Modelo de Alegações finais em ação indenizatória contra associação de proteção veicular por negativa abusiva de cobertura, pleiteando danos materiais e morais com base no CDC e CCB

Publicado em: 25/06/2025 Processo CivilConsumidor
Documento de alegações finais em processo cível onde o autor, consumidor, requer condenação da associação de proteção veicular por recusa injustificada de indenização referente a sinistro, fundamentando-se no Código de Defesa do Consumidor, no Código Civil e jurisprudência consolidada, pleiteando reparação por danos materiais e morais decorrentes da falha na prestação do serviço e prática abusiva da ré.
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ALEGAÇÕES FINAIS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [CIDADE/UF]

2. IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES

Processo nº: [NÚMERO DO PROCESSO]

Autor: A. B. de S., brasileiro, estado civil [informar], profissão [informar], inscrito no CPF sob o nº [informar], portador do RG nº [informar], endereço eletrônico [informar], residente e domiciliado na [endereço completo].

Ré: UNIVERSO AGV ASSOCIAÇÃO GESTÃO VEICULAR, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº [informar], com sede na [endereço completo], endereço eletrônico [informar].

3. SÍNTESE DOS FATOS

O autor celebrou contrato de proteção veicular com a ré, objetivando garantir cobertura em caso de sinistro envolvendo seu veículo. Em data de [informar], o autor se envolveu em acidente de trânsito, resultando em danos consideráveis à parte frontal do automóvel, conforme laudo do mecânico responsável pelo conserto.

Após o sinistro, o veículo foi encaminhado à oficina conveniada pela própria ré, onde permaneceu por aproximadamente 30 dias. Posteriormente, a ré comunicou que não arcaria com os custos do conserto, sob a alegação de inexistência de nexo causal entre o acidente e os danos apresentados. O veículo permaneceu inutilizado por mais de 60 dias, obrigando o autor a custear integralmente o reparo, que totalizou R$ 15.000,00.

As testemunhas arroladas pelo autor confirmaram a ocorrência do acidente, sendo uma delas o mecânico que realizou o conserto e atestou os danos na parte frontal do veículo. A recusa da ré em cumprir o contrato gerou prejuízos materiais e transtornos ao autor, que buscou a presente indenização.

4. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS (DO DIREITO)

4.1. DA RELAÇÃO DE CONSUMO E APLICABILIDADE DO CDC

A relação estabelecida entre as partes é nitidamente de consumo, nos termos do CDC, arts. 2º e 3º, §2º, pois a ré presta serviço de proteção veicular mediante remuneração, enquadrando-se como fornecedora, enquanto o autor figura como consumidor. A jurisprudência é pacífica quanto à aplicação do CDC a contratos de proteção veicular, mesmo quando travestidos de associações sem fins lucrativos.

O CDC, art. 14, impõe ao fornecedor o dever de responder objetivamente pelos danos causados por defeitos na prestação do serviço, salvo prova de culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro, o que não se verifica no caso em tela.

4.2. DO DEVER DE INDENIZAR E ÔNUS DA PROVA

O autor comprovou a existência do contrato, o pagamento das mensalidades e a ocorrência do sinistro durante a vigência da proteção veicular. A recusa da ré em efetuar o pagamento da indenização contratada configura falha na prestação do serviço, ensejando o dever de indenizar, nos termos do CCB/2002, arts. 186 e 927.

O ônus de demonstrar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor incumbia à ré, conforme CPC/2015, art. 373, II, e CDC, art. 14, §3º. A mera alegação de ausência de nexo causal, desacompanhada de prova robusta, não é suficiente para afastar a responsabilidade da ré, especialmente diante dos depoimentos testemunhais e do laudo do mecânico que atestam o dano e sua origem.

4.3. DA ABUSIVIDADE DA NEGATIVA DE COBERTURA

A negativa de cobertura baseada em suposta inexistência de nexo causal, sem comprovação cabal, configura prática abusiva, vedada pelo CDC, art. 51, IV e XV, c/c §1º, I, II e III. Cláusulas genéricas que excluem a responsabilidade da associação, sem especificidade e clareza, são nulas de pleno direito.

A boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) deve nortear a execução dos contratos, sendo inadmissível que a ré, após receber as mensalidades e admitir o sinistro, se exima do dever de indenizar por fundamentos frágeis e não comprovados.

4.4. DOS DANOS MATERIAIS

Restou incontroverso que o autor arcou com despesas no valor de R$ 15.000,00 para o conserto do veículo, valor este devidamente comprovado nos autos. A indenização deve corresponder ao prejuízo efetivamente suportado, nos termos do CCB/2002, art. 944, observando-se eventual cota de participação prevista contratualmente, desde que comprovada e pactuada de forma clara.

4.5. DOS DANOS MORAIS

A conduta da ré ultrapassou o mero aborrecimento, pois o autor ficou privado do uso do veículo por mais de 60 dias, enfrentando transtornos e frustrações que atingem sua esfera extrapatrimonial. O dano moral, nestes casos, decorre do próprio evento danoso (dano in re ipsa), sendo devida a compensaç"'>...

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VOTO

1. Relatório

Trata-se de ação ajuizada por A. B. de S. em face de UNIVERSO AGV ASSOCIAÇÃO GESTÃO VEICULAR, objetivando a condenação da ré ao pagamento de indenização por danos materiais e morais, em razão da negativa de cobertura contratual decorrente de sinistro envolvendo veículo do autor. Segundo narrado, após sofrer acidente e ter o automóvel danificado, o autor acionou a proteção veicular contratada. Não obstante a confirmação do sinistro e os laudos apresentados, a ré recusou-se a arcar com os custos do conserto, sob alegação de inexistência de nexo causal entre o acidente e os danos.

2. Fundamentação

2.1. Conhecimento do Recurso

Inicialmente, verifico presentes os pressupostos processuais e condições da ação, razão pela qual conheço do pedido.

2.2. Da Relação Jurídica e Aplicabilidade do CDC

Resta incontroverso que as partes celebraram contrato de proteção veicular, sendo a ré fornecedora de serviço e o autor destinatário final, configurando relação de consumo, nos termos dos arts. 2º e 3º do Código de Defesa do Consumidor (CDC). A jurisprudência pátria é pacífica quanto à incidência do CDC a contratos dessa natureza, ainda que firmados por associações sem fins lucrativos.

2.3. Da Responsabilidade da Ré e Ônus da Prova

O autor comprovou a existência do contrato, a regularidade dos pagamentos e a ocorrência do sinistro durante a vigência da proteção. Conforme o art. 14 do CDC, o fornecedor responde objetivamente pelos danos causados na prestação do serviço, salvo comprovação de culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro, o que não restou demonstrado.
O ônus de provar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor incumbia à ré (CPC/2015, art. 373, II; CDC, art. 14, §3º). A mera alegação de inexistência de nexo causal entre o acidente e os danos não se sustenta diante dos depoimentos testemunhais e do laudo técnico acostados aos autos.

2.4. Da Abusividade da Negativa de Cobertura

A negativa de cobertura pautada em fundamento genérico, sem comprovação robusta, configura prática abusiva, vedada pelo CDC, art. 51, IV e XV. A boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) deve orientar a execução dos contratos, sendo inadmissível a conduta da ré ao recusar-se a indenizar o autor sem justificativa idônea.

2.5. Dos Danos Materiais

Restou comprovado que o autor suportou despesas no valor de R$ 15.000,00 para o conserto do veículo, conforme documentos apresentados. A indenização deve corresponder ao prejuízo efetivamente suportado, observada eventual cota de participação prevista contratualmente e devidamente comprovada.

2.6. Dos Danos Morais

A conduta da ré extrapolou o mero dissabor cotidiano, pois privou o autor do uso do veículo por mais de 60 dias, causando-lhe transtornos relevantes, como demonstrado. O dano moral, nesse contexto, é presumido (in re ipsa), sendo devida a compensação pecuniária, nos termos da jurisprudência consolidada.

2.7. Da Jurisprudência

Os entendimentos jurisprudenciais citados, notadamente do TJRJ e TJSP, reforçam o reconhecimento da relação de consumo, a nulidade de cláusulas abusivas e a possibilidade de indenização por danos materiais e morais em hipóteses análogas.

3. Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido para condenar a ré UNIVERSO AGV ASSOCIAÇÃO GESTÃO VEICULAR ao pagamento:

  • de indenização por danos materiais no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), ou outro valor que se apure em liquidação, observada eventual cota de participação contratual expressamente pactuada, corrigido monetariamente e acrescido de juros de mora;
  • de indenização por danos morais, que arbitro em R$ 5.000,00, considerando os parâmetros jurisprudenciais apresentados;
  • ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor da condenação (CPC/2015, art. 85).

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Fundamento a presente decisão com base no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, que exige a devida fundamentação de todas as decisões judiciais.

4. Conclusão

É como voto.

[Cidade], [data].

___________________________________
Magistrado(a)


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