Modelo de Petição inicial de execução de título executivo extrajudicial em contrato de compra e venda de imóvel com inadimplemento das últimas 14 parcelas, fundamentada no CPC/2015 e CCB/2002

Publicado em: 30/05/2025 CivelProcesso Civil Direito Imobiliário
Petição inicial que requer o processamento da execução de título executivo extrajudicial referente a contrato de compra e venda de lote/terreno, devido ao inadimplemento das últimas 14 parcelas pela executada, com pedido de citação, penhora, condenação em custas e honorários, e fundamentação jurídica baseada no Código de Processo Civil de 2015 e no Código Civil de 2002, destacando a mora ex re e a boa-fé objetiva. Inclui demonstração do débito, jurisprudência pertinente e requerimentos finais para a satisfação do crédito.
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PETIÇÃO INICIAL DE EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [Cidade/UF]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Exequente: A. J. dos S., brasileiro, solteiro, empresário, inscrito no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, portador do RG nº X.XXX.XXX-X, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado na Rua X, nº XX, Bairro Y, Cidade Z, Estado W, CEP XXXXX-XXX.

Executado: M. F. de S. L., brasileira, casada, professora, inscrita no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, portadora do RG nº X.XXX.XXX-X, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliada na Rua Y, nº YY, Bairro Z, Cidade W, Estado V, CEP XXXXX-XXX.

3. DOS FATOS

O Exequente e a Executada firmaram, em [data da assinatura], um contrato de compra e venda de lote/terreno, referente ao imóvel situado na [endereço do lote/terreno], pelo valor total de R$ [valor total], a ser pago em [número total de parcelas] parcelas mensais e sucessivas.

O contrato foi devidamente assinado por ambas as partes, bem como por duas testemunhas, conferindo-lhe natureza de título executivo extrajudicial, nos termos do CPC/2015, art. 784, III.

A Executada adimpliu parcialmente a obrigação, porém deixou de pagar as 14 (quatorze) últimas parcelas, sendo a última vencida em 26/01/2022, conforme demonstrativo de débito anexo. O inadimplemento persiste, mesmo após tentativas extrajudiciais de solução amigável, frustrando o direito do Exequente ao recebimento do valor pactuado.

Ressalta-se que a obrigação é positiva, líquida, certa e exigível, pois decorre de contrato bilateral, com prestações vencidas e não pagas, sendo desnecessária a prévia interpelação para constituição em mora, conforme entendimento consolidado e legislação aplicável.

Diante do inadimplemento, não restou alternativa ao Exequente senão promover a presente execução para satisfação do crédito.

4. DO DIREITO

4.1. TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL

O contrato de compra e venda celebrado entre as partes, devidamente assinado por duas testemunhas, constitui título executivo extrajudicial, nos termos do CPC/2015, art. 784, III, que assim dispõe: “São títulos executivos extrajudiciais: (...) III – o documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas”.

O título apresentado reúne os requisitos da certeza, liquidez e exigibilidade (CPC/2015, art. 783), pois discrimina o valor devido, as datas de vencimento e a obrigação inadimplida.

4.2. INADIMPLEMENTO E MORA

O inadimplemento da obrigação, consubstanciado no não pagamento das parcelas vencidas, caracteriza a mora ex re, ou seja, decorrente do simples vencimento da obrigação, nos termos do CCB/2002, art. 397. Assim, não há necessidade de interpelação prévia para constituição em mora, bastando o inadimplemento para legitimar a execução.

4.3. POSSIBILIDADE DE EXECUÇÃO

O Exequente opta, nos termos do CCB/2002, art. 475, pelo cumprimento do contrato, postulando o recebimento das parcelas inadimplidas, acrescidas de multa, juros e correção monetária, conforme pactuado.

O procedimento executivo está disciplinado nos arts. 771 e seguintes do CPC/2015, sendo cabível a presente execução diante do preenchimento dos requisitos legais.

4.4. PRINCÍPIOS APLICÁVEIS

O princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) e o da conservação dos negócios jurídicos orientam a tutela do direito do credor à satisfação do crédito, evitando-se a resolução do contrato quando possível o adimplemento forçado.

Assim, a execução do título extrajudicial é medida que se impõe para assegurar a efetividade da tutela jurisdicional (CF/88, art. 5º, XXXV).

5. JURISPRUDÊNCIAS

AGRAVO DE INSTRUMENTO - EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL - CONTRATO ASSINADO PELO DEVEDOR E DUAS TESTEMUNHAS: “Execução de título extrajudicial fundada em contrato assinado pelo devedor e duas testemunhas, instruída com documentos visando demonstrar o inadimplemento contratual e demonstrativo de débito - Suficiência - Inteligência do CPC, art. 784, III - Possibilidade da executada se opor à execução por meio de embargos, se o caso. RECURSO PROVIDO.”
TJSP (13ª Câmara de Direito Privado) - Agravo de Instrumento 2263306-22.2023.8.26.0000 - Rel.: Des. Nelson Jorge Júnior - J. em 01/03/2013 - DJ 18/09/2024

AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA DE BEM IMÓVEL: “Documento particul"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

I. Relatório

Trata-se de execução de título extrajudicial proposta por A. J. dos S. em face de M. F. de S. L., fundada em contrato de compra e venda de lote/terreno, firmado em [data da assinatura], relativo ao imóvel situado em [endereço do lote/terreno], pelo valor total de R$ [valor total], a ser pago em [número total de parcelas] parcelas mensais e sucessivas.

Narra o exequente que, embora tenha a executada adimplido parte do contrato, deixou de pagar as 14 (quatorze) últimas parcelas, sendo a última vencida em 26/01/2022. Afirma que o contrato constitui título executivo extrajudicial, nos termos do art. 784, III, do CPC/2015, e que a obrigação inadimplida é líquida, certa e exigível.

Com a inicial, foram juntados o contrato firmado por ambas as partes e por duas testemunhas, bem como demonstrativo de débito e notificações extrajudiciais.

II. Fundamentação

1. Do conhecimento

Preenchidos os requisitos processuais, conheço do pedido de execução, nos termos do art. 485 do CPC/2015.

2. Dos fatos e do direito

O título apresentado pelo exequente — contrato de compra e venda de lote/terreno, assinado pelas partes e por duas testemunhas — preenche os requisitos do art. 784, III, do CPC/2015, sendo, portanto, título executivo extrajudicial, dotado de certeza, liquidez e exigibilidade (CPC/2015, art. 783).

Restou comprovado o inadimplemento das 14 últimas parcelas, inexistindo prova de quitação ou fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do exequente.

Nos termos do art. 397 do Código Civil, a mora decorre do simples vencimento da obrigação (mora ex re), dispensando-se a interpelação prévia.

Ademais, o exequente optou pelo cumprimento do contrato, postulando o recebimento das parcelas inadimplidas, acrescidas de multa, juros e correção monetária, consoante autoriza o art. 475 do Código Civil.

Destaco, ainda, que o princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) e o da conservação dos negócios jurídicos orientam a solução do litígio, privilegiando o adimplemento forçado da obrigação.

No tocante à possibilidade de oposição de embargos ou impugnação pela executada, o contraditório é plenamente resguardado, não havendo restrição ao exercício de defesa.

O processamento da execução de título extrajudicial visa concretizar o direito fundamental de acesso à justiça (CF/88, art. 5º, XXXV), assegurando tutela jurisdicional efetiva. Ressalto, por fim, o dever constitucional de fundamentação das decisões judiciais, nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, que assim determina:
\"todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.\"

Os pedidos formulados pelo exequente encontram respaldo legal e jurisprudencial, conforme destacado nos precedentes do Tribunal de Justiça de São Paulo, os quais reconhecem a executividade de contratos particulares devidamente assinados, com comprovação de inadimplemento.

3. Dos pedidos

A inicial foi instruída com os documentos necessários, bem como demonstrativo de débito, sendo cabível o processamento da execução, com a citação da executada para, no prazo legal, efetuar o pagamento do valor devido ou apresentar embargos, sob pena de penhora.

O exequente faz jus, ainda, ao recebimento de custas processuais e honorários advocatícios, nos termos do art. 827 do CPC/2015.

III. Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO DE EXECUÇÃO, determinando o regular processamento da execução, com a citação da executada para, no prazo legal, efetuar o pagamento do valor devido, acrescido de multa, juros e correção monetária, ou apresentar embargos, sob pena de penhora de bens suficientes à satisfação do crédito (CPC/2015, art. 829).

Condeno a executada ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados nos termos do art. 827 do CPC/2015.

Defiro os demais pedidos formulados, inclusive a expedição de mandado de penhora e avaliação, caso não haja pagamento voluntário, e a concessão dos benefícios do art. 212, §2º, do CPC/2015.

Defiro a realização de audiência de conciliação ou mediação, caso haja manifestação de interesse por qualquer das partes.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV. Considerações finais

O presente voto busca observar o princípio constitucional da fundamentação (CF/88, art. 93, IX), bem como assegurar a efetividade do processo executivo e a tutela do direito do credor.

É como voto.

[Cidade], [data do julgamento].

_______________________________________
Juiz de Direito


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