Modelo de Contestação em ação de alimentos para redução do valor da pensão alimentícia, com pedido de justiça gratuita e prova da real capacidade financeira do réu trabalhador rural hipossuficiente

Publicado em: 29/05/2025 Civel Familia
Modelo de contestação em ação de alimentos ajuizada contra réu trabalhador rural sem renda fixa, que já contribui com R$ 300,00 mensais e requer a manutenção ou redução do valor da pensão, com base no trinômio necessidade-possibilidade-razoabilidade, amparado pelo Código Civil, Estatuto da Criança e do Adolescente e Constituição Federal. Inclui pedido de justiça gratuita e produção de provas para comprovação da condição financeira do réu.
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CONTESTAÇÃO EM AÇÃO DE ALIMENTOS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara de Família da Comarca de Cascavel/PR.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Réu: B. G. B. F., brasileiro, solteiro, trabalhador rural, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado de favor em fazenda situada na zona rural deste município, sem endereço eletrônico próprio, em razão de sua condição de hipossuficiência.
Autor: H. D. B., menor impúbere, representado por sua genitora N. M. D., brasileira, do lar, portadora do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliada na Rua X, nº Y, Bairro Z, Cascavel/PR, endereço eletrônico: neide@email.com.

3. SÍNTESE DOS FATOS

O autor, menor de idade, representado por sua mãe, ajuizou a presente Ação de Alimentos em face de seu genitor, ora réu, pleiteando a fixação de pensão alimentícia sob o argumento da necessidade de garantir seu desenvolvimento. O réu, trabalhador rural, exerce atividades informais em fazendas, recebendo pagamentos diários e residindo de favor em uma das propriedades em troca de serviços. Apesar de suas limitações financeiras, o réu já contribui mensalmente com o valor de R$ 300,00 para o sustento do filho. Contudo, por decisão judicial, foram fixados alimentos provisórios no patamar de 33% sobre o salário mínimo, valor este incompatível com a real possibilidade financeira do réu.

4. PRELIMINARES

Inexistem preliminares a serem arguidas neste momento processual. Ressalta-se, contudo, a necessidade de observância ao contraditório e à ampla defesa, conforme a CF/88, art. 5º, LV, e CPC/2015, art. 9º, garantindo-se ao réu a produção de todas as provas admitidas em direito para demonstração de sua real condição financeira.

5. DOS FATOS

O réu, B. G. B. F., é trabalhador rural, sem vínculo empregatício formal, auferindo renda variável e incerta, proveniente de trabalhos diários em fazendas da região. Sua subsistência é precária, residindo de favor em uma das propriedades rurais em troca de serviços, não possuindo patrimônio, veículo ou qualquer fonte estável de renda. O réu já contribui, de forma espontânea, com o valor mensal de R$ 300,00 para o sustento do filho, valor este compatível com sua real possibilidade financeira.
A fixação de alimentos provisórios em 33% do salário mínimo, conforme determinado por este juízo, representa valor superior àquilo que o réu efetivamente aufere, colocando em risco sua própria subsistência. Ressalta-se que o réu sequer possui moradia própria, dependendo da benevolência de terceiros para ter onde residir, e não dispõe de condições para arcar com valor superior ao que já vem contribuindo.
Importante destacar que o réu não se exime do dever de sustento, mas pleiteia que a obrigação alimentar seja fixada em patamar compatível com suas possibilidades, sob pena de inviabilizar sua própria sobrevivência e, consequentemente, comprometer a regularidade do pagamento da pensão.

6. DO DIREITO

6.1. Do dever de prestar alimentos e do trinômio necessidade-possibilidade-razoabilidade
O dever de prestar alimentos decorre do poder familiar, nos termos do CCB/2002, art. 1.694, caput, e § 1º, segundo o qual os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do alimentando e dos recursos da pessoa obrigada. O ECA, art. 22 e a CF/88, art. 227, também consagram o dever dos pais de prover o sustento dos filhos menores.
Contudo, a fixação do valor da pensão alimentícia deve observar o trinômio necessidade, possibilidade e razoabilidade, de modo a garantir o equilíbrio entre as necessidades do alimentando e a real capacidade contributiva do alimentante, evitando-se a imposição de obrigação impossível de ser cumprida (CCB/2002, art. 1.694, § 1º).
6.2. Da impossibilidade de fixação de alimentos em valor superior à capacidade do réu
A jurisprudência é pacífica ao reconhecer que a obrigação alimentar não pode ser fixada em valor que comprometa a subsistência do alimentante, sob pena de afronta ao princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III). O réu, trabalhador rural, sem renda fixa, já contribui com o valor de R$ 300,00 mensais, quantia compatível com sua realidade financeira. A fixação de alimentos em 33% do salário mínimo, na hipótese dos autos, revela-se excessiva e desproporcional, diante da ausência de renda formal e da precariedade das condições de vida do réu.
6.3. Da possibilidade de revisão do valor dos alimentos
O valor dos alimentos pode ser revisto a qualquer tempo, caso comprovada alteração na situação financeira das partes (CCB/2002, art. 1.699). No presente caso, não há nos autos prova de que o réu possua condições de arcar com valor superior ao já pago, devendo ser mantido o patamar de R$ 300,00 mensais, sob pena de inviabilizar o cumprimento da obrigação.
6.4. Dos princípios aplicáveis
Devem ser observados os princípios da proporcionalida"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Vistos etc.

Trata-se de Ação de Alimentos ajuizada por H. D. B., menor impúbere representado por sua genitora, em face de seu genitor B. G. B. F., trabalhador rural, na qual se discute a fixação do valor devido a título de pensão alimentícia.

1. Relatório

O autor, menor, representado por sua mãe, pleiteia a fixação de pensão alimentícia em valor superior ao já pago espontaneamente pelo réu, alegando necessidade para garantir seu desenvolvimento. O réu, trabalhador rural, hipossuficiente, afirma que já contribui mensalmente com R$ 300,00, valor compatível com sua real possibilidade financeira. Ressalta que a fixação de alimentos provisórios em 33% do salário mínimo mostrou-se incompatível com sua realidade, colocando em risco sua própria subsistência.

2. Fundamentação

2.1. Do dever de fundamentação (CF/88, art. 93, IX)

Inicialmente, cumpre destacar que a CF/88, art. 93, IX, exige que todas as decisões judiciais sejam fundamentadas, sob pena de nulidade. Assim, passo à análise detalhada dos fatos e do direito.

2.2. Dos fatos e do trinômio necessidade-possibilidade-razoabilidade

É incontroverso nos autos que o réu é trabalhador rural, sem vínculo formal, com rendimentos incertos e precários, residindo de favor em propriedade alheia em troca de serviços, sem patrimônio ou renda fixa. O autor, menor impúbere, é detentor do direito de receber alimentos, nos termos do CCB/2002, art. 1.694 e CCB/2002, art. 1.696, bem como da CF/88, art. 227.

A fixação dos alimentos deve observar o trinômio necessidade do alimentando, possibilidade do alimentante e razoabilidade, consoante o art. 1.694, §1º, do Código Civil e entendimento consolidado em nossa jurisprudência.

O valor de 33% do salário mínimo fixado a título de alimentos provisórios revela-se excessivo diante da precária condição do réu, colocando em risco sua própria subsistência e contrariando o princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III). O réu já vinha contribuindo espontaneamente com R$ 300,00 mensais, valor que se mostra condizente com sua realidade financeira.

2.3. Dos princípios aplicáveis

A obrigação alimentar decorre do poder familiar, sendo dever de ambos os pais prover o sustento do filho, conforme o ECA, art. 22 e CF/88, art. 227. Todavia, a fixação do quantum deve respeitar os princípios da proporcionalidade, razoabilidade e dignidade da pessoa humana, evitando-se imposição de obrigação impossível de ser cumprida, vedando-se o enriquecimento sem causa.

A jurisprudência pátria é pacífica ao reconhecer a necessidade de ponderação entre necessidade e possibilidade, como se observa nos julgados citados pelas partes (TJRJ – Apelação Acórdão/TJRJ; TJMG – Apelação Cível 1.0000.24.186263-0/002, dentre outros).

2.4. Da possibilidade de revisão e modulação dos alimentos

O CCB/2002, art. 1.699 prevê a possibilidade de revisão dos alimentos a qualquer tempo, caso haja alteração na situação financeira das partes. No presente caso, não há nos autos elementos que demonstrem capacidade do réu para arcar com valor superior ao já pago.

3. Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento na CF/88, art. 93, IX, CCB/2002, art. 1.694, § 1º, e CCB/2002, art. 1.699, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE o pedido inicial para fixar os alimentos devidos pelo réu ao autor em R$ 300,00 (trezentos reais) mensais, valor que poderá ser revisto a qualquer tempo, caso comprovada modificação da capacidade financeira das partes.

Fica indeferido o pedido de fixação de alimentos em percentual do salário mínimo, diante da comprovada hipossuficiência do réu.

Concedo ao réu os benefícios da justiça gratuita (CPC/2015, art. 98), diante da declaração de hipossuficiência e da ausência de impugnação.

Faculto às partes a produção de provas supervenientes, caso haja necessidade de revisão do valor ora fixado.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

4. Recurso

Conheço dos recursos interpostos, caso existentes, pois presentes os pressupostos de admissibilidade. No mérito, nego-lhes provimento, mantendo integralmente a sentença por seus próprios fundamentos.

Cascavel/PR, ___ de ____________ de 2025.

_________________________________________
Juiz de Direito


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