, que o afastamento para capacitação de servidor público com deficiência deve ser analisado sob a ótica dos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, da igualdade e da inclusão, não podendo a discricionariedade administrativa ser exercida de modo a inviabilizar direitos fundamentais.

3. DO DIREITO

O direito ao afastamento para capacitação de servidores públicos encontra respaldo na Lei 8.112/1990, art. 87, que prevê a possibilidade de concessão de licença para capacitação, condicionada ao interesse da Administração. No entanto, a aplicação desse dispositivo deve ser interpretada à luz dos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da igualdade (CF/88, art. 5º, caput), da inclusão da pessoa com deficiência (CF/88, art. 7º, XXXI e art. 37, VIII) e da legalidade (CF/88, art. 37, caput).

O Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015) reforça o dever do Estado de assegurar à pessoa com deficiência igualdade de oportunidades e acesso a direitos, prevendo, em seu art. 28, a promoção da inclusão em todos os níveis de ensino, inclusive no ensino superior, e em seu art. 34, a obrigatoriedade de adaptação razoável no ambiente de trabalho.

A Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, promulgada pelo Decreto 6.949/2009, com status de emenda constitucional (CF/88, art. 5º, §3º), determina que o Estado deve assegurar o pleno exercício dos direitos das pessoas com deficiência, inclusive no ambiente laboral e acadêmico, mediante adaptações razoáveis.

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e deste Egrégio Tribunal Regional Federal da 1ª Região tem reconhecido que, embora a concessão de afastamento para capacitação seja ato discricionário, tal discricionariedade encontra limites nos princípios constitucionais e na vedação de discriminação injustificada, especialmente quando se trata de servidor público com deficiência.

Assim, a Administração não pode indeferir o afastamento de servidor com deficiência para cursar doutorado no exterior sem motivação idônea e sem considerar as garantias de inclusão, adaptação razoável e promoção da igualdade material, sob pena de violação aos direitos fundamentais e à legislação protetiva da pessoa com deficiência.

4. JURISPRUDÊNCIAS

Para reforçar os argumentos acima expendidos, requer-se a juntada das seguintes ementas de julgados do Superior Tribunal de Justiça, que tratam da matéria:

4.1. Afastamento de Servidor para Capacitação – Discricionariedade e Limites

STJ (1ª T.) - AgInt no RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA 63.485 - BA - Rel.: Min. Paulo Sérgio Domingues - J. em 26/02/2024 - DJ 29/02/2024
[1 - Trata-se, na origem, de mandado de segurança impetrado contra ato supostamente ilegal atribuído ao Secretário de Educação do Estado da Bahia que indeferiu o pedido de licença"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de recurso interposto por A. J. dos S. contra decisão administrativa da Universidade Federal da Bahia – UFBA, que indeferiu pedido de afastamento remunerado para cursar doutorado no exterior, sob o argumento de ausência de interesse público e conveniência administrativa, ainda que preenchidos os requisitos legais. O agravante, servidor público federal e pessoa com deficiência, sustenta que a negativa não considerou sua condição e tampouco apresentou fundamentação suficiente, restringindo-se a invocação genérica de discricionariedade administrativa. Requer, portanto, o reconhecimento de seu direito ao afastamento, invocando princípios constitucionais e legislação protetiva específica.

II. Fundamentação

1. Dos Fatos e do Direito

Os autos demonstram que A. J. dos S. busca afastamento para fins de capacitação acadêmica, com vistas ao doutorado no exterior, como meio de aprimoramento profissional, científico e promoção da inclusão da pessoa com deficiência no ambiente universitário.

A Lei 8.112/1990, art. 87, prevê a possibilidade de concessão de licença para capacitação ao servidor público, condicionada à demonstração de interesse da Administração. Todavia, a análise deste dispositivo não pode ser dissociada dos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da igualdade (CF/88, art. 5º, caput) e da inclusão da pessoa com deficiência (CF/88, art. 7º, XXXI; CF/88, art. 37, VIII), todos de observância obrigatória pela Administração Pública (CF/88, art. 37, caput).

Destaca-se que a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, promulgada pelo Decreto 6.949/2009, ostenta status de emenda constitucional (CF/88, art. 5º, §3º), determinando ao Estado o dever de adotar medidas de inclusão e adaptação razoável em ambientes acadêmicos e laborais.

O Estatuto da Pessoa com Deficiência ( Lei 13.146/2015) impõe à Administração Pública o dever de assegurar igualdade de oportunidades e promover condições adequadas para o pleno desenvolvimento da pessoa com deficiência, inclusive em sua carreira, mediante adaptações razoáveis (Lei 13.146/2015, art. 28 e art. 34).

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e deste Tribunal Regional Federal reconhece que, embora a concessão de afastamento para capacitação seja ato discricionário, essa discricionariedade encontra limites quando confrontada com o dever de inclusão e de promoção da igualdade material, de modo que a negativa deve ser motivada de forma idônea e específica, levando em consideração as particularidades do caso concreto.

2. Da Fundamentação Constitucional e Legal do Julgamento

O princípio da motivação das decisões administrativas e jurisdicionais impõe-se como condição de validade e legitimação do ato decisório (CF/88, art. 93, IX). No caso sob apreciação, a Administração limitou-se a negar o pedido do servidor com deficiência, sem motivação concreta, o que afronta a exigência constitucional e legal de fundamentação e transparência dos atos administrativos.

Ademais, a discricionariedade administrativa não pode ser exercida de modo a inviabilizar direitos fundamentais, sobretudo quando o servidor público é pessoa com deficiência. A negativa genérica, sem a devida ponderação dos princípios da igualdade, inclusão e adaptação razoável, viola o direito subjetivo do agravante e caracteriza conduta discriminatória vedada pelo ordenamento jurídico (CF/88, art. 5º, caput; CF/88, art. 7º, XXXI; CF/88, art. 37, VIII).

A análise jurisprudencial corrobora tal entendimento, conforme ementas do STJ que reconhecem a obrigação da Administração de promover inclusão e garantir igualdade de oportunidades a servidores com deficiência, limitando o exercício da discricionariedade administrativa.

III. Dispositivo

Diante do exposto, com fundamento na CF/88, art. 93, IX, que exige a devida motivação das decisões judiciais, conheço do recurso e dou-lhe provimento para determinar à Universidade Federal da Bahia – UFBA que proceda à análise do pedido de afastamento do agravante para cursar doutorado no exterior, levando em consideração sua condição de pessoa com deficiência, os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, igualdade e inclusão (CF/88, art. 1º, III; CF/88, art. 5º, caput; CF/88, art. 7º, XXXI; CF/88, art. 37, VIII), bem como a obrigatoriedade de adaptação razoável, vedando a negativa genérica e desmotivada do direito postulado.

Comunique-se. Publique-se. Cumpra-se.

IV. Certidão de Julgamento

Brasília, 20 de junho de 2024.
Desembargador Federal Simulador


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.