Modelo de Notificação judicial para garantir acesso irrestrito às imagens de câmeras de vigilância em imóvel residencial de composse, visando resguardar direito à privacidade e intimidade previsto na CF/88 e CCB
Publicado em: 24/07/2025 CivelProcesso CivilNOTIFICAÇÃO JUDICIAL PARA ACESSO ÀS CÂMERAS DE VIGILÂNCIA INSTALADAS EM IMÓVEL RESIDENCIAL
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara Cível do Foro Central da Comarca de [CIDADE/UF].
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
NOTIFICANTE: M. F. da S. L., brasileira, casada, [profissão], portadora do CPF nº [xxx.xxx.xxx-xx], RG nº [xx.xxx.xxx-x], endereço eletrônico: [[email protected]], residente e domiciliada à [endereço completo, bairro, cidade, UF, CEP].
NOTIFICADA: S. da S., brasileira, solteira, [profissão], portadora do CPF nº [xxx.xxx.xxx-xx], RG nº [xx.xxx.xxx-x], endereço eletrônico: [[email protected]], residente e domiciliada à [endereço completo do imóvel objeto da notificação, bairro, cidade, UF, CEP].
3. DOS FATOS
A Notificante reside em imóvel situado em terreno de propriedade dos sogros, onde coexistem quatro famílias, todas em regime de compossessão, sem pagamento de aluguel, dividindo igualmente as despesas de manutenção. O terreno abriga: (i) a casa dos sogros, onde moram a Notificada S. da S. e sua filha L.; (ii) a casa inferior, habitada por S. (irmão do marido da Notificante), sua esposa e dois filhos; (iii) a casa superior, onde reside Sg. (outro herdeiro), sua esposa e filha maior; e (iv) a casa dos fundos, onde mora a própria Notificante com seu marido e quatro filhos, sendo um menor de idade.
Recentemente, foram instaladas câmeras de CFTV no terreno, abrangendo áreas comuns e acessos às residências. Contudo, a Notificada não foi previamente comunicada acerca da instalação, tampouco lhe foi concedido acesso às imagens captadas, restringindo seu direito de fiscalização e controle sobre registros que envolvem sua intimidade e de sua família.
Considerando que as áreas monitoradas são de uso comum, e que todos os moradores compartilham a posse e manutenção do imóvel, a ausência de comunicação e o impedimento de acesso às imagens afrontam o direito à privacidade e à transparência, podendo ensejar constrangimentos e conflitos familiares. Ressalte-se que, caso não haja concessão de acesso irrestrito, a manutenção das câmeras pode violar o direito à intimidade, previsto na CF/88, art. 5º, X, e no CCB/2002, art. 20.
Diante desse cenário, busca-se, por meio da presente notificação judicial, garantir o acesso irrestrito às imagens das câmeras instaladas, ou, na recusa, a retirada dos equipamentos, para resguardar os direitos fundamentais dos moradores.
4. DO DIREITO
4.1. DA COMPOSSE E DO DIREITO À INFORMAÇÃO
O terreno em questão é objeto de composse entre os herdeiros e familiares, nos termos do CCB/2002, art. 1.199, que prevê a possibilidade de exercício simultâneo da posse por mais de uma pessoa. Em situações de composse, todos os compossuidores têm direito à informação e à fiscalização dos atos praticados nas áreas comuns, especialmente quando envolvem a instalação de equipamentos de vigilância que impactam a esfera privada.
4.2. DO DIREITO À PRIVACIDADE E INTIMIDADE
A Constituição Federal assegura, em seu art. 5º, X (CF/88, art. 5º, X), a inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas, sendo assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. O Código Civil, por sua vez, dispõe em seu art. 20 (CCB/2002, art. 20) que a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, exposição ou utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.
A instalação de câmeras em áreas comuns, sem a anuência ou ciência de todos os moradores, pode configurar violação ao direito de privacidade, sobretudo se as imagens captadas permitirem a identificação de hábitos, rotinas ou situações íntimas dos residentes. O direito à segurança, embora legítimo, não pode se sobrepor ao direito fundamental à intimidade, devendo haver equilíbrio entre ambos, conforme entendimento consolidado nos tribunais.
4.3. DA NECESSIDADE DE CONSENTIMENTO E ACESSO ÀS IMAGENS
Em ambientes de uso comum, como condomínios ou terrenos familiares, a instalação de equipamentos de monitoramento deve ser precedida de consentimento dos interessados, ou, ao menos, de comunicação prévia e concessão de acesso às imagens a todos os moradores. A ausência de tais medidas pode ensejar a obrigação de retirada dos equipamentos, conforme precedentes judic"'>...
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