Modelo de Pedido de Reconhecimento de Arquivamento Definitivo de Autos Criminais e Cessação de Novas Exigências pelo Ministério Público com Fundamentação no CPP, art. 18 e Princípios Constitucionais

Publicado em: 04/11/2024 Meio Ambiente Direito Penal Processo Penal
Petição direcionada ao Juízo Criminal na qual o investigado requer o reconhecimento da definitividade e irreversibilidade do arquivamento de procedimento criminal, já homologado judicialmente, referente a suposta prática de crimes ambientais e contra o patrimônio genético. O documento destaca a ausência de novas provas, a repetição injustificada de exigências pelo Ministério Público, a situação de hipossuficiência e vulnerabilidade do requerente, e fundamenta o pedido nos princípios da segurança jurídica, legalidade, dignidade da pessoa humana e nos artigos do Código de Processo Penal e Constituição Federal. Pleiteia ainda a concessão da gratuidade da justiça e a dispensa de novas provas ou audiência.

PETIÇÃO DE REQUERIMENTO DE ARQUIVAMENTO DEFINITIVO DOS AUTOS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de ____________ – Tribunal de Justiça do Estado de ____________.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Requerente: W. K., brasileiro, estado civil ____________, profissão ____________, portador do RG nº ____________ e inscrito no CPF sob o nº ____________, residente e domiciliado à Rua ____________, nº ___, Bairro ____________, CEP ____________, Município de ____________, Estado de ____________, endereço eletrônico: ____________.

Requerido: Ministério Público do Estado de ____________, com endereço institucional na Rua ____________, nº ___, Bairro ____________, CEP ____________, Município de ____________, Estado de ____________, endereço eletrônico: ____________.

3. DOS FATOS

O Requerente, W. K., foi investigado em procedimento criminal por suposta prática de crimes contra o meio ambiente e o patrimônio genético. Durante a tramitação do feito, cumpriu integralmente todas as determinações e instruções expedidas pelo Ministério Público, colaborando com a apuração dos fatos e apresentando os esclarecimentos e documentos solicitados.

Em razão da ausência de elementos que justificassem a continuidade da persecução penal, foi promovido e homologado o arquivamento definitivo dos autos, com a consequente baixa definitiva do processo.

Contudo, recentemente, o Requerente foi surpreendido com nova intimação do Ministério Público, exigindo, no prazo de 30 (trinta) dias, a apresentação de projeto acompanhado de laudo técnico, sob pena de eventual reabertura do procedimento.

Importa destacar que o Requerente encontra-se em situação de extrema vulnerabilidade social e econômica, aguardando decisão judicial para concessão de aposentadoria, vivendo em estado de miséria, com sérios problemas de saúde (inclusive cirurgia no joelho), necessitando de medicação contínua fornecida pelo hospital público, e, por vezes, sequer dispõe de recursos para alimentação básica.

A nova exigência do Ministério Público, além de juridicamente indevida diante do arquivamento já homologado, causa-lhe profundo abalo emocional, agravando seu precário estado de saúde e sua condição de hipossuficiência.

Diante desse cenário, não resta alternativa senão requerer a este Juízo o reconhecimento da definitividade do arquivamento, com o encerramento do feito e a cessação de novas exigências ou intimações ao Requerente.

4. DO DIREITO

4.1. DO ARQUIVAMENTO DEFINITIVO E SUA IRREVERSIBILIDADE

O arquivamento definitivo dos autos, uma vez homologado judicialmente, reveste-se de coisa julgada formal, impedindo a reabertura do procedimento investigatório, salvo se surgirem novas provas substancialmente distintas das já analisadas (CPP, art. 18).

O Código de Processo Penal, em seu art. 18, estabelece: “Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.” No presente caso, não há notícia de novas provas, mas mera repetição de exigências já superadas, o que afronta o princípio da segurança jurídica e da legalidade (CF/88, art. 5º, II).

4.2. DA AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA PARA NOVAS EXIGÊNCIAS

Conforme entendimento consolidado do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça, a deflagração de nova investigação criminal ou a imposição de obrigações ao investigado somente é admissível diante de justa causa, caracterizada pela existência de novos indícios mínimos de autoria e materialidade (CPP, art. 5º, §3º).

No caso concreto, não há qualquer elemento novo que justifique a reabertura do feito ou a imposição de novas obrigações ao Requerente, sendo a exigência de apresentação de projeto e laudo medida manifestamente indevida e atentatória à dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III).

4.3. DOS PRINCÍPIOS DA FRAGMENTARIEDADE E SUBSIDIARIEDADE DO DIREITO PENAL

O direito penal, como ultima ratio, deve ser aplicado apenas quando estritamente necessário à proteção de bens jurídicos relevantes, não se admitindo a persecução penal sem"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de requerimento formulado por W. K., pleiteando o reconhecimento da definitividade do arquivamento dos autos, com o consequente encerramento do feito e a cessação de novas exigências ou intimações, após já ter sido homologado o arquivamento definitivo do procedimento investigatório por suposta prática de crimes ambientais e contra o patrimônio genético. O Ministério Público, entretanto, expediu nova intimação ao Requerente, exigindo a apresentação de projeto acompanhado de laudo técnico, sob pena de eventual reabertura do procedimento.

Fundamentação

1. Da Jurisdição e do Dever de Fundamentação (CF/88, art. 93, IX)

Nos termos do artigo 93, IX, da Constituição Federal, "todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade". Assim, impõe-se ao magistrado analisar e motivar a presente decisão, em estrita observância ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa.

2. Do Arquivamento Definitivo e Coisa Julgada Formal (CPP, art. 18)

O Código de Processo Penal, em seu artigo 18, estabelece que, após o arquivamento do inquérito por decisão judicial, nova investigação só poderá ser instaurada diante de novas provas. No caso em análise, o arquivamento dos autos foi devidamente homologado, tornando-se definitivo e revestido de coisa julgada formal. Não há notícia nos autos de surgimento de provas novas que justifiquem a reabertura do procedimento.

Assim, qualquer exigência de obrigação, inclusive a apresentação de projeto ou laudo, sem o surgimento de novos elementos probatórios, afronta a segurança jurídica e a legalidade (CF/88, art. 5º, II).

3. Da Ausência de Justa Causa e da Dignidade da Pessoa Humana (CF/88, art. 1º, III)

A jurisprudência consolidada do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça determina que a deflagração de nova investigação criminal ou a imposição de obrigações ao investigado apenas é admissível diante de justa causa (indícios mínimos de autoria e materialidade). No presente caso, não há quaisquer elementos novos que justifiquem a reabertura do feito ou a imposição de novas obrigações ao Requerente.

Ressalte-se, ainda, a condição de hipossuficiência e vulnerabilidade do Requerente, que se encontra em situação de miséria e saúde debilitada, sendo vedados atos processuais desnecessários e atentatórios à dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III).

4. Da Fragmentariedade e Subsidiariedade do Direito Penal

O Direito Penal deve ser acionado como ultima ratio, apenas quando estritamente necessário à proteção de bens jurídicos relevantes, não se admitindo persecução sem justa causa.

5. Da Gratuidade da Justiça (CPC/2015, art. 98)

Comprovada a situação de hipossuficiência, faz jus o Requerente ao benefício da gratuidade da justiça, nos termos do artigo 98 do Código de Processo Civil.

6. Da Desnecessidade de Novas Provas ou Audiência

O deslinde da controvérsia é eminentemente de direito, não havendo necessidade de produção de novas provas ou designação de audiência, estando a matéria suficientemente esclarecida pela documentação constante dos autos.

7. Jurisprudência Aplicável

TJSP (13ª Câmara de Direito Criminal) - Representação Criminal Acórdão/TJSP: "A deflagração de investigação criminal formal depende da existência de justa causa, caracterizada pela presença de indícios mínimos de autoria e materialidade delitiva. A ausência de elementos concretos que apontem para a prática de ilícito penal impõe o arquivamento da representação criminal."

TJSP (19ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP: "O CPC, art. 139, III, determina ao juiz prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir postulações meramente protelatórias."

Dispositivo

Diante do exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado por W. K. para:

  1. RECONHECER a definitividade do arquivamento dos autos, com o consequente encerramento do feito e a cessação de quaisquer novas exigências, intimações ou obrigações ao Requerente, salvo surgimento de provas novas, nos termos do CPP, art. 18;
  2. INDEFERIR qualquer nova exigência de apresentação de projeto ou laudo, por ausência de justa causa e em respeito à coisa julgada formal;
  3. CONCEDER o benefício da gratuidade da justiça ao Requerente, nos termos do CPC/2015, art. 98;
  4. DISPENSAR a produção de novas provas e a designação de audiência, por se tratar de matéria exclusivamente de direito e já suficientemente comprovada.

Determino que todas as futuras intimações sejam realizadas exclusivamente em nome do advogado subscritor, sob pena de nulidade.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Conclusão

Assim voto.


____________, ___ de ____________ de 2024.

_______________________________________
Juiz(a) de Direito


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