Modelo de Contestação à ação de alimentos entre ex-cônjuges com alegação de capacidade laborativa, ausência de dependência econômica e inexistência de obrigação alimentar para filhos maiores, fundamentada no Código ...

Publicado em: 30/04/2025 Processo Civil Familia
Modelo de contestação em ação de alimentos proposta por ex-cônjuge, defendendo a inexistência de necessidade alimentar da autora que possui renda própria e apoio familiar, além da não obrigação alimentar em relação a filhos maiores e capazes. Fundamenta-se no CCB/2002, art. 1.694, princípios constitucionais e jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça, destacando a excepcionalidade e transitoriedade dos alimentos entre ex-cônjuges. Inclui preliminares, mérito, pedidos, produção de provas e valor da causa.
← deslize para o lado para ver mais opções

CONTESTAÇÃO À AÇÃO DE ALIMENTOS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara de Família da Comarca de ___ do Tribunal de Justiça do Estado ___.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Réu: A. J. dos S., brasileiro, divorciado, engenheiro, portador do CPF nº 000.000.000-00, residente e domiciliado à Rua ___, nº ___, Bairro ___, Cidade ___, Estado ___, CEP ___, endereço eletrônico: [email protected].
Autora: M. F. de S. L., brasileira, divorciada, auxiliar administrativa, portadora do CPF nº 111.111.111-11, residente e domiciliada à Rua ___, nº ___, Bairro ___, Cidade ___, Estado ___, CEP ___, endereço eletrônico: [email protected].

3. SÍNTESE DOS FATOS

A autora, M. F. de S. L., propôs a presente ação de alimentos em face de seu ex-cônjuge, A. J. dos S., alegando dependência econômica e necessidade de percepção de verba alimentar após o divórcio. Ressalta que ambos são divorciados, possuem filhos maiores e capazes, e que o réu permanece responsável pelo custeio do plano de saúde dos filhos. A autora exerce atividade remunerada, sendo empregada formalmente, e ainda figura como dependente de seu genitor, militar da reserva, recebendo auxílio deste.

O réu, por sua vez, destaca que a autora possui plena capacidade laborativa, renda própria, apoio familiar e que os filhos comuns já atingiram a maioridade, não havendo obrigação alimentar em relação a eles. Ressalta, ainda, que a obrigação alimentar entre ex-cônjuges é medida excepcional e transitória, não se fazendo presente, no caso, os requisitos legais para a fixação da verba pleiteada.

Diante disso, apresenta-se a presente contestação, com fulcro nos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos.

4. PRELIMINARES

Inexistência de necessidade alimentar e ausência de pressupostos legais para a concessão de alimentos entre ex-cônjuges

Nos termos do CCB/2002, art. 1.694, a obrigação alimentar entre ex-cônjuges somente subsiste quando comprovada a efetiva necessidade daquele que pleiteia e a possibilidade daquele que deve prestar. No caso concreto, a autora não demonstrou incapacidade laborativa, tampouco impossibilidade de prover sua própria subsistência, razão pela qual não se vislumbra interesse processual ou legitimidade para o pedido.

Da ausência de interesse de agir

Considerando que a autora possui renda própria e apoio financeiro de seu genitor, não se verifica situação de vulnerabilidade que justifique a propositura da presente demanda, sendo ausente o interesse de agir, nos termos do CPC/2015, art. 485, VI.

Do não cabimento de alimentos em favor de filhos maiores e capazes

Ressalta-se que os filhos do casal são maiores e capazes, não subsistindo obrigação alimentar em relação a eles, conforme entendimento consolidado pelo CCB/2002, art. 1.694, § 1º, e pela jurisprudência.

5. DO MÉRITO

Da excepcionalidade dos alimentos entre ex-cônjuges

A obrigação alimentar entre ex-cônjuges possui caráter excepcional e transitório, sendo admitida apenas em situações em que reste comprovada a impossibilidade de autossustento do alimentando, seja por incapacidade laborativa, idade avançada ou impossibilidade de inserção no mercado de trabalho, conforme entendimento do STJ e reiterada jurisprudência dos Tribunais Estaduais.

No caso em tela, a autora exerce atividade remunerada, possui renda própria e ainda recebe auxílio de seu genitor, militar da reserva. Não há qualquer elemento que demonstre incapacidade para o trabalho, doença incapacitante ou outra circunstância que impeça sua autossuficiência. Ademais, a autora não comprovou alteração substancial de sua condição financeira em decorrência do divórcio, tampouco que tenha ficado desamparada ou em situação de vulnerabilidade.

Do binômio necessidade/possibilidade

O CCB/2002, art. 1.694, § 1º, estabelece que os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do alimentando e das possibilidades do alimentante. No presente caso, não restou demonstrada a necessidade da autora, tampouco que o réu possua condições de arcar com mais uma obrigação alimentar, especialmente considerando que já custeia o plano de saúde dos filhos, ainda que maiores.

Da ausência de dependência econômica

A autora, além de trabalhar, é dependente de seu pai, que lhe presta auxílio financeiro. Tal circunstância afasta a alegação de dependência econômica exclusiva em relação ao réu, tornando descabida a fixação de alimentos.

Da ausência de obrigação alimentar em relação aos filhos maiores

Os filhos do casal são maiores e capazes, não havendo obrigação alimentar em relação a eles, salvo se comprovada incapacidade, o que não ocorre nos autos.

6. DO DIREITO

O direito à prestação de ali"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

I – Relatório

Trata-se de ação de alimentos proposta por M. F. de S. L. em face de seu ex-cônjuge A. J. dos S., na qual a autora pleiteia a fixação de verba alimentar após o divórcio, alegando dependência econômica. O réu apresentou contestação, aduzindo que a autora possui capacidade laborativa, renda própria e apoio familiar, inexistindo, assim, os requisitos legais para a concessão de alimentos. Ressaltou, ainda, que os filhos do casal são maiores e capazes, não subsistindo obrigação alimentar em relação a eles.

II – Fundamentação

1. Da Fundamentação Constitucional e Legal

O julgamento fundamentado é dever constitucional imposto a todos os órgãos do Poder Judiciário, nos termos da CF/88, art. 93, IX, o qual dispõe que “todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade”.

No mérito, a obrigação alimentar entre ex-cônjuges está prevista no CCB/2002, art. 1.694, condicionada à efetiva necessidade daquele que pleiteia e à possibilidade daquele que deve prestar. O CCB/2002, art. 1.695, reforça que os alimentos devem ser fixados proporcionalmente às necessidades do reclamante e aos recursos da pessoa obrigada.

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) consolidou o entendimento de que a obrigação alimentar entre ex-cônjuges possui caráter excepcional e transitório, sendo devida apenas quando demonstrada a incapacidade para o trabalho ou a impossibilidade de inserção no mercado de trabalho (AgInt no AREsp. Acórdão/STJ; AgInt no AREsp. Acórdão/STJ).

Em relação aos filhos, o CCB/2002, art. 1.694, § 1º, dispõe que a obrigação alimentar cessa com a maioridade civil, salvo prova de incapacidade.

Ressalte-se, ainda, a aplicação do princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e da solidariedade familiar (CCB/2002, art. 1.566, III), que orientam a concessão de alimentos, sem, contudo, autorizar a perpetuação da obrigação sem a devida comprovação dos requisitos legais.

2. Da Ausência de Requisitos para Concessão de Alimentos à Ex-cônjuge

No caso em apreço, verifica-se que a autora exerce atividade remunerada, dispõe de renda própria e recebe apoio financeiro de seu genitor, militar da reserva. Não há prova de incapacidade laborativa, doença incapacitante ou qualquer outra circunstância impeditiva do trabalho. Não restou demonstrada, ainda, alteração substancial da condição financeira da autora em razão do divórcio.

Dessa forma, não se verifica situação de vulnerabilidade ou dependência econômica em relação ao réu que justifique a concessão dos alimentos pleiteados.

3. Da Inexistência de Obrigação Alimentar em Relação aos Filhos Maiores

Quanto aos filhos do casal, restou incontroverso que são maiores e capazes, não havendo nos autos prova de eventual incapacidade que justifique a manutenção da obrigação alimentar.

4. Da Preliminar de Ausência de Interesse de Agir

Considerando que a autora possui renda própria e apoio familiar, entendo ausente o interesse de agir, nos termos do CPC/2015, art. 485, VI, motivo pelo qual a extinção do feito sem resolução do mérito é medida que se impõe.

5. Da Jurisprudência Aplicada

Conforme reiterados precedentes do STJ e dos Tribunais Estaduais, os alimentos entre ex-cônjuges são devidos apenas em caráter excepcional e transitório, quando demonstrada a incapacidade laborativa ou a impossibilidade de reinserção no mercado de trabalho, hipóteses não configuradas no caso concreto.

III – Dispositivo

Diante do exposto, com fundamento no CPC/2015, art. 485, VI, JULGO EXTINTO O PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, por ausência de interesse de agir da autora.

Na remota hipótese de superação da preliminar, JULGO IMPROCEDENTE o pedido de alimentos formulado por M. F. de S. L. em face de A. J. dos S., por ausência de comprovação dos requisitos legais, nos termos do CCB/2002, art. 1.694 e CCB/2002, art. 1.695.

Reconheço, ainda, a inexistência de obrigação alimentar em relação aos filhos maiores e capazes, nos termos do CCB/2002, art. 1.694, § 1º.

Condeno a autora ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos termos da lei, ressalvada a concessão de justiça gratuita, se comprovados os requisitos legais.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV – Conclusão

Este é o voto que submeto à apreciação do Egrégio Juízo, em estrito respeito a CF/88, art. 93, IX, com fundamentação clara e completa, assegurando às partes o devido processo legal, contraditório e ampla defesa.

 

Cidade, ___ de ____________ de 2025.
Juiz de Direito


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.