Modelo de Petição Inicial de Ação de Indenização por Danos Morais contra Clínica Estética por Queimaduras em Procedimento de Depilação a Laser com Fundamentação no CDC e Pedido de Gratuidade de Justiça

Publicado em: 06/11/2024 Civel
Modelo completo de petição inicial para propositura de ação de indenização por danos morais decorrentes de queimaduras sofridas em procedimento de depilação a laser realizado em clínica estética. O documento é fundamentado no Código de Defesa do Consumidor (responsabilidade objetiva do fornecedor, inversão do ônus da prova, relação de consumo), Código Civil (obrigação de indenizar, dano moral), Constituição Federal (direitos da personalidade e dignidade da pessoa humana) e apresenta jurisprudência recente sobre o tema. Inclui pedido de gratuidade de justiça, detalhamento dos fatos, provas a serem produzidas e sugestão de valor para a indenização. Indicado para casos de lesão à integridade física e psíquica do consumidor em decorrência de falha na prestação de serviços de estética.

PETIÇÃO INICIAL – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [Cidade/UF]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, advogado, inscrito na OAB/[UF] sob o nº [número], portador do CPF nº [número], RG nº [número], endereço eletrônico [email], residente e domiciliado na [endereço completo], nesta cidade, atuando em causa própria, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS em face de Clínica Estética Laser Beauty Ltda., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº [número], com sede na [endereço completo], endereço eletrônico [email da clínica], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O Autor, em busca de melhoria estética e bem-estar, contratou junto à Ré, empresa especializada em procedimentos estéticos, a realização de sessões de depilação a laser. O serviço foi prestado nas dependências da Ré em [data], ocasião em que o Autor foi submetido ao procedimento na região das axilas.

No entanto, logo após a realização da sessão, o Autor passou a sentir intensa dor, ardência e desconforto na região tratada, sintomas que evoluíram para queimaduras visíveis, com formação de bolhas e posterior descamação da pele. O quadro exigiu cuidados médicos e afastamento de atividades cotidianas, gerando sofrimento físico e psicológico.

O Autor buscou esclarecimentos e assistência junto à Ré, que, entretanto, limitou-se a orientações genéricas, sem oferecer suporte efetivo ou assumir responsabilidade pelo ocorrido. A conduta omissiva e a falha na prestação do serviço agravaram o abalo emocional do Autor, que se viu exposto a constrangimentos, dor e angústia, em decorrência de lesão à sua integridade física e à sua dignidade.

Ressalte-se que o procedimento foi realizado sem as devidas cautelas técnicas, não tendo sido fornecidas informações adequadas sobre os riscos, tampouco observadas as recomendações de segurança, o que evidencia a responsabilidade da Ré pelo evento danoso.

Assim, diante do sofrimento experimentado, da violação aos direitos da personalidade e da conduta negligente da Ré, busca o Autor a devida reparação pelos danos morais sofridos.

4. DO DIREITO

4.1. Da Responsabilidade Civil Objetiva

A relação jurídica estabelecida entre as partes é de consumo, nos termos do CDC, art. 2º e art. 3º, sendo o Autor consumidor e a Ré fornecedora de serviços. Aplica-se, portanto, o regime de responsabilidade objetiva previsto no CDC, art. 14, segundo o qual o fornecedor responde, independentemente de culpa, pela reparação dos danos causados por defeitos relativos à prestação dos serviços.

O procedimento de depilação a laser configura obrigação típica de resultado, devendo a Ré garantir a segurança e a integridade física do consumidor, conforme o CCB/2002, art. 927, parágrafo único, e CCB/2002, art. 931. A falha na prestação do serviço, consubstanciada nas queimaduras sofridas pelo Autor, caracteriza o nexo causal entre a conduta da Ré e o dano experimentado.

4.2. Da Violação aos Direitos da Personalidade

O dano moral decorre da lesão à integridade física e psíquica do Autor, atingindo valores fundamentais protegidos pela CF/88, art. 5º, X, que assegura a inviolabilidade da honra, imagem e integridade das pessoas. O sofrimento, a dor e o constrangimento vivenciados pelo Autor extrapolam o mero aborrecimento cotidiano, configurando dano moral «in re ipsa», ou seja, presumido pela própria natureza do evento.

4.3. Da Obrigação de Indenizar e do Quantum

A indenização por dano moral visa não apenas compensar a vítima, mas também desestimular a reincidência da conduta ilícita, observando os princípios da razoabilidade e proporcionalidade (CCB/2002, art. 944). A fixação do valor deve considerar a extensão do dano, a gravidade da conduta e a capacidade econômica das partes, de modo a cumprir sua função punitiva e pedagógica.

4.4. Da Inversão do Ônus da Prova

Diante da hipossuficiência técnica do consumidor e da verossimilhança das alegações, requer-se a inversão do ônus da prova, nos termos do CDC, art. 6º, VIII, cabendo à Ré demonstrar a regularidade do procedimento e a inexistência de falha na prestação do serviço.

4.5. Da Aplicação do Princípio da Dignidade da Pessoa Humana

O princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) fundamenta a proteção dos direitos da personalidade e impõe ao Judiciário o dever de tutelar a integridade física e moral dos cidadãos, especialmente diante de condutas que atentam contra a saúde, a honra e o bem-estar do indivíduo.

Diante do exposto, resta evidenciada a responsabilidade da Ré pelo dano moral causado ao Autor, impondo-se o dever de indenizar.

5. JURISPRUDÊNCIAS

“Ação de indenização por danos morais e estéticos provenientes de erro na execução de procedimento estético - Depilação a laser - Procedência do pedido - Responsabilidade objetiva da clínica - Obrigação típica de resultado - Incidência do art. 14 do Código do Consumidor, combinado com os arts. 927, Parágrafo único, e 931 do Código Civil - Nexo causal estabelecido entre o procedimento executado e o resultado le"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de ação de indenização por danos morais ajuizada por A. J. dos S. em face de Clínica Estética Laser Beauty Ltda., alegando o Autor ter sofrido queimaduras e intenso sofrimento físico e psíquico após submeter-se a procedimento de depilação a laser realizado pela Ré, com posterior omissão no atendimento e ausência de assistência adequada.

A parte autora requer a condenação da Ré ao pagamento de indenização por danos morais, em valor sugerido de R$ 10.000,00 (dez mil reais), além de juros, correção monetária, custas e honorários, bem como a concessão da gratuidade de justiça e a inversão do ônus da prova.

II. Fundamentação

1. Conhecimento do Pedido

Presentes os pressupostos processuais e as condições da ação, conheço do pedido, conforme o disposto no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, que exige fundamentação das decisões judiciais.

2. Dos Fatos e da Prova

Os documentos acostados aos autos, especialmente fotografias, laudos médicos e registros de comunicação entre as partes, evidenciam que o Autor sofreu queimaduras na região tratada, após procedimento de depilação a laser, com sintomas que demandaram afastamento de suas atividades e tratamento médico.

A Ré, por sua vez, não logrou demonstrar a regularidade do serviço prestado, limitando-se a apresentar orientações genéricas, sem comprovar a adoção de todas as cautelas técnicas necessárias ao procedimento.

3. Do Direito Aplicável

A relação jurídica é de consumo (CDC, arts. 2º e 3º), sendo aplicável a responsabilidade objetiva do fornecedor (CDC, art. 14). O serviço de depilação a laser se insere na categoria de obrigação de resultado, exigindo o pleno êxito do procedimento, com respeito à segurança e à integridade do consumidor (CC/2002, art. 927, parágrafo único, e art. 931).

Restou caracterizada a falha na prestação do serviço e o nexo causal entre a conduta da Ré e o dano sofrido pelo Autor. A omissão em prestar assistência e a ausência de informações claras e adequadas agravam a responsabilidade da fornecedora.

O dano moral encontra-se configurado pelo sofrimento físico e psicológico, pela dor, pelo constrangimento e pelo abalo à dignidade do Autor, tutelados pelo art. 5º, X, da CF/88. A jurisprudência é pacífica no sentido de que, em casos de lesão à integridade física decorrente de falha em serviço estético, presume-se o dano moral (“in re ipsa”).

Quanto ao valor da indenização, deve-se observar o princípio da razoabilidade e proporcionalidade (CC/2002, art. 944), levando em conta a extensão do dano, a gravidade da conduta e a capacidade econômica das partes.

Diante da hipossuficiência técnica do consumidor e da verossimilhança das alegações, é cabível a inversão do ônus da prova (CDC, art. 6º, VIII).

No tocante ao pedido de gratuidade de justiça, o Autor declarou não possuir condições de arcar com as custas processuais, não havendo nos autos elementos que infirmem tal alegação (CPC/2015, art. 98; CF/88, art. 5º, LXXIV).

4. Jurisprudência

Os precedentes dos Tribunais de Justiça, notadamente do TJSP, reconhecem a responsabilidade objetiva de clínicas estéticas por danos decorrentes de falha em procedimentos de depilação a laser, fixando valores de indenização em patamares compatíveis com o requerido, conforme exemplificam os julgados citados na inicial.

III. Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial, para:

  • Condenar a Ré ao pagamento de indenização por danos morais ao Autor, que fixo em R$ 10.000,00 (dez mil reais), corrigidos monetariamente desde esta data (sentença) e acrescidos de juros de 1% ao mês a contar da citação;
  • Conceder ao Autor os benefícios da gratuidade de justiça;
  • Determinar a inversão do ônus da prova, já observada na instrução do feito;
  • Condenar a Ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% do valor da condenação, nos termos do art. 85, §2º, do CPC/2015.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV. Fundamentação Constitucional

Este voto encontra-se devidamente fundamentado, em atenção ao art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, que exige dos juízes a obrigatoriedade de fundamentação de suas decisões, sob pena de nulidade.

Ressalto ainda a observância ao princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e à garantia da inviolabilidade dos direitos da personalidade (CF/88, art. 5º, X).

V. Conclusão

É como voto.

[Cidade], [data].

Magistrado(a)


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