Modelo de Petição Inicial de Ação de Dano Infecto com Pedido de Tutela de Urgência entre Vizinhos por Risco de Desabamento e Danos Materiais e Morais

Publicado em: 24/11/2024 Civel Direito Imobiliário
Modelo de petição inicial para Ação de Dano Infecto com pedido de tutela de urgência, proposta por proprietária idosa contra vizinha que realizou obras irregulares, colocando em risco a estrutura do imóvel da autora e sua integridade física. O documento detalha os fatos, fundamentos legais (direito de vizinhança, responsabilidade civil, tutela de urgência, perícia, caução), pedidos de cessação do perigo, indenização por danos materiais e morais, realização de laudo técnico, além do pedido de gratuidade da justiça. Indicado para situações em que obras vizinhas causam ameaça à segurança, saúde ou patrimônio, fundamentado nos arts. 1.277 e 927 do Código Civil, art. 300 do CPC, e princípios constitucionais.
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PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE DANO INFECTO COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [Cidade/UF]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

M. F. dos S. L., brasileira, viúva, aposentada, portadora do RG nº [xxx], inscrita no CPF sob o nº [xxx], endereço eletrônico [[email protected]], residente e domiciliada à Rua [xxx], nº [xxx], Bairro [xxx], CEP [xxx], nesta cidade, neste ato representada por sua filha A. S. dos S., brasileira, [estado civil], [profissão], portadora do RG nº [xxx], inscrita no CPF sob o nº [xxx], endereço eletrônico [[email protected]], residente e domiciliada no mesmo endereço supracitado,
por seu advogado infra-assinado (procuração anexa), vem, respeitosamente, propor a presente
AÇÃO DE DANO INFECTO COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA
em face de C. F. da S., brasileira, [estado civil], [profissão], portadora do RG nº [xxx], inscrita no CPF sob o nº [xxx], endereço eletrônico [[email protected]], residente e domiciliada à Rua [xxx], nº [xxx], Bairro [xxx], CEP [xxx], nesta cidade, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

A autora, M. F. dos S. L., idosa de 89 anos, com severos problemas de mobilidade, reside em imóvel situado à Rua [xxx], nº [xxx], há mais de [xx] anos, juntamente com sua filha, A. S. dos S..

O imóvel vizinho, de propriedade da ré, C. F. da S., originalmente era um prédio de dois pavimentos, construído de maneira irregular, com alicerces de pedras e pouca ferragem, sem observância das normas técnicas e legais de engenharia e urbanismo. Recentemente, a ré adquiriu o imóvel e, de forma temerária, ampliou a edificação para três pavimentos, aproveitando a estrutura antiga e precária, e ainda construiu paredes para alargamento, invadindo parte do terreno da autora.

Desde a ampliação irregular, o prédio da ré passou a apresentar rachaduras em toda a sua estrutura, tornando-se evidente o risco iminente de desabamento, colocando em perigo não só a integridade física e o patrimônio da autora, mas também a segurança dos transeuntes, por se tratar de via urbana de livre acesso.

Apesar de reiteradamente alertada sobre o perigo e a necessidade de reparos, a ré não tomou qualquer providência efetiva para sanar as irregularidades e garantir a segurança do imóvel. Ao contrário, passou a importunar a filha da autora, exigindo acesso ao terreno desta para realizar escoramentos e reparos, inclusive pretendendo derrubar paredes da propriedade da autora para acessar as ferragens do prédio irregular.

A família da autora negou expressamente tal autorização, esclarecendo que a ré deve realizar os reparos por dentro de seu próprio imóvel, o qual possui acesso direto pela via pública, não havendo justificativa para invadir propriedade alheia ou causar ainda mais transtornos à idosa e sua família.

Ressalte-se que a conduta da ré, além de ilegal, tem causado prejuízos materiais e morais à autora, que vive em constante estado de angústia e insegurança, temendo pelo desabamento do prédio vizinho e pela invasão de sua residência.

Diante da inércia da ré e do risco iminente de dano grave e irreparável, a autora não teve alternativa senão recorrer ao Judiciário para ver cessada a situação de perigo e obter a devida reparação pelos danos sofridos.

Por fim, a autora é pessoa idosa, hipossuficiente, razão pela qual pleiteia o benefício da gratuidade da justiça.

4. DO DIREITO

4.1. DO DIREITO DE VIZINHANÇA E DA RESPONSABILIDADE CIVIL

O direito de vizinhança encontra-se disciplinado no CCB/2002, art. 1.277, segundo o qual “o proprietário ou possuidor tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, sossego e saúde dos que habitam o prédio, provocadas pela utilização de propriedade vizinha”. No caso em tela, resta evidente que a ampliação irregular do prédio da ré, com alicerces frágeis e invasão do terreno da autora, representa grave ameaça à segurança e à integridade do imóvel da autora e de seus ocupantes.

O CPC/2015, art. 319, exige que a petição inicial contenha a exposição dos fatos e dos fundamentos jurídicos do pedido, bem como o pedido com suas especificações. No presente caso, a autora busca, com fundamento no direito de vizinhança, a cessação do perigo e a reparação dos danos materiais e morais sofridos.

A responsabilidade civil da ré decorre de sua conduta omissiva e comissiva, ao realizar obras irregulares e se omitir quanto ao dever de reparar os danos e eliminar o risco, nos termos do CCB/2002, art. 927, que prevê a obrigação de reparar o dano causado a outrem.

4.2. DA TUTELA DE URGÊNCIA

O CPC/2015, art. 300, autoriza a concessão de tutela de urgência quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. No caso, a existência de rachaduras e risco de desabamento do prédio vizinho, aliado à inércia da ré, configuram situação de urgência e justificam a concessão da medida para determinar a imediata realização de laudo técnico e a abstenção de qualquer intervenção na propriedade da autora.

O perigo de dano é manifesto, pois envolve risco à vida e à integridade física de pessoa idosa e de sua família, bem como ameaça ao patrimônio da autora. A reversibilidade da medida é garantida, pois se trata de obrigações de fazer e de não fazer, além de eventual caução para ressarcimento de danos.

4.3. DA NECESSIDADE DE LAUDO TÉCNICO

Conforme entendimento consolidado, a produção de prova pericial é indispensável para aferir a origem e a extensão dos danos, bem como o risco estrutural do imóvel da ré, nos termos do CPC/2015, art. 464 e seguintes. A autora requer, desde logo, a realização de perícia de engenharia, a ser realizada por perito nomeado pelo Juízo, com apresentação de laudo técnico fundamentado.

4.4. DA CAUÇÃO "'>...


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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de Ação de Dano Infecto com Pedido de Tutela de Urgência ajuizada por M. F. dos S. L., idosa de 89 anos, representada por sua filha, em face de C. F. da S., em razão de alegada ampliação irregular do imóvel vizinho, acarretando risco de desabamento e ameaça à integridade física e ao patrimônio da autora, bem como à sua saúde e sossego. Narra a inicial que a ré ampliou sua edificação, de forma irregular e precária, invadindo parte do terreno da autora e provocando rachaduras estruturais.

A autora pleiteia: (i) concessão de tutela de urgência para impedir intervenções na sua propriedade e determinar a realização de laudo técnico pericial; (ii) obrigação da ré de realizar, às suas expensas, obras necessárias para eliminar o risco de desabamento; (iii) fixação de caução; (iv) indenização por danos materiais e morais; (v) gratuidade da justiça.

Fundamentação

I. Do conhecimento

Presentes os pressupostos processuais e condições da ação, conheço do pedido, nos termos do Código de Processo Civil e da Constituição Federal. Ressalto que a presente decisão é fundamentada, em atenção ao art. 93, IX, da CF/88, que exige que todas as decisões judiciais sejam públicas e fundamentadas.

II. Dos fatos e do direito

Os elementos dos autos indicam que, após a ampliação do imóvel da ré, surgiram rachaduras e sinais de comprometimento estrutural, resultando em risco iminente ao imóvel e à integridade física da autora, pessoa idosa, hipossuficiente e portadora de mobilidade reduzida. A jurisprudência pátria, inclusive do TJSP, reconhece o direito do proprietário de fazer cessar interferências prejudiciais à segurança, sossego e saúde (CCB/2002, art. 1.277).

O laudo técnico pericial se mostra imprescindível para aferição da real extensão e origem dos danos, conforme CPC/2015, art. 464 e seguintes e precedentes jurisprudenciais (TJRJ, Apelação Acórdão/TJRJ). A prova documental e os indícios de irregularidade na construção, aliados à omissão da ré em reparar os danos, evidenciam a probabilidade do direito e o perigo de dano irreparável, autorizando a concessão da tutela de urgência (CPC/2015, art. 300).

Destaca-se, ainda, o dano moral, pois a autora, idosa, encontra-se em situação de angústia e insegurança, o que encontra respaldo no art. 5º, X, da CF/88 e art. 186 do CCB/2002.

Quanto ao pedido de gratuidade da justiça, a autora comprova hipossuficiência, preenchendo os requisitos do CPC/2015, art. 98.

Por fim, os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da proteção ao idoso (CF/88, art. 230), e da função social da propriedade (CF/88, art. 5º, XXIII) orientam a solução da controvérsia, recomendando a intervenção judicial para proteção dos direitos fundamentais da autora.

III. Da tutela de urgência

Presentes os requisitos do art. 300 do CPC/2015, defiro tutela de urgência para:

  • Determinar que a ré se abstenha de realizar qualquer intervenção, escoramento, reparo ou demolição utilizando-se da propriedade da autora, sob pena de multa diária de R$ 500,00;
  • Determinar a realização de laudo técnico pericial por engenheiro de confiança do Juízo, para avaliar a estrutura do prédio da ré e os riscos à segurança do imóvel da autora;
  • Determinar que a ré realize, às suas expensas e por dentro de seu próprio imóvel, todas as obras necessárias para eliminar o risco de desabamento, sem invadir ou prejudicar a propriedade da autora;
  • Fixar caução, a ser detalhada em liquidação, para garantir a indenização por eventuais danos materiais e morais à autora decorrentes dos reparos, escoramentos ou demolição.

IV. Da indenização por danos materiais e morais

Considerando os precedentes e a gravidade da situação, julgo procedente o pedido de indenização por danos materiais e morais, a serem apurados em liquidação de sentença, fixando, desde logo, o valor mínimo de R$ [xx.xxx,xx], sem prejuízo de ulterior complementação.

V. Da gratuidade da justiça

Defiro o benefício da justiça gratuita à autora, nos termos do CPC/2015, art. 98.

Dispositivo

Diante do exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial, nos termos do art. 487, I, do CPC/2015, para:

  • Confirmar a tutela de urgência e torná-la definitiva, nos termos acima;
  • Condenar a ré a indenizar a autora pelos danos materiais e morais, em valor a ser apurado em liquidação de sentença, fixando-se desde já o valor mínimo de R$ [xx.xxx,xx];
  • Condenar a ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor da condenação;
  • Defiro a gratuidade judiciária à autora;
  • Determino a produção de prova pericial de engenharia, testemunhal e documental, se ainda não realizadas;
  • Oficie-se à municipalidade para fiscalização da obra e eventual aplicação das sanções administrativas cabíveis;
  • Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Conclusão

É como voto.


[Cidade], [Data].

_______________________________________
[Nome do Magistrado]

Este voto foi elaborado em observância ao art. 93, IX, da Constituição Federal, assegurando a devida fundamentação e publicidade dos atos jurisdicionais.


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