Modelo de Defesa prévia em processo criminal por tráfico de drogas, requerendo nulidade de provas por violação de domicílio e busca pessoal sem fundada suspeita, com fundamento na CF, CPP e jurisprudência consolidada

Publicado em: 31/05/2025 Direito Penal Processo Penal
Modelo de defesa prévia para acusado de tráfico de drogas que contesta a legalidade da entrada policial em domicílio e busca pessoal, requerendo a exclusão das provas ilícitas, a absolvição por insuficiência probatória e, subsidiariamente, a desclassificação do delito, com base na inviolabilidade do domicílio (CF, art. 5º, XI), no CPP (arts. 157 e 244) e em jurisprudência do STJ e tribunais estaduais. Inclui pedido de produção de provas, justiça gratuita e rol suplementar de testemunhas.
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DEFESA PRÉVIA (RESPOSTA À ACUSAÇÃO)
PROCESSO N.º [INSERIR]

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da [__] Vara Criminal da Comarca de [CIDADE/UF].

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Acusado: J. dos S., brasileiro, solteiro, pintor de parede autônomo, portador do CPF n.º [inserir], RG n.º [inserir], endereço eletrônico: [inserir], residente e domiciliado à Rua [inserir], nº [inserir], Bairro [inserir], Cidade/UF.
Defensor: [Nome do Advogado], inscrito na OAB/UF sob o nº [inserir], endereço eletrônico: [inserir], com escritório profissional à [endereço completo].
Ministério Público: [Nome do Promotor], com endereço na sede da Promotoria de Justiça da Comarca de [inserir], endereço eletrônico: [inserir].

3. SÍNTESE DOS FATOS

O acusado, J. dos S., foi preso em flagrante sob a imputação de tráfico de drogas (Lei 11.343/2006, art. 33), após ação policial realizada por Policiais Militares que alegaram ter presenciado supostas vendas de entorpecentes. Segundo os agentes, após campana, visualizaram o acusado realizando transações ilícitas e, ao tentarem abordá-lo, este teria fugido, sendo capturado em seguida, ocasião em que foi encontrada certa quantidade de drogas em seu poder.

Posteriormente, os policiais ingressaram na residência do acusado sem mandado judicial e sem consentimento, onde alegaram ter encontrado mais entorpecentes e a quantia de R$40,00. A versão do acusado e de sua companheira diverge substancialmente: afirmam que os policiais forçaram a entrada, coagiram ambos e realizaram busca domiciliar sem autorização, inclusive confiscando o celular da companheira para impedir contato com advogado.

O acusado nega veementemente a prática do tráfico, a propriedade das drogas e a alegada fuga, sustentando que estava em sua residência, onde trabalha como pintor autônomo, possui residência fixa e não possui registros recentes de envolvimento criminal, apesar de já ter cumprido pena anteriormente.

4. PRELIMINARES

4.1. NULIDADE DA PROVA POR VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO

A Constituição Federal garante, em seu art. 5º, XI, a inviolabilidade do domicílio, salvo nas hipóteses de flagrante delito, desastre, prestação de socorro ou ordem judicial. No caso em tela, não restou demonstrada situação de flagrante que justificasse o ingresso forçado dos policiais na residência do acusado, tampouco houve consentimento válido e inequívoco para tanto.

A ausência de mandado judicial e de justa causa para a entrada no domicílio, bem como a inexistência de consentimento livre e esclarecido, tornam ilícitas as provas obtidas e todas as delas derivadas, conforme CPP, art. 157, caput e §1º. A jurisprudência do STJ e dos Tribunais locais é firme no sentido de que a mera suspeita ou denúncia anônima não autoriza o ingresso em residência sem ordem judicial ou consentimento, sendo imprescindível a demonstração de fundadas razões (CPP, art. 240).

4.2. NULIDADE DA BUSCA PESSOAL

A abordagem e revista pessoal do acusado, conforme narrado, não foi precedida de fundada suspeita objetiva, em afronta ao CPP, art. 244. A simples presença em local supostamente conhecido por tráfico ou a existência de antecedentes criminais não autorizam, por si sós, a medida invasiva, conforme reiterada orientação do STJ.

Assim, requer-se o reconhecimento da nulidade das provas obtidas, por violação aos princípios constitucionais da legalidade, do devido processo legal e da inviolabilidade do domicílio.

5. DO DIREITO

5.1. DA INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO E DA ILICITUDE DAS PROVAS

A inviolabilidade do domicílio é direito fundamental previsto na CF/88, art. 5º, XI, sendo a sua restrição admitida apenas em hipóteses excepcionais, devidamente fundamentadas. O ingresso forçado em residência, sem mandado judicial, somente se legitima em flagrante delito, cuja configuração exige demonstração inequívoca de que o crime está em curso ou acaba de ser cometido.

No caso, a entrada dos policiais na residência do acusado não foi precedida de justa causa, tampouco houve consentimento válido, sendo a narrativa policial contraditória e desprovida de elementos objetivos. A ausência de mandado judicial e de situação flagrancial, somada à resistência da companheira do acusado e à coação exercida, evidenciam a"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

VOTO DO MAGISTRADO

I - RELATÓRIO

Trata-se de ação penal em que J. dos S., qualificado nos autos, foi denunciado pela suposta prática do crime de tráfico de drogas (art. 33 da Lei 11.343/2006), em razão de ter sido preso em flagrante após abordagem policial, que resultou na apreensão de entorpecentes consigo e em seu domicílio.

A defesa, em resposta à acusação, alegou, em síntese: (a) nulidade das provas obtidas mediante violação de domicílio e busca pessoal sem fundada suspeita; (b) ausência de justa causa para ingresso policial na residência; (c) ausência de elementos probatórios seguros de autoria e materialidade; e (d) aplicação do princípio do in dubio pro reo.

II - FUNDAMENTAÇÃO

1. Da Nulidade das Provas – Violação de Domicílio e Busca Pessoal

O cerne da controvérsia reside na análise da licitude das provas decorrentes do ingresso policial no domicílio do acusado, sem mandado judicial e sem consentimento expresso e válido, bem como da busca pessoal realizada sem fundada suspeita.

A Constituição Federal, em seu art. 5º, XI, consagra o direito fundamental à inviolabilidade do domicílio, ressalvadas as hipóteses de flagrante delito, desastre, prestação de socorro ou ordem judicial. No caso em exame, os autos não evidenciam situação flagrancial objetiva a justificar o ingresso forçado dos policiais, tampouco restou demonstrado consentimento livre e esclarecido do acusado ou de sua companheira.

A jurisprudência pátria, assim como o STJ (AREsp Acórdão/STJ), é firme no sentido de que a mera suspeita ou denúncia anônima não autoriza o ingresso em domicílio, sendo imprescindível a demonstração de fundadas razões, devidamente documentadas e justificadas.

Com efeito, os relatos policiais são contraditórios e não encontram respaldo em elementos objetivos, sendo reforçada tal constatação pela manifestação da companheira do acusado, que afirma não ter consentido com a entrada e ter sofrido coação no momento dos fatos.

Assim, restando configurada a violação ao art. 5º, XI, da CF/88, e ao art. 157 do CPP, impõe-se reconhecer a ilicitude das provas colhidas mediante ingresso domiciliar irregular e das delas derivadas (teoria dos frutos da árvore envenenada).

Ainda, quanto à busca pessoal, o art. 244 do CPP exige fundada suspeita, a qual não restou caracterizada nos autos, pois a abordagem decorreu de alegações genéricas acerca da suposta conduta do acusado, sem a devida demonstração de elementos concretos que a justificassem.

2. Da Insuficiência Probatória e do Princípio do In Dubio Pro Reo

Desentranhadas as provas ilícitas, não subsistem elementos aptos a embasar um juízo de condenação. As versões apresentadas pelos policiais não são corroboradas por testemunhas imparciais ou outros meios de prova autônomos. A negativa do acusado e o depoimento de sua companheira, aliados à ausência de antecedentes recentes e à atividade lícita do réu, reforçam a dúvida razoável quanto à autoria e materialidade do delito imputado.

Nos termos do art. 386, VII, do CPP, e em observância ao princípio do in dubio pro reo (CF/88, art. 5º, LIV), impõe-se a absolvição do acusado pela ausência de provas lícitas e seguras.

3. Do Controle de Motivação – CF/88, Art. 93, IX

Ressalte-se que o presente voto atende ao disposto no art. 93, IX, da Constituição Federal, que exige a fundamentação das decisões judiciais, inclusive quanto à apreciação das questões de fato e de direito relevantes ao deslinde da controvérsia, o que ora se faz de forma clara, objetiva e fundamentada.

III - DISPOSITIVO

Ante o exposto, acolho as preliminares levantadas pela defesa e declaro a nulidade das provas obtidas mediante violação de domicílio e busca pessoal sem fundada suspeita, com o consequente desentranhamento dos autos de todo o material probatório ilícito (CPP, art. 157, caput e §1º).

Diante da ausência de provas lícitas e seguras de autoria e materialidade, julgo improcedente a pretensão punitiva estatal e absolvo J. dos S., nos termos do art. 386, II, do Código de Processo Penal.

Sem custas.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

[Cidade/UF], [Data].

___________________________________
Juiz(a) de Direito

**Notas: - O voto simulado fundamenta-se nos fatos, nas teses defensivas e, principalmente, nos dispositivos constitucionais e legais mencionados no documento, com especial atenção à necessidade de motivação conforme art. 93, IX, da CF/88. - Caso o objetivo seja julgar improcedente o pedido, basta alterar o dispositivo para rejeitar as preliminares e julgar procedente a pretensão punitiva. - Adapte \"[Cidade/UF]\", \"[Data]\" e \"[Nome do Juiz]\" conforme o caso concreto.


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