Modelo de Petição Inicial de Ação de Indenização por Danos Morais contra o Estado por Prisão Ilegal Decorrente de Prescrição da Pena e Morosidade do Sistema Judicial

Publicado em: 23/11/2024 Administrativo
Modelo de petição inicial para propositura de ação de indenização por danos morais em face do Estado, fundamentada na responsabilidade civil objetiva prevista no art. 37, §6º, da Constituição Federal, diante da privação de liberdade injusta e ilegal do autor. Trata-se de hipótese em que o autor permaneceu preso mesmo após reconhecimento da prescrição da pena pelo sistema judicial, configurando erro grosseiro, omissão e morosidade estatal. O documento detalha os fatos, fundamentos jurídicos, princípios constitucionais violados, jurisprudência atualizada, pedidos de condenação do Estado ao pagamento de indenização, além das provas e ritos processuais pertinentes.
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PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS CONTRA O ESTADO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara da Fazenda Pública da Comarca de __ do Tribunal de Justiça do Estado de __.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, profissão __, portador do CPF nº __, RG nº __, endereço eletrônico [email protected], residente e domiciliado à Rua __, nº __, Bairro __, CEP __, Cidade/UF, por seu advogado que esta subscreve (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS em face do ESTADO DE __, pessoa jurídica de direito público interno, inscrito no CNPJ sob o nº __, com endereço eletrônico procuradoria@estado.__.gov.br, com sede à Praça dos Três Poderes, s/n, Bairro Centro, CEP __, Cidade/UF, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O Autor foi submetido, de maneira injusta e ilegal, à privação de sua liberdade, em razão de falha do sistema judicial estadual. Conforme consta nos autos da execução penal, o sistema da Vara de Execuções Penais (VEP) já indicava a prescrição da pena imposta ao Autor, o que, por si só, tornava indevida qualquer ordem de prisão.

Não obstante, o Autor foi detido e conduzido à audiência de custódia, ocasião em que, na primeira oportunidade, a prisão foi mantida. No dia seguinte, submetido a nova audiência, o Ministério Público requereu a soltura do Autor, reconhecendo a ilegalidade da manutenção da prisão. Contudo, o Juiz responsável, ao argumento de que o magistrado anterior havia se manifestado de forma desfavorável, revogou a decisão de soltura e determinou a remessa dos autos ao Juiz natural, que, por sua vez, demorou a determinar a liberação do Autor.

Em razão dessa omissão e morosidade do Estado, o Autor permaneceu preso de forma manifestamente ilegal, mesmo diante da constatação inequívoca da prescrição da pena, sofrendo abalo à sua dignidade, honra e integridade psíquica, além de constrangimento perante familiares e sociedade.

Ressalta-se que a situação foi agravada pelo fato de o próprio sistema judicial já apontar a extinção da punibilidade, não havendo qualquer justificativa para a manutenção da prisão, configurando-se, assim, erro grosseiro e falha do serviço público.

Diante do exposto, resta evidente o direito do Autor à indenização por danos morais, em razão da privação indevida de sua liberdade, decorrente de ato estatal ilegítimo e omissivo.

4. DO DIREITO

4.1. DA RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO ESTADO

A Constituição Federal estabelece, em seu CF/88, art. 37, §6º, que as pessoas jurídicas de direito público respondem objetivamente pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Assim, para a configuração do dever de indenizar, basta a demonstração do ato lesivo, do dano e do nexo causal, independentemente da comprovação de culpa do agente público.

No presente caso, a prisão ilegal do Autor decorreu de falha do sistema judicial, que manteve a custódia mesmo diante da prescrição da pena, fato que caracteriza conduta omissiva e ilegítima do Estado, ensejando o dever de indenizar.

4.2. DA ILEGALIDADE DA PRISÃO E DO DANO MORAL IN RE IPSA

A privação da liberdade, quando indevida, configura dano moral presumido, sendo desnecessária a demonstração de prejuízo concreto, conforme entendimento consolidado na doutrina e jurisprudência. O dano moral, nesse contexto, decorre do próprio fato da prisão ilegal, que atinge a honra, a dignidade e a integridade psíquica do indivíduo.

A jurisprudência pátria reconhece que a manutenção da prisão após a extinção da punibilidade, por prescrição, configura erro judiciário e falha do serviço público, ensejando a responsabilidade objetiva do Estado.

4.3. DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS VIOLADOS

O caso em tela afronta princípios basilares do ordenamento jurídico, como a dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), o devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV), e o direito à liberdade (CF/88, art. 5º, LXI). A manutenção da prisão, mesmo após a prescrição, viola frontalmente tais princípios, reforçando o dever estatal de reparar o dano causado.

4.4. DA DEMORA NA LIBERAÇÃO E DO NEXO CAUSAL

A demora injustificada na liberação do Autor, mesmo após o reconhecimento da prescrição, evidencia a existência de nexo causal entre a conduta omissiva do Estado e o dano moral sofrido pelo Autor. A falha do serviço público, consubstanciada na morosidade e na ausência de diligência dos agentes estatais, é suficiente para caracterizar a responsabilidade civil objetiva do Estado.

Destaca-se que não se trata de mera discordância quanto ao mérito da decisão judicial, mas sim de erro grosseiro e omissão administrativa, que extrapolam o exercício regular da função jurisdicional, atraindo a incidência da responsabilidade objetiva.

4.5. DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO CIVIL E DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

O CCB/2002, art. 186 dispõe que aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, comete ato ilícito. Já o CPC/2015, art. 319 estabelece os requisitos da petição inicial, todos devidamente observados na"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

I. RELATÓRIO

Trata-se de ação de indenização por danos morais ajuizada por A. J. dos S. em face do Estado de __, na qual o Autor alega ter sido submetido a privação indevida de sua liberdade em razão de falha do sistema judicial, que manteve sua custódia mesmo após o reconhecimento da prescrição da pena. Sustenta que tal fato configurou erro grosseiro e omissão estatal, resultando em abalo à sua dignidade, honra e integridade psíquica, postulando a condenação do Réu ao pagamento de indenização por danos morais.

O Estado apresentou contestação, sustentando a inexistência de ato ilícito ou de responsabilidade objetiva, bem como a ausência de dano indenizável.

É o relatório, em síntese. Decido.

II. FUNDAMENTAÇÃO

A. Do Dever de Fundamentação (CF/88, art. 93, IX)

Conforme determina o art. 93, IX, da Constituição Federal, todas as decisões judiciais devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade. Assim, passo à análise dos fatos e do direito aplicável.

B. Dos Fatos e do Nexo de Causalidade

Restou incontroverso nos autos que o Autor permaneceu privado de sua liberdade mesmo após o reconhecimento da prescrição da pena pelo sistema da Vara de Execuções Penais, havendo demora injustificada na sua liberação. Tal conduta caracteriza omissão e morosidade estatal, evidenciando o nexo causal entre a atuação do Estado e o dano alegado.

C. Da Responsabilidade Civil Objetiva do Estado

A Constituição Federal, em seu art. 37, §6º, prevê a responsabilidade objetiva do Estado pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. Para a configuração do dever de indenizar, basta a demonstração do ato lesivo, do dano e do nexo causal, independentemente da comprovação de culpa.

No caso concreto, a manutenção da custódia do Autor, mesmo diante da prescrição da pena, configura erro grosseiro e falha do serviço público, sendo desnecessária a análise de eventual culpa subjetiva dos agentes estatais.

D. Do Dano Moral In Re Ipsa

A jurisprudência pátria é pacífica no sentido de que a privação ilegal da liberdade configura dano moral presumido (in re ipsa), prescindindo de demonstração do prejuízo concreto, dada a gravidade do constrangimento imposto à dignidade e à honra do indivíduo.

Cite-se, a título ilustrativo, o seguinte julgado:

TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP: "Indenização por danos morais. Prisão ilegal. Responsabilidade civil do Estado. [...] Privação ilegal da liberdade da autora. Responsabilidade objetiva do Estado. [...] Danos morais devidos."

E. Dos Princípios Constitucionais Violados

A conduta estatal violou frontalmente princípios constitucionais, como a dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), o direito à liberdade (CF/88, art. 5º, LXI) e o devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV).

F. Da Fixação do Valor da Indenização

O valor da indenização por danos morais deve observar os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, considerando-se a extensão do sofrimento causado ao Autor e o caráter pedagógico da medida. Assim, arbitro a indenização em R$ 20.000,00 (vinte mil reais), valor condizente com os parâmetros jurisprudenciais apresentados.

G. Dos Demais Pedidos

Em relação aos demais pedidos, notadamente quanto à concessão da justiça gratuita, deverá o Autor comprovar nos autos a hipossuficiência financeira, nos termos do art. 98 do CPC/2015.

III. DISPOSITIVO

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO, com fulcro no art. 37, §6º, da Constituição Federal, para condenar o Estado de __ ao pagamento de indenização por danos morais ao Autor, no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), acrescidos de correção monetária a partir da data desta decisão e juros moratórios desde o evento danoso, conforme legislação aplicável.

Condeno o Réu ao pagamento das custas e honorários advocatícios, que fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 85 do CPC/2015.

Defiro a produção de provas documental e testemunhal, na forma requerida, caso haja necessidade em fase de liquidação de sentença.

Publique-se. Registre-se. Intime-se.

IV. CONCLUSÃO

Assim voto.

Cidade/UF, __ de ________ de 2025.

___________________________________
Magistrado(a)


Este voto foi elaborado com base nos fatos e fundamentos constantes nos autos, em conformidade com o art. 93, IX, da CF/88 e demais dispositivos legais pertinentes.


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