Modelo de Defesa Prévia em Ação Penal por Suposta Prática de Ameaça Prevista no CP, art. 147 do Código Penal

Publicado em: 01/04/2025 Direito Penal Processo Penal
Defesa prévia apresentada por advogado em nome de réu acusado de ameaça com base no CP, art. 147 do Código Penal. O documento argumenta pela ausência de dolo, insuficiência de provas e atipicidade da conduta, fundamentando-se em princípios como o in dubio pro reo e em jurisprudências pertinentes. Requer a absolvição do réu, a produção de provas e, subsidiariamente, reconhecimento da ausência de dolo específico.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE [CIDADE/ESTADO]

Processo nº: [INSERIR NÚMERO DO PROCESSO]

PREÂMBULO

[NOME COMPLETO DO RÉU], brasileiro, [estado civil], [profissão], portador do RG nº [número] e do CPF nº [número], residente e domiciliado na [endereço completo], por intermédio de seu advogado que esta subscreve, com endereço profissional na [endereço completo do advogado], onde receberá intimações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, nos autos da ação penal movida pelo Ministério Público, com base no CP, art. 147 do Código Penal, apresentar sua DEFESA, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

O acusado foi denunciado pela suposta prática do crime de ameaça (CP, art. 147), em razão de alegada conduta intimidatória contra seu empregado, o Sr. [NOME DO EMPREGADO], durante uma discussão ocorrida em [data], no local de trabalho.

Segundo a denúncia, o réu teria proferido palavras que configurariam ameaça de causar mal injusto e grave à vítima, o que teria levado o ofendido a registrar boletim de ocorrência e ingressar com a presente ação penal.

Contudo, conforme será demonstrado, a acusação carece de elementos probatórios suficientes para sustentar a condenação, devendo ser reconhecida a ausência de dolo e a inexistência de provas robustas que confirmem a prática do crime imputado.

DO DIREITO

1. DA AUSÊNCIA DE DOLO

O crime de ameaça, previsto no CP, art. 147 do Código Penal, exige como elemento subjetivo o dolo específico, ou seja, a intenção de intimidar ou causar temor à vítima. No presente caso, não há qualquer prova de que o réu tenha agido com a finalidade de incutir medo ou de causar mal injusto e grave ao ofendido.

A discussão ocorrida entre as partes, ainda que em tom exaltado, não ultrapassou os limites de um desentendimento verbal, sendo insuficiente para configurar o crime de ameaça. O réu jamais teve a intenção de intimidar o empregado, tratando-se de um episódio isolado e desprovido de gravidade.

2. DA INSUFICIÊNCIA PROBATÓRIA

Nos termos do CPP, art. 156, cabe à acusação o ônus de provar, de forma inequívoca, a prática do crime imputado ao réu. No entanto, o conjunto probatório apresentado é frágil e inconsistente, não sendo capaz de sustentar a condenação.

A palavra da vítima, embora relevante, não pode ser cons"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Preâmbulo

Trata-se de ação penal pública movida pelo Ministério Público em face de [NOME COMPLETO DO RÉU], acusado da prática do crime de ameaça, previsto no CP, art. 147 do Código Penal. A denúncia narra que o acusado teria empregado palavras intimidatórias contra o Sr. [NOME DO EMPREGADO], em contexto de discussão no ambiente de trabalho.

Passo à análise dos fatos e fundamentos jurídicos, conforme determina a CF/88, art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, que exige decisões fundamentadas.

Dos Fatos

A denúncia descreve que, no dia [DATA], o acusado teria proferido palavras que configurariam ameaça à vítima, o que motivou o registro de boletim de ocorrência e o início da presente ação penal. A defesa, por sua vez, alega que não houve dolo e que a conduta não ultrapassou os limites de um desentendimento verbal.

Do Direito

1. Da Ausência de Dolo

O crime de ameaça, nos termos do CP, art. 147 do Código Penal, exige a presença de dolo específico, isto é, a intenção deliberada de intimidar ou causar temor à vítima. O exame dos autos não revela elementos concretos que demonstrem essa intenção por parte do réu.

A discussão ocorrida, ainda que em tom exaltado, não se revestiu de gravidade suficiente para configurar o dolo exigido pela lei penal. Fatos isolados e desprovidos de intenção de intimidação não podem ser enquadrados no tipo penal de ameaça.

2. Da Insuficiência Probatória

Nos termos do CPP, art. 156 do Código de Processo Penal, o ônus da prova cabe à acusação. O conjunto probatório apresentado é frágil, sendo insuficiente para sustentar uma condenação. A palavra da vítima, por si só, não é suficiente para a formação de um juízo condenatório, especialmente quando desacompanhada de elementos objetivos que a corroborem.

Em observância ao princípio do in dubio pro reo, consagrado na CF/88, art. 5º, LVII,  em caso de dúvida sobre a culpabilidade do réu, deve prevalecer a presunção de inocência.

3. Da Atipicidade da Conduta

A tipificação do crime de ameaça exige que a conduta seja idônea para causar temor real e efetivo à vítima. Contudo, os fatos narrados demonstram que a conduta imputada ao réu não foi capaz de produzir o temor necessário para configurar o ilícito penal. A ausência de elementos objetivos que demonstrem a gravidade do suposto mal prometido reforça a atipicidade da conduta.

Assim, a absolvição do réu encontra amparo no CPP, art. 386, III, do Código de Processo Penal, que prevê a inexistência de fato típico como causa excludente da responsabilidade penal.

Jurisprudências

A jurisprudência pátria reconhece a necessidade de provas robustas para embasar uma condenação em crimes que dependam de dolo específico e tipicidade penal. Destaco os seguintes precedentes relevantes:

  • TJRJ (Terceira Câmara Criminal) - Apelação Acórdão/TJRJ - \\\"Palavra da vítima, embora tenha especial relevância nos crimes contra a honra, não goza de presunção absoluta de veracidade, sobretudo quando não escoltada por seguros elementos paralelos, capazes de sufragar sua higidez.\\\" (Julgado em 06/02/2024)
  • TJSP (15ª Câmara de Direito Criminal) - Apelação Criminal Acórdão/TJSP - \\\"O delito de ameaça, mesmo quando cometido em contexto de violência doméstica, é condicionado à representação pela ofendida, nos termos do CP, art. 147, parágrafo único. Ausência de representação formal impede o prosseguimento da ação penal.\\\" (Julgado em 26/08/2024)

Conclusão

Ante o exposto, considerando a ausência de dolo, a insuficiência de provas e a atipicidade da conduta, voto no sentido de julgar improcedente a denúncia, absolvendo o réu com fundamento no CPP, art. 386, III e VII, do Código de Processo Penal.

É como voto.

Termos Finais

[LOCAL], [DATA].

____________________________
[NOME DO MAGISTRADO]
Juiz(a) de Direito


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