Modelo de Contestação em Ação de Obrigação de Fazer com Pedido de Tutela de Urgência: Condomínio Guaratuba x E.R.P.

Publicado em: 27/03/2025 CivelProcesso Civil Direito Imobiliário
Contestação apresentada pelo Condomínio Guaratuba em ação de obrigação de fazer cumulada com pedido de tutela de urgência, ajuizada por E.R.P., visando o reconhecimento de direito de voto em assembleias condominiais. O documento aborda os fundamentos legais que sustentam a inexistência do direito de voto da autora — por não ser formalmente proprietária do imóvel, mesmo sendo viúva meeira com direito real de habitação (CCB/2002, art. 1.831) — e defende a legalidade da conduta do condomínio com base no art. CCB/2002, 1.335. A petição contesta a concessão de tutela de urgência, apontando a ausência de probabilidade do direito e perigo de dano, e inclui jurisprudências pertinentes para reforçar sua tese. Requer a improcedência dos pedidos da autora e a condenação desta ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios.

CONTESTAÇÃO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS – PR

Processo nº: [inserir número do processo]

Réu: Condomínio Guaratuba

Autor(a): E. R. P.

PREÂMBULO

O Condomínio Guaratuba, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob o nº [inserir número], com sede na Rua [inserir endereço], São José dos Pinhais-PR, representado por seu síndico, Sr. [inserir nome], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por meio de seu advogado infra-assinado, com endereço profissional na Rua [inserir endereço completo], nos termos do CPC/2015, art, 319, apresentar a presente:

CONTESTAÇÃO

à ação de obrigação de fazer c/c pedido de tutela de urgência ajuizada por E. R. P., pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

1. DOS FATOS

A autora, Sra. E. R. P., afirma residir no Condomínio Guaratuba desde 1999 e alega ter vivido em união estável com seu companheiro, falecido em 2012. Alega que, após o falecimento, continuou a residir no imóvel e a arcar com as despesas condominiais e IPTU, sem, contudo, regularizar a situação jurídica do imóvel por meio de inventário.

Em junho de 2024, a autora foi notificada sobre uma assembleia extraordinária do condomínio, sendo informada de que não teria direito de voto ou participação, sob a justificativa de não ser proprietária formal do imóvel. A autora pleiteia, nesta ação, o reconhecimento de seu direito de participação e voto nas assembleias condominiais, com base no direito real de habitação e na sua condição de viúva meeira.

2. DO DIREITO

2.1. DA INEXISTÊNCIA DE DIREITO DE VOTO DA AUTORA

Nos termos do CCB/2002, art. 1.335, o direito de participação e voto em assembleias condominiais é garantido exclusivamente aos condôminos proprietários das unidades autônomas. A autora, embora resida no imóvel, não é formalmente proprietária, uma vez que não realizou o inventário do falecido companheiro, nem registrou o imóvel em seu nome.

O direito real de habitação, previsto no CCB/2002, art. 1.831, assegura à viúva meeira o direito de residir no imóvel, mas não lhe confere, automaticamente, a condição de condômina com direito de voto nas assembleias. A legislação condominial é clara ao vincular o direito de voto à titularidade formal da unidade autônoma.

2.2. DA LEGALIDADE DA CONDUTA DO CONDOMÍNIO

A exclusão da autora do direito de voto na assembleia extraordinária não configura conduta abusiva ou discriminatória por parte do condomínio. Trata-se de aplicação estrita do princípio da legalidade, consagrado na CF/88, art. 5º, II, que determina que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei.

Ademais, a administração condominial atua em conformidade com a convenção do condomínio e com o regimento interno, que estabelecem critérios objetivos para a "'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Segue abaixo a simulação de um voto do magistrado, em formato HTML, com base no documento jurídico fornecido:

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação de obrigação de fazer cumulada com pedido de tutela de urgência, proposta por E. R. P., em face do Condomínio Guaratuba. A autora, viúva meeira, pleiteia o reconhecimento de seu direito de voto e participação em assembleias condominiais, sob o argumento de seu direito real de habitação e da condição de ocupante do imóvel desde 1999.

O réu, Condomínio Guaratuba, apresentou contestação, defendendo que o direito de participação e voto em assembleias é prerrogativa exclusiva de condôminos formalmente proprietários, conforme CCB/2002, art. 1.335. Alega, ainda, que a conduta adotada pela administração condominial está em consonância com o princípio da legalidade e que a autora não preenche os requisitos para concessão da tutela de urgência.

Fundamentação

1. Dos Fatos e da Interpretação Jurídica

Inicialmente, cumpre registrar que a matéria dos autos envolve a análise dos direitos condominiais e das prerrogativas conferidas pela legislação vigente aos condôminos. Conforme CCB/2002, art. 1.335, são direitos do condômino, entre outros, participar das deliberações e votar nas assembleias. Todavia, tal prerrogativa está vinculada à titularidade formal do imóvel.

Embora a autora exerça o direito real de habitação, nos termos do CCB/2002, art. 1.831, tal prerrogativa não lhe confere, automaticamente, a qualidade de condômina nem o direito de voto nas assembleias, conforme pacificado pela jurisprudência pátria e pelas disposições legais.

2. Do Direito Aplicável

A CF/88, art. 5º, II, estabelece que \"ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei\". Assim, a exclusão da autora do direito de voto em assembleias condominiais está em conformidade com os ditames legais, uma vez que ela não detém a titularidade formal do imóvel.

Ademais, o CPC/2015, art. 300, dispõe que a concessão de tutela de urgência exige a presença cumulativa de probabilidade do direito e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. No caso em análise, a autora não demonstrou a probabilidade do direito, haja vista que não é proprietária formal da unidade condominial.

3. Da Ausência de Perigo de Dano

Ressalte-se que o direito real de habitação assegurado à autora não está comprometido pela exclusão de sua participação em deliberações condominiais. Tal prerrogativa limita-se à ocupação do imóvel, não abrangendo direitos inerentes à titularidade da unidade autônoma.

Portanto, inexiste perigo de dano iminente que justifique a concessão da tutela de urgência ou o acolhimento da pretensão autoral.

Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento na CF/88, art. 93, IX, voto no sentido de julgar improcedente o pedido formulado por E. R. P., pelos seguintes fundamentos:

  • O direito de voto em assembleias condominiais é prerrogativa exclusiva dos condôminos formalmente proprietários (CCB/2002, art. 1.335).
  • A exclusão da autora das deliberações condominiais não configura conduta abusiva ou ilegal, estando em consonância com o princípio da legalidade (CF/88, art. 5º, II).
  • A autora não demonstrou os requisitos para a concessão da tutela de urgência (art. 300 do CPC/2015).

Condeno a autora ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor atualizado da causa, nos termos do CPC/2015, art. 85, § 2º.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

[Local], [Data do Julgamento]

_____________________________
[Nome do Magistrado]
Juiz(a) de Direito

### Explicação 1. O voto foi fundamentado com base nos dispositivos legais e constitucionais apresentados no documento original. 2. Foi utilizado a CF/88, art. 93, IX, como exigência de fundamentação das decisões judiciais. 3. A estrutura foi organizada com títulos e parágrafos em HTML para melhor visualização e interpretação. 4. A decisão foi baseada nos fatos e fundamentos apresentados, com interpretação lógica e hermenêutica entre direito e jurisprudência.


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