Modelo de Pedido de revogação da prisão preventiva de acusado primário por tráfico de drogas com base na ausência de periculosidade concreta, insuficiência de fundamentação e possibilidade de medidas cautelares diversas
Publicado em: 25/05/2025 Direito Penal Processo PenalPEDIDO DE REVOGAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de ____________ – Tribunal de Justiça do Estado de ____________.
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
A. J. dos S., brasileiro, solteiro, profissão ____________, portador do CPF nº ____________, RG nº ____________, residente e domiciliado na Rua ____________, nº ___, Bairro ____________, CEP ____________, Cidade/UF, endereço eletrônico: ____________, por intermédio de seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional na Rua ____________, nº ___, Bairro ____________, CEP ____________, Cidade/UF, endereço eletrônico: ____________, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no CPP, art. 282, § 6º, CPP, art. 312 e CPP, art. 319, requerer a REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA nos autos do processo nº ____________, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
3. DOS FATOS
O requerente A. J. dos S. foi preso em flagrante, sendo posteriormente convertida sua prisão em preventiva, sob a acusação de suposta prática do delito previsto no Lei 11.343/2006, art. 33 (tráfico de drogas). Na ocasião da prisão, encontrava-se na companhia de dois menores, os quais, em depoimento, assumiram a propriedade da substância entorpecente apreendida, cuja quantidade era inferior a 40g.
Ressalte-se que, além da pequena quantidade de droga, foram localizadas algumas munições de revólver calibre .38 em poder do requerente, sem, contudo, a apreensão de arma de fogo ou qualquer indício de uso de violência ou grave ameaça.
O requerente é primário, não possui condenações criminais transitadas em julgado e, embora responda a outro inquérito em trâmite perante este mesmo juízo, não há registro de reiteração delitiva ou envolvimento em organização criminosa. Ademais, possui residência fixa e exerce atividade laborativa lícita, estando plenamente inserido no convívio social.
Diante desse contexto, pugna-se pela revogação da prisão preventiva, permitindo que o acusado responda ao processo em liberdade, com a expedição do competente alvará de soltura.
Resumo argumentativo: Os fatos demonstram a ausência de periculosidade concreta do requerente, a quantidade reduzida de droga, a confissão dos menores e as condições pessoais favoráveis, elementos que afastam a necessidade da segregação cautelar.
4. DO DIREITO
4.1. DA EXCEPCIONALIDADE DA PRISÃO PREVENTIVA
A prisão preventiva, nos termos do CPP, art. 312, somente pode ser decretada quando presentes os requisitos do fumus comissi delicti (prova da materialidade e indícios de autoria) e do periculum libertatis (risco à ordem pública, econômica, instrução criminal ou aplicação da lei penal), devendo ser medida de caráter excepcional, conforme preceitua o CPP, art. 282, § 6º.
O princípio da presunção de inocência, consagrado na CF/88, art. 5º, LVII, impõe que a prisão cautelar não se confunda com antecipação de pena, devendo ser devidamente fundamentada e restrita aos casos de real necessidade, conforme CF/88, art. 5º, LXI e LXV.
4.2. DA INSUFICIÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO E DA AUSÊNCIA DE REQUISITOS CONCRETOS
A decisão que decretou a prisão preventiva do requerente não apontou elementos concretos que demonstrem risco efetivo à ordem pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal, limitando-se a referências genéricas à gravidade do delito e à natureza da conduta, em flagrante violação ao disposto no CPP, art. 315 e CF/88, art. 93, IX.
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é firme no sentido de que a mera gravidade abstrata do delito de tráfico de drogas não autoriza, por si só, a custódia cautelar, sendo imprescindível a demonstração de circunstâncias concretas que justifiquem a medida extrema (vide STJ, HC 461.017/AM; HC 401.836/SP; HC 482.566/SP).
4.3. DAS CONDIÇÕES PESSOAIS FAVORÁVEIS E DA POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS
O requerente é primário, possui residência fixa, trabalho lícito e não ostenta condenações anteriores. A pequena quantidade de droga apreendida (inferior a 40g), a confissão dos menores e a ausência de violência ou grave ameaça afastam a necessidade da prisão preventiva, sendo plenamente cabível a substituição por medidas cautelares diversas, nos termos do CPP, art. 319.
O próprio CPP, art. 282, § 6º, determina que a prisão preventiva somente subsista quando as demais medidas cautelares se mostrarem inadequadas ou insuficientes, o que não se verifica no caso em tela.
4.4. DA PROPORCIONALIDADE E ADEQUAÇÃO DA MEDIDA
A manutenção da prisão preventiva, diante das circunstâncias apresentadas, viola os princípios da proporcionalidade e da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), pois não há elementos que demonstrem risco concreto à ordem pública ou à instrução criminal. Medidas cautelares menos gravosas, como o comparecimento periódico em juízo, proibição de ausentar-se da comarca e recolhimento domiciliar noturno, mostram-se suficientes para resguard"'>...
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