Modelo de Defesa prévia em processo criminal por tráfico de drogas, requerendo nulidade de provas por violação de domicílio e busca pessoal sem fundada suspeita, com fundamento na CF, CPP e jurisprudência consolidada
Publicado em: 31/05/2025 Direito Penal Processo PenalDEFESA PRÉVIA (RESPOSTA À ACUSAÇÃO)
PROCESSO N.º [INSERIR]
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da [__] Vara Criminal da Comarca de [CIDADE/UF].
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
Acusado: J. dos S., brasileiro, solteiro, pintor de parede autônomo, portador do CPF n.º [inserir], RG n.º [inserir], endereço eletrônico: [inserir], residente e domiciliado à Rua [inserir], nº [inserir], Bairro [inserir], Cidade/UF.
Defensor: [Nome do Advogado], inscrito na OAB/UF sob o nº [inserir], endereço eletrônico: [inserir], com escritório profissional à [endereço completo].
Ministério Público: [Nome do Promotor], com endereço na sede da Promotoria de Justiça da Comarca de [inserir], endereço eletrônico: [inserir].
3. SÍNTESE DOS FATOS
O acusado, J. dos S., foi preso em flagrante sob a imputação de tráfico de drogas (Lei 11.343/2006, art. 33), após ação policial realizada por Policiais Militares que alegaram ter presenciado supostas vendas de entorpecentes. Segundo os agentes, após campana, visualizaram o acusado realizando transações ilícitas e, ao tentarem abordá-lo, este teria fugido, sendo capturado em seguida, ocasião em que foi encontrada certa quantidade de drogas em seu poder.
Posteriormente, os policiais ingressaram na residência do acusado sem mandado judicial e sem consentimento, onde alegaram ter encontrado mais entorpecentes e a quantia de R$40,00. A versão do acusado e de sua companheira diverge substancialmente: afirmam que os policiais forçaram a entrada, coagiram ambos e realizaram busca domiciliar sem autorização, inclusive confiscando o celular da companheira para impedir contato com advogado.
O acusado nega veementemente a prática do tráfico, a propriedade das drogas e a alegada fuga, sustentando que estava em sua residência, onde trabalha como pintor autônomo, possui residência fixa e não possui registros recentes de envolvimento criminal, apesar de já ter cumprido pena anteriormente.
4. PRELIMINARES
4.1. NULIDADE DA PROVA POR VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO
A Constituição Federal garante, em seu art. 5º, XI, a inviolabilidade do domicílio, salvo nas hipóteses de flagrante delito, desastre, prestação de socorro ou ordem judicial. No caso em tela, não restou demonstrada situação de flagrante que justificasse o ingresso forçado dos policiais na residência do acusado, tampouco houve consentimento válido e inequívoco para tanto.
A ausência de mandado judicial e de justa causa para a entrada no domicílio, bem como a inexistência de consentimento livre e esclarecido, tornam ilícitas as provas obtidas e todas as delas derivadas, conforme CPP, art. 157, caput e §1º. A jurisprudência do STJ e dos Tribunais locais é firme no sentido de que a mera suspeita ou denúncia anônima não autoriza o ingresso em residência sem ordem judicial ou consentimento, sendo imprescindível a demonstração de fundadas razões (CPP, art. 240).
4.2. NULIDADE DA BUSCA PESSOAL
A abordagem e revista pessoal do acusado, conforme narrado, não foi precedida de fundada suspeita objetiva, em afronta ao CPP, art. 244. A simples presença em local supostamente conhecido por tráfico ou a existência de antecedentes criminais não autorizam, por si sós, a medida invasiva, conforme reiterada orientação do STJ.
Assim, requer-se o reconhecimento da nulidade das provas obtidas, por violação aos princípios constitucionais da legalidade, do devido processo legal e da inviolabilidade do domicílio.
5. DO DIREITO
5.1. DA INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO E DA ILICITUDE DAS PROVAS
A inviolabilidade do domicílio é direito fundamental previsto na CF/88, art. 5º, XI, sendo a sua restrição admitida apenas em hipóteses excepcionais, devidamente fundamentadas. O ingresso forçado em residência, sem mandado judicial, somente se legitima em flagrante delito, cuja configuração exige demonstração inequívoca de que o crime está em curso ou acaba de ser cometido.
No caso, a entrada dos policiais na residência do acusado não foi precedida de justa causa, tampouco houve consentimento válido, sendo a narrativa policial contraditória e desprovida de elementos objetivos. A ausência de mandado judicial e de situação flagrancial, somada à resistência da companheira do acusado e à coação exercida, evidenciam a"'>...
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